Valores Morais

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Quais são os valores morais?

Os valores morais são os padrões do bem e do mal, que governam o comportamento e as escolhas de um indivíduo. Moral do indivíduo pode derivar da sociedade e do governo, a religião, ou dele mesmo.

Quando os valores morais derivam da sociedade e do governo que, por necessidade, pode mudar à medida que as leis e os costumes da mudança da sociedade. Um exemplo do impacto da mudança de leis sobre valores morais pode ser visto no caso do casamento versus “viver juntos”.

Nas gerações passadas, era raro ver casais que vivem juntos sem o benefício de uma cerimônia matrimonial legal. Nos últimos anos, os casais que estabelecem família sem casamento são tão abundantes como casais mais tradicionais.

Mas, não são apenas esses casais mais abundantes, eles também são mais aceitas por outros indivíduos em nossa sociedade. Na sociedade anteriormente, as leis e os costumes simplesmente veio do sistema romano de lei, que foi em grande parte baseada nos Dez Mandamentos. Como a sociedade se mudou para a era moderna, que o sistema anterior de leis tornou-se cada vez mais desgastada.

Os valores morais derivam também dentro do próprio eu

Isto é claramente demonstrado no comportamento de crianças mais velhas e jovens crianças. Se uma criança foi proibida de tocar ou pegar algum objeto no início, eles sabem o suficiente para olhar devagar por cima do ombro para ver se eles estão sendo observados antes de tocar disse objeto.

Não há necessidade para esse comportamento a ser ensinado, é instintivo. Uma vez, no entanto, qualquer forma de disciplina é aplicada para modificar o comportamento da criança, a criança agora ganha a capacidade dentro de si mesmo para distinguir seu comportamento desde o seu comportamento errado.

Agora, a criança pode fazer escolhas corretas com base no seu próprio conhecimento. As escolhas que são feitas por um indivíduo desde a infância até a idade adulta estão entre proibido e aceitável, em espécie ou cruel, generoso ou egoísta.

Uma pessoa pode, em qualquer conjunto de circunstâncias, decidir fazer o que é proibido. Se esse indivíduo possui valores morais, indo contra eles geralmente produz culpa.

Religião é outra fonte de valores morais

Maioria das religiões tem feito listas de fazer e não fazer, um conjunto de códigos pelo qual seus seguidores deveriam viver. Indivíduos que são seguidores de uma religião em particular, geralmente fazem um show de seguir o código de comportamento que a religião.

É interessante notar que esses códigos podem variar bastante, uma pessoa cuja religião prevê a poligamia vai experimentar nenhuma culpa por ter mais de um cônjuge, enquanto adeptos de outras religiões sentem que devem permanecer monogâmico.

O cristianismo vai além de todas as outras religiões, em que é mais do que apenas um sistema de fazer e não fazer, é uma relação com o Deus vivo através de Seu Filho, Jesus Cristo. Conjunto de valores morais do cristão ir além costumes da sociedade e os instintos egoístas.

Cristãos idealmente se comportar corretamente, porque eles amam a Deus e quer agradá-Lo. Este é ao mesmo tempo uma vocação e uma posição baixa. É uma vocação, porque Deus tem exigido que todos os que amam devem guardar os Seus mandamentos, portanto, é um ato de obediência. João 14:15 diz: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos.”

É uma posição baixa porque devemos negar totalmente a nossa vontade de fazer o que agrada ao Senhor. Cristo Jesus como Ele viveu a Sua vida na terra é nosso exemplo supremo, se o nosso padrão de comportamento após Ele, então nossas vidas são mais valiosas João 15:10 diz: “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu. amar. “

A Prática de Valores na Escola

A educação em valores que se desenvolve na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas escolas, nas manifestações culturais, nos movimentos e organizações socais, é uma questão fundamental da sociedade atual, imersa numa rede complexa de situações e fenômenos que exige, a cada dia, intervenções sistemáticas e planejadas dos profissionais da educação escolar.

Entre as diferentes ambiências humanas, a escola tem sido, historicamente, a instituição escolhida pelo Estado e pela família, como o melhor lugar para o ensino-aprendizagem dos valores, de modo a cumprir, em se tratando de educação para a vida em sociedade, a finalidade do pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o mundo do trabalho.

