Acentuação – Acento
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Os acentos utilizados no português, hoje, são apenas o agudo (´) e o circunflexo (^).
O acento grave (`) restringe-se a marcar o processo de crase. Não se trata, portanto, de um acento, propriamente, mas da indicação de um fato linguístico.
As regras para o uso dos acentos gráficos podem ser agrupadas em categorias, segundo a justificativa para seu emprego, o que facilita sobremodo a memorização.
Assim, temos acentos relacionados:
à posição da sílaba tônica;
à presença de hiatos;
à presença de ditongos abertos;
à diferenciação entre palavras;
a formas verbais;
à pronúncia do U nos dígrafos “GUI”, “GUE”, “QUI”, “QUE”.
Acentos relacionados à posição da sílaba tônica
A tonicidade das palavras nos permite classíficá-las em:
1) monossílabos tônicos (uma sílaba, e forte),
2) oxítonas (força na última sílaba),
3) paroxítonas (força na penúltima sílaba);
Proparoxítonas (força na antepenúltima sílaba).
Quanto à acentuação, devem ser assim acentuadas:
Monossílabas tônicas terminadas em A/S, E/S, O/S. Exemplos: má-fé, más, dó.
Oxítonas terminadas em A/S, E/S, O/S, EM, ENS. Exemplos: alvará, francês, dominó, (ele) advém, (tu) conténs.
Atenção: Não acentue as terminadas em I e U: conferi-lo, peru.
Palavras paroxítonas: são acentuadas as terminadas
em ditongos (dois sons emitidos de uma só vez), seguidos ou não de “s”. Exemplos: colégio, egrégia, níveis, gêmeos, mágoa.
em UM, UNS, US, I, IS. Exemplos: médium, álbuns, húmus, táxi, práxis.
em L, N, R, X (apenas no singular). Exemplos: nível, favorável, hífen, abdômen, caráter, revólver, tórax, fênix.
Atenção: Hifens e itens não são acentuadas.
em Ã/S, ÃO/S, OM (nasais). Exemplos: ímã, órgão, órfãos, rádom.
em PS. Exemplos: fórceps, bíceps.
Proparoxítonas: todas são acentuadas. Exemplos: hipótese, dicotômico, nódulo.
Acentos relacionados à presença de hiatos (vogais pronunciadas separadamente) em:
I e U. Exemplos: saúde, contribuímos, raízes, altruísta.
OO e EE. Exemplos: magôo, enjôo, vôo, crêem, lêem.
Ditongos Abertos
Acentos relacionados à presença de ditongos abertos ÉI,ÓI, ÉU. Exemplos: papéis, heróis, véus.
Acentos diferenciais – vocábulos mais utilizados:
Verbos: pôr, pára, pôde (pretérito), côa, côas, péla.
Substantivos: pólo, pólos, pêlo, pêra.
Acentos em formas verbais
Em princípio, os verbos são acentuados como qualquer outra forma. Exemplos: fará, dizê-lo, contestá-la-íamos, construí, destrói, magôo, dêem.
Os verbos VIR e TER e seus derivados (advir, convir, manter, reter, etc.) recebem acento circunflexo na 3ª pessoa singular do presente do indicativo – eles vêm, têm, advêm, mantêm, etc. – para diferenciar essa forma de sua homônima do singular – ele vem, tem, advém, mantém, etc).
Acento e trema
O trema deve ser utilizado nos dígrafos GUI, GUE, QUI, QUE sempre que o U seja pronunciado, como em tranquilo, sequestro, delinquência.
Se, além de ser pronunciado, o U, nesses dígrafos, for agudo, ao invés de trema, deve-se utilizar acento, como em tu argúis, eles argúem.
Acentuação – Palavras
Como se acentuam as palavras?
As palavras que possuem mais de uma sílaba classificam-se de acordo com a tonicidade ou posição de sua sílaba tônica em oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas. As palavras de uma só sílaba, os monossílabos, podem ser tônicas ou átonas.
Monossílabos átonos são aqueles que se apóiam na força da sílaba tônica da palavra seguinte:
O uso do cachimbo faz a boca torta.
Em algumas palavras, a sílaba tônica é necessariamente marcada por um acento gráfico. É esse acento que define o significado específico de tais palavras.
Sua ausência dificulta o entendimento e pode modificar completamente o sentido das palavras: revólver, revolver / tomara, tomará
O acento gráfico que marca a sílaba tônica pode ser agudo café, indicando também que a vogal é aberta; ou circunflexo você, indicando vogal fechada.
