Tipologia Textual

Tipologia Textual – O que é

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Tudo o que se escreve recebe o nome genérico de redação ou composição textual.

Basicamente, existem três tipos de redação: narração (base em fatos), descrição (base em caracterização) e dissertação (base em argumentação).

Cada um desses tipos redacionais mantém suas peculiaridades e características.

Para fazer um breve resumo, pode-se considerar as proposições a seguir:

Narração

Modalidade textual em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Estamos cercados de narrações desde que nos contam histórias infantis como Chapeuzinho Vermelho ou Bela Adormecida, até as picantes piadas do cotidiano.

Exemplos

Numa tarde de primavera, a moça caminhava a passos largos em direção ao convento. Lá estariam a sua espera o irmão e a tia Dalva, a quem muito estimava. O problema era seu atraso e o medo de não mais ser esperada…

Descrição

Tipo de texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, por sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos.

Exemplos

Seu rosto era claro e estava iluminado pelos belos olhos azuis e contentes. Aquele sorriso aberto recepcionava com simpatia a qualquer saudação, ainda que as bochechas corassem ao menor elogio. Assim era aquele rostinho de menina-moça da adorável Dorinha.

Observação

Normalmente, narração e descrição mesclam-se nos textos; sendo difícil, muitas vezes, encontrar textos exclusivamente descritivos.

Dissertação

Estilo de texto com posicionamentos pessoais e exposição de idéias. Tem por base a argumentação, apresentada de forma lógica e coerente a fim de defender um ponto de vista. É a modalidade mais exigida nos concursos em geral, por promover uma espécie de “raio-X” do candidato no tocante a suas opiniões. Nesse sentido, exige dos candidatos mais cuidado em relação às colocações, pois também revela um pouco de seu temperamento, numa espécie de psicotécnico.

Exemplos

Tem havido muitos debates em torno da ineficiência do sistema educacional do Brasil. Ainda não se definiu, entretanto, uma ação nacional de reestrutura do processo educativo, desde a base ao ensino superior.

Tipologia Textual – Características

1º. NARRAÇÃO

É o ato de se contar um fato, criar uma história e, para criá-la, há a necessidade de descrevermos locais, personagens, detalhes, objetos etc. Não há narração que não apresente alguns aspectos descritivos.

Partes de uma boa narração:

A . Apresentação do tempo ( cronológico ou físico ); local; personagem

B . Desenvolvimento do fato ou enredo.

C . Conclusão ( ponto alto dos fatos )

Na narração há sempre alguém que conta o fato, conhecido como NARRADOR.

ELEMENTOS DA NARRATIVA

A . NARRADOR

A. participante ( = 1ª. Pessoa ) b) simples observador do fato narrado ( = 3ª. Pessoa )

B . FOCO NARRATIVO

Maneira como o narrador se situa em relação ao que está sendo narrado: 1ª. Pessoa ( eu / nós ), ou se distancia dela e escreve na 3ª. Pessoa . ( utilização do índice de indeterminação do sujeito – “se” )

C . ENREDO OU AÇÃO

A seqüência dos fatos ou acontecimentos

D . PERSONAGEM OU PERSONAGENS

Pessoas que atuam na narrativa, além do narrador.

E . TEMPO

A extensão de tempo cronológico ou psicológico em que tudo acontece: horas, dias, meses, anos ou até minutos.

F . ESPAÇO GEOGRÁFICO

O local onde os fatos ou as cenas acontecem:– o campo, a cidade, a casa, a vila, a estrada, a praia, a rua etc.

OBSERVAÇÃO

Na narrativa sempre há um CLÍMAX ( parte alta, emotiva do texto, onde o leitor deverá entender e aplicar a complicação dos fatos narrados ).

2º. DESCRIÇÃO

Ao contarmos uma história, muitas vezes precisamos descrever uma pessoa, um ser, um objeto, uma cena ou até um lugar, teremos, então, uma espécie de retrato feito com palavras.

Numa descrição podemos encontrar aspectos físicos ( = externos, que são vistos pelo observador ) e aspectos psíquicos ( = internos, que não são vistos pelo observador, mas podem ser sentidos ou percebidos ), principalmente quando se trata de pessoas.

A descrição pode ser SUBJETIVA – apresenta as características externas, mas detalha com mais profundidade as características psicológicas da pessoa, personagem ou animal que se está descrevendo.

Na descrição OBJETIVA predomina a reprodução fiel de um objeto, pessoa, cena, personagem ou animal segundo a percepção individual de quem escreve, destacando-se com exatidão e precisão vocabular todos os detalhes observados.

Observe alguns detalhes descritivos no texto euclidiano na parte O HOMEM, em OS SERTÕES- Euclides da Cunha – págs. 96 – 97 e 98 – Ediouro

“ Canudos, velha fazenda de gado à beira do Vaza-Barris, era, em 1890, uma tapera de cerca de cinqüenta capuabas de pau-a-pique.