Sendo assim, caberá às instituições de ensino a missão, por excelência, de ensinar valores no âmbito do desenvolvimento moral dos educandos, através da seleção de conteúdos e metodologias que favoreçam temas transversais (Justiça, Solidariedade, Ética etc) presentes em todas as matérias do currículo escolar, utilizando-se, para tanto, de projetos interdisciplinares de educação em valores, aplicados em contextos determinados, fora e dentro da escola.

O que são, afinal os valores? Que valores devem ser estudados e desenvolvidos na escola? Entre o que a escola ensina de valores há coerência com o que sociedade requer dos homens e mulheres? Além de tentarmos responder as questões acima levantadas, pretendemos, neste artigo, trazer exemplos e sugestões bem concretas para o trabalho do professor em sala de aula, para que não se limite ensine valores mas a praticá-los e a se tornar, assim, um educador em valores.

A educação em valores é uma exigência da sociedade atual inserida no mundo globalizado e marcado, no início deste século, por tantas mudanças tecnológicas e novos paradigmas políticos, culturais e educacionais, ora debatidos por diferentes agentes sociais.

Temas como Ecologia, Educação Sexual, Direitos e Deveres do Cidadão, Ética na Política e na vida pública, a cada dia, são pautas de congressos, seminários, encontros internacionais, nacionais e locais, levando-nos a crer que o currículo escolar, sem dúvida, ficou defasado, ou melhor, não conseguiu acompanhar a velocidade de transformações do mundo pós-industrial.

No caso do Brasil, o currículo escolar, realmente, ficou e está defasado se compararmos o que ensinamos com o que os Parâmetros Curriculares Nacionais, produzidos nos anos 90, requerem dos professores e alunos No entanto, a razão de ser da escola, a de educar os alunos formalmente, não é uma tarefa descartada pela sociedade, apesar da influência da mídia eletrônica na formação cognitiva e de valores dos alunos.

Também não perdeu tanto espaço assim para a sociedade informática. Por estar inserida em determinada comunidade, a escola traz para o seu interior os conflitos, as aflições e as mais diversas demandas comunitárias que levam professores, alunos e gestores escolares a criarem espaços, em seus projetos pedagógicos, para que as crianças e adolescentes discutam e opinem sobre suas inquietações e aspirações pessoais e coletivas.

É exatamente nesse momento, quando os agentes educacionais criam espaços, ocasiões, fóruns para discussão sobre a violência urbana, meio ambiente, paz, família, diversidade cultural, eqüidade de gênero e sociedade informática, que a educação em valores começa a ser desenhada e vivenciada como processo social que se desenvolve na escola.

Não é uma tarefa fácil abordar a questão dos valores na educação escolar. E sabemos o porquê. A Pedagogia Tradicional levou-nos acreditar (e sua influência ainda desapareceu totalmente do meio escolar), por muitos séculos, que a principal tarefa da escola era a de transmitir conteúdos escolares. É um modelo pedagógico que não se enquadra mais às exigências do mundo moderno.

A educação escolar não se restringe mais, como no passado, a mera transmissão de conhecimentos, onde a atividade de ensinar era centrada no professor, detentor dos saberes e o aluno, um mero recebedor da matéria. Na sociedade atual, com a ampliação das ambiências de formação escolar, o aluno passa a ser o centro do processo didático-pedagógico e a educação escolar, agora, entendida como processo de desenvolvimento físico, intelectual e moral do educando.

A educação em valores, embora tenha sido considerada, pelo menos, até o século XIX, implicitamente, parte do currículo oculto das instituições de ensino, ganha terreno fértil, no ambiente escolar, a partir da segunda metade do século XX, quando a sociedade, através da legislação educacional (por exemplo, a chamada Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional) reconhece no professor, no aluno e na família, sujeitos do processo de formação escolar. 

Retomando a proposta de uma prática de valores, na escola, diríamos que, para que a educação em valores seja uma realidade educacional, primeiro terá que passar por dois componentes do processo didático: o ensino e a instrução de valores. Para a Pedagogia, palavras como educação, ensino e instrução são elementos distintos na Didática, embora, para maioria das pessoas, as tomam como sinônimos.

Vamos, então, as diferenças entre eles e observaremos suas implicações para uma educação em valores ou pedagogia de valores. Quando nos referimos à educação em valores, estamos tomando esta expressão como processo social, no seio de uma determinada sociedade, que visa, sobretudo, através da escola, levar os educandos à assimilação dos valores que, explicita ou implicitamente, estão presentes, como já disse, no conteúdo das matérias, nos procedimentos e atitudes dos professores, colegas de sala, pais de alunos e nas experiências humanas acumuladas no decorrer da história, tendo em vista a formação dos indivíduos enquanto cidadãos.