Classificação das palavras pela sílaba tônica
Palavras oxítonas:
A sílaba tônica é a última
Só levam acento gráfico quando terminadas em: a, e, o, em, ens seguidos ou não de s sofá, atrás, Português, mocotó, armazém, parabéns
Palavras paroxítonas:
A sílaba tônica é a penúltima
Só levam acento gráfico quando terminadas em: r, i (is), n, l, u (us), x e um (uns), ã (ãs), ps, oo (oos) açúcar, safári, pólen, fácil, vírus, tórax álbum, ímã, bíceps, enjôo
Ditongo: jóquei, órgão, comércio, história
Palavras proparoxítonas:
A sílaba tônica é a antepenúltima
Todas levam acento gráfico: árvore, antropófago, caríssimos
Átonas | Tônicas | ||
---|---|---|---|
Artigos, preposições e conjunções nunca são acentuadas: os, com, sem, nem, ou | Substantivos, adjetivos, advérbios, verbos e alguns pronomes levam acento gráfico quando terminadas em a, e, o, seguidos ou não de s: já, lê, pó, nós | ||
mas | conjunção | más | adjetivo |
de | preposição | dê | verbo |
do | preposição + artigo | dó | substantivo |
Acento diferencial
Algumas palavras homônimas guardam o acento diferencial:
para (preposição) | pára (verbo) | |
pelo (preposição + o) | pêlo (substantivo) | pélo (verbo) |
pode (verbo no presente) | pôde (verbo no passado) | |
por (preposição) | pôr (verbo) | |
pólo (substantivo) | pôlo (substantivo) |
Regras gerais
Acentuam-se graficamente os ditongos abertos, desde que sejam tônicos: herói, heróico, céu, idéia
As vogais i ou u tônicas levam acento quando formam hiato com a vogal anterior, seguidas ou não de s: ju-í-zes, sa-ú-de, e-go-ís-ta
Mas não são acentuadas quando vêm antecedidas de vogal e seguidas de l, m, n, r ou z, e nh, i ou u: ju-iz, mo-i-nho, xi-i-ta, ru-im, atra-iu, contribu-iu
Os hiatos ôo e êem, indicativos da 3ª pessoa do plural do presente do indicativo: vôo, enjôo, perdôo, crêem, lêem, dêem, vêem
O u tônico nos grupos gue, gui, que, qui: apazigúe, argúi, obliqúe
Acentuação – Resumindo
Situação | Exemplos | |
---|---|---|
Oxítonas | terminadas em: a, as, e, es, o, os, em, ens | sofá, jacaré, avô, atrás, convés, avós, alguém, parabéns. |
Paroxítonas | terminadas em: i, is, n, um, uns, r, x, ã, ãs, ão, ãos, ditongo, ps | pólen, safári, íris, fácil, álbum, tórax, vírus, órgão, imã, mágoa, móveis, régua, bíceps |
Proparoxítonas | todas têm acento | árabe, árvore, exército, caríssimos, quilômetro |
hiato | “i” e “u”, acompanhados ou não de “s” | saúde, paraíso, faísca, balaústre. |
éu, éi, ói | acentuados quando abertos e tônicos | chapéu, idéia, herói |
Acentuação Gráfica
A Acentuação Gráfica tem como pré-requisito o conhecimento da pronúncia dos vocábulos em que fica clara a presença do acento tônico. Desse modo, podemos aplicar, de início, uma regra geral, que já facilita o emprego do acento gráfico.
REGRA GERAL: Acentuam-se graficamente aqueles vocábulos que sem acento poderiam ser lidos ou então interpretados de outra forma.
Exemplos: secretária/secretaria – ambrósia/ambrosia – sábia/sabia/sabiá
DICAS PARA UMA CONSULTA RÁPIDA
Se você tem alguma dúvida sobre a acentuação gráfica de uma palavra, siga as seguintes etapas:
1. Pronuncie a palavra bem devagar, procurando sentir onde se localiza o seu acento tônico, isto é, a sua sílaba mais forte. (Em relação à pronúncia e à correta acentuação tônica das palavras, consulte o link “ORTOEPIA E PROSÓDIA” desta página.)
2. Se a sílaba tônica estiver na última sílaba da palavra, esta será considerada uma palavra OXÍTONA; exemplos: caPUZ, uruBU, aMOR, etc.
3. Já se a sílaba tônica cair na penúltima sílaba, a palavra será PAROXÍTONA; exemplos: CAsa, cerTEza, GAlo, coRAgem, etc.
4. Por fim, estando a sílaba tônica na antepenúltima sílaba da palavra, esta se denominará PROPAROXÍTONA; exemplos: arquiPÉlago, reLÂMpago, CÔNcavo, etc.
5. Classificada a palavra quanto à posição de sua sílaba tônica, procure então nas regras abaixo se ela deverá receber um acento gráfico ou não, para a sua correta representação.
REGRAS BÁSICAS
Devem ser acentuados os MONOSSÍLABOS (palavras de uma só sílaba) TÔNICOS terminados em “a”, “e”, “o”, seguidos ou não de s: pá, pé, nó, pás, pés, nós, etc.
Observação: Os monossílabos tônicos, terminados em “z”, assim como todas as outras palavras da língua portuguesa terminadas com essa mesma letra, não são acentuados: luz, giz, dez… (compare os seguintes parônimos: nós/noz, pás/paz, vês/vez).
