Pólos Turísticos
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O Pólo Parque dos Lençóis, situado no litoral oriental do Maranhão, envolve os municípios de Humberto de Campos, Primeira Cruz, Santo Amaro e Barreirinhas. Seu maior atrativo é o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, belo e intrigante fenômeno da natureza, que tem Barreirinhas como principal portão de entrada.
O Parque Nacional dos Lençóis é um Paraíso ecológico com 155 mil hectares de dunas, rios, lagoas e manguezais.
Raro fenômeno geológico, foi formado ao longo de milhares de anos através da ação da natureza.
Suas paisagens são deslumbrantes: imensidões de areias que fazem o lugar assemelhar-se a um deserto.
Mas com características bem diferenciadas. Na verdade chove na região, que é banhada por rios.
E são as chuvas, aliás, que garantem aos Lençóis algumas das suas paisagens mais belas. As águas pluviais formam lagoas que se espalham em praticamente toda a área do parque formando uma paisagem inigualável. Algumas delas, como a Lagoa Azul e Lagoa Bonita já são famosas pela beleza e condições de banho. Os povoados de Caburé, Atins e Mandacaru são pontos de visita obrigatórios.
Lençóis Maranhenses
Atrativos
Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses 155 mil hectares de pura natureza e muitas surpresas para o viajante, num roteiro que inclui visuais sedutores e por de sol inesquecível, flora e fauna abundantes. Grandes vastidões de dunas, lagoas, banhos de mar esperam pelo turista neste verdadeiro santuário da natureza.
Praias – Ponta do Mangue, Moitas, Vassouras, Morro do Boi, e Barra do Tatu são algumas das belas praias que esperam pelo turista em Barreirinhas. Chega-se de barco a todas elas, partindo-se da sede do município.
Mandacaru – Vila de pescadores onde a maior atração é um farol de 54 metros de altura, de onde se tem um belo visual do parque.
Caburé – Um delicioso refúgio onde o visitante pode tomar banho de mar e tirar o sal do corpo em água doce. Boa opção de pernoite. Existem chalés e boa comida.
Como Chegar
A partir de São Luís, pela MA 402, a Translitorânea, chega-se a Barreirinhas (principal portão de entrada do parque) em 3 horas de viagem. Ônibus partem diariamente do Terminal Rodoviário de São Luís. De avião bimotor e monomotor, a partir de São Luís, chega-se a Barreirinhas em 50 minutos, em média. A vantagem desse meio de transporte é poder apreciar as belíssimas paisagens aéreas dos Lençóis.
A Cooperativa de Serviços Turísticos de Santo Amaro do Maranhão através de seus cooperados, oferece Serviços de Transporte, Hospedagem, Alimentação, Entretenimento, Venda de Produtos Artesanais, Passeios e Guias locais.
Na Localidade as saídas para Santo Amaro são diárias: pela manhã às 08 horas e a tarde às 17 horas.
Para quem possui veículos 4×4, partindo de São Luís pelas Rodovias BR 135 até a Bacabeira e de lá passando por Rosário pela Rodovia MA 110 até Morros.
De Morros siga pela BR 402 (Translitorânea) até o Km 101 na localidade Sangue. A partir desse ponto são 40 quilômetros de aventura e adrenalina até Santo Amaro do Maranhão.
Dicas o que levar
O Parque Nacional dos Lençóis é um lugar de puro contato com a natureza. Por isso, nem pensar em levar roupas pesadas. Apenas shorts, camisetas, sandálias tipo papete, capa de chuva, chapéu e trajes de banho. Roupas mais aconchegantes são aconselhadas apenas para a noite. Repelentes, óculos escuros e protetor solar devem estar incluídos na bagagem.
Fonte: www.turismo.ma.gov.br
Lençóis Maranhenses
Imagine conhecer o mais puro, intacto e impressionante pedaço do litoral brasileiro – partindo de São Luíz do Maranhão e chegando a Parnaíba, sua divisa com o Piauí. Imagine agora conhecê-lo ainda em sua forma original, como um pioneiro, percorrendo seus caminhos em veículos 4X4, navegando seus rios, banhando-se em suas lagoas, subindo por suas dunas, passeando por seus espaços abertos.
Não existe nada comparável aos fascinantes Lençóis Maranhenses. Eles formam uma grande região entre os municípios de Primeira Cruz, Santo Amaro e Barreirinhas, às margens do Rio Preguiças, no Maranhão.
São 155.000 ha. cheios de altas dunas com até 40 metros de altura e lagoas de água doce (durante boa parte do ano). A Barra do Rio Preguiças marca também o início de uma Área de Proteção Ambiental que se estende até o Delta das Américas.
Dos Lençóis Maranhenses chega-se ao Rio Parnaíba, rio que separa o Maranhão do Piauí. O Parnaíba é o único rio do mundo que tem sua foz em mar aberto. Ele chega ao Atlântico através de cinco barras, formando um emaranhado de igarapés, lagoas, ilhas de todos os tamanhos, algumas cobertas por florestas, outras, dunas com até 40 metros, manguezais e praias desertas.
Durante boa parte do ano as dunas douradas do Maranhão ficam entremeadas por milhares de lagoas de águas cristalinas. De lá atravessamos ao Ceará para culminar na afamada Jeri, o mais badalado e exótico destino de praia do Ceará.
O que é?
Lençóis Maranhenses é um deserto de dunas de areia junto ao mar, com aproximadamente 900Km² (ou 180.000 campos de futebol) de dunas de areia e lagoas interdunares de água doce formadas pela chuva. A faixa de dunas avança, a partir do mar, de 5 a 25 km em direção ao interior.
O nome lençóis vem do formato das suas dunas que, quanto vistas do alto, que parece um imenso lençol branco com suas dobras e reentrâncias.
A beleza das lagoas de água doce formadas pelas chuvas é indescritível, estas se formam no período das chuvas que vai de dezembro a junho, criando milhares de lagoas nas reentrâncias das imensas dunas de areia. Lagoas de todos os tamanhos, formas e cores (verde, verde esmeralda, azul, azul claro, marrom, negras).
Qual a melhor época para visitar?
Todas as lagos dos Lençóis Maranhenses são de água doce, formados pela água da chuva. A falta de chuvas, em determinadas épocas do ano seca grande parte dos lagos. A época de chuvas ocorre de dezembro a junho. Assim, o melhor período de visitação é entre maio e julho, no final do período de chuvas, quando as lagoas estão cheias e com água bem limpa e renovada.
Como chegar?
Para se conhecer os Lençóis Maranhenses deve-se seguir até São Luiz, capital do Maranhão e de lá para as cidades de Barreirinhas ou Santo Amaro, as cidades mais próximas dos Lençóis. O aeroporto de São Luis é regional e não recebe vôos internacionais. Geralmente os vôos internacionais fazem escala no Rio, São Paulo ou outra cidade do Nordeste.
Barreirinhas fica a 324Km de São Luiz, é uma cidade pequena mas com boa estrutura turística. Tem muitas pousadas, hotéis, restaurantes, serviços de internet e transportes, etc. O acesso pode ser feito por carro alugado, ônibus (empresa Cisne Branco) ou por serviços de transfer contratados pelas pousadas e hotéis de Barreirinhas.
São cerca de 4 horas de viagem de carro e 5 horas de ônibus. Barreirinhas tem um aeroporto para aeronaves de pequeno porte que podem ser contratadas para fazer o transporte de São Luiz ou de outras cidades do Nordeste. Não existem vôos regulares para Barreirinhas. O ponto fraco da cidade é ela fica um pouco distante do Parque dos Lençóis (cerca de 30km) e os deslocamentos são maiores.
Santo Amaro é uma vila de pescadores bem simples e que fica praticamente dentro dos Lençóis Maranhenses. A vila dista 280Km de São Luiz, sendo que 30Km deste trajeto é feito em estrada de areia com muitas áreas alagadas.
Estas estradas de areia não têm sinalização. Assim, se você vier de carro é recomendável que esta viagem seja feita em veículos offroad, com tração 4×4 e acompanhado por guias ou pessoas que conheçam a região.
Para chegar em Santo Amaro o ideal é pegar os transportes de van que partem de São Luiz pela manhã e à tarde (as pousada e hotéis de Santo Amaro tem as informações precisas sobre os horários). As vans param numa localidade conhecida como Sangue, onde os passageiros embarcam em Toyotas Bandeirantes adaptadas para transportar passageiros e que fazem o trajeto pela estrada de areia.
Em Santo Amaro a estrutura turística ainda é bastante precária mas as pessoas são muito amáveis e cordiais. Existem algumas pousadas e restaurantes simples, também é possível ficar hospedado em quartos alugados por moradores.
Não existem caixas eletrônicos e há uma agência apenas do Banco do Brasil. O ponto positivo é Santo Amaro é que a cidade está praticamente dentro do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses e, além disso, as lagoas e dunas de Santo Amaro são maiores e mais bonitas do que as de Barreirinhas.
Fonte: www.scorpiustur.com.br
Lençóis Maranhenses
Situado no litoral do Maranhão, Lençóis Maranhenses foi eleita uma das mais belas maravilhas naturais do mundo.
O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses é composto por as imensas dunas de areia, lagoas e mar.
A paisagem é deslumbrante com as praias do Mangue, Morro do Boi e Barra do Tatu, além da vila dos pescadores Mandacaru com seu imenso farol de 54 metros e os chalés da comunidade de Caburé.
Fonte: www.gambira.com
Lençóis Maranhenses
Lençóis Maranhenses
Um extenso deserto de areia, vento e sol. Os Lençóis Maranhenses realmente impressionam, não só pelo tamanho, equivalente à área da cidade de São Paulo, mas pela beleza única e poderosa.
