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As Artes Tradicionais do Japão são uma rica coleção de práticas culturais que refletem a história, os valores e as habilidades do povo japonês ao longo dos séculos.
Algumas das artes tradicionais mais conhecidas do Japão incluem:
Sumô: Uma forma de luta tradicional japonesa em que dois lutadores tentam forçar um ao outro para fora de um anel circular.
Kabuki: Um estilo de teatro japonês conhecido por suas elaboradas maquiagens, figurinos e gestos exagerados.
Noh: Outra forma de teatro japonês, mais antiga e mais estilizada do que o Kabuki, que combina música, dança e drama.
Ikebana: A arte japonesa de arranjos florais, que enfatiza a harmonia, a simplicidade e a assimetria.
Origami: A arte de dobrar papel para criar formas e figuras variadas, muitas vezes associada à cultura japonesa.
Ukiyo-e: Uma forma de arte visual japonesa que se desenvolveu durante o período Edo, conhecida por suas gravuras em madeira coloridas que retratavam a vida cotidiana, paisagens e figuras famosas.
Cerimônia do Chá (Chado ou Chanoyu): Uma prática cerimonial que envolve a preparação e consumo de chá verde (matcha) em um ambiente tranquilo e harmonioso, destacando a importância da estética, da simplicidade e da hospitalidade.
Artes Marciais Japonesas: Incluem uma variedade de disciplinas, como judô, karatê, aikido, kendo e kenjutsu, que enfatizam técnicas de combate, disciplina mental e física, além de valores como respeito e autoaperfeiçoamento.
Essas são apenas algumas das muitas artes tradicionais que fazem parte do rico patrimônio cultural do Japão.
Cada uma delas desempenha um papel importante na preservação e transmissão da história e dos valores japoneses de geração em geração.
Origami (Arte da Dobradura de Papel)
Os primeiros esquemas escritos só surgiram em 1797, com a publicação do Senbazuru Orikata (?Como Dobrar Mil Garças).
A arte começa a se popularizar efetivamente quando o Japão passa a fabricar papel e ganha grande impulso, em 1876, ao passar a fazer parte do currículo escolar.
A prática do origami promove o desenvolvimento intelectual da criança, desenvolve a capacidade criativa e a psicomotricidade.
A palavra ‘origami’ teria surgido em 1880 a partir dos termos ‘ori’ (dobrar) e ‘kami’ (papel). Antes, era conhecida como orikata.
No Japão, era comum fazer origamis de diversas formas, que eram queimados em rituais fúnebres para que o espírito da pessoa falecida pudesse ter na outra vida tudo o que almejava.
Dobraduras imitando cédula de dinheiro e postas em envelopes vermelhos eram queimadas nas festas de casamento, com o objetivo de desejar prosperidade ao casal.
Ainda hoje, as figuras feitas em origami são carregadas de simbolismos: o sapo representa o amor e a fertilidade; a tartaruga, a longevidade; e o tsuru, a mais famosa figura de origami, é o desejo de boa sorte, felicidade e saúde.
Diz uma lenda que quem fizer mil tsurus, com a mente fixa naquilo que deseja alcançar, terá sucesso.
Bonsai (Árvores Anãs)
A palavra bonsai significa “árvore em pote ou bandeja” e tem origem nos termos chineses pun-sai ou pent-sai. Essa arte de miniaturizar plantas surgiu na China e deriva de uma outra, o penjing, que criava paisagens em miniatura, com rochas, musgos, árvores, etc. As primeiras referências sobre o penjing datam do século II a.C.
O bonsai foi introduzido no Japão pelos monges budistas e durante centenas de anos manteve-se restrito aos nobres e à alta sociedade.
Essa arte foi apresentada pela primeira vez no Ocidente em 1878, na Feira Mundial, em Paris. Porém, começou a se difundir na Europa e Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial.
Qualquer planta, mesmo frutífera, que tenha um tronco robusto, pode se tornar um bonsai. O mais importante é que sejam mantidas todas as suas características como são encontradas na natureza e consigam expressar, em alguns centímetros, a beleza e o volume de seu porte original, em perfeita harmonia com o recipiente onde está plantado.
O tamanho de um bonsai varia muito pode medir de 15cm (os minis) a 60cm (os grandes).