Também os monossílabos tônicos, terminados em “i” e “u”, não recebem acento gráfico: pai, vai, boi, mau, pau, etc.
OXÍTONAS
Acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em “a”, “e”, “o”, seguidas ou não de s; e também com as terminações “em” e “ens”.
Exemplos: cajá, café, jiló, bebê, robô, armazém, alguém, reféns, etc.
Observações:
1. As formas verbais terminadas em “a”, “e” e “o”, seguidas dos pronomes la(s) ou lo(s) devem ser acentuadas. Exemplos: encontrá-lo, recebê-la, dispô-los, amá-lo-ia, vendê-la-ia, etc.
2. Não se acentuam as oxítonas terminadas em:
az, ez, iz, oz, uz – capaz, tenaz, talvez, altivez, juiz, raiz, feroz, capuz, avestruz…;
i(s) – Anhembi, Parati, anis, barris, dividi-lo, adquiri-las…;
u(s) – caju, pitu, zebu, Caxambu, Bauru, Iguaçu, Bangu, compus…;
or – ator, diretor, detetor, condor, impor, compor, compositor…;
im – ruim, capim, assim, aipim, folhetim, boletim, espadachim…;
PAROXÍTONAS
Não são acentuadas as paroxítonas terminadas em “a”, “e”, “o”, seguidas ou não de s; e também as finalizadas com “em” e “ens”.
Exemplos: cama, seda, flecha, rede, sede, pote, ovo, coco, bolo, garagem, ferrugem, idem, item, nuvens, imagens, viagens, etc.
São acentuadas as paroxítonas terminadas em:
r / x / n / l (Dica: Lembre-se das consoantes da palavra RouXiNoL)
Exemplos: mártir, fêmur, fácil, útil, elétron, tórax, córtex, etc.
Observação: Entretanto, palavras como “pólen”, “hífen”, quando no plural (polens, hifens), não recebem o acento gráfico, porque nesta forma elas são regidas pela regra anterior. A palavra “hífen” possui ainda um outro plural que, no caso, é acentuado por ser proparoxítono: “hífenes”.
i / is
Exemplos: júri, cáqui (cor), lápis, miosótis, íris, tênis, cútis, etc.
Observação: Os prefixos paroxítonos, mesmo terminados em “i” ou “r”, não são acentuados. Exemplos: semi, anti, hiper, super, etc.
ã / ão (seguidas ou não de S)
Observação: O til não é considerado acento gráfico, e sim uma marca de nasalidade.
Exemplos: ímã (ímãs), órfã (órfãs), órfão (órfãos), bênção (bênçãos) etc.
ôo / ôos
Exemplos: vôo, enjôo, abençôo, perdôo, etc.
ps
Exemplos: bíceps, fórceps, etc.
us / um / uns
Exemplos: vírus, bônus, álbum, álbuns, etc.
ditongos orais, crescentes ou decrescentes, seguidos ou não de s.
Exemplos: água, mágoa, ódio, jóquei, férteis, fósseis, fôsseis, túneis, úteis, variáveis, área, série, sábio, etc.
PROPAROXÍTONAS
Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas.
Exemplos: lâmpada, côncavo, lêvedo, pássaro, relâmpago, máscara, árabe, gótico, límpido, louvaríamos, devêssemos, pêndulo, fôlego, recôndito, cândido, etc.
REGRAS GENÉRICAS
Além dessas regras vistas acima, que se baseiam na posição da sílaba tônica e na terminação, existem outras que levam em conta aspectos específicos da sonoridade das palavras.
Assim, são acentuadas as palavras com as seguintes características:
A) Quando possuírem ditongos abertos em sílaba tônica como “ei”, “eu”, “oi”, seguidos ou não de s.
Exemplos: anéis, geléia, céu, chapéu, herói, heróico, anzóis, etc.
Observações:
1. Atente-se que se esses ditongos abertos não estiverem na sílaba tônica da palavra, eles não serão acentuados. Exemplos: pasteiZInhos, chapeuZInho, anzoiZInhos, etc.
2. Se o ditongo apresentar timbre fechado, não haverá acento como em azeite, manteiga, judeu, hebreu, apoio, arroio, comboio, etc. Isso só vale para os ditongos “ei”, “eu” e “oi”, porque só com esses três ditongos pode haver a variação aberto/fechado. O ditongo “au”, por exemplo, é sempre aberto (grau, nau, degrau, pau); por isso nunca será necessário diferenciá-lo de nada, ou seja, não será necessário acentuá-lo.
3. Em livros, jornais e outras publicações portuguesas em geral, só se verifica o acento nos ditongos “eu” e “oi”, quando abertos e tônicos. No Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, publicado em 2001 pela Academia das Ciências de Lisboa, vocábulos como “herói”, “jóia”, “céu” e “véu”, por exemplo, aparecem com acento agudo, o que não acontece com “assembleia”, “ideia”, “geleia”, “traqueia”, etc. E palavras como “enjôo” e “vôo”, acentuadas no Brasil, em Portugal são escritas sem acento (“enjoo”, “voo”).