Feitas de pau-a-pique e divididas em três compartimentos minúsculos, as casas eram paródia grosseira da antiga morada romana: um vestíbulo exíguo, um átrio servindo ao mesmo tempo de cozinha, sala de jantar e de recepção, e uma alcova lateral, furna escuríssima mal revelada por uma porta estreita e baixa. Cobertas de camadas espessas de vinte centímetros, de barro, sobre ramos de iço, lembravam as choupanas dos gauleses de César. Traíam a fase transitória entre a caverna primitiva e a casa. Se as edificações em suas modalidades evolutivas objetivam a personalidade humana, o casebre de teto de argila dos jagunços equiparado ao wigwam dos peles-vermelhas sugeria paralelo deplorável. O mesmo desconforto e, sobretudo, a mesma pobreza repugnante, traduzindo de certo modo, mais do que a miséria do homem, a decrepitude da raça.”

Emoldurava-o uma natureza morta: paisagens tristes; colinas nuas, uniformes, prolongando-se, ondeantes, até às serranias distantes, sem uma nesga de mato; rasgadas de lascas de talcoxisto, mal revestidas, em raros pontos, de acervos de bromélias, encimadas, noutros, pelos cactos esguios e solitários. O monte da Favela, ao sul, empolava-se mais alto, tendo no sopé, fronteiro à praça, alguns pés de quixabeiras, agrupados em horto selvagem. A meia encosta via-se solitária, em ruínas, a antiga casa da fazenda…”

3º. DISSERTAÇÃO

É um texto que se caracteriza pela defesa ou ataque a uma idéia, a um ponto de vista ou a um questionamento sobre um determinado assunto. O autor do texto dissertativo trabalha com argumentos, com fatos, com dados, o quais utiliza para reforçar ou justificar o desenvolvimento de suas idéias.

Consideramos a DISSERTAÇÃO como a discussão ou a explanação organizada de um problema, assunto ou tema.

Para obter-se uma exposição clara, objetiva, ordenada e organizada, uma dissertação pode ser dividida em três partes: INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO OU ARGUMENTAÇÃO E CONCLUSÃO.

Num texto dissertativo o autor opina, explica, mostra, aponta, tenta convencer o leitor sobre o tema que está expondo e até interpreta suas idéias, defendendo-as com argumentações que fazem do leitor um analista em potencial sobre o texto apresentado. O leitor torna-se um observador analista de um texto.

No texto dissertativo não se criam personagens, nem diálogos; o que interessa é a realidade, é a discussão dos fatos ou da questão, é a opinião individual sobre um assunto, tema ou problema apresentado para ser defendido ou atacado através da escrita, sempre argumentando com prós e contras.

PARTES DA DISSERTAÇÃO

I. INTRODUÇÃO

O autor apresenta o assunto que vai discutir, dá a idéia inicial.

II. DESENVOLVIMENTO OU ARGUMENTAÇÃO

É a parte em que o autor desenvolve um ponto de vista, sempre argumentando, citando exemplos, fornecendo dados; é o posicionamento do autor frente ao tema, os porquês, os prós e os contras.

III. CONCLUSÃO

É a parte em que o autor dá um fecho coerente com o desenvolvimento e com os argumentos apresentados. Em geral, retoma-se a idéia apresentada na introdução com mais ênfase, indicando conclusão.

OBSERVAÇÃO

O texto dissertativo requer uma linguagem séria, exata, sem rodeios, porque o leitor tem que ser convencido pela força dos argumentos apresentados pelo autor, por isso deve ser impessoal.

Cada parágrafo que compõe um ou mais períodos de uma dissertação deve ser claro, preciso, ligado aos outros com COESÃO , através de conjunções ( = conectivos) que formação a cadeia fluente do discurso.

Dissertação é a discussão organizada de um problema. Ninguém tem condições de discutir, nem muito menos de discutir organizadamente, sem antes ter obtido informações, sem antes ter analisado, sem antes ter formado uma opinião sobre o assunto, por isso devemos ler muito sobre temas variados para podermos criar uma dissertação perfeita.

Tipologia Textual – Tipo

Texto Literário: expressa a opinião pessoal do autor que também é transmitida através de figuras, impregnado de subjetivismo. Ex: um romance, um conto, uma poesia… (Conotação, Fifurado, Subjetivo, Pessoal).

Texto não-literário: preocupa-se em transmitir uma mensagem da forma mais clara e objetiva possível. Ex: uma notícia de jornal, uma bula de medicamento. (Denotação, Claro, Objetivo, Informativo).

1. texto Literário

Expressa a opinião pessoal do autor que também é transmitida através de figuras, impregnado de subjetivismo.

Exemplos:

um romance

um conto

uma poesia

2. texto não-literário

Preocupa-se em transmitir uma mensagem da forma mais clara e objetiva possível.

Exemplos:

uma notícia de jorna

uma bula de medicamento

TIPOS DE COMPOSIÇÃO

1. Descrição

Descrever é representar verbalmente um objeto, uma pessoal, um lugar, mediante a indicação de aspectos característicos, de pormenores individualizantes.