A forma também é bastante diversificada: tronco grosso e reto, retorcido ou inclinado.
São cinco os estilos da arte:
Bankan: tem galhos tortuosos e fora de proporção, propositadamente
Chokukan: é o mais clássico, com tronco reto de onde partem os galhos
Kengai e han-kengai: os galhos são moldados para ficar em posição horizontal
Shakan: tem os galhos um pouco inclinados em relação ao tronco
Ikebana (Arte do Arranjo Floral)
O termo ikebana passou a ser usado a partir do século XVII. Na época em que surgiu, esta arte do arranjo floral chamava-se tatehana. Só a partir do século XVI, o ikebana tomou forma definida e passou a se chamar rikka, hoje um dos seus estilos.
Com a difusão do Chadô (Cerimônia do Chá), também no século XVI, foi criado um estilo de arranjo ? o hana ? próprio para os ambientes em que era realizada a cerimônia.
A partir do século XVIII os estilos ganham nomes específicos: moribana, nageire, shoka, jiyuka (estilo livre), guendai-bana (arranjo moderno) e zen-eibana (arranjo de vanguarda), entre outros.
Quanto aos termos para designar arranjo floral, as denominações mais comuns são ikebana, kadô e sôka.
A importância e admiração que o povo japonês dedica à natureza foram um dos fatores para o desenvolvimento do ikebana. Desde a antiguidade, eles acreditavam que para invocar os deuses era necessário ter um local especial para recebê-los, que era indicado por uma flor ou árvore colocada, preferencialmente, de forma perpendicular à sua base.
Segundo a crença, os deuses se guiavam por esses símbolos e ali se instalavam.
O ikebana guarda, em sua essência, essa crença. O rikka do período Muromachi (1350-1573) originou-se do costume de colocar as flores perpendicularmente à sua base.
Muitos estudiosos acreditam que a própria origem do ikebana está ligada ao kuge, o ato de colocar flores no altar de Buda. No entanto, sabe-se que antes do budismo ser introduzido no Japão já havia o costume de se oferecer flores aos deuses.
Com o tempo, o kuge começou a ser chamado de tatehana, pois o arranjo deixou de ter apenas cunho religioso, ganhou senso estético e passou a ser apreciado pela população em geral.
O evento que marcou essa passagem foi a presença de arranjos de ikebana no Festival das Estrelas (Tanabata Matsuri).
O ikebana apresenta o amor pela linha e a apreciação pela forma e pela cor. Em sua tradução mais simples, um arranjo representa o céu, a terra e o homem, e a seguir o tempo e a estação em que se encontra.
Utiliza-se os mais variados materiais oferecidos pela natureza, que possuem a seguinte simbologia:
Passado: flores desabrochadas, vagens ou folhas secas
Presente: folhas perfeitas ou flores semidesabrochadas
Futuro: botões, que sugerem o crescimento futuro
Já as estações são representadas da seguinte maneira:
Primavera: arranjo vital com curvas vigorosas
Verão: arranjo em expansão e completo
Outono: arranjo esparso e delgado
Inverso: arranjo dormente e algo melancólico
A arte pode ser divida em três categorias:
Clássico
Representado pelo estilo ?rikka?, que significa “flores eretas”, no qual as extremidades dos ramos e flores apontam em direção do céu, indicando a fé. Era predominante nos templos e palácios, até o estabelecimento do período Kamakura, no fim do século XII.
Nesse tipo de arranjo, sempre existirá um pinheiro, no centro do vaso, que representa a beleza da paisagem japonesa. Outras árvores utilizadas são cedro, bambu e ciprestes.
Naturalista
Representados pelos estilos seiwa e inageire.
O seiwa adota normas mais simples para o arranjo estabelecidas pelo xogum Ashikawa Yoshimasa (1436-1490), com a colaboração do artista Somai. Isso tornou a arte mais acessível a todas as classes sociais.
O nageire (que significa “lançado para dentro”) surgiu no fim do século XVI, durante o período Momoyama, com o aparecimento das casas de chá, onde os mestres davam uma expressão mais informal na composição dos arranjos florais.
Ao contrário do estilo clássico, no qual os três grupos triangulares são fixados com firmeza no recipiente, no ?nageire? há maior liberdade, e as flores podem até repousar na borda do recipiente.