B) Quando a segunda vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acompanhados ou não de s, haverá acento: saída, proíbo, faísca, caíste, saúva, viúva, balaústre, país, baú, Gravataí, Grajaú, juízes, raízes, etc.
Esta regra aplica-se também às formas verbais seguidas de lo(s) ou la(s): possuí-lo, distribuí-lo, substituí-lo, atraí-la, construí-los…
Observações:
1. Quando a vogal “i” ou a vogal “u” forem acompanhadas de outra letra que não seja s, não haverá acento: paul, Raul, cairmos, contribuinte…;
2. Se o “i” for seguido de “nh”, não haverá acento como em: rainha, moinho, tainha, campainha, etc;
3. As formas verbais “possui”, “sai”, “cai”, por exemplo, podem ou não aparecer acentuadas. Se forem a terceira pessoa do singular do presente do indicativo dos verbos possuir, sair, cair, elas não levarão acento: Ele/Ela possui, sai, cai. Se, no entanto, forem a primeira pessoa do singular do pretérito perfeito, as formas serão acentuadas: Eu possuí, saí, caí.
C) Quando certas palavras possuírem as formas “gue”, “gui”, “que”, “qui”, onde o “u” é pronunciado (sem constituir, porém, um hiato) como no caso de “averiguemos”, “aguentar”, “linguiça”, “sequestro”, “equino”, “equilátero”, “frequente”, “consequentemente”, “delinquente”, “tranquilo”, “tranquilidade”, “quinquagésimo”, “quinquenal”, “enxáguem”, “pinguim”, “arguição”, “ambiguidade”, esse “u”, que é átono, receberá o trema. No entanto, quando o “u” for tônico, ele levará um acento agudo como em “averigúe”, “argúe”, “obliqúe”, etc.
D) Existem ainda palavras com a possibilidade de dupla pronúncia, possuindo assim dupla possibilidade de acentuação, são elas: liquidificador/liquidificador líquido/líquido liquidação /liquidação sanguíneo/sanguíneo sanguinário/sanguinário equidistante/equidistante antiguidade/antiguidade antiquíssimo/antiquíssimo equidade/equidade equivalente/equivalente
ACENTO DIFERENCIAL
Apesar deste tipo de acento ter sido abolido pela lei 5.765, de 1971, existe ainda um único caso remanescente desse tipo de acento.
Trata-se das formas do verbo PODER, onde no presente do indicativo não recebe acento gráfico: “Ele pode estudar sozinho”; mas no pretérito perfeito é acentuada: “Ela não pôde sair ontem à noite”.
Há ainda algumas palavras que recebem acento diferencial de tonicidade, ou seja, são palavras que se escrevem com as mesmas letras (homografia), mas têm oposição tônica (tônica/átona).
Exemplos:
pôr (verbo) – por (preposição)
pára (forma do verbo parar, também presente em algumas palavras compostas: pára-brisa, pára-quedas, pára-raios, pára-lama) – para (preposição)
côas, côa (formas do presente do indicativo do verbo coar) – coas, coa (preposição com + artigo a e as, respectivamente; essas formas são comuns em poesia)
péla, pélas (formas do verbo pelar, ou substantivo = bola de brinquedo) – pela, pelas (contrações de preposição e artigo)
pêlo, pêlos (substantivo) – pélo (forma do verbo pelar) – pelo, pelos (contrações de preposição e artigo)
pêra, peras (substantivo = fruta) – péra, péras (substantivo, ant. = pedra) – pera, peras (preposição arcaica)
pêro, Pêro (substantivos = maçã doce e oblonga, e denominação dada pelos índios aos portugueses nos primeiros anos da colonização) – pero (conjunção arcaica = porém, mas, ainda que)
pôla (substantivo = ramo novo de árvore) – póla (substantivo = surra) – pola (contração arcaica de preposição e artigo)
pôlo (substantivo = falcão ou gavião) – pólo (substantivo = extremidade do eixo da Terra) – polo (contração arcaica de preposição e artigo)
Já o acento grave assinala a contração da preposição “a” com o artigo “a” e com os pronomes demonstrativos “aquele, aquela, aquilo”.
Exemplos:
Irei à Bahia amanhã. Assistiremos àquele filme juntos. Ela não deu importância àquilo que você falou.
VERBOS QUE POSSUEM COMPORTAMENTO PECULIAR QUANTO À ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Os verbos “crer”, “ler” e “ver”, na terceira pessoa do singular do presente do indicativo (e o verbo “dar” no presente do subjuntivo), são monossílabos tônicos acentuados, tendo na terceira pessoa do plural o “e” dobrado e recebem acento no primeiro “e”.
