Para descobrir as belezas da Tunísia o dividimos em três zonas.
Na Região do Norte estenderemos os pontos de interesse compreendidos ao longo do litoral do Mar Mediterrâneo até a cidade de Sousse e pelo interior, até Dougga.
Continuaremos nossa viagem pela Região Central compreendida entre as cidades de Sousse e Sfax e igualmente pelo interior do país, para finalmente, conhecer a Zona do Sul, compreendida desde Gafsa pelo oeste e Gabes pelo este, até a fronteira com Líbia.
O NORTE DA TUNÍSIA, TUNÍSIA CAPITAL
O NORTE
Nesta zona se concentram a maioria das ruínas púnicas e romanas junto a importantes centros turísticos. Se percorrerá, por esta ordem, Tunísia capital, Cartago, Sidi Bou Said, Utica, Bizerte, Tabarka, Bulla Regia, Dougga, Zaghouan, Hammamet e Nabeul.
TUNÍSIA CAPITAL
A capital, Tunísia, que recebe o mesmo nome que o país, é uma cidade onde se conjuga harmoniosamente o passado com o presente e o moderno com o antigo.
Encontra-se situada ao fundo do golfo do mesmo nome, Lago da Tunísia, e conta com uma população de mais de um milhão de habitantes.
É a capital diplomática, política, cultural, comercial e administrativa do país. Fundada há mais de 2.000 anos a.C. por navegantes cretenses, foi destruída, como em Cartago, em 146 a.C., entretanto o comércio romano e bizantino a fez florescer de novo e em 1160 alcançou a capitalidade do país baixo o governo do almohade Abdel Mumem Ibm Ali.
Como na maioria das principais cidades, os lugares de interesse se concentram em A Medina, palavra com a que se define a uma cidade árabe. Porém, a cidade moderna da Tunísia, que têm seu eixo na Avenida Bourguiba, é um bom lugar para iniciar o percurso e descobrir com uma mirada retrospectiva, do presente para o passado, a cidade.
Na avenida, arborizada de ficus, se concentram os principais edifícios e a maioria das boutiques, restaurantes, cafeterias, comércios, embaixadas, bancos e hotéis.
O estilo arquitetônico lembra à França do século passado e nesta zona destacam-se a Catedral Católica de Saint Vicent de Paul do ano 1882 do estilo neobizantino e a Torre de África, desde onde se obtêm excelentes panorâmicas da cidade.
A Medina
É a zona mais antiga e interessante da cidade e data da época dos hafsíes do século VIII. Em 1950 foi necessário derrubar parte da muralha pois o crescimento da moderna Tunísia assim o impôs.
Apesar disto continua sendo um dos lugares mais atrativos da cidade.
Passeando pela Avenida 7 de Novembro e depois da Praça da Vitoria, chega-se à Porta da França, uma das antigas portas da muralha da Medina. Ao cruzá-la se acede à cidade árabe, deixa-se o presente e se abrem as intrincadas e estreitas ruas para descobrir toda a riqueza da Medina da Tunísia, uma das melhor conservadas do país.
Avançando pela rua de Jama ez Zitum chega-se à Biblioteca Nacional, situada numa antiga paragem turca de 1813 construída por Bey Hammuda. Mais adiante aparece com todo seu esplendor a Grande Mesquita (Ziyuona), conhecida também como a Mesquita da Azeitona.
Construída no ano 732 pelos omeyas, quase com o nascimento da cidade, foi reconstruída inteiramente pelos alghlabíes em 864. Consta de 15 impressionantes naves, 184 colunas procedentes, no seu maioria, das ruínas arqueológicas de Cartago oferecendo um curioso contraste, uma esplêndida cúpula que precede ao mihrab, lugar que indica em que direção encontra-se a Meca e para onde deve reclinar-se durante a oração, e um minarete de 44 metros de altura levantando por Negro em 1894.
Em sua decoração se conjugam os desenhos árabes e as colunas e capiteles corintos o que produz ambiente de recolhimento. A Sala de Oração está fechada aos visitantes, entretanto a Galeria Elevada se permite visitas em horário de 08:00 a 11:00 h exceto na sexta-feira.
Muito cerca, localiza-se a Mesquita de Sidi Yussef de influência otomana e dominada por um minarete octogonal, decorado com azulejos de cor verde ressaltam sobre uma galeria com colunas de cores.
Foi construída pelo Yussef Bey no ano de 1614 e no interior encontra-se o mausoléu do fundador comunicado com o minarete pela galeria anteriormente mencionada.
Junto a esta mesquita encontra-se a Medersa Hanafita construída em 1622.
Flanqueando o Hospital Azziza Othmana, encontra-se o Palácio de Dar o Bey, um antigo palácio do século XVIII que acolhe a residência do Primeiro Ministro tunisiano e o Ministério de Assuntos Exteriores e foi construído pelo Bey Hammuda. Pela rua, em parte arborizada, do Castelo chega-se ao Bulevar Bab Menara e cruzando este encontra-se a Mesquita de Kasba, edificada no século XIII por Abu Zakariya com um minarete de influência marroquino e relevos geométricos.
A Mesquita da Corte Tunisiana com o passo do tempo soube manter algumas de suas tradições como, a realmente interesante, de anunciar a oração cinco vezes ao dia balançando uma Pontos Turísticos branca.
Seguindo com as mesquitas e depois de uma visita ao Museu de Sidi Bou Krissan, no que podem-se contemplar criptas e lápidas funerárias de finais do século IX situadas num jardim entre as que destaca o túmulo dos soberanos khorassaníes, se acede à Mesquita Ksar do ano 1106.
Suas linhas simples destacam na fachada com arcadas que foram traçadas pelo mestre Ahmed Ben Khorassem embora seu destacado minarete, com motivos geométricos em mármore e esmaltes, de inspiração hispano morisca foi levantando no ano 1650. No pátio e na Sala de Oração podem-se contemplar capiteles e fustes em colunas bizantinas e romanas.
Muito próxima acha-se Dar Hussein, antiga casa de meados do século XII restaurada posteriormente no XIX onde encontra-se o Instituto Nacional de Arqueologia e Artes. Embora não seja possível visitá-lo, por vezes, o zelador permite que se possa contemplar o primeiro pátio do edifício.
Avançando para o sul aparece o mausoléu maior da Tunísia, o Tourbet O Bey, do século XVIII, foi construído para acolher aos Príncipes Huseinitas e suas famílias por Ali Bey.
Sua fachada está decorada com pilastras embora o elemento arquitetônico mais destacado são as cúpulas de inspiração Italiana.