Requer observação cuidadosa, para tornar aquilo que vai ser descrito um modelo inconfundível. Não se trata de enumerar uma série de elementos, mas de captar os traços capazes de transmitir uma impressão autêntica. Descrever é mais que apontar, é muito mais que fotografar. É pintar, é criar. Por isso, impõe-se o uso de palavras específicas, exatas.

2. Narração

É um relato organizado de acontecimentos reais ou imaginários.

São seus elementos constitutivos: personagens, circunstâncias, ação; o seu núcleo é o incidente, o episódio, e o que a distingue da descrição é a presença de personagens atuantes, que estão quase sempre em conflito.

A Narração envolve:

I. Quem? Personagem;

II. Quê? Fatos, enredo;

III. Quando? A época em que ocorreram os acontecimentos;

IV. Onde? O lugar da ocorrência;

V. Como? O modo como se desenvolveram os acontecimentos;

VI. Por quê? A causa dos acontecimentos.

3. Dissertação

Dissertar é apresentar idéias, analisá-las, é estabelecer um ponto de vista baseado em argumentos lógicos; é estabelecer relações de causa e efeito. Aqui não basta expor, narrar ou descrever, é necessário explanar e explicar. O raciocínio é que deve imperar neste tipo de composição, e quanto maior a fundamentação argumentativa, mais brilhante será o desempenho.

Tipologia Textual – Características

A NARRAÇÃO trabalha com figuras, termos concretos para criar as personagens e fazê-las agir em determinados lugares. Focaliza as transformações de estado, pois marca temporalmente essas ações, numa relação de anterioridade e posterioridade, responsável pela causalidade. É a exteriorização de um fato, acontecimento por meio de formas verbais que denotam ações continuadas. Nas estruturas narrativas, fica subentendida a ideia de ação, de acontecimento.

CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS DA TIPOLOGIA NARRATIVA:

FOCO em ações que acontecem numa relação de causa e consequência;
FOCO em figuras (elementos concretos para criar as personagens e fazê-las agir em determinados lugares.);
FOCO nas transformações de estado; pois marca temporalmente essas ações, numa relação de anterioridade e posterioridade, responsável pela causalidade;
O fator causalidade não permite a mudança ou inversão dos segmentos linguísticos formadores do texto sem que se altere o seu sentido;
FOCO na progressão de acontecimentos (ideias) que se desenrolam no tempo;
O FOCO do texto narrativo é relatar o modo como se desenrolou um acontecimento, nas suas várias etapas.

A DESCRIÇÃO focaliza estados e não, ações. Serve para caracterizar seres sensíveis, isto é, que podem ser apreendidos pelos órgãos dos sentidos (visão, audição, olfato, tato e paladar). Como não há temporalidade, descreve-se o que existe em um dado momento da realidade (presente ou passada), por isso seus elementos não mantêm relação de anterioridade e posterioridade. Não existindo a causalidade, pode-se mudar ou inverter a ordem dos elementos do texto sem alterar seu sentido. É um retrato (foto) do referente (assunto). O objetivo desse tipo de texto é a descrição dos traços mais particulares do objeto em questão, a imagem.

CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS DA TIPOLOGIA DESCRITIVA:

O FOCO está em estados e não em ações;
As qualidades dos objetos são da ordem do sensorial (tato, visão, audição, olfato, paladar). Dessa maneira, o texto descritivo convida o leitor a construir o objeto até compor o conjunto da figura, numa espécie de construção de um quadro;
Não há temporalidade, logo os elementos desse tipo de texto não mantêm relação de anterioridade e posterioridade;
Não há a ideia da causalidade;
A ordem dos eventos no texto é livre, logo há simultaneidade dos fatos ou dos eventos

A DISSERTAÇÃO trabalha com ideias, por isso é temático e não, figurativo. Como seu objetivo é defender um ponto de vista, argumentar em defesa de uma tese, opera, predominantemente, com palavras abstratas. As afirmações estabelecem relações de causa, consequência, condição, concessão, tempo, etc., por isso não se pode alterar a ordem do texto. Estabelece-se um raciocínio que supõe uma organização do pensamento e, para chegar à conclusão que se deseja, há de haver uma ordem de ideias, a que denominamos progressividade. É uma disposição organizada de ideias a respeito de um tema (exteriorização de reflexões de maneira impessoal), no qual o autor defende sua tese por meio de argumentos colocados em progressão.

Para efeito didático, podem distinguir-se dois tipos de textos dissertativos: os expositivos e os argumentativos.

CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS DA TIPOLOGIA DISSERTATIVA:

Trabalha com ideias, por isso é temático e não, figurativo;
Opera, predominantemente, com palavras abstratas;
A função da linguagem predominante é a referencial;
No texto dissertativo, predomina o presente atemporal, ou seja, as formas verbais não se restringem a um momento;
Texto construído para tecer comentários gerais sobre um dado assunto.
Apresenta uma construção ideológica gradativa.

Fonte: www.graudez.com.br/www.casaeuclidiana.org.br

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