O objetivo é exprimir a beleza natural de tudo aquilo que estiver a mão.
Arranjo Moribana
Os arranjos rikka e ?nageire tornaram-se insatisfatórios para as casas de estilo europeu, que surgiram na segunda metade do século XIX. E, nos últimos 50 anos, os arranjos florais Moribana que se desenvolveram mostram a influência desse contato com o Ocidente.
Combina os elementos dos estilos ?rikka e ?nageire? e acrescenta um terceiro, que é a sugestão de alguma paisagem e cenário natural tendo por objetivo proporcionar um efeito cênico. Busca, assim, transmitir a visão de uma paisagem ou vista jardim de um jardim em miniatura.
Nos arranjos de ikebana, os ocidentais dão maior importância à quantidade e cores do material, apreciando a beleza das flores; já os japoneses dão ênfase à linha do arranjo, procurando incluir hastes, folhas, ramos e flores.
A haste principal (shin), que forma a linha central do arranjo, simboliza o Céu e é o mais forte usado na composição do ikebana. A haste secundária (“soe”) representa o Homem.
Parte da linha central e é colocada de maneira a sugerir o crescimento lateral. Tem cerca de dois terços da altura da haste principal. A haste terciária (“hikae”) simboliza a Terra. É a mais curta e colocada à frente, ou ligeiramente no lado oposto ao das raízes das duas outras.
Shodo (Arte Caligráfica)
Shodo é a arte caligráfica japonesa, escrita com sumi (tinta preta) e um pincel, surgida há mais de 3 mil anos. Sho significa caligrafia e do, caminho.
O calígrafo consegue expressar nos traços um sentimento muito particular.
Por isso, como uma obra de arte, cada shodo é diferente e único, mesmo que seja escrito o mesmo kanji (ideograma). A tonalidade da tinta, a pressão do pincel sobre o papel, a velocidade da escrita e os espaços entre cada pincelada variam de calígrafo para calígrafo.
A arte do shodo necessita apenas de um pincel apropriado (feito com cerdas de crina de cavalo ou pêlos de carneiro, coelho e rena), tinta e papel artesanal (washi), feito com palha de arroz ou fibra de bambu ou de banana. O washi possui textura apropriada para produzir borrões, que resultam em efeitos bastante apreciados. O shodo não é um exercício de boa caligrafia, mas a combinação da habilidade, estilo e imaginação do calígrafo e que exige anos de estudo e prática.
A qualidade da obra é avaliada, entre outras, pelo equilíbrio natural dos caracteres, sua composição como um todo, a variação entre os traços grosso e fino, a quantidade de tinta no papel e o ritmo com que foi escrito.
O shodo chegou ao Japão através do budismo, pois as escrituras compiladas pelos monges eram em caracteres chineses. Hoje, a arte é praticada por milhões de pessoas em todo o mundo.
As escolas japonesas mantêm o shodo no currículo escolar, e os concursos promovidos anualmente incentivam ainda mais a prática da escrita.
Existem seis estilos diferentes na caligrafia japonesa: kaisho, no qual os kanjis têm formas quadradas e traços mais estáticos; gyosho e sosho, com formas cursivas e traços mais seqüenciais; tensho e reisho, que são as formas mais primitivas de escrita, usados no hanko (espécie de carimbo-assinatura batido em tinta vermelha) e encomendados aos artistas de shodo.
Chanoyu (Cerimônia do Chá)
A cerimônia do chá, ou “chanoyu”, é a arte de servir e beber o “matcha”, introduzida no Japão no século VIII. É originária da China onde o chá era conhecido desde o Período da Dinastia Han Oriental (25-220d.C).
Porém, o “matcha”, usado atualmente, só começou a fazer parte da cerimônia no fim do século XII, quando foi levado ao Japão pelos chineses da Dinastia Sung.
Foi no período Momoyama, na segunda metade do século XVI, que Sen-no-rikyu, estabeleceu a forma com a qual a “chanoyu” é realizada hoje. Para se ter idéia da influência da arte no país, as maneiras da maioria dos japoneses têm sido influenciadas pelas formalidades como as que são observadas no “chanoyu”.
É costume ainda hoje as moças receberem aulas dessa arte antes do casamento para adquirirem a postura e o refinamento que fazem parte da etiqueta da cerimônia do chá.
