Engenharia de Pesca

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Se você correr aos dicionários para entender o que está estudando aquele amigo que diz estar cursando Aquicultura, irá ler no Michaeles que trata-se de “tratamento dos rios, lagos e esteiros para boa produção piscatória” e no Aurélio que é “arte de criar e multiplicar animais e plantas aquáticas”.

Na prática, um engenheiro de aquicultura é aquele que trata do cultivo de diferentes espécies de peixes, crustáceos, moluscos e plantas aquáticas, tanto de água doce, como de água salgada com o objetivo de apresentar uma alternativa na produção de alimentos.

Dona da única graduação em Engenharia de Aquicultura do Brasil – essa era tradicionalmente uma especialização estudada em pós-graduação – a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) criou o curso há 3 anos. “Queríamos preencher uma demanda de profissionais, criada pela necessidade de atender um mercado que vem crescendo muito em Santa Catarina e no Brasil como um todo”, diz o coordenador da área, Vinicius Ronzani.

Devido a uma grande estrutura interdisciplinar, o curso de Engenharia de Aquicultura, que tem duração de 9 semestres, engloba matérias de ciências biológicas, ciências socioeconômicas e também de engenharia.

Auxiliado pelos seus conhecimentos em tecnologia de cultivo, engenharia, economia e administração, o graduado em Engenheira de Aquicultura tem um perfil de empreendedor e sua formação possibilita o aumento da oferta de alimentos de origem aquática com elevada qualidade nutricional. As indústrias de pesca e de alimentos são ótimas opções de atuação. O profissional pode ir a campo e contribuir no desenvolvimento de projetos e na melhoria de processos.

O curso

No curso, que dura cinco anos, os estudantes aprendem todas as fases do desenvolvimento da pesca.

Desde as matérias básicas de qualquer engenharia, como Física e Cálculo, até as mais específicas, que envolvem Topografia, Aquicultura, Confecção de Aparelhos de Pesca e Técnicas de Captura, Navegação e Limnologia (estudo da ecologia de ambiente de água doce).

A Profissão

A profissão ainda é pouco conhecida, mas o trabalho é cada vez mais valorizado pelo mercado. Parece até história de pescador, mas na última década, uma das áreas da Engenharia de Pesca, a Aquicultura – criação de animais e plantas aquáticos -, cresceu 920%, tomando o lugar da pesca extrativista, que está chegando ao limite. E a tendência é que esse quadro melhore pelos próximos 20 anos. O profissional desta área tem um campo de trabalho bastante extenso. “O engenheiro de pesca pode trabalhar tanto na iniciativa pública, em instituições de ensino ou pesquisa, como na privada, em empresas e indústrias relacionadas a todas as áreas da produção pesqueira”, afirma o coordenador do curso de Engenharia de Pesca da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), Robie Allan Bombardelli.

São quatro grandes áreas de atuação para o engenheiro de pesca: Aquicultura, Pesca Extrativa, Tecnologia do Pescado (voltada para tecnologia de alimentos) e Manejo Ambiental.

No dia-a-dia, o engenheiro é quem planeja, orienta os cultivos e assessora os pescadores sobre como praticar uma melhor técnica, tanto para capturar como para preparar os produtos para o consumo.

O Engenheiro de Pesca, ao ser credenciado para exercer a sua profissão, está habilitado a atuar nas seguintes áreas:

1- Aquicultura: Estudar e aplicar técnicas de propagação e criação de organismos aquáticos
2- Tecnologia de Pesca:
Aplicar e desenvolver técnicas para localizar e capturar organismos aquáticos
3- Tecnologia do Pescado:
Desenvolver atividades de controle sanitário, processos de conservação, processamento e industrialização de produtos pesqueiros
4- Investigação Pesqueira:
Estudar a dinâmica de populações e avaliação de estoques pesqueiros
5- Administração e Economia Pesqueira:
Atuar na administração pública ou privada do setor
6- Planejamento Pesqueiro:
Elaborar, analisar, executar e avaliar programas e projetos
7- Ecologia Aquática:
Estudar as condições físicas, químicas, geológicas e ecológicas dos ambientes aquáticos, visando à criação ou exploração dos recursos pesqueiros, de forma sustentável
8- Extensão Pesqueira:
Desenvolver ação comunitária e planejamento participativo para promover o desenvolvimento social e econômico das comunidades de pescadores e aquicultores
9- Projetos:
Elaborar, executar e implantar projetos nas áreas de pesca, aquicultura e meio ambiente, notadamente em ecossistemas aquáticos
10- Docência:
Atuar como professor, lecionando disciplinas ligadas ao setor pesqueiro e aos correlatos, elaborar ou executar projetos técnicos e de pesquisas.