Exemplos:
Ela crê em Deus fervorosamente / Elas crêem em Deus fervorosamente
Ana vê televisão o dia todo / Ana e suas amigas vêem televisão o dia todo
Carlos lê jornal diariamente / Carlos e seu pai lêem jornal diariamente
Todos esperam que Bruno dê o melhor de si no próximo jogo / Todos esperam que os jogadores dêem o melhor de si no próximo jogo
Observação: O aspecto do “e” dobrado e do primeiro “e” ser acentuado na terceira pessoa do plural dos verbos mencionados acima também ocorre em seus compostos como “descrer”, “rever”, “reler”, etc.
Exemplos:
Eles descrêem na vida em outros planetas. À noite, muitas pessoas revêem suas ações durante o dia. Os escritores relêem várias vezes seus livros antes de publicá-los.
Os verbos “vir” e “ter”, na terceira pessoa do singular, não são acentuados; entretanto, na terceira do plural recebem o acento circunflexo.
Exemplos:
João vem de Brasília amanhã. Os deputados vêm de Brasília amanhã.
Ela tem um bom coração. Os jovens têm a vida em suas mãos.
Observação: Atente-se, no entanto, para os compostos desses verbos que recebem um acento agudo na terceira pessoa do singular, mas continuam com o acento circunflexo na terceira do plural.
Exemplos:
O Banco Central, normalmente, intervém em bancos com dificuldades financeiras.
Os EUA intervêm, a todo momento, em assuntos que só dizem respeito a outros países.
Xuxa entretém as crianças sempre com muito carinho.
Os palhaços entretêm a platéia que se diverte a valer.
Acentuação – Uso
Palavras | Acentuam-se | Exemplos |
---|---|---|
Agudas ou oxítonas | quando: terminam nas vogais abertas a, e, o (acento agudo) e nas médias e e o (acento circunflexo);
terminam nos ditongos abertos ei, oi, eu; têm duas ou mais sílabas e terminam em em e ens; terminam nas vogais i e u que não formam ditongo com a vogal que as precede, seguidas ou não de s. |
sofá, pés, após lê, três, avô, pôs
anéis, herói, céu alguém, parabéns aí, país, baú |
Graves ou paroxítonas | quando: terminam em i e u seguidas ou não de s;
terminam em ditongo ou em vogal nasal seguidas ou não de s; têm o ditongo aberto e tónico ói; têm i ou u tónico, desde que não formem ditongo com a vogal precedente; de vogal tónica aberta (acento agudo) ou média (acento circunflexo), para as distinguir das suas homógrafas |
lápis, bónus bênção, órgão, túneis, fósseis
azóico, paranóico seríeis, baía, suíno, ruído saudámos, secámos, pôde |
Esdrúxulas ou proparoxítonas | acentuam-se sempre com acento agudo quando a vogal é aberta e com acento circunflexo quando a vogal é média | rápido, fenómeno, ânfora, fôssemos, área, ignorância, inócuo |
ACENTUAÇÃO GRÁFICA DAS PALAVRAS OXÍTONAS
1º) Acentuam-se com acento agudo:
a) As palavras oxítonas terminadas nas vogais tônicas abertas grafadas – a, -e ou -o, seguidas ou não de -s: está, estás, já, olá; até, é, és, olé, ponta- pé(s); avó(s,), dominó(s), paletó(s,), só(s).
Obs.: Em algumas (poucas) palavras oxítonas terminadas em -e tônico, geralmente provenientes do francês, esta vogal, por ser articulada nas pronúncias cultas ora como aberta ora como fechada, admite tanto o acento agudo como o acento circunflexo: bebé ou bebê, bidé ou bidê, canapé ou canapê, caraté ou caratê, croché ou crochê, guiché ou guichê, matiné ou matinê, nené ou nenê, ponjé ou ponjê, puré ou purê, rapé ou rapê.
O mesmo se verifica com formas como cocó e cocô, ré (letra do alfabeto grego) e ré. São igualmente admitidas formas como judô, a par de judo, e metrô, a par de metro.
b) As formas verbais oxítonas, quando, conjugadas com os pronomes clíticos lo(s) ou la(s), ficam a terminar na vogal tônica aberta grafada -a, após a assimilação e perda das consoantes finais grafadas -r, -s ou -z: adorá-lo(s) (de adorar-lo(s)), dá-la(s) (de dar-laA(s) ou dá(s)-la(s) ou dá(s)-la(s)), fá-lo(s) (de faz-lo(s)), fá-lo(s)-às (de far-lo(s)-ás), habita-la(s)-iam (de habitar-la(s)- iam), tra-la(s)-á (de trar-la(s)-á).
c) As palavras oxítonas com mais de uma sílaba terminadas no ditongo nasal (presente do indicativo etc.) ou -ens: acém, detém, deténs, entretém, entre- téns, harém, haréns, porém, provém, provéns, também.
d) As palavras oxítonas com os ditongos abertos grafados -éi, éu ou ói, podendo estes dois últimos ser seguidos ou não de -s: anéis, batéis, fiéis, papéis; céu(s), chapéu(s), ilhéu(s), véu(s); corrói (de correr), herói(s), remói (de re- moer), sóis.