Se a escola deixa de cumprir o seu papel de educador em valores, o sistema de referenciação ético de seus alunos estará limitado à convivência humana que pode ser rica em se tratando de vivências pessoas, mas pode estar também carregada de desvios de postura, atitude comportamento ou conduta, e mais, quando os valores não são bem formal ou sistematicamente ensinados, podem ser encarados pelos educandos como simples conceitos ideais ou abstratos, principalmente para aqueles que não os vivenciam, sejam por simulações de práticas sociais ou vivenciados no cotidiano.

Por isso, a escola não pode, pelo menos, nos onze anos (oito anos de ensino fundamental e 3 anos de ensino médio, na atual estrutura da Educação Básica onde as crianças e jovens ficam a maior parte do dia, deixar de ensinar explicitamente a prática de valores.

Como diz o filósofo L. Althusser, em seu livro Aparelhos Ideológicos do Estado, a sociedade burguesa estabeleceu como seu aparelho de Estado n° 1, e portanto dominante, o aparelho escolar, que, na realidade, substitui o antigo aparelho ideológico de Estado dominante, a Igreja, em suas funções.

O trabalho explícito com a prática de valores pode advir das atividades docentes e curriculares no interior da sala da aula. Durante uma aula de Língua Portuguesa, por exemplo, o professor comprometido com a educação em valores não se limitará a indicar ou solicitar de seus alunos uma lista de palavras como justiça, dignidade, solidariedade, para exemplificar os substantivos abstratos, como assinalam as gramáticas escolares.

Mais do que abstratas, estas palavras, na sociedade, são categorias que se aplicam às práticas sociais, isto é, às atividades socialmente produzidas, ao mesmo tempo, produtoras da existência social. A noção de solidariedade, para os educadores em valores, não deve ser ensinada como simples substantivo feminino, reduzindo-a uma conceito gramatical ou metalingüístico, e sim, como uma prática contra injustiça ou injúrias que outros estejam sofrendo, no âmbito político ou comunitário.

Há ensino de valores quando o professor, ao preparar suas aulas ou atividades curriculares, planeja, organiza, redireciona e avalia os temas transversais que não são, vale advertir, novas matérias, mas assuntos que atravessam as diferentes áreas do currículo escolar.

Não há, portanto, necessariamente, aula, com dia e horário previamente estabelecidos, para o ensino de valores. Ao contrário, o ensino de valores decorre de ocasiões que surgem ao acaso – como uma flagrante de uma cola durante a realização de uma prova em sala de aula ou de uma briga entre alunos na hora do recreio – ou de ocasiões já previstas na proposta pedagógica para o bimestre ou semestre e, dependendo da sensibilização do professor, um tema considerado relevante para a educação moral dos alunos.

Para que a educação em valores se realize, há, pois, necessidade de ser considerada no plano de ensino do professor, de logo, como objetivo geral da disciplina, em nível de transversalidade. Para que a prática de valores seja uma realidade, o educador terá que se organizar, didaticamente, para a instrução de valores, dentro e fora da sala de aula.

Assim, só podemos dizer que um aluno aprendeu valores quando, após a ministração de conteúdos em sala, os professores, na escola, em diferentes ocasiões e os pais, nos lares, observam que seus alunos ou filhos não apenas apresentam melhor rendimento escolar, mas diminuíram os conflitos interpessoais, estão mais abertos à socialização, e mais, efetivamente, assimilaram e integram valores, atitudes e normas, na prática social, de modo que os valores assimilados tenderão a acompanhá-los por toda a vida.

Em substância, podemos dizer que educamos em valores quando os alunos se fazem entender e entendem os demais colegas; aprendem a respeitar e a escutar o outro; aprendem a ser solidários, a ser tolerantes, a trabalhar em, a compartilharem ou socializarem o que sabem, a ganharem e a perderem, a tomarem decisões, enfim.

É, assim, o resultado da educação em valores na escola: ajudar os alunos a se desenvolverem como pessoas humanas e faz ser possível, visível ou real, O desenvolvimento harmonioso de todas as qualidades do ser humano.