O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, repleto de dunas e lagoas, é considerado o maior deserto do Brasil, que nasceu da combinação do leito arenoso do Rio Preguiças, com os ventos que, naquele trecho do litoral do Maranhão, sopram na direção do continente, jogando as areias de volta para o interior.
Tudo começa em Barreirinhas
As dunas dos Lençóis avançam 50 km continente adentro e cercam uma praia deserta com 70 km de extensão, que recebe nomes variados: Capivara, Guajiru, Bonzinho, Rio Negro e Travosa. Algumas dunas chegam até aos 40 metros de altura, ainda que estejam em constante mutação graças ao vento forte.
O ponto de partida para uma viagem aos Lençóis Maranhenses é a capital, São Luís, que está a 250 km, ou cerca de três horas de carro, de Barreirinhas, cidade às portas do parque nacional. Barreirinhas conta com um pequeno aeroporto, o qual ainda não está autorizado pela Anac a receber vôos.
A cidade está às margens do Rio Preguiças, onde traineiras de pesca navegam entre lanchas que levam os turistas para passeios. Não fossem os muitos quadriciclos e jipões que circulam pelas ruas, muitas delas sem calçamento, nem se notaria a vocação turística de Barreirinhas.
Lençóis Maranhenses
Rumo aos Lençóis
Os passeios que saem de Barreirinhas rumo aos Lençóis Maranhenses são feitos em jipes do tipo pau-de-arara, com bancos na carroceria. Esses, após atravessarem de balsa o Rio Preguiças, seguem por estradinhas de areia sem sinalização até o início do trecho de dunas. Para fazer o passeio é preciso contratar as agências locais.
Os jipes partem todos os dias em direção às duas lagoas mais próximas, a Azul e a Bonita. O parque nacional não conta com nenhuma infraestrutura para receber os visitantes, para comprar bebidas e descansar na sombra só é possível ao lado do estacionamento onde os jipes param, antes do início da caminhada pelas dunas.
Na chegada à Lagoa Bonita, depois que o jipe para ao pé da duna, basta escalar o morro de areia para dar de cara com o espetáculo de sucessivas dunas, que fazem lembrar o Deserto do Saara, com a diferença de que há espelhos dágua azulados entre cada uma delas.
Uma caminhada de poucos minutos termina ao lado da lagoa, onde não se perde tempo para cair na água morna e cristalina, que rende um banho relaxante. Na Lagoa Azul, a paisagem é praticamente idêntica, tanto em um roteiro quanto no outro, prefira ir à tarde para poder assistir ao magnífico pôr do sol.
De barco pelo Rio Preguiças
Outra forma de explorar a região dos Lençóis é embarcar em uma das lanchas voadeiras que descem o Rio Preguiças quase até a foz e fazem parada em três comunidades ribeirinhas, com muitos manguezais e buritis às margens do caminho.
Próximo à foz do rio é feito um pit stop para almoço no restaurante da Pousada Porto Buriti, em Caburé. É a oportunidade para provar um prato típico, o arroz de cuxá, preparado com camarão seco, gergelim e vinagreira, uma folha de sabor levemente azedo.
Do restaurante, são apenas poucos passos até pisar na Praia de Caburé, uma faixa de areia larga e deserta, que segue assim por 25 km até o Delta do Parnaíba, maravilha que o Maranhão divide com o Piauí. Melhor do que caminhar na praia é alugar um quadriciclo (R$ 50 por meia hora) e ir até a desembocadura do Rio Preguiças.
Para ter um panorama completo e emocionante dos passeios aos Lençóis, dos vôos panorâmicos em aviões monomotores é possível ter uma idéia clara da dimensão grandiosa da mais impressionante das paisagens brasileiras.
O lado B dos Lençóis Maranhenses
Os ecoturistas mais aventureiros podem explorar a parte menos conhecida dos Lençóis Maranhenses se optarem pela hospedagem em dois locais: na Vila de Atins, que fica ao lado da foz do Rio Preguiças, e na cidade de Santo Amaro do Maranhão, do lado oeste do parque nacional. Os dois vilarejos servem como pontos de partida para visitar paisagens muito pouco conhecidas.
Para chegar a Atins, é preciso ir de barco desde Barreirinhas e lá contratar guias para fazer caminhadas com duração de uma a três horas até a Lagoa Tropical.
No caminho, há uma parada para comer o churrasco de camarão no restaurante de dona Luzia.
Já para ir a Santo Amaro do Maranhão, que está a 96 km de Barreirinhas, há duas opções: contratar um jipe. Ou então, no melhor estilo mochileiro, pegar o ônibus regular Barreirinhas São Luís, que faz uma parada no município de Sangue, e de lá seguir nos jipes de moradores para Santo Amaro. Os passeios em Santo Amaro levam às lagoas Emendadas e Gaivotas, que os nativos garantem ser a mais bela do parque.
Fonte: www.viaje.com.br
Lençóis Maranhenses
Dizem que o Brasil é um país abençoado por Deus e bonito por natureza. No entanto, olhando os Lençóis Maranhenses conclui-se que aqui a natureza resolveu se exibir. O lugar recebeu esse nome, porque vendo esse mundo de areia branca cheia de dobras feitas pelos fortes ventos que sopram o tempo todo, tem-se a impressão de se está diante de uma cama coberta com lençóis brancos, desarrumados.
Costumam chamar os Lençóis Maranhenses de Saara Brasileiro, como batizaram Recife de Veneza Brasileira, entretanto isso faz lembrar as artimanhas do turismo que tem o hábito de criar verdadeiros simulacros os não-lugares¹.
Esse pecado não deve ser cometido com um lugar único, mágico, que não deve ser comparado com nenhum outro lugar do mundo, como é o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, daqui em diante chamado de PNLM. Mas, como surgiu esse magnífico cenário?
“No litoral irregular do Maranhão, as correntes marítimas favorecem o acúmulo da areia ali despejada pelos rios Preguiças e Parnaíba. Com o recuo da maré, larga faixa de praia fica exposta ao sol, que seca a finíssima areia de quartzo e facilita o seu transporte por ventos de até 70 quilômetros por hora que sopram do oceano. Assim se teriam formado as dunas, em 10 milhões de anos, ao longo de um trecho de 70 quilômetros de costa. Elas avançam 50 quilômetros sobre o continente e atingem mais de 20 metros de altura. Conforme os ventos, chegam a se deslocar até 20 metros em um ano. Como nesse deserto brasileiro chove 1600 milímetros anuais, (mais de 300 vezes do que no Saara), de dezembro a julho, há uma proporção de uma lagoa para cada duna. Muitas delas secam, mas não totalmente. O fundo poroso e barrento permanece úmido, acolhendo e conservando os ovos de peixe ali depositados. Assim o ciclo reprodutivo não é interrompido. Os peixes alimentam árvores migratórias como a marreca, o trinta-réis-boreal e o maçarico-rasteirinho, procedente do ártico. Tartarugas de diferentes espécies são vistas junto ao mar, na época da desova. Pacas e veados-mateiros destacam-se entre os mamíferos. Inúmeros peixes, crustáceos e moluscos habitam a região de manguezais na ponta noroeste do PNLM, criado em 1981, ainda hoje um dos mais agrestes do país. (Revista Terra, setembro, 2002)”.
As imagens que são passadas pela mídia por meio de revistas, jornais ou pela televisão, transformam o PNLM num sonho de consumo, tanto do ponto de vista dos turistas, que seguindo uma tendência do mercado turístico, onde o turismo ecológico ganha cada vez mais adeptos, como também dos investidores, que vislumbram a oportunidade de criar um empreendimento no local, como uma pousada, um restaurante ou uma agência de turismo.
Tudo isso faz com que as pessoas que habitam o local se sintam ameaçadas pelos impactos que as atividades turísticas podem causar, especialmente ao meio ambiente, conforme já se verificou em outras destinações turísticas onde a natureza é o principal produto turístico, como é o caso dos Lençóis Maranhenses.
Como chegar aos Lençóis Maranhenses?
Saindo de São Luís, capital do Maranhão, para Barreirinhas, cidade considerada portal de entrada para os Lençóis Maranhenses, a viagem pode ser feita em 40 minutos, de avião (aeronave de pequeno porte), ou em três horas, de ônibus, e menos de três horas de carro próprio ou alugado nas agências de turismo em São Luís.
São 260 quilômetros de estrada bem conservada, saindo pela BR 135 até Bacabeira (50 quilômetros), mais 10 quilômetros para a pequena cidade de Rosário e seguindo pela MA-402, são 200 quilômetros de estrada asfaltada, passando por Morros, trevo de Humberto de Campos, com lindas paisagens, até chegar em Barreirinhas. Nas proximidades já é possível perceber a aproximação com uma área de preservação ambiental, pelas várias placas espalhadas no percurso.
Com o asfaltamento dessa estrada o turismo iniciou uma nova fase no Maranhão.
Os Lençóis Maranhenses passaram a fazer parte do roteiro turístico dos maranhenses, piauienses, cearenses e demais brasileiros de vários estados que antes não tinham coragem de enfrentar 200 quilômetros de estrada de chão.
Barreirinhas
Conhecida como portal dos Lençóis Maranhenses, Barreirinhas é descrita por quem a visita como “uma cidadezinha agradável, de gente muito educada” e já consolidada como um dos principais pólos turísticos do Maranhão e do Brasil.
A cada dia que passa essa única entrada para o centro da cidade fica mais apertada. Até parece que a natureza aqui resolveu recepcionar os visitantes por meio dessa imensa duna no Morro da Ladeira (dizem que no futuro essa passagem deixará de existir).
O movimento dessa duna já obrigou as autoridades a planejarem uma outra porta de entrada da cidade e os moradores já se preparam para mudar de casa num futuro não muito distante. É para que se entenda que nesse lugar a mãe natureza deve ser respeitada.