2º) Acentuam-se com acento circunflexo:
a) As palavras oxítonas terminadas nas vogais tônicas fechadas que se grafam -e ou -o, seguidas ou não de -s: cortês, dê, dês (de dar), lê, lês (de ler), português, você(s); avô(s), pôs (de pôr), robô(s).
b) As formas verbais oxítonas, quando conjugadas com os pronomes clíticos – lo(s) ou -la(s), ficam a terminar nas vogais tônicas fechadas que se grafam -e ou -o, após a assimilação e perda das consoantes finais grafadas -r, -s ou -z: detê-lo(s) (de deter-lo-(s)), fazê-la(s) (de fazer-la(s)), fê-lo(s) (de fez-lo(s)), vê-la(s) (de ver-la(s)), compô-la(s) (de compor-la(s)), repô-la(s) (de repor-la(s)), pô-la(s) (de por-la(s) ou pôs-la(s)).
DA ACENTUAÇÃO GRÁFICA DAS PALAVRAS PAROXÍTONAS
1º) As palavras paroxítonas não são em geral acentuadas graficamente: enjoo, grave, homem, mesa, Tejo, vejo, velho, voo; avanço, floresta; abençoo, an- golano, brasileiro; descobrimento, graficamente, moçambicano
2º) Recebem, no entanto, acento agudo:
a) As palavras paroxítonas que apresentam, na sílaba tônica, as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i ou u e que terminam em -l, -n, -r, -x e -ps, assim como, salvo raras exceções, as respectivas formas do plural, algumas das quais passam a proparoxítonas: amável (pl. amáveis), Aníbal, dócil (pl. dóceis), dúctil (pl. dúcteis), fóssil (pl. fósseis), réptil (pl. répteis; var. reptil, pl. reptis); Acármen (pl. cármenes ou carmens; var. carme, pl. carmes); dólmen (pl. dólmenes ou dolmens), éden (pl. édenes ou edens), líquen (pl. líquenes), lúmen (pl. lúmenes ou lúmens); acúcar (pl. açúcares), almíscar (pl. almísca- res), cadáver (pl. cadáveres), caráter ou carácter (mas pl. carateres ou carac- teres), ímpar (pl. ímpares); Ájax, córtex (pl. córtex; var. córtice, pl. córtices, índex (pl. índex; var. índice, pl. índices), tórax (pl. tórax ou tóraxes; var. to- race, pl. toraces); bíceps (pl. bíceps; var. bicípite, pl. bicípites), fórceps (pl. fórceps; var. fórcipe, pl. fórcipes).
Obs.: Muito poucas palavras deste tipo, com a vogais tônicas grafadas e e o em fim de sílaba, seguidas das consoantes nasais grafadas m e n, apre- sentam oscilação de timbre nas pronúncias cultas da língua e, por conseguinte, também de acento gráfico (agudo ou circunflexo): sémen e sêmen, xénon e xê- non; fêmure fémur, vómer e vômer; Fénix e Fênix, ónix e ônix.
b) As palavras paroxítonas que apresentam, na sílaba tônica, as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i ou u e que terminam em -ã(s), -ão(s), -ei(s), -i(s), -um, -uns ou -us: órfã (pl. órfãs), acórdão (pl. acórdãos), órgão (pl. órgãos), órgão (pl. órgãos), sótão (pl. sótãos); hóquei, jóquei (pl. jóqueis), amáveis (pl. de amável), fáceis (pl. de fácil), fósseis (pl. de fóssil), amáreis (de amar), amáveis (id.), cantaríeis (de cantar), fizéreis (de fazer), fizésseis (id.); beribéri (pl. beribéris), bílis (sg. e pl.), íris (sg. e pl.), júri (di. júris), oásis (sg. e pl.); álbum (di. álbuns), fórum (di. fóruns); húmus (sg. e pl.), vírus (sg. e pl.).
Obs.: Muito poucas paroxítonas deste tipo, com as vogais tônicas grafadas e e o em fim de sílaba, seguidas das consoantes nasais grafadas m e n, apresentam oscilação de timbre nas pronúncias cultas da língua, o qual é assinalado com acento agudo, se aberto, ou circunflexo, se fechado: pónei e pônei; gónis e gônis, pénis e pênis, ténis e tênis; bónus e bônus, ónus e ônus, tónus e tônus, Vénus e Vênus.