Após a morte de Sen-no-rikyu, seus ensinamentos foram transmitidos aos seus descendentes e discípulos, que fundaram três diferentes escolas: a Omotesenke, a Urasenke e a Mushakoji-senke, que diferem apenas nos detalhes das regras.
A essência do chanoyu dificilmente pode ser expressa por palavras. A arte desenvolveu-se sob a influência do budismo do Zen cujo objetivo é, em palavras simples, purificar a alma do homem, integrando-a com a natureza.
Além disso, o “chanoyu” é a materialização do empenho intuitivo do povo japonês pelo reconhecimento da verdadeira beleza na modéstia e simplicidade. Termos como calma, rusticidade, graça e a definição “estética da simplicidade austera e pobreza refinada” podem ajudar a definir o verdadeiro espírito do “chanoyu”.
As regras da etiqueta, que podem parecer penosas e meticulosas à primeira vista, são seguidas minuciosamente a fim de se obter a maior economia possível de movimento.
A arte tem desempenhado um importante papel na vida artística do povo japonês, pois, como atividade estética, envolve a apreciação do cômodo onde é realizada, o jardim a ele contíguo, os utensílios utilizados para servir o chá, a decoração do ambiente e o “chabana” (arranjo floral para a cerimônia do chá).
Mangá
Mesmo antes de se pensar no conceito de história em quadrinhos no Ocidente, os japoneses já haviam desenvolvido algo bem semelhante. Dentro de sua arte, já produziam histórias sobre o seu cotidiano apresentando muitos aspectos que mais tarde iriam formar o que hoje conhecemos como Mangá.
As histórias em quadrinhos, não são consideradas como coisas de criança no Japão. O Mangá, como é chamado o gibi japonês, é um hábito que sobrevive ao final da infância e continua sendo o principal hábito de leitura durante toda a vida dos japoneses.
É errôneo taxá-lo como coisa de aficionados. Muito pelo contrário, basta entrar em qualquer trem ou metrô para se deparar com alguém lendo mangá. Nenhum livro ou revista bate os quadrinhos nas vendas.
Nas bancas existem nada menos do que 273 títulos à disposição do consumidor. Só no ano passado, os japoneses deixaram 580 bilhões de ienes (5,5 bilhões de reais) na compra de 2,2 bilhões de exemplares – o que dá quase um mangá para cada três habitantes do planeta.
Kabuki
Com quase 4 séculos de existência, o teatro kabuki é uma das mais representativas artes cênicas japonesas. O caráter extravagante da maquilagem, a beleza pictórica do cenário aliada s explorações estéticas no campo da dança e da música, constituíram-se em fatores essenciais para a ampla acolhida popular que tal teatro obteve ao longo do tempo, e não só no oriente.
O presente trabalho visa oferecer um panorama da história do kabuki e o desenvolvimento de sua linguagem cênica, a partir da análise do conjunto das condições históricas que propiciaram suas transformações estéticas.
Seguindo tal objetivo, a divisão do aludido tema privilegia a relação entre os processos sócio-políticos e a construção de uma linguagem artística como instrumento de manifestação de uma classe social: seus anseios, frustrações e projetos.
Enquanto a primeira parte do trabalho busca mapear a etimologia do termo, a segunda visa situar as razões históricas do surgimento do kabuki. Na terceira parte do trabalho, registra-se o desenvolvimento desta linguagem teatral em distintos períodos da história do Japão. Apenas na parte final é que se fará referência ao conjunto dos elementos estéticos presentes nesta forma teatral.
Nô e Kyogen
O teatro Nô, um dos grandes representantes da literatura clássica japonesa, combina elementos de dança, drama, música, poesia e máscaras em uma apresentação teatral no palco.
O teatro Nô é executado em todo o Japão por artistas profissionais (em sua maioria homens) que receberam os ensinamentos transmitidos por seus familiares de geração a geração.
Os atores do teatro Nô são bem diferentes dos atores de palco ocidentais, que apenas fazem uso de suas impressões visuais e de seus movimentos para sugerir a essência de suas histórias.
Já os atores do teatro Nô incorporam o papel e o desempenham como se fossem os verdadeiros personagens.