Barreirinhas foi uma dessas cidades que ficam isoladas do mundo por muitos anos até que um fato marcante as tire do anonimato. Criada em 1930, somente em 1970 começa a aparecer, quando a Petrobrás ensaiou a prospecção de petróleo na região.
Por ser a cidade mais desenvolvida da região, composta por inúmeras cidades de pequeno porte, como Humberto de Campos, Primeira Cruz, Urbano Santos, Paulino Neves e dezenas de povoados que vivem da pesca e da agricultura e vendem seus produtos na cidade e ao mesmo tempo compram os itens que necessitam para a sua subsistência.
Por essas razões Barreirinhas foi beneficiada, e cada dia que passa é visível a sua liderança regional, principalmente com o advento do turismo.
Até pouco tempo, ir de São Luís a Barreirinhas era uma aventura, levava-se de 8 a 10 horas em estrada de poeira no verão e lama no inverno. O asfaltamento da estrada foi comemorado como o grande sonho realizado pela sua população. O tráfego continua complicado entre a cidade e as demais localidades.
As vias estão sujeitas às condições sazonais: no alto inverno, ficam alagadas, no alto verão, a areia seca, torna-se muita fofa, só permitindo o tráfego por meio de veículos com tração nas quatro rodas. Entretanto, de Rosário a Barreirinhas a estrada é ótima, reduzindo o tempo da viagem para três horas.
A cidade recebeu o nome de Barreirinhas em virtude de haver muitas ladeiras e barreiras na região, quando não passava de um pequeno povoado. De acordo com os dados históricos de Barreirinhas, a sua emancipação foi em 29 de março de 1938, data comemorativa do aniversário da cidade.
O município tem uma área de 2.477 k² e uma população de 39.360 habitantes, sendo 14.000 habitantes na área urbana e 25.360 distribuídos nos povoados da zona rural, muitos deles considerados pontos turísticos da região dos Lençóis Maranhenses, como Vassouras, Mandacaru, Atins, Caburé, Espadarte e Queimada dos Britos.
Barreirinhas tem algo que a difere de outras cidades. Quando o turista passa por essa duna gigante do Morro da Ladeira, ele sente que nessa cidade tudo tem um significado. As cidades possuem signos, símbolos, representações que variam no tempo. Seus espaços não são meramente geográficos, por meio deles é possível pensar, criar, construir expectativas sobre as práticas sociais (Salete Machado, – O Estrangeiro na cidade).
O município é considerado pela EMRATUR como um dos principais pólos turísticos do Maranhão, pois conta com atrativos turísticos que vão dos Lençóis Maranhenses ao Delta do Parnaíba ou Delta das Américas. Limita-se ao norte com o Oceano Atlântico, ao sul com Santa Quitéria e Santana do Maranhão, a leste com Paulino Neves e a oeste com Santo Amaro do Maranhão.
Além das paisagens mágicas dos Lençóis Maranhenses, o lugar tem o céu mais bonito do Brasil, sempre azul e um sol que brilha o dia todo, tornando esse deserto maranhense repleto de oásis, com dunas gigantes, lagoas de uma beleza extraordinária, de várias tonalidades, um lugar realmente mágico, onde ao amanhecer a natureza promove um verdadeiro espetáculo, – o primeiro do dia, pois no final da tarde, o por do sol se transforma num cenário que inspira poesia e quando chega a noite, se for de lua cheia, aí natureza desatina de vez.
Somando-se às belezas de suas dunas e lagoas em forma de enguias, que ao longo dos tempos vão tomando novas formas, a região oferece outros atrativos como belas praias em Vassouras, Atins e Caburé. Na foz do rio Preguiças em Atins, a natureza outra vez demonstra toda a sua magia, – o encontro do rio com o mar, os manguezais, os pássaros, uma praia que não tem tamanho, um mar calmo e transparente, dunas, um pescador na sua pequena embarcação retirando das águas o sustento de sua família.
Tudo isso transforma o olhar do estrangeiro, que ao chegar nos Lençóis Maranhenses influenciado pela mídia que veicula as mais estonteantes imagens como produto turístico, com fins comerciais, acaba internalizando o sentimento de pertença. Ele sente que esse cenário também é seu e que precisa ser preservado.
De acordo com Dantona, os Lençóis Maranhenses não são apenas um cartão postal, mas um tecido de práticas humanas, repleto de significados atribuídos por aqueles que ali vivem e manejam seus recursos, e por aqueles que para ali dirigem seus esforços e sentimentos.
O Rio Preguiças
Se alguém perguntar ao nativo da região dos Lençóis Maranhenses, qual a importância do rio Preguiças para o local, ele responderá com firmeza o Preguiças é a nossa maior riqueza.
O rio Preguiças é tão significativo para Barreirinhas, que embora seja desconhecida a data de penetração do homem no território, admite-se que tal fato ocorreu pelo rio Preguiças e por seus afluentes, que permitem o tráfego de pequenas embarcações.
Conforme depoimentos de antigos moradores, a fixação do homem na região também recebeu influência do rio Preguiças e seus afluentes, pela fertilidade do solo, pelas pastagens e campos apropriados para a criação de gado e principalmente pela quantidade abundante de peixes, além do clima favorecido pelas águas do rio.
Outro fato importante que marcou o povoamento de Barreirinhas, nas margens do rio Preguiças, foi a construção de uma ponte, em 1849, sobre o rio Mocambo, permitindo a passagem de quem vinha por uma estrada que ligava Campo Maior no Piauí a Icatu no Maranhão, passando pela cidade de Brejo no território maranhense.
(Prefeitura Municipal de Barreirinhas Secretaria de Turismo e Meio Ambiente). Ainda, segundo dados da Prefeitura de Barreirinhas, há vestígios de povos antigos que povoaram a região, onde existia um engenho de cana-de-açúcar movido à roda dágua, localizado à margem do rio Achuí. (início do século XVIII).
O rio recebeu o nome Preguiças pela grande quantidade de preguiças que existiam nas suas margens, além da semelhança que as águas do rio tem com o bicho preguiça, por correrem preguiçosamente, tanto na enchente quanto na vazante, dando a impressão, muitas vezes, de estarem quase paradas. È um rio genuinamente maranhense, que tem a nascente no município de Anapurus e percorre 160 quilômetros, dando uma espécie de abraço em Barreirinhas, para desaguar no mar entre Atins e Caburé.
O movimento do rio Preguiças muda de direção de seis em seis horas o mar determina o sentido da sua correnteza. Por este motivo é considerado muito perigoso, pois a mansidão das suas águas na superfície, se transforma em armadilha para os banhistas mais afoitos, que quando mergulham, são arrastados pelas fortes correntezas invisíveis, que já causaram muitas mortes.
Existem muitas lendas envolvendo o rio Preguiças, contadas pelos guias, que são ao mesmo tempo, condutores das embarcações, – lanchas voadeiras, com capacidade para 6 ou 8 pessoas. Enquanto levam os turistas para o passeio pelo rio, com destino ao PNLM, passando por Vassouras, Atins e Caburé, vão contando suas lendas.
Nesse Passeio, onde tudo é acertado no início da viagem, o turista paga, em média, R$ 40,00 pela passagem. Caso queira fazer a viagem fluvial em embarcações de linha, – lanchas com maior capacidade de passageiros, paga mais barato, mas perde muito tempo, pois esse tipo de embarcação leva em média 3 horas de viagem entre Barreirinhas e Caburé.
A aventura turística nos Lençóis Maranhenses iniciada pelo rio Preguiças deixa o turista em estado de graça logo na saída de Barreirinhas, quando o condutor da voadeira deixa o leito principal do rio, para ganhar tempo, toma um atalho, colocando o turista ainda mais em contato com a paisagem, composta de uma rica fauna e flora, manguezais e imensos buritizais.
Nas proximidades de Vassouras o rio Preguiças se multiplica, formando um verdadeiro trevo fluvial. E agora? Pergunta o turista ao condutor do barco, encantado com a paisagem, o manguezal enfeitado de guarás brancos e vermelhos, e confuso com a falta de sinalização, como se fosse possível haver placas no meio do rio indicando o caminho a seguir.
É aí que as lendas começam a serem contadas pelo guia: Olhem, se tomarmos essa direção (apontando para um dos braços do rio) vamos de encontro a um dos grandes mistérios do rio Preguiças. È comum, ao entardecer, ouvir-se tambores tocando sem parar e não adianta seguir em frente, pois nunca vamos alcançar as pessoas que tocam esses tambores, dizem que são mulheres mãe-dágua diz emocionado o condutor da voadeira.
Vassouras
Seguindo pelo rio, quando já é possível notar as águas do Preguiças se misturando com o mar, pela sua agitação, eis que surge de repente um clarão no manguezal, – é Vassouras, primeira parada, para os primeiros contatos dos turistas com os nativos do lugar, chamado Pequenos Lençóis e com as maravilhosas dunas e lagoas dos Lençóis Maranhenses.
O guia vai logo informando: Aqui, até o final de julho, início de agosto, era possível encontrar lagoas belíssimas, de águas cristalinas, mas agora (final de agosto) a parada aqui é só para contemplar as dunas e tomar uma água de coco.
Vassouras, região conhecida como Pequenos Lençóis é a primeira amostra da grandeza dos Lençóis Maranhenses. No local, observa-se, com espanto, a imensidão das dunas que chegam a 40 metros de altura. Lá embaixo vê-se uma casa de pescadores, de uma família que construiu uma cabana ao lado de outras do mesmo nível, logo na entrada, formando um pequeno núcleo comercial para recepcionar os turistas que visitam o lugar, dispondo de peças diversas de artesanato, bebidas, refrigerantes, salgadinhos, coco da praia.