Ao norte, o Palácio Dar Ben Abdallah um dos mais ostentosos da cidade do estilo Italiano, do século XVIII, que alberga ao Museu de Artes e Tradições Populares, onde podem-se apreciar diversas manifestações da cultura tradicional do século passado.
Destacam os personagens da vida familiar do século XIX de tamanho natural, nascimentos, trajes tradicionais de circuncisão e de boda, entre outros. Horário: de 09:30 a 16:30 h. Fechado nos domingos.
Subindo pela Rua dos Tintureiros aparece o Dar Othman, palácio de finais do século XVI e princípios do XVII, com uma esplêndida fachada protegida por duas colunas de mármore superpostas.
Também destaca a decoração geométrica em tonos brancos e pretos resultando extremadamente atrativa. Em tempos passados foi casa privada e armazém militar pelo que se denomina popularmente como Dar o Aoula.
Como último lugar de interesse da zona sul e centro de Medina, nos deteremos na Mesquita dos Tintureiros, construída em 1726, que destaca pela decoração do interior de sua torre octogonal.
Em seu interior se segue o rito hanefita.
Como curiosidade comentar que os azulejos da Sala de Oração foram traídos especialmente desde Turquia e nos séculos XVIII e XIX foram agregadas ao conjunto arquitetônico uma Medersa e um Kutlab.
Voltando à Grande Mesquita e a uns metros dela, encontra-se a Mesquita e o Mausoléu de Hammuda Pachá, de 1655. Seu esbelto minarete octogonal e sua decoração com influência Italiana, acolhe no pátio central os restos deste santo muito venerado.
Resultam chamativos as telhas verdes envernizadas de seu telhados e sua porta de mármore policromado. Na zona norte de Medina encontra-se a Mesquita Sidi Mahrez, do ano 1692, que se diferença das demais pela sua forte influência turca. Construída, em parte, por Bey Mohammad, a Sala de Oração conta com uma cúpula hemisférica do estilo das mesquitas de Estambul cujos muros estão adornados por estuco e cerâmica.
O mesmo nome da mesquita ostenta também a Zaouia, túmulo de um santo protetor da cidade do século X belamente decorada com estuques azuis.
Nesta zona encontram-se importantes medersas, as tradicionais escolas do Alcorão como a Medersa Achuria, com um excelente pórtico, a Medersa Bachiya, construída em 1756 por Alí Pachá que comunica com a Medersa Shmaniya com colunas moriscas conformando um alpendre de grande beleza construída em honor de Suleimám e comunicada também com a Medersa Nalha, conhecida popularmente como a “da palmeira”.
Os Zocos
No percurso pelas mesquitas deixamos de lado, a propósito, os zocos, os populares mercados tunisianos, para dedicar à eles uma seção especial. Caminhando pelas ruas da Medina, irá descobrindo multidões de zocos.
Se diferenciam porque cada um deles pertence a um ramo de artesãos e passeando pelas diferentes ruas estreitas os cheiros dos materiais irão nos mostrando a que variedade de artesanato nos estamos aproximando.
O melhor é deixar-se levar, alguns deles são indicados, talvez os mais visitados e populares, mas todos valem a pena:
O Zoco dos Perfumes, conhecido como o Attarine, construído no século XIII por Abu Zakariya. Destacam os postos decorados com tons verdes e dourados nos que podem-se admirar, e neste caso respirar, os sacos repletos de especiarias que desprendem suaves fragrâncias como as da hena tanto em pó como em rama, os perfumes, velas com cheiro, shampos como o tfal, tipicamente árabe, incenso de diferentes aromas, khol em frasquinhos que são uma autêntica obra de arte e essências de jasmim ou de flor do limoeiro, entre outras muitas, que estendem-se por todo o mercado outorgando-lhe um caráter único.
Sem dúvida é um dos zocos mais atrativos, tanto por seu colorido como por seus aromas.
O Zoco das Chechias, do ano 1675, concentra todas as chechías, “sheshía”, quer dizer, os peculiares gorros pequenos de cor vermelha de lã com uma borda negra, de origem mourisco e muito comum entre os tunisianos. É um dos artesanatos mais antigos do país que compreende uma complicada elaboração composta pelo desfiar a lã, tingir e prensar, um destes curiosos gorros pequenos pode levar um mês de trabalho.
O Zoco o Trouk, Mercado dos Turcos, foi construído no século XVII e oferece diverso e variado artesanato de todo o país. Vale a pena descansar tomando um chá no Café dos Homens Santos.
Desejando tecidos, há que acercar-se ao Zoco o Koumach, que data do século XV, onde pode-se adquirir toda classe de veste de diferentes etnias como os mellias, trajes das mulheres bereberês ou yebbas, masculinas.
Para pele e talabarteria o Zoco é Sekkajine especializado no trabalho manual do couro.
Espetacular pelo colorido resulta o Zoco dos Tintureiros onde realizam-se a mão o tingimento dos tecidos que expõem em todos os postos.
No Zoco o Lefta se encontrará colchas de cores, mantas, tapetes e tapetes de parede.
Aqui pode desfrutar de uma boa xícara de chá nas varandas de algum de seus bazares que oferecem uma maravilhosa panorâmica da Medina. O Zoco de Nahas ou do cobre, no que ainda se utilizam as técnicas mais tradicionais na gravação deste material conseguindo acabados absolutamente perfeitos nas diferentes peças realizadas como chaleiras, pipas de água, jogos de café, etc.
A visita pelos zocos se fecha com o Zoco de Blagfilha, onde poderá comprar um bom par de sapatos e as não menos excelentes babuchas árabes, o Zoco o Kebabjia, onde encontram-se os artesãos dedicados à pasamaneria e a seda, o Zoco Essagha, o zoco dos ourives que trabalham o ouro e a prata e o Zoco Berka, antigo mercado de escravos, no que atualmente podem-se adquirir maravilhosas jóias e pedras preciosas num recinto coberto com colunas vermelhas e verdes, toda uma experiência.
Arredores de Medina
Destaca a Mesquita de Yussef Shaib et Taba do século XIX, réplica da de Yussef Dey, mas diferente pela sua decoração do estilo Italiano realizada com materiais importados da Itália e pôr seu minarete sem concluir.
Também vale uma visita o Mausoléu de Sidi Kassem do século XV com um telhado verde, alberga um excelente museu de cerâmica cujo horário é de 09:30 a 16:30 horas e fechado as segundas-feiras.