Valores na LDB

Uma dos pontos altos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) é o reconhecimento da importância dos valores na educação escolar. Para isso, assinala que o fim último da educação é a formação da cidadania, incorpora nas finalidades da educação básica, princípios e valores fundamentais que dão um tratamento novo e transversal ao currículo escolar.

Anterior à promulgação da LDB, sabe-se que, tradicionalmente, afora o trabalho das escolas confessionais ou religiosas, os valores vinham sendo ensinados, em sala de aula, de forma implícita, sem aparecer na proposta pedagógica da escola, configurando o que denominamos de parte do currículo oculto da escola.

A partir da nova LDB, promulgada em particular com os Parâmetros Curriculares Nacionais, ficou explicitado para todas as instituições de ensino o reconhecimento da importância do ensino e a aprendizagem dos valores na educação escolar, e doutra sorte, o Conselho Nacional de Educação (CNE), ao estabelecer as diretrizes curriculares para a educação básica, deu um caráter normativo à inserção e integralização dos conteúdos da educação em valores nos currículos escolares.

A idéia de que a educação em valores permeia os dispositivos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional pode ser observada à primeira leitura do artigo 2º, que, ao definir a educação como dever da família e do Estado, afirma que a mesma é inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tendo por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Depreende-se da leitura do artigo 2º da LDB que a educação em valores dá sentido e é o fim da educação escolar já que, junto com aquisição de conhecimentos, competências e habilidades, faz-se necessário a formação de valores básicos para a vida e para a convivência, as bases para uma educação plena, que integra os cidadãos em uma sociedade plural e democrática.

No seu artigo 3º, a LDB elenca, entre os princípios de ensino, vinculados diretamente a educação em valores, a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber (inciso II), pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; (inciso III); IV – respeito à liberdade e apreço à tolerância (inciso IV) e gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino (inciso VIII).

O artigo 27 da LDB faz referência à educação em valores ao determina que os conteúdos curriculares da educação básica observarão, ainda, as seguintes diretrizes “a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e a ordem democrática” (inciso I).

A educação em valores deve ser trabalhada na educação infantil, ensino fundamental e no ensino médio, etapas, conforme a nova estruturação da Educação Básica, prevista na LDB. No artigo 29, a LDB determina que a educação infantil, sendo a primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

É interessante assinala que a educação em valores se fundamental no respeito mútuo do desafio do professorado, do aluno e da família. Requer, pois, que as instituições de ensino utilizem o diálogo interativo, o envolvimento do professores, alunos e seus pais ou responsáveis. 

No que se refere ao Ensino Fundamental, a LDB aponta a educação em valores como principal objetivo desta etapa da educação básica, a formação do cidadão, mediante aquisição de conhecimentos através do desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como estratégias básicas o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo e de três competências relacionadas explicitamente com a educação em valores: a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade (inciso II); o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; (inciso III) e o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social (inciso IV)

Para o Ensino Médio, a LDB, no seu artigo 35, aponta além do desenvolvimento cognitivo, que se caracteriza pela a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos (inciso I) e pela preparação básica do educando para o trabalho e a cidadania (inciso II) e explicitamente aponta o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; e mais ainda a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina (inciso IV).

Que valores devem ser ensinados na escola

A educação em valores está presente em todas as disciplinas do currículo escolar. Para educar em valores, é necessário que o professor organize seu plano de ensino em atividades lúdicas, reflexivas e conceituais sobre temas transversais. Apontaremos, na tabela abaixo, dez temas transversais, por ordem alfabética, com seus conceitos básicos, que podem ser trabalhados na educação infantil, no ensino fundamental e no ensino médio.

Decálogo da educação em Valores

Temas transversais Acepções

1. Autonomia

Refere-se ao valor que reconhece o direito de um indivíduo tomar decisões livremente, ter sua liberdade, independência moral ou intelectual. É a capacidade apresentada pela vontade humana de se autodeterminar segundo uma norma moral por ela mesma estabelecida, livre de qualquer fator estranho ou externo.

2. Capacidade de convivência

Valor que desenvolve no educando a capacidade de viver em comunidade, na escola, na família, nas igrejas, nos parques, enfim, em todos os lugares onde se concentram pessoas, de modo a garantir uma coexistência interpessoal harmoniosa .

3. Diálogo

Valor que reconhece na fala um momento da interação entre dois ou mais indivíduos, em busca de um acordo.