A dona da barraca diz: aqui passamos o dia trabalhando, ganhando o sustento da família e quando anoitece vamos para casa. Aqui são filhos e sobrinhos, – apontando para quase uma dezena de meninos e meninas, na faixa etária dos cinco aos quinze anos.
Ana Cléa de dez anos diz que é guia de turista, – ganho de dez a cinco reais de cada turista e entrego o dinheiro para minha mãe comprar café, farinha e meus cadernos.
Segue falando: eu mostro as dunas e digo para os turistas que daqui a gente já vê o mar.
Observa-se que na região dos Lençóis, a exemplo do que acontece nas grandes cidades, as crianças participam ativamente da construção da renda familiar, quer seja, trabalhando na lavoura, no artesanato, ou mesmo como guia de turismo em Vassouras ou Mandacaru, como é o caso de Ana Cléa.
Farol de Mandacaru
Mandacaru é a segunda atração turística seguindo pelo rio Preguiças. Observa-se a mesma situação ocorrida em Vassouras na chegada em Mandacaru. Muitas crianças se aproximam do barco e um vai logo mostrando suas qualidades de guia de turismo. Aqui é o Farol de Mandacaru, o farol tem 35 metros, essa casa aqui do lado foi onde a Ana Maria Braga e Louro José falaram naquele alto-falante. Se não fosse interrompido continuaria falando por muito tempo, tudo decorado, como acontece nas demais destinações turísticas do Brasil. Quando alguém interrompe o discurso, o garotinho começa tudo de novo.
Mandacaru é uma pequena vila de pescadores que tem o Farol Preguiças, mais conhecido como Farol de Mandacaru como atração turística. O farol foi construído em 1940, mas só foi inaugurado em 1944 pelo Almirante Moraes Rego. O farol, com 45 metros de altura, 160 degraus foi construído com o objetivo de guiar os navegadores, livrá-los dos perigos da região, onde o mar apresenta pouca profundidade, gerando muitos acidentes.
Do farol tem-se uma vista panorâmica que combina com a magia dos Lençóis Maranhenses, onde é possível ver os povoados de Mandacaru e Atins¹, outra vila de pescadores que fica de frente para o foz do rio Preguiças.
Farol de Mandacaru
Caburé
A exemplo do rio Preguiças, Caburé recebeu essa denominação em virtude da quantidade de aves com esse nome que existiam na ilha. O lugar é a tradução da beleza, o Preguiças na frente e o Atlântico nos fundos. Caburé fica bem próximo da foz do rio Preguiças.
Tem uma população nômade, por conta dos fortes ventos que sobram do mar, transformando constantemente o lugar e obrigando os moradores a abandonar suas casas no fim do inverno. O retorno acontece só no ano seguinte, considerando que existem somente duas estações na região inverno e verão.
Assim como outros povoados da região como Vassouras, Moitas e Morro do Boi, o lugar tem uma semelhança com certas tribos indígenas, com suas cabanas feitas de madeira e palha de buriti. Os habitantes geralmente são de Barreirinhas ou de outras localidades, especialmente de Tapuio e Laranjeiras.
O lugar funciona como ponto final do passeio pelo rio Preguiças, especialmente, para o almoço. No final de agosto o lugar parece abandonado, as cabanas são invadidas pelas dunas de areias brancas como açúcar, empurradas pelos fortes ventos que vem do mar, restando pouca coisa funcionando. Entretanto, a Cabana do Paulo está pronta para um atendimento de primeira qualidade um cardápio onde há peixe para todos os gostos.
Depois, vale a pena deitar numa rede, sentir por alguns momentos o que significa qualidade de vida, não esquecendo de conversar com o Paulo e saber como e quando ele chegou em Caburé.
Entre Caburé e Atins localiza-se a foz do Rio Preguiças. O cenário é composto pelo rio, o mar, uma imensa praia virgem, a vila de Atins, onde se inicia o Parque dos Lençóis Maranhenses e o manguezal.
O guia descreve o lugar da seguinte forma: – “Este lugar é o mais bonito da região dos Lençóis, não há turista que não fique enfeitiçado quando chega aqui”.
Em seguida, é só tomar um banho no Atlântico, entrar na voadeira e retornar à Barreirinhas, tendo concluído um dos passeios imperdíveis nos Lençóis Maranhenses, que, normalmente, dura um dia, via rio Preguiças.
As Lagoas dos Grandes Lençóis
O segundo passeio, agora por via terrestre, tem a mesma duração do primeiro, via rio Preguiças. Saída às 9 horas e retorno no final da tarde. A finalidade é conhecer as maravilhosas lagoas dos Grandes Lençóis.
Para esse passeio o turista precisa tomar certas providências, tais como: comprar água, refrigerante ou suco, biscoito ou qualquer outro tipo de lanche. É necessário levar também protetor solar. Nas dunas e lagoas dos Grandes Lençóis não há infra-estrutura alguma, não existem pousadas nem restaurantes, é só dunas, sol e lindas lagoas.
O transporte é uma toyota 4×4, que leva geralmente de seis a sete pessoas, sendo uma na cabine e seis na carroceria com banco de madeira, bastante desconfortável. Logo na saída de Barreirinhas é precisa atravessar o rio Preguiças, – numa ponte móvel que recebe o nome de pontão.
A estrada é um verdadeiro banco de areia, com uma bitola que somente um piloto experiente é capaz de conduzir o veículo. Tem trechos do percurso que é preciso aceleração máxima e tem-se a impressão que o carro vai sair da bitola e chocar-se com as cercas de madeira, das pequenas propriedades com plantações de mandioca e muitos cajueiros, – uma das riquezas do lugar. Durante a viagem ouve-se com freqüência os gritos dos turistas segura peão, como se estivessem montados em touros ou cavalos bravos.
Existem também alguns riachos, difícil de acreditar que o carro vai passar, isso, em pleno mês de agosto, período que já não chove na região. As chuvas acontecem geralmente no período de dezembro a junho. A melhor época para conhecer as lagoas éentre o início de junho e final de agosto, período em que as lagoas estão cheias e o tempo é muito bom.
Depois de uma hora de viagem, surgem as dunas. Encontra-se numa árvore retorcida, vegetação de cerrado, uma placa sinalizando que no pé daquela montanha de areia branca inicia-se uma viagem por um lugar mágico chamado Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. É a área chamada de Grandes Lençóis.
Nesse ponto ficam as toyotas e seus motoristas.
Morrarias – Grandes Lençóis
No final da imensa duna já é possível contemplar toda a magia dos Lençóis Maranhenses.
O sol é intenso, o vento faz um barulho que parece anunciar uma tempestade, os grupos de turistas vão surgindo e aos gritos, deslumbrados, vão falando coisas como: “nunca imaginei que fosse tão bonito assim, “fantástico, isso é um paraíso” e correm para as lagoas coloridas do PNLM .
Lagoa Azul
A primeira lagoa dos Grandes Lençóis é a mais bonita de todas tem o nome de Lagoa Azul. O cenário é indescritível, não é possível, especialmente para quem não tem a poesia nas veias, encontrar palavras para dar significados a tanta mistura de azul do céu com o branco das areias, dando cores às águas da lagoa que mudam de tonalidade, ora verde, ora azul, é a natureza brincando com a imaginação dos turistas.
Esse cenário é mutável. O vento forte que bate nessas enormes paredes com o passar do tempo vai transformando o formato da lagoa, às vezes, essa grande piscina vai se confundindo com uma enorme enguia, as extremidades também podem ser transformadas em duas ou três outras lagoas.
Depois de um banho demorado, é preciso o guia avisar que já é hora de seguir adiante, para conhecer outras lagoas, escalar novas dunas.
Ao retomar o passeio, o guia orienta os turistas sobre os melhores caminhos para se chegar a outras lagoas, o que é impossível para um grupo de pessoas que não conhece o local e facilmente, sem o guia, se perde pelo imenso deserto.
Vão surgindo morrarias e mais morrarias, dunas gigantes de areias brancas e tão finas que facilita o trabalho do vento forte que sopra sem parar e que tem a incumbência de transportá-las para outros lugares, dando vida e movimento a um lugar que parece parado, na imensidão de um deserto silencioso, mas que por um capricho da natureza se transforma, revelando novos cenários, como se houvesse aqui, onde se ouve apenas o barulho do vento, um exército de profissionais, artistas, escultores, sempre renovando a paisagem.
Lagoa da lua
Diante dessa lagoa a turista enquanto era filmada por seu esposo e preparava o seu documentário fez o seu seguinte pronunciamento: – “Deus delegou muitas coisas importantes ao homem, tais como: construir açudes, represas, lagos artificiais e até mesmo mudar o curso de um rio, mas essa obra Ele não permitiu que ninguém tocasse, Ele mesmo a construiu”.
Além dessa lagoa existem muitas outras, o guia avisa que a mais distante é a Lagoa da Esperança que fica na extremidade do PNLM, a 40 quilômetros de Barreirinhas. Uma lagoa que não pode deixar de ser visitada, segundo informações do guia é a Lagoa do Peixe que juntamente com a Lagoa Azul e a Lagoa Bonita são as preferidas dos turistas e dos nativos.
Lagoa do Peixe
O passeio pelas dunas e lagoas dos Grandes Lençóis termina na Lagoa do Peixe. É hora de retornar a Barreirinhas e procurar um restaurante para matar a fone, pois nessas cinco ou seis horas de puro êxtase, não é possível ingerir mais do que água, suco e um pequeno lanche.
Na saída, o guia informa que para percorrer todo o parque a pé e chegar até ao mar, leva em torno de 8 a 10 horas e deve-se está acompanhado por um guia que conheça bem o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.
Características do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses
Em 02 de junho de 1981 pelo decreto nº 86.060, foi criado o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses PNLM, com o objetivo de preservação de ecossistemas, educação ambiental e visitação pública.