É preciso realizar uma paragem no Zoco o Assar pois em sua praça de ambiente provinciano rodeada de cafés está dotada, sem dúvida de certo encanto. Já mais distante encontra-se Kubba, um pavilhão do século XVII coroado com uma cúpula decorada com azulejos e estuco.
Vale também a pena realizar uma visita ao Zoológico da Tunísia, onde podem-se apreciar exemplares próprios da região. São também de interesse o Túmulo da Princesa Aziza Otomana, privada, de estrutura simples, que guarda os restos de Fátima uma princesa muito popular por ser carinhosa e caritativa, a Zauia de Sidi Abdelkader, construída entre 1846 e 1850, com o túmulo de um personagem muito estimado pelos habitantes da cidade, o Teatro Municipal da Tunísia, a estátua de Ibm Khaldoun, a Catedral Católica de São Vicente de Paula construída em 1882 em estilo neobizantino e a Igreja da Santa Cruz.
A Goulette é o porto da cidade onde podem ver-se alguns restos da presença espanhola e turca e um dos lugares mais apreciados pelos habitantes da cidade que no verão escapam do calor para este refrescante balneário. Vale também uma visita o Museu.
No Parque Belvedere se poderá realizar um passeio entre oliveiras, figos, mimosas, palmeiras, eucaliptos e diversas plantas, desfrutando de uma panorâmica da cidade.
O Museu Nacional do Bardo
Este museu encontra-se a 6 quilômetros do centro da Tunísia. Alojado num palácio do século XIX com formosos jardins oferece numerosas salas que exibem impressionantes obras. É, sem dúvida, um dos museus que maior coleção de mosaicos tem. Recorrer suas salas é realizar uma viagem pela história da Tunísia. Destacam a sala dedicada à época púnica, onde exibem-se jóias, féretros, instrumentos de guerra, etc. e a sala dedicada ao período paleocristiano.
Com respeito aos período romano e bizantino as salas acolhem esculturas, pavimentos, estátuas, bronze e excelentes mosaicos da época realizados em terra africana e que superam em beleza e colorido aos próprios romanos como o “Triunfo de Netuno” ou “o Mosaico do Senhor Julius” ou “O mar abundante de peixes”, entre outros.
Enquanto ao período árabe muçulmano, o universo de peças pode ser incalculável: terracotas, vidros, azulejos de decoração geométrica e vegetal, bronzes, cerâmicas, utensílios, etc.
Também é importante o período grego com bronzes e estátuas recolhidas num naufrágio e que datam do século I a.C.
Não pode-se abandonar Tunísia sem haver realizado uma visita ao Museu mais importante do Magreb e o melhor do mundo pela sua coleção de mosaicos romanos, o horário é de 09:30 a 16:30 horas e segunda-feira fechado.
Outros Museus de Interesse
Museu de Arte Moderna. Situado na zona leste do Parque Belvedere, com exposições temporais de arte contemporâneo muito interessantes. Horário: de 09:30 a 16:30 h. ou de 09:00 a 12:00 h. entre o 1 de julho e o 15 de setembro. Durante o Ramadán de 09:30 a 15:00 h fechado segunda-feira.
Museu da moeda, onde pode-se seguir a evolução da moeda Tunisiana desde a época cartaginesa até nossos dias. Horário: de 10:00 a 12:00 h e de 15:00 a 18:00 h, exceto feriados.
Museu Postal, com uma curiosa coleção que fará as delicias dos amantes da filatelia com selos tanto nacionais como estrangeiros embora todos com um único tema, Tunísia.
Também conta com uma sala na que podem-se contemplar aparelhos telegráficos e telefônicos. Horário: de 08:30 a 13:00 h e de 15:00 a 17:45 h.
CARTAGO, SIBI BOU SAID, BIZERTA
CARTAGO
Situada a 18 quilômetros da Tunísia, foi a capital do Império Cartaginês e principal porto marítimo do Mediterrâneo naquela época. Fundada no ano 814, este lugar têm sido destruído várias vezes ao longo de sua história.
Cidade natal de São Agostín e Aníbal hoje é um bairro residencial e os restos que contam de sua antiga grandeza encontram-se dispersos por toda a zona e têm sido declarada Patrimônio Mundial pela UNESCO que dirige os estudos nesta cidade.
A visita pode começar no Santuário de Tanit e de Ball Hammon ou O Tofet.
Antigamente foi um magnífico centro de culto aos deuses fenícios onde sacrificavam aos primogênitos da nobreza e têm-se encontrado restos de mais de 70.000 crianças enterradas neste lugar.
Só se pode ver uma parcela deste cemitério pois o resto ainda encontra-se debaixo da terra ou debaixo dos edifícios do moderno bairro. Mais adiante, em direção ao mar, encontram-se os Portos Púnicos, dois lagoas em cujo fundo ainda pode-se apreciar esplendor e na península que os separa, desde 1961, se ergue o Museu Oceanográfico com uma interessante coleção de barcos antigos e modernos, artes de pesca de todos os tempos deste país, uma mostra de pássaros e peixes dissecados e um pequeno aquário. Horário: de 14:00 a 17:00 h Aos domingos de 10:00 a 12:00 e de 14:00 a 17:00 h fechado segunda-feira.
As ruínas do Anfiteatro ainda permitem imaginar a grandeza do que foi o Coliseu maior da África com uma capacidade para 36.000 pessoas.
O Teatro foi construído no século II em tempos de Adriano com uma capacidade para 5.000 pessoas e na atualidade celebra-se nele o Festival Internacional de Cartago.
O Museu Nacional de Cartago exibe uma rica coleção dos objetos encontrados entre as ruínas: mosaicos, as excelentes vitorias aladas romanas, lâmpadas funerárias romanas, objetos de uso doméstico, sarcófagos, jóias, amuletos, etc. Dos períodos cartaginês, romano e bizantino. Horário: de 07:00 a 19:00 h no verão e de 08:00 a 17:00 h no inverno.
Junto ao Museu encontra-se a Sé de São Luís dedicada a São Luís, morto nestes territórios no século XVIII durante a Sétima Cruzada.
Na Colina de Byrsa encontram-se jazigos arqueológicos da antiga Cartago e desde ai se obtém uma vista formosa do Golfo da Tunísia. Seguindo para o norte, chega-se às Termas de Antonino, as mais significativas da zona.
Atualmente somente conserva-se a parte inferior e os sótãos, mas foram as mais importantes da época quando a água se traia por um aqueduto desde os montes Zaguán.
Estas termais acolhem na atualidade um verdadeiro museu pois nelas podem-se contemplar interessantes restos romanos como a calçada, cripta púnicas, arcas romanas, uma capela funerária do século VII, mosaicos.
