Umbria

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Províncias: Perugia (capital), Terni.

A gastronomia desta verde região de colinas amenas, de clima ameno, mesmo que não banhada pelo mar, conserva uma marca de simplicidade um pouco rústica, mas genuína.

O suíno, a trufa e o azeite são os ingredientes principais desta cozinha característica.

De origem umbra é o leitão, de preparação jamais conhecida em toda Itália: é o leitão inteiro, temperado internamente com sal, alho e ervas, e, assado sobre fogo de lenhas aromáticas, que trata-se de famosíssima receita.

Fonte: digilander.libero.it

Umbria

Em uma terra permeada por um sopro místico, vivem numerosas cidades históricas ricas de arte e de arquitetura, que convidam ao descanso e à meditaçãº

Situada no coração da península, a Úmbria é uma das regiões de maior apelo para o turismo cultural, por resguardar vivos e intactos os lugares do saber medieval e umanístico.

Este aspecto é ainda mais valorizado pela harmoniosa relação com uma paisagem doce e meditativa, em grande parte formada por colinas tapeçadas por cultivos e bosques, por oliveirais e vinhedos: um cenário que deu fama à Úmbria, e inspirou nos séculos seus artistas.

O sistema hidrográfico da região tem seu cerne no rio Tibre, que neste trecho corre em cachoeiras. Um de seus afluentes, o rio Nera, após a confluência do rio Velino, pouco antes deTerni, forma a espetacular Cascata delle Marmore, a mais alta da Itália: a qual, surpreendentemente, não é natural, mas sim o resultado do desvio do curso do Velino para o Nera, feito pelos Romanos para sanear a planície paludosa de Rieti, no vizinho Lácio.

Outro recorde é o lago Trasimeno, que forma a mais ampla bacia da Itália peninsular, e do qual já em época romana foi derivado um emissário artificial, em parte subterrâneo, no curso dos séculos repetidamente aterrado e reativado.

O nome “Úmbria” deriva da população que, junto com os Etruscos, ocupava o território antes da conquista romana, e da qual temos poucas notícias históricas.

Em todo caso, esta denominação veio a desaparecer quando a região foi englobada no ducado de Spoleto, instituído pelos Longobardos e, mais tarde, no Estado da Igreja, reassumindo o seu antigo nome só após a unificação da Itália, em 1861.

Algumas das principais cidades úmbras, como Perugia, Orvieto, Todi, Assisi e Spoleto, têm origens muito antigas, tendo sido de importância já na época dos Úmbros e dos Etruscos.

Após a conquista romana, surgiram numerosos povoados, tanto com fins agrícolas (villa), que de defesa (vallum), mormente ao longo da via Flamínia, cujo traçado segue os vales dos rios Nera, Topino e Tibre: são exemplos, Bevagna, Narni e Foligno.

A partir do Séc. X, iniciaram a ser fortificadas também as villae, junto com as curtes de origem carolíngia. O fenômeno do encastelamento intensificou-se no decorrer do Séc XIV quando as Comunas, prósperas econômica e culturalmente, mas cada vez mais ávidas de poder, deram início a um período de lutas sangrentas para o domínio de sempre maiores extensões do território.

A tipologia do castelo úmbro (entre os mais significativos, Fossato, Tordibetto, Pantalla, Campello Alto…) é muito particular, consistindo em micro-cidades no alto das colinas, cintadas por muralhas e com finalidades essencialmente agrícolas.

Entre os diversos tipos de aldeamento presentes na região (de cume, de encosta, de fundo vale, de planície), prevalecem amplamente os primeiros, preferidos pelo clima mais ameno e salubre, além de mais defensáveis em caso de ataque.

Em contraste, devido ao sistema de meação das terras prevalecente na região, era significativa a parcela da população que vivia isolada em casebres no campo, muitos deles encimados por uma torre de observação quadrada, dita palombara (pombal).

Um aceno à parte merece o Val Nerina, o vale do já citado rio Nera, em que vários povoados conservam o original aspecto medieval, como Ferentillo, Scheggino, Castel S. Felice, Triponzo (este, com singular cinta triangular).

E de fato, circundada pelos ásperos montes da zona de Spoleto, pouco fértil e de difícil cultivo, o vale do rio Nera sempre permaneceu à margem do restante da região, guardando assim intactos os antigos aldeamentos, com suas tôrres e muralhas.

Aldeias com arquitetura nativa são outrossim Stroncone, fundado no Séc. X pelos monges da abadia de Farfa, e outros pequenos povoados do Apenino Úmbrico.

As tipologias urbanas mais interessantes da Úmbria foram ditadas pela forma das colinas, ou pela presença de uma ou mais estradas de grande comunicação.

Ao primeiro grupo perecem os povoados ditos a gradoni (em degraus), como Assisi e Gubbio; os do tipo a cascata, como Trevi e, em parte, Montefalco; e o tipo a fuso, que se molda ao planalto em que está situado, como Orvieto.

Ao segundo grupo pertencem ao invés tanto os centros articulados segundo um traçado em estrela ao longo de duas o mais estradas (como Perugia, Todi, Cittá della Pieve), quanto os que se assentam ao longo de uma só diretriz, como Monteleone d’Orvieto, Ficulle e Baschi (este, pequeno mas bem conservado ambiente medieval em província de Terni).