Conforme dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA, técnicos do Projeto RADAMBRASIL, observaram a região e considerando ser o único deserto brasileiro cheio de água por metade do ano, sentiram a necessidade de preservação do local.
O PNLM possui uma área de 155.000 ha e 70 quilômetros de praia. O Parque dos Lençóis está localizado no Maranhão, abrangendo os municípios de Barreirinhas, Humberto de Campos e Primeira Cruz.
Conforme já vimos o acesso ao PNLM é feito tanto por terra como também pelo rio Preguiças a partir de Barreirinhas. A transformação do local em área de preservação ambiental foi fundamental, pois a preservação de um ecossistema único composto de dunas, mangues e restinga, é muito importante, apesar da frágil estrutura do IBAMA, com capacidade mínima para fiscalizar tamanha área.
No momento o órgão possui 6 funcionários que atuam dentro do Parque dos Lençóis, orientando os turistas para não jogarem lixo nas proximidades das lagoas e conscientizando os condutores dos veículos que transportam os turistas a não transgredirem a lei que proíbe subir as dunas de carro, pela fragilidade do ecossistema. O IBAMA para realizar suas tarefas na região conta ainda com 4 fiscais, um barco para pesquisa e fiscalização, três lanchas, (uma voadeira) e um jeep.
O Parque dos Lençóis possui um relevo com as seguintes característica: a Oeste predominam as rias (vales de rios afogados), com formação de praias, manguezais, dunas, restingas e pequenas falésias: à leste do rio Piriá predominam as formações arenosas. As dunas formam os chamados Lençóis.
No que se refere à vegetação, na maior parte do Parque ela inexiste. Os manguezais representam uma área muito pequena ligada aos solos de várzeas, acompanhando principalmente o curso e braços de rios. Nas restingas, ocorrem espécies importantes na fixação de dunas.
A fauna é muito rica, na parte litorânea do Parque, aves migratórias como maçaricos (Calidris fuscillis), trinca-reis-boreal (Sterna hirundo) e a marreca-de-asa-azul (Anas discors). Nos manguezais destacam-se a jacaretingá (Caiman c. crocodilus), o veado mateiro (Mazma americana) e a paca (Agout paca).
Ao analisar o ecossistema PNLM, verifica-se o quanto é frágil e o quanto é importante planejar as atividades turísticas para o local de acordo com os princípios da sustentabilidade.
Sabe-se o quanto cresce no Brasil e no mundo o interesse pelo ecoturismo e como esse assunto vem sendo discutido desde os anos 80. Embora haja boa vontade por parte do governo federal e o surgimento de instituições privadas tratando do tema turismo sustentável, ecoturismo, a prática ainda está muito distante do discurso. O ecoturisno no Brasil é impulsionado, quase que exclusivamente, pela oportunidade mercadológica, não gerando os benefícios sócio-econômicos e ambientais esperados.
Para que o turismo nos Lençóis Maranhenses seja um benefício para a economia local, para o meio ambiente e para as gerações futuras é necessário que seja desencadeado um programa de Educação Ambiental extensivo a todos os atores envolvidos no processo.
GERSON CARVALHO
Fonte: bdm.bce.unb.br
Lençóis Maranhenses
As sinuosas cadeias de dunas intercaladas por lagoas temporárias do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses deslumbram turistas e intrigam pesquisadores.
Afinal, como a areia, o vento e a água das chuvas vêm moldando continuamente essa paisagem ao longo dos últimos 10 mil anos?
Todos esperariam uma resposta complicada para um problema tão complexo. Foi então com surpresa que, ao realizar a primeira tentativa bem-sucedida de simular em computador a dinâmica de um campo de dunas litorâneas sob o efeito da água das chuvas, um grupo de físicos descobriu que os Lençóis Maranhenses parecem existir por conta de uma simples coincidência entre o ritmo anual de subida e descida do nível de seu lençol freático e a intensidade com que o vento vindo do mar faz as dunas crescerem e se movimentarem.
Entendemos quais são as condições especiais que dão origem à morfologia dos Lençóis, afirma Eric Parteli, físico pernambucano especialista em dunas, atualmente realizando pós-doutorado na Universidade Friedrich-Alexander, em Er-langen, Alemanha.
Ele é um dos autores do estudo, publicado em julho de 2012 na revista Geomorphology, junto com o físico cubano-alemão Hans Herrmann, do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, Suíça, e da Universidade Federal do Ceará (UFC), que desenvolve desde 2001 um modelo capaz de simular em computador a dinâmica do vento e da areia que cria e movimenta os mais variados tipos de dunas.
Para o primeiro autor do artigo, o físico Marco Luna, recém–doutorado pela UFC sob a orientação de Herrmann, o ponto forte das simulações é a capacidade de assistir rapidamente ao movimento de milhares de anos da areia soprada pelo vento e moldada pelas águas.
Além de permitir testar hipóteses sobre a formação das dunas litorâneas, o modelo pode ainda ajudar no gerenciamento de regiões costeiras. Um exemplo seria a avaliação de impactos ambientais causados pela instalação de parques de geração de energia eólica, diz Luna.
Os Lençóis Maranhenses são o maior campo de dunas da América do Sul, com uma área de 1.500 quilômetros quadrados, quase a mesma da cidade de São Paulo. Ali há alguns rios, dunas fixadas pela vegetação da restinga, manguezais e lagoas permanentes. Mas dois terços do parque são mesmo cobertos por dunas de areia livre, que num dia de vento forte podem se deslocar até 10 centímetros.
Ao longo dos 50 quilômetros de linha costeira do parque há uma praia plana com largura entre 600 metros e 2 quilômetros, além da qual aparecem dunas com 10 metros a 20 metros de altura, ligadas umas às outras, formando longas cadeias sinuosas com até 75 quilômetros de extensão, que adentram mais de 20 quilômetros em direção ao interior.
A aparência de lençóis amarrotados dessas cadeias deu origem ao nome do parque.
Diferentemente de outros desertos, os Lençóis recebem relativamente muita água: até 2 mil milímetros de precipitação anual. Mais de 90% dessa chuva, porém, cai concentrada entre janeiro e julho, quando é absorvida rapidamente pela areia, elevando o lençol freático acima do chão e enchendo as lagoas temporárias entre as cadeias de dunas, que quase não se mexem nessa época do ano devido à umidade e à falta de vento.
Chegando a mais ou menos um metro de profundidade na estação chuvosa, as lagoas secam ao longo do segundo semestre, quando os ventos predominam, soprando sempre do leste, alcançando a velocidade de 70 quilômetros por hora. É quando as dunas se movem mais, explica Parteli.
DUNAS “BEBÊS”
Foi em setembro de 2003 que Parteli, Herrmann e outros pesquisadores passaram seis dias nos Lençóis, realizando medições para compararem com suas simulações computacionais. Eles registraram o quanto de areia o vento é capaz de transportar e as dimensões das menores dunas possíveis, com 50 centímetros de altura, recém-nascidas na praia. Há poucos lugares onde a história geológica pode ser vivenciada dessa maneira, diz Parteli. Por ser um campo muito grande, podemos ver nos Lençóis todos os passos da evolução de uma duna costeira, do nascimento à maturidade.
As dunas se movem graças a um fenômeno chamado de saltação. Tudo começa quando o vento sopra com força suficiente para levantar do chão alguns grãos de areia. Ao caírem de volta, esses grãos colidem com outros, que respingam para cima.
O número de grãos saltando aumenta cada vez mais, até formar uma nuvem de areia rente ao chão, com até 15 centímetros de altura. Se o vento sopra sempre numa mesma direção, as dunas assumem uma forma de meia-lua conhecida como barcana, um monte com dois braços orientados na direção do vento.
A saltação acumula areia sobre as costas das barcanas e faz os grãos subirem até seu topo, antes de deslizarem sobre avalanches para o outro lado. Assim as barcanas crescem e se movimentam empurradas pelo vento.
A partir de 2010, o modelo de Herrmann e seus colegas atingiu a sofisticação necessária para recriar o nascimento de barcanas a partir de um vento soprando em montinhos de areia sobre uma praia. A primeira coisa que descobriram com as simulações foi que o campo de dunas nasce apenas se o vento soprando na praia carregar o máximo de areia que sua força permite.
Isso é fundamental para gerar as dunas, explica Parteli. A presença de uma placa continental fornecendo sempre mais areia [arrastada para a praia pela água do mar] é também uma condição fundamental para os Lençóis existirem.
Nas simulações várias barcanas bebês nascem na praia, uma do lado da outra, e depois se juntam formando dunas longas e estreitas, chamadas de transversais, que são como uma série de ondulações na areia, perpendiculares à direção do vento.
À medida que as dunas transversais acumulam areia e avançam interior adentro, instabilidades nas avalanches fazem com que suas ondulações se quebrem em pedaços, que acabam se desprendendo e assumindo a forma de barcanas maiores.
A aproximadamente um quilômetro da linha da costa, as barcanas adolescentes já alcançaram uns cinco metros de altura. A areia abundante dos Lençóis forma tantas barcanas que elas acabam colando seus braços umas nas outras, formando cadeias onduladas chamadas de barcanoides, a partir das quais se formam os Lençóis do parque nacional.
As barcanoides criadas em computador, porém, ainda não tinham a mesma forma que as dos Lençóis.
Ainda faltava introduzir no modelo dois elementos que os pesquisadores suspeitavam ter grande influência sobre as dunas maranhenses: a vegetação e a água das chuvas.
ÁGUAS DO DESERTO
Em 2011, os pesquisadores realizaram simulações de dunas costeiras com base no modelo desenvolvido na tese de doutorado do físico cubano Orencio Durán, atualmente na Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill, Estados Unidos.