4. Dignidade da pessoa humana

Valor absoluto que tem cada ser humano. A pessoa é fim, não meio. A pessoa tem valor, não preço.

5. Igualdade de direitos

Valor inspirado no princípio segundo o qual todos os homens são submetidos à lei e gozam dos mesmos direitos e obrigações.

6. Justiça

Entre os temas transversais, é o valor mais forte. No educando, manifesta-se quando o mesmo é capaz de perceber ou avaliar aquilo que é direito, que é justo. É princípio moral em nome do qual o direito deve ser respeitado.

7. Participação social

Valor que se desenvolve no educando à medida que o torna parte da vida em sociedade e leva-o a compartilhar com os demais membros da comunidade conflitos, aflições e aspirações comuns.

8. Respeito mútuo

Valor que leva alguém a tratar outrem com grande atenção, profunda deferência, consideração e reverência.

A reação de outrem será no mesmo nível: o respeito mútuo.

9. Solidariedade

Valor que se manifesta no compromisso pelo qual as pessoas se obrigam umas às outras e cada uma delas a todas, particularmente, diante dos pobres, dos desprotegidos, dos que sofrem, dos injustiçados, com o intuito de confortar, consolar e oferecer ajuda.

10. Tolerância

Valor que manifesta na tendência a admitir, nos outros, maneiras de pensar, de agir e de sentir diferentes ou mesmo diametralmente opostas às nossas.

Como Ensinar Valores na Escola

Pelo menos quatro maneiras ou abordagens pedagógicas podem ser utilizadas para o desenvolvimento dos valores nos educandos: doutrinação dos valores; clarificação dos valores; julgamento dos valores; e narração dos valores.

A abordagem pela doutrinação de valores é a mais antiga das maneiras de educar os alunos em valores, através da qual a escola educa ou tenta educar o caráter dos alunos. Tal abordagem se dá através da disciplina; do bom exemplo dos professores; do currículo que enfatiza mais as condutas do que os raciocínios, destacando as virtudes do patriotismo, do trabalho, da honestidade, do altruísmo e da coragem.

A escola, através de seus professores, imprime valores no espírito dos seus educandos, através de recomendações do que considera correto, justo e ideal para a prática de valores. A doutrinação de valores é inspirada nas práticas de formação religiosa, uma vez que procura incutir ou inculcar nos educandos valores, crenças e atitudes particulares, com o objetivo de que não aceitem quaisquer outros, julgados errados quando seguem outra doutrina.

No Brasil, durante os períodos colonial e imperial, as escolas tradicionais ensinavam valores a seus educandos, fazendo-os repetir ou decorar a moral de narrativas ou fábulas européias. Muitos docentes chegavam a utilizar a palmatória para educar em valores, corrigindo os alunos com castigo severo, quando não assimilavam ou memorizavam bem as lições de moral.

No meio familiar, cabia principalmente à figura do pai o papel de doutrinador, de modo que era ele também o principal educador do filho em valores, valendo-se, não poucas vezes, da dureza da palavra ou da punição exemplar. O segundo modo de desenvolver a educação em valores é através da clarificação desses valores.

Consiste em os professores, num clima de não-diretividade e de neutralidade, ajudarem os alunos a clarificar, assumir e pôr em prática os seus próprios valores. Na prática escolar, o professor pode utilizar uma atividade simples, como a votação de valores, que se dá, por exemplo, através da atividade de leitura, em voz alta, de uma a uma, de questões que começam pela expressão “Quantos de vocês… (a) …. pensam que há momentos em que a cola se justifica?, (b) …. lêem em primeiro lugar, no jornal de domingo, a página de novelas e fofocas?, (c) … acham a prática do aborto um direito da mulher?, (d) … aprovam relações sexuais antes do casamento?”, e os alunos respondem levantando as mãos. Um aspecto positivo dessa abordagem é que ela ajuda os alunos a pensarem sobre valores e fazerem a ligação entre os valores que defendem (“A prática da cola é errada.”) e a ação desenvolvida ou a desenvolver (“O que tenho feito para combater a prática da cola clandestina?”). Um aspecto negativo é que a referida abordagem pode vir a confundir questões triviais (fofocas) com questões éticas (o aborto, ato praticado contra o direito à vida) importantes. Para o trabalho com esta metodologia, caberá ao professor, desde logo, estabelecer a diferença entre o que o aluno gosta de fazer (colar durante a avaliação escolar, por exemplo) e o que deve fazer (respeitar o regimento da escola ou as condições estabelecidas pelo professor para a aplicação de uma prova). 

