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Lunda Norte é uma província angolana.
Capital: Lucapa.
Municípios: Xa-Muteba, Cuango, Capemba-Camulemba, Lubalo, Caungula, Cuilo, Chitato, Lucapa, Caumbo;
Clima: tropical úmido.
Tropical úmido; existe grande regularidade na variação das condições climáticas quer com a latitude quer com a altitude.
A temperatura média anual é de 27° C, sendo a humidade relativa pronunciada (aproxima-se dos 90% e 50%, respectivamente para o mais húmido e para o mês mais seco) e o regime de chuvas carregado, por vezes torrencial.
A média anual das chuvas, é de 1.400 mm com a máxima de 1.500 mm e mínima de 1.200 mm.
Área: de aproximadamente 103 760 Km², as elevações atingem mais de 1.000 m no interior e 800 m adjacentes.
A superfície é suavemente ondulada e monótona, quase sem deformações, por isso constituída por autênticas peneplanícies.
A altitude baixa gradualmente desde o canto SW, onde estão as nascentes dos grandes rios Kuango, Kassai, etc, e onde alcança cerca de 1.400 metros a NE e, para NW, reduz-se até aos 700 metros.
Lunda Norte – Vegetação e Floresta
A moldura verde das matas e da grande floresta equatorial é mais expressiva junto dos braços dos grandes rios.
O solo, desfeito pelo volume das quedas pluviais ou a savana desacolhedora, salvo em algumas modestas manchas, é coberto de vegetação rasteira.
A Lunda Norte é, em síntese, uma região de savana pouco arborizada. Todavia, a região possui alguns recursos florestais localizados fundamentalmente nos Municípios de Cambulo e Capenda-Camulemba.
Lunda Norte – Fauna
A diversidade da fauna compreende mamíferos de grande porte, aves diversas, répteis, batráquios, peixes e numeroso grupo de vertebrados (antópolos, coleópteros, fauna do solo, etc.)
Lunda Norte – Hidrografia
A rede hidrográfica drena as suas águas para o rio Zaire, por intermédio do Kassai, um dos seus maiores tributários e cujos afluentes, alimentados por inúmeros sub-afluentes, atravessam a região de Sul para o Norte num paralelismo frisante.
Os principais afluentes do Kassai, que a banham são, de Oeste para Leste, o Kuango, Cuilo, Luangue, Luxico, Chicapa, Luachimo, Chihumbue e seu afluen_e Luembe.
Todos nascem na região do SW. As quedas rápidas abundam, tomando os rios impróprios para a navegação. As águas são remansosas, ora agitadas.
Principal produção: agrícolas- arroz, mandioca, milho, Abacateiro, Amendoim, Batata Doce, Feijão Cutelinho, Goiabeir, Mamoeiro, Mandioca, Mangueira, Ananás, Arroz.
Face às suas características para desenvolver uma larga gama de culturas e mão-de-obra disponível, o seu relançamento vai proporcionar, com a distribuição de instrumentos de trabalho e sementes, a auto-suficiência alimentar, podendo com o seu alastramento, fazer surgir uma agricultura empresarial, base para o aparecimento da indústria agro-alimentar.
Minérios: Diamante e Ouro
Pecuária: Bonivicultura de Carne
Distâncias em km a partir de Lucapa: Luanda 1.175 km– Saurimo 135 km.
Lunda Norte – Caracterização Econômica
O desenvolvimento de ações na indústria, no comércio e em atividade subsidiárias na Província foi, como não podia deixar de suceder, importante no suporte da atividade extrativa de diamantes, não tendo lugar ou expressão as outras ligadas aos mais diferentes ramos.
Mapa de Lunda Norte
Lunda Norte – Indústria de Minérios
A atividade de prospecção e exploração de Diamantes, iniciada no nordeste Angolano, no começo do século transato, obrigou a criação de infra-estruturas industrias, agro-alimentares e urbanas (acampamentos mineiros), de apoio a essa atividade fundamental.
É de referir que o crescimento econômico da Diamang, (o nível e ritmo), e logicamente desta área geográfica, (hoje Província da Lunda Norte), se reflete na sua estrutura de ocupação territorial, e pode ser correlacionado com o grau de diversificação do espaço econômico.
