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Em sociologia, ação social, refere-se a um ato que leva em conta as ações e reações dos indivíduos (ou ” agentes “). De acordo com Max Weber , “uma ação é” social “se o indivíduo agindo leva em conta o comportamento dos outros e é assim orientada em seu curso”.
A Sociologia Compreensiva de Weber: o Estudo da Ação Social e do Sentido Para Weber (1979) a sociologia é a ciência que pretende entender a ação social, interpretando-a, e busca explicá-la causalmente em seu desenvolvimento e efeitos. Segundo Colliot-Thélenè (1995) “a compreensão da ação social, longe de constituir um simples elo da exemplificação causal, é o método específico da sociologia, que daí extrai, por essa razão, sua denominação”. Conforme Weber (1979), a sociologia deve ser compreensiva, porque seu objeto de estudo é a ação humana.
A ação humana, por sua vez, possui uma característica especial, que demanda procedimentos mais abrangentes se comparados àqueles comumente utilizados pelas ciências da natureza, isto é, a ação humana é dotada de sentido e cabe ao cientista social metodizar a compreensão por meio da elaboração e do estabelecimento de conexões causais (esquemas), que possibilitem a decifração do sentido imaginado e subjetivo do sujeito da ação. Ele afirma que a ação objetiva ao sentido e a hermenêutica passam a ser o método ideal na busca da resposta para a pergunta do sentido social da ação. Portanto a explicação sociológica busca compreender o sentido, o desenvolvimento e os efeitos da conduta de um ou mais indivíduos referida à do outro, não se propondo a julgar a validade de tais atos, nem a compreender o sujeito enquanto pessoa.
A explicação é definida como sendo a captação e interpretação da conexão do sentido em que se inclui uma ação (Quintaneiro et al., 1999). Uma primeira classificação da ação social estabelecida por Weber levou em consideração a natureza da racionalidade segmentada em relação aos fins e valores envolvidos no processo desta ação. A ação social de um indivíduo ou grupo será entendida como racional em relação a fins se, para atingir um objetivo previamente definido, lançar-se mão dos meios adequados e necessários. É o caso de uma conduta científica ou de uma ação econômica (modelos típicos de ação que permitem uma interpretação racional). De um lado, Weber afirma que a conexão entre fins e meios é tanto mais racional quanto mais se elimine a interferência perturbadora de erros e afetos que possam desviar seu curso.
De outro lado, a ação social (conduta) será racional em relação a valores, quando o sujeito orienta-se por fins últimos, agindo em conformidade com seus próprios valores e convicções, mantendo sua fidelidade a estes valores que inspiram sua conduta ou, ainda, na medida em que acredita na legitimidade intrínseca de um comportamento válido por si mesmo. É o caso do cumprimento de um dever, de um imperativo ou exigência ditados por seu próprio senso de dignidade, por suas crenças religiosas, políticas, morais ou estéticas ou por valores nos quais acredita (justiça, honra, ética, fidelidade etc). Entretanto, cabe ressaltar que Weber deixava claro que o sentido da ação flutua demais, não se fixa; daí a possibilidade de existir certa racionalidade tanto maior quanto mais absoluto for para o sujeito da ação o valor que a inspira. Assim, o sentido da ação não se encontra no seu resultado e sim na própria conduta, como é o caso daqueles grupos que lutam em prol de valores considerados acima de qualquer outra coisa (movimentos ecológicos, paz mundial, exercício da liberdade etc).
A ação social pode ainda ser classificada tomando-se como referência a natureza da motivação. Nesta classificação temos as ações do tipo afetivo (sem qualquer motivação racional) e do tipo tradicional (determinada por costumes arraigados). Diz-se, portanto, que uma ação é considerada estritamente tradicional, quando hábitos e costumes arraigados levam a que se aja em função deles (como sempre se fez), tratando-se de uma reação a estímulos habituais. A ação de tipo afetivo é inspirada em emoções e medidas, tais como orgulho, inveja, desespero, vingança etc., e não leva em consideração os meios ou fins a atingir.
Ao sociólogo compete a compreensão do sentido que um sujeito atribui à sua ação e seu significado social. Weber, entretanto, chama a atenção para o fato de que, muito raras vezes, a ação social está exclusivamente orientada por um outro dos tipos aqui classificados. Segundo ele, tais tipologias não passam de meros modelos conceituais puros.
A Ação Social é um conceito que Weber estabelece para as sociedades humanas e a essa ação só existe quando o indivíduo estabelece uma comunicação com os outros.
Tomemos o ato de escrever como exemplo. Escrever uma carta certamente é uma ação social, pois ao fazê-lo o agente tem esperança que a carta vai ser lida por alguém. Sua ação só terá significado enquanto envolver outra pessoa. No entanto, escrever uma poesia, na medida em que ela envolve apenas a satisfação ou a expressão das sensações do poeta, não é uma ação social.
Na visão de Weber, a função do sociólogo é compreender o sentido das ações sociais, e fazê-lo é encontrar os nexos causais que as determinam. Assim, o objeto da Sociologia é uma realidade infinita e para analisá-la é preciso construir tipos ideais, que não existem de fato, mas que norteiam a referida análise.
Os tipos ideais servem como modelos e a partir deles a citada infinidade pode ser resumida em quatro ações fundamentais, a saber:
1. Ação social racional com relação a fins, na qual a ação é estritamente racional. Toma-se um fim e este é, então, racionalmente buscado. Há a escolha dos melhores meios para se realizar um fim.
2. Ação social racional com relação a valores, na qual não é o fim que orienta a ação, mas o valor, seja este ético, religioso, político ou estético.
3. Ação social afetiva, em que a conduta é movida por sentimentos, tais como orgulho, vingança, loucura, paixão, inveja, medo, etc…
4. Ação social tradicional, que tem como fonte motivadora os costumes ou hábitos arraigados.
Observamos que as duas últimas são irracionais.
Fonte: en.wikipedia.org/www.scielo.br/www.sociologia.seed.pr.gov.br/
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