Na parte mais alta da colina encontra-se uma necrópoles púnica e na parte posterior, a Basílica de Douimes, onde destaca o batistério. Não esqueça de visitar os restos da Basílica de São Cipriano, Casas Romanas, restos de um bairro romano construído sobre um cemitério púnico onde destaca ao reconstrução de uma casa romana convertida no Museu a Pássaros, o Odeón construído em 205 por ordem de Sétimo Severo e os da Basílica de Damus o Karita.
Também são de interesse os restos do Circo romano com uma capacidade para 200.000 pessoas, as Cisternas de Malga que contam com 15 construções que retinia a água e que a recolhiam de um antigo aqueduto do século I e o Bairro de Magão, o mais moderno dos enclaves arqueológicos com edifícios dos séculos VIII e VII a.C.
SIDI BOU SAID
A apenas 2 quilômetros de Cartago, Sidi Bou Said é um dos povoados mais pitorescos e encantadores de toda Tunísia com rincões muito tranqüilos entre suas casas encaladas com telhados e janelas de cor azul intenso.
No povoado destacam o Café des Nattes sobre umas escadas, onde se reúnem as pessoas para conversar, a mesquita, com um minarete e uma Zauia que se acrescentou posteriormente, Marabut de Abu Said, coroado por cúpulas e um gracioso minarete, o Museu com interessantes exposições temporais de pintura e artesanato, o cemitério com túmulos de personagens famosos tunisianos, e o Faro, construído sobre um antigo ribat.
Os homens deste povoado costumam levar uma flor de jasmim sobre a orelha para perceber o embriagador aroma desta flor enquanto se caminha pelas ruas estreitas da cidade.
As vistas sobre o Golfo da Tunísia são realmente fantásticas. É um autêntico reduto para artistas e para todo aquele que esteja disposto a deixar-se embriagar pela magia da luz.
BIZERTA
Fundada pelos fenícios, Bizerta, “a Perola do Norte”, é uma das cidades mais povoadas desta região do Mediterrâneo. Situada entre o cabo Branco e o cabo Zebib, seu velho porto que conserva o encanto de antanho com casas em branco e azul, se abre entre as antigas muralhas. Na cidade destacam a Grande Mesquita do século XVII com um minarete octogonal, com a característica de que o último andar é maior que os demais.
Desde ali e através dos Zocos dos Armeros e dos Ferreiros chega-se Kasba, situada nos pés da Praça do Mercado. É uma antiga fortaleza do século XVII, com ruas estreitas pitorescas.
Ao norte aparece o Museu Oceanográfico situado no Forte Sidi O Hani, aberto todos os dias.
A Mesquita da Rebaa, com um minarete quadrado com três arcadas na última altura. Depois, o Bairro dos Andaluzes com alguns restos interessantes, o Forte de Espanha convertido atualmente num Teatro ao ar livre com formosas vistas da vila e o lago e a Praça Slahedine, com uma fonte de 1642 com uma inscrição realmente curiosa, uma antiga fortaleza do século XVIII, onde se concentra a vida comercial.
São também de interesse o Forte de Sidi Salem, a Praia da Corniche, o Cabo de Bizerta, a Praia Sidi Abd o Ouahed e o Lago Bizerta. As praias e as pequenos vales são um autêntico paraíso.
TABARKA, BULLA REGIA, DOUGGA, HAMMAMET, NABEUL
TABARKA
Situada muito perto da fronteira com Argélia, este pequeno porto de Tabarka destaca pelo seu artesanato em coral, pelo seu entorno de verdes bosques, pela possibilidade de fazer pesca submarina e outros esportes e pelo Festival da cidade.
Tabarka foi uma antiga colônia fenícia de relativa importância na época romana e entre seus lugares de interesse sobressaem A Basílica do século III, que na atualidade e, depois de várias transformações, alberga antigas fontes e termais públicas.
O Borj Messaud, uma fortaleza turca do século XVIII restaurada recentemente para realizar exposições e outros atos culturais, As Agulhas, rochas monolíticas de 20 a 25 metros de altura com formas peculiares devido à erosão da água do mar e a Ilha de Tabarka, unida ao continente por uma estrada de 400 metros, onde encontram-se alguns restos de construções genovesas como o Borj.
Não deve-se deixar de visitar as fabricas de rolha e coral e ao fabricante de charuto que fará as delicias dos fumadores.
Nos arredores destacam a Praia de Mellula e Babouch.
BULLA REGIA
Se trata de umas extraordinárias ruínas romanas situadas ao sul de Tabarka em direção para Jendouba e Kef. No século II foi capital de um dos três reinos numidas e foi construída embaixo do solo.
Destacam as Termas de Julia Memmia do século II, com impressionantes mosaicos e arcos arborizados, desde ali se acede às majestosas ruínas de duas Basílicas cristãs, do século II, bem conservadas com algumas excepcionais colunas de mármore, o batistério e mosaicos.
A Casa do Tesouro, uma construção subterrânea, a Casa da Caça, a mais importante por suas colunas corintias, mosaicos excepcionais e diferentes aposentos muito bem conservados como o comedor, a cozinha e a cisterna e a Casa da Pesca, com formosos mosaicos com motivos de pesca situados no primeiro andar e um curioso sistema de ventilação no térreo.
O Palácio de Anfitrite com um dos mais belos mosaicos onde se aprecia a Amphitrite cavalgando acompanhado de Netuno.
O Teatro com seu cenário e galerias em bom estado e o mosaico do urso na orquestra como máximos atrativos.
O Jardim Público, originalmente rodeado de um fosso, com três salas que conservam o andar de mármore. O Opus Reticulatum, antiga basílica, é o monumento mais antigo do lugar arqueológico.
DOUGGA
Situada a 100 quilômetros da Tunísia, em Dougga, a antiga Thugga, são as ruínas melhor conservadas do norte de África.
Aqui a imaginação não será necessária pois um passeio pelas construções será como uma verdadeira viagem ao passado.
As ruínas estão emprazadas numa colina de oliveiras e a visita começa com o Teatro do século II a.C. com uma fachada de belas colunas corintias e um cenário revestido de mosaicos embora de pequeno tamanho pois só tinha aforo para 3.500 pessoas.
Também do século II é a Praça da Rosa dos Ventos, construção retangular que se fecha num semicírculo com um andar no que pode-se contemplar uma grande rosa com os 12 ventos gravada um século mais tarde.