3º) Não se acentuam graficamente os ditongos representados por ei e oi da sílaba tônica das palavras paroxítonas, dado que existe oscilação em muitos casos entre o fechamento e a abertura na sua articulação: assembleia, boleia, ideia, tal como aldeia, baleia, cadeia, cheia, meia; coreico, epopeico, onomatopeico, proteico; alcaloide, apoio (do verbo apoiar), tal como apoio (subst.), Azoia, hoia, boina, comboio (subst.), tal como comboio, comboias, etc. (do verbo comboiar), dezoito, estroina, heroico, introito, jiboia, moina, paranoico, zoina.
4º) É facultativo assinalar com acento agudo as formas verbais de pretérito perfeito do indicativo, do tipo amámos, louvámos, para as distinguir das correspondentes formas do presente do indicativo (amamos, louvamos), já que o timbre da vogal tônica é aberto aquele caso em certas variantes do português.
5º) Recebem acento circunflexo:
a) As palavras paroxítonas que contêm, na sílaba tônica, as vogais fechadas com a grafia a, e, o e que terminam em -l, -n, -r, ou -x, assim como as respectivas formas do plural, algumas das quais se tornam proparoxítonas: cônsul (pl. cônsules), pênsil (pl. pênseis), têxtil (pl. têxteis); cânon, var. cânone (pl. cânones), plâncton (pl. plânctons); Almodôvar, aljôfar (pl. aljôfares), âmbar (pl. âmbares), Câncer, Tânger; bômbax(sg. e pl.), bômbix, var. bômbice (pl. bômbices).
b) As palavras paroxítonas que contêm, na sílaba tônica, as vogais fechadas com a grafia a, e, o e que terminam em -ão(s), -eis, -i(s) ou -us: bênção(s), côvão(s), Estêvão, zângão(s); devêreis (de dever), escrevêsseis (de escrever) ,fôreis (de ser e ir), fôsseis (id.), pênseis (pl. de pênsil), têxteis (pl. de têxtil); dândi(s), Mênfis; ânus.
c) As formas verbais têm e vêm, 3ºs pessoas do plural do presente do indicativo de ter e vir, que são foneticamente paroxítonas (respectivamente / tãjãj /, / vãjãj / ou /te)e)j/, /ve)e)j/ ou ainda / te)je)j /, / ve)je)j/; cf. as antigas grafias preteridas, têem, vêem, a fim de se distinguirem de tem e vem, 3as pessoas do singular do preAsente do indicativo ou 2as pessoas do singular do imperativo; e também as correspondentes formas compostas, tais como: abstêm (cf. abstém), advêm (cf. advém), contêm (cf. contém), convêm (cf. convém), desconvêm (cf. desconvém), detêm (cf. detem), entretem (cf. entretém), intervêm (cf. intervém), mantêm (cf. mantém), obtêm (cf. obtém), provêm (cf. provém), sobrevêm (cf. sobrevém).
Obs.: Também neste caso são preteridas as antigas grafias detêem, intervê- em, mantêem, provêem, etc.
6º) Assinalam-se com acento circunflexo:
a) Obrigatoriamente, pôde (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indica- tivo), no que se distingue da correspondente forma do presente do indicativo (pode).
b) Facultativamente, dêmos (1ª pessoa do plural do presente do conjuntivo), para se distinguir da correspondente forma do pretérito perfeito do indicativo (demos); fôrma (substantivo), distinta de forma (substantivo; 3ª pessoa do singular do presente do indicativo ou 2ª pessoa do singular do imperativo do verbo formar).
7º) Prescinde-se de acento circunflexo nas formas verbais paroxítonas que con- têm um e tônico oral fechado em hiato com a terminação -em da 3ª pessoa do plural do presente do indicativo ou do conjuntivo, conforme os casos: creem deem (conj.), descreem, desdeem (conj.), leem, preveem, redêem (conj.), releem, reveem, tresleem, veem.
8º) Prescinde-se igualmente do acento circunflexo para assinalar a vogal tônica fechada com a grafia o em palavras paroxítonas como enjoo, substantivo e flexão de enjoar, povoo, flexão de povoar, voo, substantivo e flexão de voar, etc.
9º) Prescinde-se, quer do acento agudo, quer do circunflexo, para distinguir palavras paroxítonas que, tendo respectivamente vogal tônica aberta ou fechada, são homógrafas de palavras proclíticas. Assim, deixam de se distinguir pelo acento gráfico: para (á), flexão de parar, e para, preposição; pela(s) (é), substantivo e flexão de pelar, e pela(s), combinação de per e la(s); pelo (é), flexão de pelar, pelo(s) (é), substantivo ou cAombinação de per e lo(s); polo(s) (ó), substantivo, e polo(s), combinação antiga e popular de por e lo(s); etc.
10º) Prescinde-se igualmente de acento gráfico para distinguir paroxítonas ho- mógrafas heterofónicas/heterofônicas do tipo de acerto (ê), substantivo, e a- certo (é,), flexão de acertar; acordo (ô), substantivo, e acordo (ó), flexão de acordar; cerca (ê), substantivo, advérbio e elemento da locução prepositiva cerca de, e cerca (é,), flexão de cercar; coro (ó), substantivo, e flexão de co- rar; deste (ê), contração da preposição de com o demonstrativo este, e deste (é), flexão de dar; fora (ô), flexão de ser e ir, e fora (ó), advérbio, interjeição e substantivo; piloto (ô), substantivo, e piloto (ó), flexão de pilotar, etc.