Duran determinou as equações matemáticas que descrevem a luta entre a intensidade do vento carregado de areia e a velocidade de crescimento da restinga. Ele descobriu que, se a vegetação crescer rápido o suficiente, ela pode prender os braços das barcanas. Assim, só o corpo da duna continua se movendo e a duna acaba ficando com a forma chamada de parabólica, com sua curvatura interna virada em oposição ao vento.
Embora haja algumas dunas parabólicas no Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, as simulações deixaram claro que a vegetação não tinha quase nenhuma influência sobre as dunas livres.
Algo realmente parecido com os Lençóis apareceu no computador somente quando os pesquisadores incluíram na simulação os ciclos anuais do lençol freático e do vento. Eles descobriram que, na estação chuvosa, as lagoas temporárias entre as cadeias de dunas são as responsáveis por suavizar e alongar as curvas das barcanoides, criando a forma encontrada nos Lençóis.
A água também limita o crescimento das barcanas a uma altura de 20 metros. Sem as lagoas, as dunas tenderiam a crescer indefinidamente à medida que avançam para o interior. As lagoas das simulações se assemelham às verdadeiras, com a mesma profundidade máxima (em média um metro), cobrindo uma área próxima à que as lagoas, com variadas formas e tamanhos, ocupam nos Lençóis Maranhenses.
Fonte: revistapesquisa.fapesp.br
Lençóis Maranhenses
Desertos em geral são fartos em miragens, mas em nenhum elas são tão reais quanto nos Lençóis Maranhenses.
Durante uma boa parte do ano, há água de fato por trás de cada duna deste extenso areal a leste de São Luís. Água fresca, translúcida, de cores improváveis como azul-turquesa ou verde-esmeralda, tão perfeita que a mente ainda custa a crer que não se trata de um efeito óptico dúvida que, obviamente, logo se dissipa no primeiro mergulho.
Há que se lembrar que estamos no Brasil, e qualquer lugar em território nacional que porventura alguém resolva chamá-lo de deserto (palavra que nos soa tão estrangeira) jamais poderia sê-lo por inteiro.
Pois bem: se deserto é, por definição, um lugar com baixa incidência de chuvas, é assim que devemos classificar os Lençóis Maranhenses durante a metade do ano. Nos outros meses, quando as nuvens equatoriais descarregam o aguaceiro próprio destas latitudes, este pedaço do Maranhão torna-se qualquer outra coisa, sabe-se lá o quê, jamais um deserto. Ou, no mínimo, um deserto onde as miragens são reais. Aí, já nomes nem importam.
Apenas a contemplação grata e reverente.
Lençóis é uma denominação recente, dada na década de 1970 por técnicos da Petrobras que, ao sobrevoar a região, encontraram certa semelhança com panos brancos quando estendidos para secar ao sol. Para os moradores, essas sempre foram as morrarias, o que de certo modo traduz com mais certidão este lugar composto de vales e serras que, quando vistas ao rés do chão, dão a vaga impressão de se estar no meio de uma cordilheira de areia.
Quem visita a região nos últimos meses do ano deve achar que se trata de fato de um deserto, pois, salvo a existência de algumas poucas lagoas perenes, o que se vê é um areal infinito que parece eliminar todo e qualquer rastro de humanidade.
Nesse ponto, os Lençóis Maranhenses seguem a lógica de outros desertos costeiros do planeta, cuja formação é resultado de um acordo entre os rios, os ventos e o mar. Aqui, tudo começa algumas centenas de quilômetros a leste, onde o Rio Parnaíba, conjurado com outros cursos dágua menores como o Preguiças, despeja no Atlântico a areia que carrega do sertão.
Quando os sedimentos encontram o oceano, no Delta do Parnaíba e em outros pontos da costa, logo pegam carona na corrente Sul Equatorial, que se encarrega de levá-los de volta para o litoral, distribuindo-os ao longo de uma faixa costeira que se estende por mais de 100 quilômetros.
Os ventos alísios, soprando do Nordeste, terminam o serviço espalhando as areias continente adentro e desenhando dunas que em certas áreas alcançam 40 metros de altura. Esse ciclo vem se repetindo há pelo menos 12 mil anos.
Durante esse tempo, as areias, brancas e finas como talco, já avançaram em torno de 50 quilômetros em direção ao interior. Em seu caminho, engoliram algumas centenas de casas, o aeroporto da cidade de Tutoia e uma vila inteira dos índios caetés.
Seria um deserto perfeito se, a partir de janeiro, a chuva não resolvesse desabar sobre o litoral do Maranhão, disposta a transformar a paisagem em algo substancialmente diferente.
No primeiro semestre do ano, durante os seis meses que os locais chamam de inverno, a precipitação média é da ordem de 1.200 milímetros quando em outros desertos do mundo não passa de 250 milímetros anuais. É tanta chuva que, depois de certo tempo, o lençol freático oculto sob o areal começa a transbordar.
A água aflora e se espalha pelos baixios entre as dunas, formando lagoas que podem chegar a até 90 metros de comprimento e 3 metros de profundidade. Em julho, os Lençóis Maranhenses alcançam o pico de sua beleza, quando cada concavidade entre as dunas, por menor que seja, está carregada de água.
Ainda mais insólito é o fato de que muitas dessas lagoas, além de tudo, são capazes de suportar um ecossistema inteiro, com direito a cardumes de peixes prateados proliferando nas águas turquesa. Mais do que uma miragem, isso parece um milagre, mas não é nada que a ciência não possa explicar. Nos meses de estiagem, vacas e cabras deixam suas fezes no fundo dos vales secos, que, com a chegada das chuvas, servirão de alimento às larvas depositadas pelos insetos.
Essas larvas, por sua vez, atraem os peixes que vêm nadando desde o leito dos rios. Durante as chuvas, a água é tanta que as lagoas, por um tempo determinado, chegam a se comunicar com os rios, permitindo a passagem dos peixes.
Só quando as dunas avançam e isolam as lagoas é que eles permanecem aprisionados, servindo de refeição para uma infinidade de aves marinhas.
Nem todas as lagoas secam durante a estiagem, sobretudo as maiores, o que permite certo montante de beleza nos Lençóis Maranhenses o ano todo. E existe ainda o Preguiças, o mais importante rio da região, curso de águas escuras e perenes que, após banhar a cidade de Barreirinhas, segue sinuoso em direção ao mar, cavando um vale verde povoado por manguezais e palmeiras como o buriti, a carnaúba e o babaçu.
É o Rio Preguiças quem também divide em duas as morrarias da região. A oeste ficam os chamados Grandes Lençóis, uma vastidão de areia de 1.500 quilômetros quadrados transformada em 1981 no Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.
A leste, os Pequenos Lençóis, de extensão dez vezes menor, estão protegidos dentro de uma Área de Proteção Ambiental.
O Rio Preguiças, além de principal via de acesso, virou também endereço fixo para a maior parte da população local, que em suas margens ergueu vilas e cidades como Barreirinhas, a maior de todas, pouso e porta de entrada para viajantes do mundo inteiro.
Rio abaixo, já perto da desembocadura, povoados como Mandacaru, Atins e Caburé ainda aprendem a manejar novidades recentes, como a chegada da luz elétrica e o afluxo cada vez maior de visitantes. Quem não vive do turismo depende dos recursos naturais, até que abundantes para uma zona de deserto. Aqui os moradores pescam, cultivam o caju, extraem a cera da carnaúba e fazem da palha do buriti lindas peças de artesanato.
Outros tantos, metidos no meio das morrarias, nem sequer a luz elétrica conhecem.
Moram em casebres feitos com palha de buriti, cercados de dunas por todo lado e distantes de tudo, sem acesso por rio ou estrada. Para chegar à cidade mais próxima, precisam caminhar, em alguns casos, durante oito horas. Na maior parte do ano, pastoreiam rebanhos de cabras pelo areal, aproveitam-se dos cajueiros, dos buritis e das carnaúbas que crescem nos oásis e do chão fazem brotar, não sem certo esforço, lavouras de mandioca, milho e feijão. Com as chuvas, mudam-se para o litoral, onde instalam cabanas de palha e passam a temporada dedicando-se à pesca e à salga de peixes como o camarupim.
Calcula-se que existam em torno de 50 povoamentos dentro da área do parque nacional, totalizando pouco mais de 3.500 pessoas agrupadas em núcleos que variam de um punhado de famílias a uma vila inteira.
Difícil precisar o número exato de aldeias e habitantes, ou mesmo seu lugar de pouso, pois essa gente vive em permanente movimento seja pela busca dos recursos naturais, seja porque as dunas simplesmente avançam sobre as casas, obrigando seus moradores a mudarem de endereço.
O maior desses lugarejos é a Queimada dos Britos, um oásis bem no centro do parque onde moram 90 pessoas e alguns milhares de cabras. Quase todos têm o mesmo sobrenome e algum parentesco com Manoel Brito, uma espécie de patriarca local que, quando vivo, diziam ser dono de mais de 500 cabras.
Aqui, riqueza se mede assim: em número de cabras.
Fonte: brasilnatural.net
Lençóis Maranhenses
No Maranhão, um paraíso ecológico que o tempo esqueceu…
O Parque Nacional dos Lençois Maranhenses possui uma beleza ímpar que vale a pena conhecer e caminhar por suas areias brancas interagindo com a natureza.
Lençois Maranhenses
Criado em 02 de Junho de 1981, com área de 155 mil hectares, o parque atrai turistas do mundo inteiro. Localiza-se no nordeste do estado do Maranhão ocupando uma área de270 Kms de dunas que se formam conforme a combinação dos ventos.
A cidade mais próxima é Barreirinhas e os povoados são o de Vassouras, Atins, Mandacaru e Caburé, onde é possível ver o bailado de grupos de mergulhões cinzentos de bico avermelhados e de grupos de garças, além das modestas cabanas de palha de buriti pelas areias, verdadeiras pousadas de emergência quando o sol está muito forte, além de oferecerem ensopados deliciosos de peixes típicos da região.