Perfil do Profissional

O Profissional formado em Engenharia de Pesca deve ter uma formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, apto a compreender e traduzir as necessidades de indivíduos, grupos sociais e comunidades, com relação às atividades inerentes ao exercício profissional, nos campos específicos de atuação, quanto ao aproveitamento e manejo dos recursos naturais aquáticos; ao cultivo e utilização sustentável da riqueza biológica dos mares, ambientes estuarinos e águas interiores; a pesca e ao beneficiamento do pescado; a ecologia e sustentabilidade ambiental.

O profissional bacharel em Engenharia de Pesca deverá possuir:

Ter formação generalista, com sólidos conhecimentos científicos e tecnológicos no campo da Engenharia de Pesca
Ser dotado de consciência ética, política, humanística, com visão crítica e criativa para a identificação e resolução de problemas
Ser capazes de atuar de forma empreendedora e abrangente no atendimento às demandas sociais da região onde atua
Utilizar racionalmente os recursos disponíveis de forma transdisciplinar visando o equilíbrio sustentável do ambiente, e
Compreender as necessidades do contínuo aprimoramento de suas competências e habilidades como Engenheiro de Pesca.

Campos de Atuação

O profissional poderá atuar em Indústrias Pesqueiras, Empresa de Tecnologia de Pesca e de Pescados, Universidades, permitindo o desenvolvimento de atividades de ensino e de pesquisa e, ainda, em empresas privadas prestando serviço de consultoria em projetos pesqueiro.

Mercado dde Trabalho

O mercado oferece boas perspectivas de trabalho na área oceânica e continental. Na captura, ação de capturar o peixe, crustáceo ou molusco no ambiente marinho, o Engenheiro de Pesca está mais ligado à pesca industrial.

No ambiente de água doce ou estuarina, as atividades de aquicultura tem se revelado a principal absorvedora de mão-de-obra especializada, sobretudo na criação de camarão que vem absolvendo grande parte dos profissionais da Engenharia de Pesca. Entretanto, atualmente outras opções profissionais podem ser exercidas como a pesquisa e produção de alevinos (filhotes de peixes), a criação de peixes em viveiros e em tanques-rede, criação de ostra e atividades de maricultura.

O setor público apresenta possibilidades de trabalho na Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (CODEVASF), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA), Prefeituras municipais, entre outros. A área privada pode oferecer emprego em empresas de produção, industrialização e comercialização de recursos pesqueiros, principalmente nas fazendas de criações de camarões, moluscos e peixes; empresas de consultoria, assim como prestação de serviços relacionados ao setor pesqueiro.

A filosofia do Curso de Engenharia de Pesca é de formar o profissional com o espírito do empreendedorismo, em que o graduado se torna apto, em certos casos, a gerar e gerenciar seu próprio negócio. O piso salarial do profissional da Engenharia de Pesca é determinado pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA), como sendo de nove salários mínimos para oito horas de trabalho.

Setor Público

Ministério do Meio Ambiente
Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República (SEAP/PR)
Agências Estaduais de Meio Ambiente e Recursos Hídricos
Institutos e Centros de Pesquisas
Instituições de Ensino Superior (Federais, Estaduais e Municipais).
Agências e Secretarias Estaduais e Municipais na áarea de pesquisa e extensão.

Iniciativa Privada

Indústrias Pesqueiras( Nacionais e Internacionais) de processamento de pescado
Empresas de Pesca (Nacionais e Internacionais)
Fazendas de aquicultura (Peixes, Camarões ,Rãs Ostras e Sururus)
Instituições de Ensino Superior (Federais, Estaduais e Municipais)

RESOLUÇÃO CNE/CES 11, DE 11 DE MARÇO DE 2002

O artigo 3º da RESOLUÇÃO CNE/CES 11/2002, que institui as Diretrizes Curriculares para os Cursos de Graduação em Engenharia.

Retrata o perfil do formando egresso/profissional Engenheiro de Pesca, com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, apto a compreender e traduzir as necessidades de indivíduos, grupos sociais e comunidades, com relação às atividades inerentes ao exercício profissional, nos campos específicos de atuação, quanto ao aproveitamento e manejo dos recursos naturais aquáticos; ao cultivo e utilização sustentável da riqueza biológica dos mares, ambientes estuarinos e águas interiores; a pesca e ao beneficiamento do pescado; a ecologia e sustentabilidade ambiental.

Duração média: 05 anos.

Fonte: ww1.universia.com.br/www.depaq.ufrpe.br

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