Há outro modo de desenvolver os valores na escola: é através da abordagem pela opinião ou pelo julgamento dos valores. Consiste em a escola acentuar os componentes cognitivos da moralidade. A abordagem pelo julgamento de valores defende que existem princípios universais (Tolerância Recíproca, Liberdade, Solidariedade e Justiça, o mais forte deles) que constituem os critérios da avaliação moral ou do juízo de valor. Os alunos, na abordagem pelo julgamento de valores, são vistos pelos professores como sujeitos da educação em valores, uma vez que constroem tais princípios ativamente e regulam a sua ação de acordo com os princípios. Essa abordagem propõe que a educação moral se centre na discussão de dilemas morais em contexto de sala de aula, sem levar em conta, no entanto, as diferenças de sexo, de raça, de classe social e de cultura, concentrando-se, unicamente, na atribuição de significados que as pessoas dão às suas experiências ou vivências morais. Uma atividade baseada na abordagem pelo julgamento de valores, que pode ser desenvolvida pelo professor, inclusive, com atividades de expressão oral e escrita, é pedir que os alunos desenvolvam um texto, oral ou por escrito, sobre o que pensam da concepção de justiça em frases do tipo:

“A justiça é a vingança do homem em sociedade, como a vingança é a justiça do homem em estado selvagem” (Epicuro).

O quarto modo de ensinar os valores na escola baseia-se nas narrativas ou nas expressões orais ou escritas dos educandos. Essa abordagem centra-se nas histórias pessoais ou coletivas, nas quais os alunos contam, através de textos orais ou escritos, em sala de aula, seus conflitos e suas escolhas morais.

A abordagem pela narração envolve as três dimensões da educação em valores: a cognição, a emoção e a motivação. A abordagem pela narração ou narrativa reconhece que, na diversidade cultural, é comum o ato de contar histórias por parte das pessoas com o objetivo de transmitir valores de gerações mais velhas para as mais novas. Assim, o papel das histórias e das narrativas, ou seja, das práticas de leitura de textos escolares, nomeadamente os textos literários, é muito importante na formação dos valores nos alunos. A narrativa desempenha um papel na vida e na dimensão moral das pessoas em particular. Os nossos pensamentos e as nossas ações estão estruturados em práticas discursivas.

A abordagem pela narração pode ocorrer num simples ato de perguntar em sala de aula: “Vocês poderiam me contar o que aconteceu nas últimas eleições no Brasil, no seu Estado, na sua cidade, no seu bairro, na sua rua, na sua casa?”. As pessoas atribuirão significados às experiências de vida, representadas sob a forma de narrativa. Nessa abordagem, as pessoas desenvolvem-se moralmente, tornando-se autores das suas histórias morais, e aprenderão, de forma consciente, as lições morais em que contam as suas experiências. A abordagem pela narração centra-se nas experiências reais das pessoas, nos seus conflitos e nas escolhas pessoais.

As dimensões da educação em valores podem ser bem evidenciadas à medida que os professores, em sala de aula, após a leitura de um artigo de opinião, por exemplo, sobre a legalização ou não do aborto, extraído do jornal diário, levantam perguntas para os alunos do tipo: “O que vocês pensam sobre essas idéias do autor deste artigo?” (dimensão cognitiva); “O que você sentiu ao ler este artigo?” (dimensão emotiva); e “O que vocês pretendem fazer após a leitura deste texto?” (dimensão atitudinal).

Portanto, a abordagem favorece o pensar, o sentir e o fazer sobre temas transversais, extraídos do cotidiano dos alunos. O desenvolvimento da educação em valores pela narração propõe que os professores convidem os seus alunos a contarem as suas próprias histórias morais ou a ouvir, ler e discutir as histórias dos demais colegas.

A utilização da literatura escolar e o estudo do perfil dos seus heróis e das suas heroínas podem constituir uma boa metodologia de desenvolvimento dos valores, desde que acompanhados de reflexões críticas baseadas em princípios éticos universais, constituindo tais valores, por excelência, parâmetros para avaliação moral ou juízo de valor, isto é, para o que é justo, tolerável, digno, possível, certo, errado ou diferente.

Vicente Martins

Fonte: www.allaboutphilosophy.org/www.evirt.com.br

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