A lembrar também outros povoados com planta em elipse tipicamente alto-medievais, como Panicale e Montefalco, no centro da região, e S. Vito e Cittá della Pieve, na divisa com o Lácio, respectivamente a Toscana: zona, esta, onde prevalece o uso da terracota, em lugar da pedra como no restante da região.

A privilegiada posição geográfica entre Lácio e Toscana – ou seja, entre os dois principais pólos artísticos de Roma e Florença – fez da Úmbria uma região extremamente vital no campo das artes figurativas, especialmente a pintura, de que foi o inexaurível berço de grandes talentos.

De fato, graças principalmente a Giotto de Bondone e seu magistral ciclo de afrescos na basílica de San Francisco de Assis – que, pelo realismo e força de suas figuras, representam uma inovação estilística fundamental com relação à tradição do gótico flamejante -, a Úmbria adquiriu um papel de primeiro plano na pintura italiana do Trezentos, atraindo para Assisi artistas das mais diversas escolas.

Tanto que, no Quatrocentos, tomou corpo uma específica “Scuola Umbra”, que teve como principais mestres Perugino e Pinturicchio.

Também a arquitetura, à parte alguns vestígios da época romana, quais as portas de Spello, os anfiteatros de Spello e de Gubbio, o templo do Clitumno, viveu sua mais vibrante estação entre Idade Média e Renascença (apesar de um dos maiores arquitetos do neo-classicismo italiano do Setecentos, o Piermarini, nasceu em Foligno, mesmo tendo sempre praticado em outras regiões).

Exemplos muito significativos de arquitetura medieval são vistos em Perugia – na via Bagliona, englobada pelo castelo, na via delle Volte e na via Appia.

Em algumas cidades, como Narni e Trevi, prevalece a arquitetura românica, caracterizada por edifícios baixos, esquadrados, simplemente justapostos entre si; em outras, como Gubbio, a arquitetura é gótica – com casas-tôrres, edifícios altos, e espaços públicos centrados em alguma simbologia geométrica ou astronômica.

Entre as numerosas igrejas desta região mística, o gosto românico inspirou os domos de Assisi e de Foligno, os claustros das abadias de Sassovivo e de S. Pietro in Valle, além de muitas igrejas menores espalhadas por toda parte; enquanto o domo de Orvieto e as basílicas de S. Francesco e de Santa Chiara, em Assisi, são jóias do estilo gótico.

A construção civil floresceu entre os Séc. XIII e XIV, em paralelo ao consolidar-se das Comunas. De fato, os palácios comunais da Úmbria – como aqueles da vizinha Toscana – são exemplares do período das grandes autonomias cívicas (Séc. XII – XIV), caracterizando as cidades como símbolos de liberdade e independência: entre os exemplos mais significativos, Todi, Orvieto, Gubbio e muitos outros.

A destacar também as praças medievais, daquelas típicas de Assisi, com planta em X, às de Todi e de Gubbio – esta, sustentada por poderosos arcos modulares -, à extraordinária esplanada que leva ao domo de Spoleto; sem esquecer as muito menores, mas bem resolvidas praças de Bevagna e Montefalco.

A Renascença exprimiu-se por sua vez, além que em muitas obras menores, na igreja de S. Maria degli Angeli, em Assisi, e na de S. Maria della Consolazione, fora de Todi, excepcional exemplo de simetria central, mas que ao mesmo tempo sinaliza o ocaso da grande arte umbra pois, desta quadra em diante, a estrela nascente da Roma dos Papas passaria a atrair, de todo canto do Estado da Igreja, os melhores talentos artísticos.

Não se deve de fato esquecer que a Úmbria foi pátria de grandes santos, entre os mais conhecidos e venerados do Catolicismo: San Francesco e Santa Chiara, cujas lembranças permeiam a vida de Assisi e arredores; San Benedetto, originário de Norcia; e Santa Rita, venerada em Cascia.

Em resumo, procedendo a uma não fácil seleção, lembramos as mais significativas cidades históricas da Úmbria, especialmente Perugia, Assisi, Orvieto, Spoleto, Todi e Gubbio, seis verdadeiras jóias pela preciosidade de suas obras de arte e conservação do tecido urbano medieval. E também alguns centros altamente sugestivos e quase intactos em sua aparência medieval, como Narni e Spello.

Cittá della Pieve e Norcia são lembradas por suas particularidades: a primeira inteiramente construida em terracota, ao passo que a segunda é um singular conjunto de muralhas medievais e edificios neoclássicos. E, ainda, mais ecléticos, mas igualmente fascinantes pela convivência de construções de várias épocas: Trevi, Amelia, Bevagna, Foligno e Cittá di Castello.

Merece enfim ser citada como curiosidade a aldeia de Cospaia, pelo particular episódio que protagonizou. À época da demarcação das fronteiras entre a Toscana e o Estado da Igreja, no Séc. XV, estipulou-se como linha divisória naquela zona o torrente Rio.

Mas, devido à presença de dois cursos com o mesmo nome, entre os quais situava-se Cospaia, decidiu-se para evitar desentendimentos ergue-la à condição de Estado autônomo, dignidade que manteve até 1826.

Fonte: www.portalitalia.com.br

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