Os ventos circulam com velocidade de até 70 Km/h, principalmente nos meses de Setembro e Outubro, e com as chuvas formam-se inúmeras piscinas de águas cristalinas, armazenadas com as chuvas do inverno.O índice pluviométrico é entre 1500 a 1750 mm, a temperatura oscila entre 38º C (máxima) e 16º C (mínima).
O clima é quente porém semi-úmido com quatro a cinco meses seco.
As dunas não são muito altas e se movimentam todo o tempo com o vento, dá impressão de estar estendendo um lençol gigante!As lagoas que ficam à beira do Oásis possuem águas claras e quentes, dá vontade de passar o dia todo nelas e à tardinha deitar numa gostosa rede!
Lençois Maranhenses
A população dos lençóis é constituída de pescadores tanto de residência fixa como pescadores chamados de “pescadores de época” ou, chamados ainda que erroneamente, de “nômades”.
Eles, nos meses chuvosos, épocas da cheia do rio, se abrigam em cabanas cobertas de palha de buriti do teto ao chão e vivem basicamente da pesca. Quando chega o verão, (época da seca) os peixes ficam escassos e as condições naturais não permitem a permanência, então eles se retiram em busca de outros meios de sobrevivência, principalmente a agricultura.
A fauna do parque é constituída de aves marinhas, de pássaros como: tetéu, garça, marrecas-de-asa-azul, paturi, gaivota etc.
A vegetação é também influenciada pela ação dos ventos e das correntes marinhas. Por isso dentre as espécies vegetais ali encontradas estão os mangues que ainda são bem preservados, o carrapicho de roseta, buritizeiros, juçarais, entre outros que dependem das vazantes dos pequenos lagos para se proliferarem.
O Parque Nacional dos Lençois Maranhenses constitue o principal atrativo turístico da região, o percurso Barreirinhas-Lençóis é feito pelo rio Preguiças e dura aproximadamente quatro horas.
O espetáculo da “Morraria”, como antes se chamava, se extende de perto da cidade até quilômetros acima da comunidade de Atins, num roteiro de mais de dez praias e dois pequenos lugarejos. Algumas praias com dunas de cinco metros de altura ocultando atraentes piscinas de água doce. Segundo a SEMA (Secretaria do Meio Ambiente) a forte ação dos ventos faz com que as dunas se movimentem cerca de 20 metros por ano ameaçando as comunidades vizinhas de soterramento.
Como Chegar?
A entrada do Parque é feita por Barreirinhas, que tem seu acesso através da BR 135 até Entroncamento (km 94). Segue pela BR 222 até o povoado de Fazendinha, onde acessa a MA 026, estrada de terra (são 151 km) e o estado de conservação é precário e no período de chuvas piora bastante.
De ônibus o percurso é feito em 9 horas. Barreirinhas fica a 370 km de São Luís. Existem linhas regulares de ônibus, saindo diariamente do terminal rodoviário de São Luís às 7h. As companhias de táxi aéreo de São Luís fretam vôos, com duração de 45 minutos, sobrevoando o Parque Nacional.
A melhor época para conhecer é de Julho à Dezembro quando faz muito sol e as lagoas estão cheias formando aquela paisangem paradisíaca que caracteriza este parque.Vale a pena ficar mais alguins dias e alugar um jipe ( com guia local) para desbravar o lugar.
Compras
Redes, tapetes, toalhas, bolsas, cestos e chapéus produzidos com folhas de buriti por atesãos locais. São peças de artesanato brasileiro maravilhosas, não volte sem um suvenir.
Fonte: www.revistaturismo.com.br
Lençóis Maranhenses
Por que ir
Considerado um dos destinos mais bonitos do país, os Lençóis Maranhenses combinam quilômetros e quilômetros de dunas branquinhas pontilhadas por lagoas de água doce, ora azuis, ora verdes. A porta de entrada para o paraíso, protegido pelo status de Parque Nacional, é o município de Barreirinhas. De lá, é dada a largada para a exploração do cenário, que fica ainda mais exuberante entre os meses de junho e setembro, quando as lagoas estão completamente cheias.
“Para chegar à Lagoa Bonita é preciso escalar duna de 40 metros. O sacrifício compensa”
Para conhecer os principais cartões-postais dos Lençóis e outros recantos pouco conhecidos , é fundamental o apoio das agências de turismo. Para entrar na reserva, por exemplo, é necessário acompanhamento de um guia credenciado. Já para circular pela região, repleta de trilhas de areia e rios, somente em veículos com tração nas quatro rodas ou de barco.
Estas são as únicas maneiras de se chegar às lagoas Azul, uma imensa piscina que faz jus ao nome; e Bonita, que exige a escalada de uma duna de 40 metros de altura. Todos os sacrifícios, porém, são recompensados pelos banhos refrescantes, pelas paisagens únicas e pelo pôr-do-sol em meios aos montes de areia.
Lençóis Maranhenses
Também são os jipes e barcos que levam aos povoados vizinhos, com atrações menos exploradas. Em Santo Amaro do Maranhão fica a maior lagoa da região, a da Gaivota. Já Atins é o acesso mais fácil para a praia de Lençóis, com 70 quilômetros de extensão e completamente deserta.
O que ver e fazer em Lençóis Maranhenses
A paisagem formada por lagoas de água doce cortando a imensidão de areias brancas é a marca registrada dos Lençóis Maranhenses. Independente do passeio de barco, de jipe ou de monomotor o objetivo é contemplar, de diversos ângulos, a obra de arte esculpida pela natureza e que a cada estação tem suas formas alteradas.
O cenário paradisíaco do parque espalha-se por uma área de 155 mil hectares, abrigando dunas que chegam a 40 metros de altura, lagoas de águas transparentes com nuances que vão do azul turquesa ao verde escuro, praia desertas e aves migratórias.
A principal porta de acesso para a reserva é Barreirinhas, de onde partem os passeios de jipe e as caminhadas que levam às atrações, como as lagoas Bonita e Azul. Dentro do parque, as estradas e as trilhas são de areia e sem sinalização, sendo obrigatório o tráfego em veículos 4×4 e a contratação de guias credenciados.
Ir de jipe até as lagoas Bonitas e Azuis
Apesar de estarem relativamente na mesma direção, cada lagoa exige um dia exclusivo de passeio e muita disposição para caminhar em meio às dunas. Para chegar à lagoa Bonita, é preciso subir um monte de areia de 40 metros há cordas de auxílio ao longo do percurso para ninguém desanimar.
Já a lagoa Azul, que faz jus ao nome e é uma das mais concorridas da região, tem acesso menos complicado. Por ali, vale a pena esperar o cair da tarde para assistir o pôr-do-sol de camarote. Entre os meses de abril e junho surgem diversas outras lagoas no entorno de Bonita e Azul, incrementando o visual.
Passear de barco pelo Rio Preguiças
O passeio dura o dia inteiro e segue margeando mangues, buritizais e igarapés. O roteiro inclui paradas nas dunas e lagoas dos Pequenos Lençóis; no farol de Mandacaru com vista panorâmica ; e em Caburé, para almoço. A viagem prossegue até Atins, foz do rio Preguiças. O tour se encerra com o pôr-do-sol visto da embarcação.
Praia de Lençóis
Com quase 70 quilômetros de extensão, a praia de Lençóis é praticamente deserta. A melhor maneira de chegar até lá é a partir da vila de Atins, a uma hora de barco de Barreirinhas.
Santo Amaro
A melhor maneira de visualizar toda a imensidão dos Lençóis é através de um vôo panorâmico. Os passeios duram meia hora e sobrevoam o parque até o litoral, retornando sobre o rio Preguiças.
Lagoa em Santo Amaro
Entrada alternativa para os Lençóis Maranhenses, a vila encravada nas dunas abriga a lagoa da Gaivota, uma das maiores da região, de água azul-turquesa e cercada por montes de areia fininha. A profundidade chega a 2,5 metros e o convite ao banho é irresistível.
Santo Amaro fica a quase 100 quilômetros de Barreirinhas, sendo que metade do caminho é de trilhas arenosas. Para chegar lá, somente em veículos 4×4. Agências da cidade oferecem passeios de um dia.
Farol Preguiças
Vale a pena encarar os 160 degraus que levam ao topo do farol, a 35 metros de altura. Lá em cima, a vista panorâmica descortina o rio, o mar e os Lençóis. Erguido em 1940 no povoado de Mandacaru, o farol fica a uma hora de viagem pelo rio Preguiças.
São Luís
A capital do Maranhão, a 260 quilômetros de Barreirinhas, guarda belíssimas heranças deixadas pelos portugueses. São mais de três mil casarões e sobrados dos séculos XVIII e XIX que se espalham pelas ruas e praças do Centro Histórico e que hoje abrigam espaços culturais, museus, lojas e restaurantes.
Nas fachadas, permanecem as tradições dos coloridos azulejos lusitanos. São Luís preserva ainda diversas manifestações culturais, com destaque para o Bumba-Meu-Boi, uma festa folclórica que toma as ruas nos meses de junho e julho – único período do ano quando.
Culinária
Os frutos do mar imperam nos cardápios dos restaurantes ao redor dos Lençóis Maranhenses. Os camarões, sempre fresquíssimos e que ganham a companhia de molhos de frutas típicas, são os destaques – entretanto, muitas vezes têm a atenção dividida com a paisagem que emoldura os estabelecimentos, formada por dunas, mar aberto, lagoas.
Artesanato
O artesanato produzido na região tem como matéria-prima a palha de buriti. A partir dela, são confeccionados chapéus, toalhas de mesa, sacolas, bolsas e mochilas. Os trabalhos são encontrados nas lojinhas espalhadas pelo centrinho de Barreirinhas, nas barracas na beira da lagoa Bonita e nas balsas que fazem a travessia do rio Preguiças.