Ao norte se levanta o Templo de Mercúrio, com 10 colunas, três salas e as bases do que foi o Templo da Fortuna. Desde ai pode-se contemplar o majestoso Capitólio muito bem conservado e dedicado a Júpiter, Juno e Minerva. Chega-se a ele através de um belo pórtico e depois de subir uma escadaria de impressionante tamanho, chega-se aos pés da impressionante construção.
Seis colunas sustentam o friso e a sala quadrada que alojava as estátuas das divindades de enormes proporções, aproximadamente uns 6 metros segundo se pôde saber pelos restos de uma cabeça de Júpiter encontrada neste encave.
Ao redor dele encontram-se algumas construções bizantinas, e muito próximo, o Forum, de pequeno tamanho, reconstruído totalmente pelos bizantinos. Desde aqui pode ver-se o Arco de Alexandre Severo, do século III, e, também do século III, o Templo de Juno Celeste com pódio e colunas restauradas.
Destacam também as Cisternas de Ain o Hammam, com cinco depósitos de mais de 30 metros de comprimento e mais de três metros de largura, a Casa de Dioniso e Ulisses, com um pátio rodeado por uma galeria, os Dólmenes próximos aos restos do Templo de Minerva, o Circo do século III, o Templo da Vitória com formosas colunas, a Casa da Caça com belos mosaicos, o Templo de Tellus, do século III, a Casa do Trifulium antigo prostíbulo da vila cujo caminho está indicado por um grande falo e como curiosidade golpear a vulva de pedra com a que os clientes chamavam à porta, também resultam muito curiosas as latrinas das Termas dos Cíclopes dispostas em círculo, as Termas Licinianas conservam o caldario, o frigidarium e um ginásio e contam com a peculiaridade de estar construídas, no século III, a seis metros abaixo da calçada, a Casa de Eros com um belo mosaico do século IV, o Templo de Saturno construído no ano 195 com umas curiosas abóbadas subterrâneas e o Mausoléu Líbico-Púnico, único em seu estilo, com uma altura de 21m em cuja máxima altura pode-se contemplar uma pirâmide com a estátua de um leão e mulheres aladas.
São também de interesse nos arredores o Aqueduto de Ain o Hammam e o Henchir Guettussi com atrativos restos de cisternas e colunas.
HAMMAMET
Hammamet é conhecida, sem dúvida, por ser o centro turístico mais importante da Tunísia, de fato, seu nome procede da palavra “hamman” que, em árabe, significa banho.
Situado no sul da península de Cabo Bon e no Golfo de Hammamet, seu clima agradável, magníficas praias de areias brancas e águas cristalinas, refrescantes jardins e seus complexos de hotéis com restaurantes, discotecas, bares, etc., a proximidade à capital, separada apenas pôr 20 quilômetros, têm feito desta cidade um dos lugares mais atrativos do país e, possivelmente, de todo o norte de África.
Até princípios deste século Hammamet não era mais que um pequeno povoado de pescadores mas com a chegada da família polaca Sebastián mudou seu destino pois construíram um formoso palácio e convidaram a intelectuais das artes e das letras tão famosos como Klee, Gidé, Wilde, entre outros muitos, e as excelências desta vila se foram conhecendo no mundo inteiro havendo visitado Flaubert, Wistom Churchill e Sophia Loren, por colocar somente três exemplos de mundos dispares.
Destacada, ademais, pela sua magnífica Medina do século XV que está rodeada de muralhas junto ao mar e cujo máximo encanto é o labirinto de ruas intrincadas que têm sabido conservar o sabor do ancestral, sobretudo nos zocos que se escondem no interior.
Também dentro dela encontra-se a Grande Mesquita, também do século XV, que acha-se diante da Mesquita de Sidi Abd o Kador, com um formoso minarete. A mesquita de Sidi Abd o Kador, de menor tamanho, é, atualmente, um berçário para crianças de 3 a 5 anos. Um pouco mais abaixo pode-se visitar o Santuário de Sidi Abd o Kador.
Também resulta muito interessante a Kasba, antiga paragem foi reedificada em 1474 por ordem de Hemida Bel Haj Fraj. Conta com corredores arborizados, torres quadradas, o Mausoléu de Sidi Bou Alí, um interessante museu de trajes regionais (Horário: de 9:00 a 18:00 h) e uma formosa muralha desde a que se obtêm magníficas vistas do porto de pescadores e da branca cidade.
Não pode-se abandonar Hammamet sem visitar a Vila de Georges Sebastián, o benfeitor da cidade, em cujo interior encontra-se o Teatro, do estilo greco-romano, construído pelo governo em 1964 e transformado posteriormente em Centro Cultural Internacional (Horário: segunda-feira, quarta-feira e sexta-feira de 10:00 a 12:00 h e de 15:00 a 17:00 h) e a Kubba de Sidi Yussef, do ano 1706, com uma biblioteca apaixonante.
NABEUL
Ao norte de Hammamet, a apenas 10 quilômetros, encontra-se a capital administrativa de Cabo Bom, Nabeul, conhecida tanto por suas esplêndidas praias como pelo seu artesanato em cerâmica, bordados, tricô ou perfumes.
As sextas-feiras se instala um mercado no que podem-se adquirir todo tipo de artigos artesanais como telas, tapeçarias, cerâmica, objetos de ferro forjado, couro, cestaria, espartería, bordados e crochê, perfumes de flores de limão ou rosa e produtos agrícolas.
Especialmente surpreendente pode resultar a venda de camelos e, como não, sua olaria, procedente do século XVI, esmaltada com chumbo e decorada com desenhos geométricos em óxido de cobre, cobalto e magnésio, entre outros. Frente à cidade estende-se uma praia com excelentes hotéis nos que resulta maravilhoso relaxar-se tomando o sol ou praticar diferentes esportes aquáticos.
A REGIÃO CENTRAL
Nesta zona da Tunísia encontram-se as antigas capitais muçulmanas. Oferece também, zonas para o turismo recreativo e cultural. De fato o território do Sahel é um dos mais prósperos do país e, por tudo isso, bem vale uma visita. O percurso pelo centro começará em Sousse, conhecida popularmente como “A Perla do Sahel”, para continuar por Monastir, Mahdia, O Djem, Sfax, Ilhas de Kerkennah, Sbeitla e Kairouán.
SOUSSE (SUSA) E PORT O KANTAOUI
Situada no Sahel, palavra que quer dizer beira, Sousse é a terceira cidade em importância da Tunísia. Fundada pelos fenícios no século IX a.C., esta preciosa cidade marítima, além de possuir excelentes infra-estruturas turísticas, conta com uma zona histórica de grande relevância.