Antigamente os espectadores assistiam à peça já sabendo seu enredo e conhecendo bem o cenário.
Desta forma eles podiam apreciar os símbolos e as sutis insinuações da história e cultura japonesa que eram embutidas em palavras e movimentos.
Cada gesto e movimento têm um significado. Já nos dias de hoje, grande parte dos espectadores têm uma certa dificuldade em entender tais insinuações, necessitando assim para melhor entendimento, de alguns prospectos, que são distribuídos previamente, contendo sinopses e explicações da peça a ser prestigiada.
Tradicionalmente, as peças do teatro Nô são muito longas e tem um caráter muito sério. Por isso, para que não fique muito cansativo, são apresentadas ao longo da peça algumas apresentações do KYOGEN. O KYOGEN é uma espécie de teatro cômico tendo como função aliviar a tensão da dramaticidade do teatro Nô Ao contrário do teatro Nô, que é em sua maior parte de natureza musical, o KYOGEN enfatiza o diálogo e é geralmente apresentado sem máscaras.
História do Bunraku
Há uma tradição muito antiga em que alguns viajantes contadores de histórias usavam o biwa como acompanhamento musical. Havia também manipuladores de bonecos viajando.
Não se sabe ao certo quando estas duas formas de artísticas se fundiram, mas o Bunraku, na forma em que é conhecido atualmente, teve início em1684, quando Takemoto Gidayu abriu seu próprio teatro em Osaka.
Takemoto Gidayu começou sua carreira como um narrador coadjuvante de alguns dos mais aclamados mestres da época, em Kyoto.
Em pouco tempo tornou-se famoso e conhecido por contar histórias que tocava os corações dos personagens. Em 1684 decidiu-se expandir e fundou o seu próprio teatro, sendo ajudado por Chikamatsu Monzaemon, o mais famoso dramaturgo da história japonesa, e por Takeda Izumo, um famoso proprietário e gerente de teatro.
Até esta época, o trabalho de Chikamatu Monzaemon havia aparecido, em sua maioria, no teatro de Kabuki. Tendo sido apresentado ao Bunraku por Gidayu, Chikamatsu trabalhou como uma espécie de elo entre o velho-estilo do Joruri e o Bunraku atual. Ao mesmo tempo em que tentava manter a fantasia de alguns contos mais antigos, os trabalhos de Chikamatsu se distinguiam por adicionarem elementos humanos. Seus dramas giravam, geralmente, em torno dos conceitos confucianos sobre a importância da lealdade acima de qualquer sentimento pessoal (a algum senhor feudal, família, etc..) e a tragédia que surge quando alguém segue alguns preceitos cegamente.
Gueixa
A sociedade gueixa (escreve-se gueixa, em japonês) pode não representar o retrato fiel da cultura japonesa, contudo seu entendimento nos ajuda a compreender melhor os traços do universo nipônico, tais como o entretenimento dos japoneses, a percepção que a cultura japonesa tem dos papéis das gueixas e das esposas japonesas, e até mesmo a função social de entretenimento desse grupo de mulheres.
Meu esforço se dará no sentido de trazer à tona elementos do mundo das gueixas que se relacionem com a cultura japonesa em geral.
Para escrever essa matéria, me detive principalmente, à primeira parte do livro que trata das relações das gueixas. Relações entre si (como irmãs mais velhas e mais novas), relações com o bairro, com os clientes, com as responsáveis pelas casas de chá, as okasan – “mãe” (estabelecimentos que empregam as gueixas)… Além de tentar compreender os papéis complementares das gueixas e das esposas japonesas.
A autora do livro, a antropóloga americana Liza Dalby, apresenta o ponto de vista das gueixas, que difere radicalmente da maneira como as mulheres ocidentais vêem as gueixas: “objetos de brinquedo para os homens”.
O mundo do entretenimento das gueixas está relacionado com a necessidade de diversão dos japoneses. Isso decorre, em minha opinião, entre outras coisas, do fato de que o japonês se diverte pouco dentro do ambiente familiar com sua esposa. De acordo com a antropóloga, os casais japoneses não se divertem muito enquanto estão casados.
São as gueixas que promovem a diversão e o entretenimento dos japoneses.
Fonte: www.japaoonline.com.br/www.colegiosaofrancisco.com.br/www.japao.org.br
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