A análise da repartição das forças produtivas mostra que, em quase todo o espaço econômico, ela se caracterizava pela tendência de polarização ou monocentricidade e, os laços extremamente fracos entre o núcleo (centro) e os territórios periféricos, resultaram que uma quantidade e uma qualidade significativa de recursos naturais e, naturalmente, humanos se mantiveram inexplorados.
No domínio social, (os setores de Educação e Ensino, Saúde e Assistência e Reinserção Social), as ações estão viradas fundamentalmente para combater e suster a magnitude da quebra registada nos períodos anteriores.
No programa: Aumento de 104 salas de aulas de construção definitiva para o ensino primário e secundário, permitindo aumentar o número de alunos de 42.000 para 51. 720, no sistema. Construção e funcionamento, com o aproveitamento de materiais de construção locais, de cerca de 50 salas, absorvendo uma média de 2.250 alunos.
No ano de referência do setor – 1984/85 – na Província funcionavam cerca de 450 salas, atendidas por 1.500 professores, contra as 202 atuais que, com as a construir totalizará 288 salas de construção definitiva. Juntando-se as 50 de materiais de construção tradicionais locais, totalizará 338 o que se aproximará do ano de referência (o maior no n.º de atendimento). Necessitar-se-á do recrutamento de cerca de 400 professores para se juntar aos atuais 850;
Saúde – Aumento da capacidade de assistência médico-medicamentosa.
Lunda Norte – Infra-estruturas
Viabilizar a criação das premissas de base do desenvolvimento. Este eixo estratégico é absolutamente indispensável num processo de geração de crescimento forte e de empregos de elevado conteúdo de rendimento, (é assim o motor essencial do desenvolvimento económico, do crescimento e da criação de empregos), consubstanciando-se na construção de estradas, pontes, habitação, escolas, hospitais, etc.
Lunda Norte – Agricultura
Face às suas características para desenvolver uma larga gama de culturas e mão-de-obra disponível, o seu relançamento vai proporcionar, com a distribuição de instrumentos de trabalho e sementes, a auto-suficiência alimentar, podendo com o seu alastramento, fazer surgir uma agricultura empresarial, base para o aparecimento da indústria agro-alimentar.
Lunda Norte
Terra de mistério antigo, parece ter sido primitivamente habitada pelos pigmeus, hoje encontrados um pouco mais a norte, na região dos grandes lagos.
Esses primitivos habitantes viriam a ser deslocados definitivamente pelas várias tribos bantu que na sua migração para sul ocupariam a totalidade do território de Angola.
Para além do rio Lalua. viviam várias comunidades de um povo vindo do nordeste – os bungos – subordinados a chefes, que, não obstante independentes, ouviam e respeitavam o mais velho chamado lala Mácu, estando assim em embrião a formação de um novo estado, o da Lunda ou Runda.
Este velho laia foi agredido, um dia, por dois dos seus filhos Quingúri e lala – quando embriagados e dessa agressão sobreveio-lhe a morte.
Antes de morrer, porém, indicou sua filha Lueji como sucessora e pediu aos outros chefes que a amparassem e aconselhassem, visto ser ela ainda nova e inexperiente, evitando que os irmãos se apoderassem do lucano (bracelete insígnia usada pelo chefe).
Precisava Lueji de escolher um homem para pai dos seus filhos, mas não o encontrava do seu agrado, até que nas suas terras apareceu um caçador de nome llunga, filho de Mutumbu, potentado da Luba, que foi o escolhido e o progenitor de Noeji, o primeiro Muatíânvua.
As divisões no novo estado cedo começariam com Quinguri que não querendo sujeitar-se à autoridade da irmã e do estrangeiro a quem ela se unira, deliberou com alguns parentes mais afeiçoados abandonar as suas terras e ir organizar, longe dali, um novo e forte estado, cujas forças pudessem mais tarde vencer as do Muatiânvua.
Outro grupo descontente, chefiado por Andumba, partiria mais tarde para com as gentes de Quinguri se juntar.