Trás vários saqueio, a cidade têm sido testemunha de conflitos e quedas entre cartagineses, romanos e vândalos, até que os árabes lhe devolveu seu esplendor. Na atualidade, Sousse é a cidade balneário por excelência com umas temperaturas quentes durante todo o ano que variam de 11 graus no inverno a 25 no verão o que faz desta vila com maravilhosas praias um verdadeiro sonho para os visitantes, mas o melhor, é que a estas excelências se unem numerosos lugares de interesse que complementam o atrativo da Perla do Sahel.
Para começar a visita o melhor lugar é A Medina, bem conservada e rodeada de muralhas do ano 860 foi construída por Ibrahim Mohammed, restaurada posteriormente pelos hafsíes e bombardeada durante a II Guerra Mundial. Entre suas estreitas ruas é fácil encontrar a Grande Mesquita do ano 851, que serviu de fortaleza segundo se aprecia pelos seus grossos muros e pelas suas duas torres redondas que serviram de defesa, uma delas exerce a função de minarete e está rematada por uma formosa cúpula.
Suas salas de oração e pórticos se apoiam sobre pilares de pedra e não sobre colunas sendo este um elemento característico do edifício. (Horário: de 8:00 a 14:00 h)
Muito perto da mesquita e da Porta de Bab ao Bahar, porta de acesso à Medina que encontra-se quase destruída, encontra-se o Ksar o Ribat, um dos monumentos mais significativos do Magreb.
Construído no século VIII sobre as bases de uma antiga fortaleza bizantina, aqui viviam os murabit, soldados fieis e crentes.
O edifício, simples mas não por isso menos belo, têm sofrido várias restaurações que têm sabido respeitar sua estrutura original.
A construção é de planta retangular com torres semicilíndricas que serviam de torres vigias e que, na atualidade, permitem contemplar umas excelentes vistas da cidade.
No térreo podem-se ver as celas dos monges guerreiros que rodeiam o pátio em várias alturas, estes monges eram escolhidos pela sua santidade para defender a cidade das incursões cristãs. Na parte superior, acha-se uma das primeiras salas de oração do norte de África.
Continuando o percurso chega-se à Zauia de Zakkak com um esplêndido minarete octogonal que embora não é possível contemplar no interior bem vale uma visita como também a Mesquita Abd o Kader no que destaca seu pórtico de cerâmica esmaltada.
Em seus arredores encontram-se numerosos zocos com um ambiente muito especial repleto de cores e sons que submerge ao visitante em outro mundo.
Podem-se adquirir tecidos, mantas de lã, esculturas em madeira de oliveira, diferentes objetos de cobre muito bem gravados, jóias de ouro e prata com atrativos desenhos, etc. e depois de desfrutar com as compras nada melhor que descansar no Café Kahouat O Koubba, do século XI, com uma formosa cúpula e um não menos delicioso chá.
Seguindo o intrincado e exótico percurso chega-se à Kasba, construída durante vários séculos, é o ponto mais alto das muralhas.
Em seu interior destacam a Torre, do ano 859, com 30 m de altura desde a que se desfruta uma panorâmica da cidade realmente admirável e o Museu, o segundo em importância depois do Bardo da capital Tunisiana, onde podem-se contemplar excepcionais mosaicos nos que pode-se apreciar a história e a mitologia greco-romana, esculturas, pavimentos de importância como “Sátiros e Bacantes” do século II, medalhões, criptas funerárias, baixos-relevos, lápides, sarcófagos, cerâmicas, afrescos e pinturas, lâmpadas romanas, inscrições, e outros restos arqueológicos de grande interesse.
É importante lembrar que não se permite fotografia a menos que se pague na entrada uma módica quantidade para poder faze-la e sempre sem flash nem trípode. Horário: de 9:00 a 12:00 h. e de 15:00 a 18:30 h. De 1 de abril ao 30 de setembro e de 14:00 a 17:30 h. De 1 de outubro ao 31 de março. Fechado as segunda-feira.
São também de interesse a Cisterna de Safra, com uma capacidade de 3.000 metros cúbicos é uma construção realmente espetacular, a Mesquita de Sidi o Ammar, de pequeno tamanho com uma formosa decoração e a Mesquita de Bou Fatata, do século IX, muito simples.
A 5 quilômetros de Sousse, encontram-se as Catacumbas cristãs do século III, com mais de 15.000 túmulos expostos em dois ou três andares com uma altura que oscila entre um e três metros e mais de 240 galerias.
Para percorrer o lugar é recomendável levar uma lanterna e não ceder ao cansaço pois a visita realiza-se por um itinerário de um quilômetro dentro dos cinco que ocupam totalmente. Horário: de 9:00 a 12:00 h. e de 15:00 a 18:30 h. De 1 de abril ao 30 de setembro e de 14:00 a 17:30 h. De 1 de outubro ao 31 de março, fechado segunda-feira.
Port O Kantaoui
A mais de 5 quilômetros para o norte encontra-se Port O Kantaoui, um centro turístico de primeira categoria inaugurado em 1979 que conta com elegantes hotéis, ruas tranqüilas para passear e várias instalações esportivas como um campo de golf com 18 anos, quadras de tênis, etc., cassino e outros atrativos o convertem num pequeno paraíso.
Como curiosidade deve-se visitar o barco no que Roman Polansky rodou o filme “Piratas” que encontra-se atracado no porto.
MONASTIR
A 24 quilômetros de Sousse e no mesmo Golfo de Hammamet, localiza-se Monastir, berço de Bourguiba, pai da pátria. Na antigüidade foi um importante porto fenício chamado “Rus Pena” e hoje é um lugar turístico onde se compara o passado e o presente de forma paradoxo.
Destacam entre outros pontos seu maravilhoso Ribat do século VIII, que na antigüidade serviu como lugar de ensino, formação militar e armazém de guarnições e na atualidade, após várias restaurações que têm variado seu aspecto original, aparece como um conjunto arquitetônico que mistura diferentes estilos outorgando-lhe uma configuração estranha mas não por isso menos formosa.
No pátio sobressai a atalaya do vigia, que após subir seus 87 degraus oferece uma excelente vista da cidade, e resulta também interessantes, as celas dos monges guerreiros situadas em volta do pátio.
E nesta zona encontra-se o Museu que pode-se admirar manuscritos cúficos, vasos fatímidas, cerâmicas abasidas, moedas do século XI, e formosas miniaturas de grande interesse entre as que destaca um astrolábio árabe realizado no ano 927 na espanhola cidade de Córdoba.