Tempo e Quando ir a Lençóis Maranhenses
A melhor época para visitar os Lençóis Maranhenses é entre os meses de junho e setembro, quando as lagoas estão cheias e a paisagem fica deslumbrante. No período de estiagem, que vai de outubro a março, algumas lagoas chegam a secar completamente.
Fonte: www.feriasbrasil.com.br
Lençóis Maranhenses
Um verdadeiro oásis. Essa é a melhor definição paia os Lençóis Maranhenses, formados por lagoas de água doce e colorida que se estendem por 70 quilômetros e avançam outros 50 adentro do continente.
Mas para contemplação de turistas e nativos, a paisagem é real, resultado de um raro fenômeno geológico, formada ao longo de milhares de anos através da ação da natureza.
Hoje, o Parque Nacional dos Lençóis é um paraíso ecológico com 155 mil hectares. Lendo como portão de entrada o município de Barreirinhas, situado a 272 quilômetros de São Luís. Na cidade, as peças de artesanato local, feitos da palha da palmeira de buriti, podem ser adquiridas como recordação.
Na visita ao parque, duas aldeias rodeadas por grandes mangues estão entre as opções para os turistas, a Queimada dos Britos e a Baixa Grande. Já nas praias da região são freqüentes as companhias de caranguejos e tartarugas.
Lençóis Maranhenses
Um deserto com infinitas dunas brancas intercaladas por sinuosas lagoas de água doce e cristalina. Um milagre da natureza, 155.000ha, área do tamanho da cidade São Paulo, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses foi esculpido ao longo dos séculos, pela ação do vento que sopra do mar e pelas chuvas que caem de dezembro a julho. O resultado é uma paisagem inimaginável pra quem não a conhece. Duna após duna, há lagoas verdes e azuis , grandes e pequenas, em geral rasas onde se pode nadar a vontade.
Para chegar a esse paraíso ecológico é preciso sair de são Luís numa viagem de carro de mais ou menos 3 horas até Barreirinhas, o modesto vilarejo que é a porta de entrada desse lugar mágico. Dali você pode ir de lancha pelo Rio Preguiça ou em jipes 4 X 4 que te levam a dunas de até 40 m de altura e a lagoas belíssimas.
Fonte: viajem.net
Lençóis Maranhenses
São Luís do Maranhão diz-se a capital mais portuguesa do Brasil e uma cidade orgulhosa do seu passado e do seu presente. As marcas coloniais são notórias em todo o centro histórico da cidade, nos seus casarios e azulejos. É provável que por lá passe a caminho do extraordinário Parque Natural dos Lençóis Maranhenses. Dunas, lagoas, areia e água formam um lugar único no planeta, onde a generosidade da Mãe Natureza foi ilimitada.
SOBRE O PARQUE NATURAL DOS LENÇÓIS MARANHENSES
São muitos os lugares do planeta que, quando pela primeira vez vislumbrados, cortam a respiração ao viajante. O Parque Natural dos Lençóis Maranhenses é uma dessas paisagens singulares que a Mãe Natureza pintou com infinita inspiração, e onde uma imensidão de areia imaculada se deixa periodicamente engravidar pelas águas das chuvas que caiem dos céus.
Dunas e lagoas – a magnífica paisagem do Parque Natural dos Lençóis Maranhenses, Brasil
Graças a um raro fenómeno geológico, formaram-se, ao longo de milhares de anos, dunas de areia branca e fina, a perder de vista e a brincar com o horizonte algumas podem atingir os 40 metros de altura, salpicadas de espelhos de água, grandes e pequenos, que a chuva se encarregou se tomar de assalto, aquarelando a incrível paisagem com as cores tépidas do azul cristalino, do verde turquesa, de todas as cores que a transparência da água pode tomar.
São setenta quilómetros de costa Atlântica que avançam terra dentro, 155.000 hectares de dunas, rios, lagoas e manguezais, uma paisagem enorme e sublime. Apetece dizer que foi no Maranhão que a Mãe Natureza estendeu a sua cama e esticou os seus mais elegantes lençóis.
Não há, por enquanto, estradas a atravessar o Parque Natural. Felizmente. Para conhecer devidamente os Lençóis Maranhenses é necessário enfrentar as dunas e a temperatura elevada.
A principal porta de entrada no parque é a pitoresca povoação de Barreirinhas. Uma cidade curiosa, ela própria com uma duna classificada como património nacional espetada no centro do lugarejo. Barreirinhas cresceu nas margens do Rio Preguiças, a auto-estrada fluvial da região, e por isso se vai desenvolvendo a olhos vistos. Não faltará muito para que hotéis e resorts dominem boa parte das ruas da povoação.
Mais a norte, encostado ao mar, a vila piscatória de Atins e o lugarejo de Caburé funcionam como a outra porta de entrada no parque. Com apenas uma mão cheia de pousadas e pouco mais de meia dúzia de casas de pescadores, Caburé estende-se por uma pequena língua de areia. É um local curioso, Caburé.
De um lado, o Rio Preguiças; do outro, o Oceano Atlântico; pelo meio, poucas centenas de metros de areia.
Repouso garantido, já que os únicos apelos são os da contemplação: da brisa, das ondas, das voadeiras e dos pescadores no rio; das estrelas e da lua.
Principalmente a partir das dez da noite, altura em que os geradores eléctricos são desligados e a escuridão no trapiche é apenas incomodada pelo luar.
VISITAR OS LENÇÓIS (GRANDES E PEQUENOS)
É a partir de Barreirinhas que se multiplicam as ofertas para visitar os Lençóis Maranhenses. Aí, existem inúmeras agências de viagem com formas de transporte para conduzir o viajante às principais atracções do parque, dividido entre os Grandes e os Pequenos Lençóis.
Nos Grandes Lençóis, as estrelas do passeio são a Lagoa Azul e a Lagoa Bonita, cujos nomes muito dizem sobre as suas características, mas pouco transmitem sobre fascínio que é mergulhar nas suas águas cristalinas. Por razões ecológicas, os passeios nas dunas devem ser feitos a pé, caminhando pela imensidão da areia, circundando lagoas, desfrutando, calmamente.
Turista brasileira numa lagoa dos Lençóis Maranhenses
O percurso até às lagoas, feito de automóvel, não significa menos emoção. O caminho é normalmente percorrido em jardineiras , possantes Land Cruiser cuja traseira foi adaptada para receber bancos ao ar livre e transportar turistas. Só com a tracção total desses veículos todo-o-terreno é possível atravessar os pequenos rios e os grandes charcos de água que aparecem no caminho, especialmente se a época for a das chuvas.
Às vezes é quase impossível ver os trilhos mas os condutores são experientes e, como dizem os brasileiros para enfrentar de sorriso na face os imprevistos, tem que haver um atolanço para ter emoção .
Os Pequenos Lençóis, esses, podem ser visitados a partir do Rio Preguiça, em voadeiras ou lanchas. No trajecto entre Barreirinhas e Caburé, se feito pelo rio, é obrigatório efectuar umas quantas paragens para apreciar lugares belos e recônditos, de cada vez que os manguezais fazem intervalos nas margens e dão lugar a mais dunas. É o que acontece quando, após uma curva no rio, se avista Vassouras ou Rabo-de-Boi. São os Pequenos Lençóis.
SÃO LUÍS DO MARANHÃO, A CAPITAL MAIS PORTUGUESA DO BRASIL
São Luís é avessa a definições mas pródiga em influências. É uma cidade de contrastes e de culturas diversas, com influências portuguesas, holandesas e francesas, que se acresceram ao substrato nativo dos índios Tupinambás e às suas variantes mestiças.
Tem ainda fortes traços oriundos de África, pois foi relevante depósito de escravos noutros tempos (confirme-o numa visita à cafua das Mercês, hoje Museu do Negro). São Luís é, na verdade, uma das mais negras cidades do Brasil, depois de Salvador da Bahia e do Rio de Janeiro.
E condensa numa só ilha muito do que de mais genuíno o Brasil tem para oferecer. Fá-lo num clima de festa o ano inteiro, sem depender da meteorologia, pois encontra-se estrategicamente implantada dois graus abaixo da linha do Equador.
Diz-se ainda uma cidade orgulhosa: Orgulho de quem sabe receber sem ser invadida e conquistar seus conquistadores .
Talvez por tudo isto quem visita São Luís do Maranhão se renda, invariavelmente, aos seus encantos. Já foi rebaptizada vezes sem conta, apelidada com os mais diversos epítetos.
Ilha do Amor , para quem não esquece o belo pedaço de terra rodeado de água e habitada por corações quentes. Atenas brasileira , pela sua intensa actividade intelectual na área das letras. Jamaica brasileira , pela dinâmica cultura reggae que em São Luís floresce.
Ou ainda Cidade dos Azulejos , pelos extraordinários mosaicos, trabalhados e coloridos, que cobrem as fachadas dos casarões da cidade – os azulejos são, aliás, o símbolo principal de São Luís do Maranhão.
São, precisamente, esses grandes sobrados de arquitectura tipicamente portuguesa que ficam alojados na retina do viajante. Belos casarões de rés-do-chão, primeiro e segundo andar, revestidos a azulejo – por vezes em alto-relevo -, grandes janelas e sacadas (varandas) com belíssimos gradeamentos.
Foram eles que muito contribuíram para a aplaudida inscrição do centro histórico de São Luís na lista de Património da Humanidade da UNESCO. Estão classificados 3500 edifícios, que o Governo do Estado vai recuperando, aos poucos, através de um projecto denominado Reviver .
Pretende-se restaurar o casario colonial do centro da cidade e instalar iluminação pública a preceito. Um trabalho demorado, mas louvável.
Fonte: www.almadeviajante.com
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