No seu caminho para oeste viriam a encontrar, no entanto, forças hostis que provocaram alteração na rota inicial, havendo então um retrocesso para leste, espalhando-os até ao rio Cassai e dando origem a diversas tribos que tomaram o nome dos rios nas margens dos quais se estabeleceram. A esta gente os lundas designavam por aioco, que se pode interpretar por expatriado, e tal palavra evoluiria para quioco.
Sentindo Lueji o novo estado do Muatiânvua ameaçado pelos de Quinguri, que entretanto ia aumentando de poderio, mandou expedições de gente armada – as chamadas “guerras”, comandadas por parentes de absoluta confiança, em diversos rumos, a fim de ampliar os seus territórios e sujeitar outras tribos à sua obediência.
Por este motivo, para ocidente, foi Andumba, seu primo, a quem deu o título de Capenda Muene Ambango, que se demorou próximo ao rio Luachimo, atraindo a si outras gentes, sempre em ligação com a Mussumba.
Pela sua morte, ali, sucedeu-lhe sua sobrinha Mona Mavoa, que continuou o avanço para poente, chegando ao rio Cuango.
Dela descendem os Capendas: Capenda-ca-Mulemba, Capenda-Malundo e Capenda-Cassongo. todos estabelecidos ao longo deste rio
Reconhecida em 1907 a existência de diamantes nos vales de alguns rios que, correndo em Angola. penetram no Congo Belga.
Previu-se que o rico mineral existiria. também em território angolano e por tal motivo fundou-se a Companhia de Pesquisas Mineiras de Angola, à qual fora dada concessão para esse fim e que em 1913 fez avançar para a Lunda uma expedição chefiada pelo seu representante em Luanda.
O então capitão de artilharia António Brandão de Melo. Partindo de Camaxilo para leste, chegou ao rio Luachimo e aí estabeleceu uma estação que serviria de base aos reconhecimentos a efetuar e para se ligar aos engenheiros vindos do Congo Belga.
A descoberta dos primeiros diamantes em Angola, foi registada em Novembro de 1912 quando dois geólogos da empresa Forminière encontraram 7 diamantes no ribeiro Mussalala, tendo sido no mesmo ano constituída a PEMA (Companhia de Pesquisas Mineiras de Angola). As primeiras explorações tiveram lugar no rio Chicapa e seus afluentes.
Lunda Norte
Em Outubro de 1917 foi criada a DIAMANG que registou no seu primeiro ano a produção de 4. 110 quilates. A produção bateria o seu record em 1971 com 2 413 021 quilates. Em Janeiro de 1981 foi criada a ENDIAMA que substutuiria total e definitivamente a Diamang em 1988.
A divisão administrativa de hoje dIvide as Lundas em duas Províncias:
A Lunda Norte com a capital em Lucapa e;
A Lunda Sul, em Saurimo.
O setor dos diamantes de Angola tem sido dos mais afetados pela situação de guerra e posterior instabilidade que o País tem atravessado.
A Região das Lundas tem sido das mais afetadas.
O preço da guerra provocou uma comercialização anárquica e em grande escala fomentada por numerosos dealers ilegais que catalizaram o desenvolvimento não só da garimpagem, mas também o desvio de importantes quantidades de diamantes para o exterior do País, em total prejuízo para o Estado.
O Programa de Estabilização do Setor dos Diamantes (PROESDA) deu origem às Leis 16/94 e 17/94, que complementando a Lei Quadro 1/92, definem a orientação para o setor.
Assim, a Endiama, deixando uma situação de controlo absoluto, associou-se a vários parceiros na propecção e pesquisa de diamantes.
Os povos lunda-quiocos herdaram fabulosa riqueza etnográfica e a sua escola esculturica é das mais notáveis de toda a África. Estes povos construíram uma civilização ara além das fronteiras de Angola, conhecidos internacionalmente por Tchokwe.
A arte Tchokwe foi disseminada por coleccionares pelos cinco continentes e está presente nos maiores museus.
Fonte: www.consuladodeangola.org/www.mindat.org/www.visitangola.com
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