Muito próximo a esta fortaleza encontra-se o Mausoléu da família Bourguiba, construído em 1963 e ampliado posteriormente, está protegido por dois minaretes de 25 metros de altura e com uma espetacular cúpula dourada. É o lugar no que estão enterrados o Presidente e sua família. A Mesquita de Bourguiba, inspirada na de Hammuda Pachá da Tunísia, impressiona pela sua capacidade para mais de mil pessoas na Sala de Oração, por suas 39 preciosas portas trabalhadas e suas 86 colunas de mármore rosado nas que descansa suas abóbodas.
Não pode-se deixar de visitar a Grande Mesquita, do século IX, que sobressai pela sua austera decoração e o cemitério no que destaca a Kubba de Sidi o Mezeri em cuja fachada podem-se contemplar umas impressionantes inscrições em caracteres cúficos.
Monastir têm outros atrativos como o Porto Deportivo, e suas águas turquesas e suas praias de branca areia, onde se pode praticar diversos esportes aquáticos.
Outros lugares de interesse nos arredores são os Jardins e a Residência Presidencial de Skanes, para sua visita se necessita uma licença especial, que destacam a decoração de cerâmicas do palácio; os formosos Acandilados do Kahlia; a igreja bizantina de Lamta e os formosos chales confeccionados a mão em Ksar Hellal.
MAHDIA
Ocupando o pequeno Cabo de África, Mahdia têm sido sempre um ponto estratégico pela sua posição geográfica. Na atualidade pode-se percorrer esta vila dando um agradável passeio no que, não tardando, aparecerá sua Grande Mesquita, construída no ano 921 foi a primeira realizada pelos fatimíes. Possui uma entrada com um porte monumental que lembra a uma fortaleza, a Sala de Oração conta com nichos nos lados típicos da arquitetura fatimí e seu minarete é uma reconstrução do edificado pelos ziríes do século XI.
Depois da Skifa o Kahla, escuro passadiço, é uma porta que pretendia assustar e impressionar à gente que acedera à antiga cidade e que, na atualidade, está ocupada por um animado zoco.
Um pouco além encontra-se o Museu do Tapete onde pode-se ver uma coleção de vestes tradicionais e os instrumentos necessários para confeccionar esta arte. Horário: de 9:00 a 12:00 h e de 14:00 a 17:30 h.
Fechado segunda-feira. Também resulta interessante o Museu da Arte e Tradições Populares alojado numa casa típica da burguesia da cidade na que pode-se contemplar os objetos e móveis utilizados por eles.
Por último pode-se visitar o Borj o Kébir, do século XVI, uma fortaleza que conta com salas abobadadas e desde a que podem-se desfrutar excelentes vistas. Horário: de 9:00 a 12:00 h e de 13:00 a 16:00 h fechado domingos e festivos. Resultam interessantes também os túmulos chiitas do século X, e nos arredores, os Mausoléus de Ksar Essaf, a necrópoles púnica do Alia e o Cabo de Butria.
O DJEM
Deixemos por uns momentos o litoral para dirigirmos a O Djem (O Jem), pequena cidade cujo máximo atrativo é seu maravilhoso Anfiteatro que majestoso e excelentemente conservado está considerado como o primeiro edifico de estas dimensões do norte da África e o sexto de todo o Império Romano.
Obra do imperador Gordiano do século III acolheu espetáculos sangrentos entre gladiadores e feras e, como não, entre feras e cristãos. De forma elíptica têm quase 150 metros de comprimento e 36 metros de altura e uma capacidade para trinta mil espectadores dispostos em três andares com 60 arcos corintias e que não contavam com plataforma que os separasse da areia.
Debaixo de sua construção, encontram-se duas galerias em forma de cruz com abóbadas onde se albergavam as feras, combatentes e condenados. O Coliseu continua firme ao passo do tempo.
A saída em direção para Sfax, numa antiga vila romana reconstruída aloja-se o Museu, onde exibem-se restos arqueológicos da época púnica, romana e cristã como formosos mosaicos recorridos nesta zona. Horário: de 8:00 a 12:00 h e de 14:30 a 18:00 h do 1 de abril a l 30 de setembro, e de 14:00 a 17:30 h. Do 1 de outubro ao 31 de março. Fechado na segunda-feira.
Com a mesma entrada pode-se aceder às escavações dos arredores entre as que destacam os restos de outro anfiteatro menor e pior conservado que o antes mencionado.
SFAX
Sfax é a segunda cidade do país, depois da Tunísia, e constitui o porto mais importante do país e um não menos importante lugar industrial.
Esta vila têm um aspecto europeu e conserva numerosos lugares históricos de interesse.
Como na maioria das cidades a visita pode iniciar-se em A Medina, rodeada por umas muralhas que são uma reconstrução e cuja entrada principal é Bade Diwan, edificada em 1306 e bombardeada durante a II Guerra Mundial. Também conserva-se uma torre de vigilância, O Nadhum, e passeando pela rua Mongui Slim, com formosas portas, se acede ao Museu de Artes e Tradições Populares, alojado no Palácio Dar Jalluli, que acolhe, em volta de um pátio, uma excelente coleção de artesanato da região onde pode-se apreciar a história de um povo através dos vestidos como trajes de boda, destilarias de jasmim, flor de limão, jóias, cerâmica, utensílios domésticos e aparatos para a preparação do khol que segundo a tradição realiza-se com sulfuro de antimônio, uma castanha cozida, uma pérola e um pedaço de coral tudo isso triturado e umedecido em flor de limão. Horário: de 9:00 a 12:00 h e de 14:00 a 17:30 h. Fechado na segunda-feira.
A Grande Mesquita do século IX sobressai do resto dos edifícios da Medina por seu minarete formado por três torres superpostas e decorado com diversos motivos.
Antes de abandonar a Medina vale a pena passear pelos diferentes zocos, muito interessantes pois se diferenciam de outros bazares por estar situados no primeiro andar em vez do terrio.
Destacam o Zoco de Djama onde se vende especiarias e ervas, o Zoco dos Forjadores onde os artesãos ainda trabalham com formas antigas, no Zoco Atarrime se pode encontrar especiarias, tecidos e vestidos, no Zoco dos Tintureiros com tecidos tingidos de bonitas cores e o Zoco dos Sapateiros.
Fora da Medina, no centro da cidade moderna, se encontra o Museu Arqueológico, situado na Prefeitura e exibe mosaicos paleocristiano, manuscritos cúficos dos séculos XI e XII, lâmpadas de azeite desde a época púnica até a romana, e diferentes objetos da época romana. Horário: de 9:00 a 12:00 h e de 15:00 a 18:30 h. De abril a setembro e de outubro a março de 14:00 a 17:30 h. Fechado na segunda-feira.
Ilhas Kerkkenah
Enfrente de Sfax encontram-se as Ilhas Kerkkenah, formadas pela Ilha Gharbi e Chergui, unidas entre si por uma calçada romana. Se acede a elas por meio de barcos que parte do porto de Sfax.
É um lugar tranqüilo onde poderá observar de perto a vida dos pescadores. Também é de interesse a ex-colonia romana de Thaenae, com umas excelentes termas. Horário: de 8:00 a 12:00 h e de 15:00 a 17:45 h.
SBEITLA
Situada no centro do país, e muito próxima a Kasserine, localiza-se a cidade de Sbeitla, a antiga Sufetula romana. Seus restos arqueológicos são seu máximo atrativo e encontram-se dispersas por todo o povoado.
O percurso inicia-se no Arco Triunfal de Diocleciano, ao sul da cidade, do século III d.C., a continuação dos fortes bizantinos e o Fórum, muito bem conservado, com 60 metros por 70 metros, do século II.
A Porta de Antoninos, com duas colunas corintias, abre as Três Templos dedicados a Júpiter, Juno e Minerva do século II e após o Fórum, três igrejas entre as quais destaca a Igreja de Vitalis, com cinco naves, que conserva uma grande pia batismal decorada com motivos diversos de mosaico branco, uma cruz bizantina e restos de mosaicos, a segunda é a Capela de São Jocundo e a terceira a Igreja de Bellator na que pode-se contemplar um batistério curvo. Na zona encontram-se o Edifício das Estações com uma formosa colunata, o anfiteatro e as Grandes Termas, que tiveram duas salas de água quente e duas salas de água fria.
KAIROUAN
De Sbeitla, em direção para Sousse, encontra-se a cidade árabe mais antiga da Tunísia: Kairouán, a capital religiosa do Magreb, considerada como a quarta cidade Santa depois de Meca, Fez e Jerusalém.
Como antiga capital do reino Aglabida se desenvolveu fortemente e suas principais construções datam deste período. Apesar de que os Hafsidas transladaram sua capital a Tunísia, Kairouan, traduzido literalmente quer dizer Praça forte, sempre conservou sua santidade como cidade.
Aqui não existe uma cidade moderna e os passeios pelas suas ruas, suas muralhas, as zauias, lugares religiosos, ou pelos seus zocos são elementos que cativam de forma imediata. Não existe outra cidade árabe igual.
Se recomenda iniciar uma vista na Grande Mesquita, a jóia da arte norte africano, que data do ano 671. Desde então têm sofrido restaurações e acréscimos que lhe têm outorgado uma estrutura peculiar.
Seu grande minarete, do ano 730, têm forma quadrada e está formado por três partes superpostas, coroado numa sóbria cúpula, erguendo-se sobre a planície com seus 35 metros de altura. por seu severo exterior a mesquita parece mais uma fortaleza que um edifício religioso mas ao cruzar o pórtico aparece um grande pátio rodeado por inumeráveis arcos conformando um formoso pórtico com um curioso relógio de sol.
A Sala de Oração, similar à de Córdoba, possui 17 naves, uma porta do século XI e um bosque de colunas bizantinas e romanas. O Minarete, um pequeno abside que indica a direção da Meca, com 130 placas de cerâmica traída especialmente de Bagdá no século IX, o Minbar, púlpito da grande mesquita de madeira trabalhada, e a Maksura, recinto do 1022 no que rezava o dirigente do momento, são o centro da oração.
Os Túmulos, à entrada da grande mesquita são do século XII e resultam impressionantes por suas formas e sua impactante cor branca, sem esquecer o Museu da mesquita, enfrente da mesma, onde exibem-se diferentes objetos como manuscritos, uma copia do Minrab, uma sala de abluções, cerâmicas e planos.
Destacam também a Mesquita do Barbeiro, remodelada em várias ocasiões, com um minarete do estilo andaluz, uma medersa, muros cobertos de azulejos, esplendidos artesanatos esculpidos em madeira de cedro e duas janelas neoclássicas Italianas, desde ela se atinge o Mausoléu com verdadeiras maravilhas como ovos de avestruz de mais de cinqüenta anos, livros sagrados, magníficos tapetes e não menos magníficos tapetes e inacreditáveis lâmpadas, e os Estanques dos Aghlabíes do século IX com 128 metros de diâmetro.
Não podem-se deixar de percorrer seus zocos do século XIII embora têm sido remodelados em várias ocasiões. Neles pode-se adquirir uma artesanato variado com diferentes artigos como cerâmicas, cobre, tapetes, perfumes, couro e jóias, entre outros. Resulta imprescindível uma visita à Mesquita Jama Tleta Bibane, das Três Portas, situada dentro do Zoco do Couro, num dos edifícios mais antigos da cidade.
De pequeno tamanho conta com uma formosa decoração na fachada.
Nos arredores vale a pena ver o complexo arquitetônico palaciano de Reqqada situado a 9 quilômetros e a lagoa salgada Sbkha de Sidi o Hani com 34 metros de comprimento e 20 quilômetros em sua parte mais larga.
Pontos turísticos
Chott El Jerid
Lago salgado que atravessa o país de leste à oeste, permanece a maior parte do tempo seco na sua superfície. No entanto, a um metro de profundidade, há água salgada que aflora à superfície em caso de chuva.
Há muitos pontos de areia movediça e lendas de caravanas inteiras desaparecendo ao tentar atravessar esse lago.
Cartago e Douga
São ruínas de antigas cidades. Douga, em melhor estado de conservação, possui vários templos, um grande anfiteatro, termas e casas.
Já Cartago, antiga capital cartaginense, foi destruída inúmeras vezes pelos romanos, que reutilizaram o material nela empregado, para outras construções. Atualmente só restam algumas ruínas das termas de Antonino.
Matmata
Região sul da Tunísia onde há habitações trogloditas. São habitações escavadas nas escarpas dos montes, ficando praticamente camufladas.
Acabam por ser utilizadas tanto como abrigo contra o frio e o calor intenso da região e também contra ataques inimigos.
Deserto de dunas
Ao sul da Tunísia, o deserto do Saara tem início com um grande deserto de dunas. Muitos passeios de camelo se originam nessa região.
Fonte: www.rumbo.com.br/www.geomade.com.br