ACENTUAÇÃO DAS VOGAIS TÓNICAS/TÔNICAS GRAFADAS I E U DAS PALAVRAS OXÍTONAS E PAROXÍTONAS
1º) As vogais tônicas grafadas i e u das palavras oxítonas e paroxítonas levam acento agudo quando antecedidas de uma vogal com que não formam ditongo e desde de que não constituam sílaba com a eventual consoante seguinte, excetuando o caso de s: adaís (pl. de adail), aí, atraí (de atrair), baú, caís (de cair), Esaú, jacuí, Luís, país, etc.; alaúde, amiúde, Araújo, Ataíde, atraiam (de atrair), atraísse (id.) baía, balaústre, cafeína, ciúme, egoísmo, faísca, faúlha, graúdo, influíste (de influir), juízes, Luísa, miúdo, paraíso, raízes, recaída, ruína, saída, sanduíche, etc.
2º) As vogais tônicas grafadas i e u das palavras oxítonas e paroxítonas não levam acento agudo quando, antecedidas de vogal com que não formam ditongo, constituem sílaba com a consoante seguinte, como é o caso de nh, l, m, n, r e z: bainha, moinho, rainha; adail, paul, Raul; Aboim, Coimbra, ruim; ainda, constituinte, oriundo, ruins, triunfo; atrair, demiurgo, influir, influirmos; juiz, raiz; etc.
3º) Em conformidade com as regras anteriores leva acento agudo a vogal tônica grafada i das formas oxítonas terminadas em r dos verbos em -air e -uir, quando estas se combinam com as formas pronominais clíticasA -lo(s), – la(s), que levam à assimilação e perda daquele -r: atraí-lo(s,) (de atrair-lo(s)); atraí-lo(s)-ia (de atrair-lo(s)-ia); possuí-la(s) (de possuir-la(s)); possuí-la(s)-ia (de possuir-la(s) -ia).
4º) Prescinde-se do acento agudo nas vogais tônicas grafadas i e u das palavras paroxítonas, quando elas estão precedidas de ditongo: baiuca, boiuno, cauila (var. cauira), cheinho (de cheio), sainha (de saia).
5º) Levam, porém, acento agudo as vogais tônicas grafadas i e u quando, precedidas de ditongo, pertencem a palavras oxítonas e estão em posição final ou seguidas de s: Piauí, teiú, teiús, tuiuiú, tuiuiús.
Obs.: Se, neste caso, a consoante final for diferente de s, tais vogais dispensam o acento agudo: cauim.
6º) Prescinde-se do acento agudo nos ditongos tônicos grafados iu e ui, quando precedidos de vogal: distraiu, instruiu, pauis (pl. de paul).
7º) Os verbos aguir e redarguir prescindem do acento agudo na vogal tônica grafada u nas formas rizotónicas/rizotônicas: arguo, arguis, argui, arguem; argua, arguas, argua, arguam. O verbos do tipo de aguar, apaniguar, apaziguar, apropinquar, averiguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir e afins, por oferecerem dois paradigmas, ou têm as formas rizotónicas/rizotônicas igualmente acentuadas no u mas sem marca gráfica (a exemplo de averiguo, averiguas, averigua, averiguam; averigue, averigues, averigue, averiguem; enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxague, enxaguem, etc.; delinquo, delinquis, delinqui, delinquem; mas delinquimos, delin quis) ou têm as formas rizotónicas/rizotônicas acentuadas fônica e graficamente nas vogais a ou i radicais (a exemplo de averíguo, averíguas, averígua, averíguam; averígue, averígues, averígue, averíguem; enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxágue, enxáguem; delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínqua, delínquam).
Obs.: Em conexão com os casos acima referidos, registre-se que os verbos em -ingir (atingir, cingir, constringir, infringir, tinAgir, etc.) e os verbos em – inguir sem prolação do u (distinguir, extinguir, etc.) têm grafias absolutamente regulares (atinjo, atinja, atinge, atingimos, etc.; distingo, distinga, distingue, dis- tinguimos, etc.).
ACENTUAÇÃO GRÁFICA DAS PALAVRAS PROPAROXÍTONAS
1º) Levam acento agudo:
a) As palavras proparoxítonas que apresentam na sílaba tônica as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i, u ou ditongo oral começado por vogal aberta: árabe, cáustico, Cleópatra, esquálido, exército, hidráulico, líquido, míope, músico, plástico, prosélito, público, rústico, tétrico, último;
b) As chamadas proparoxítonas aparentes, isto é, que apresentam na sílaba tônica as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i, u ou ditongo oral começado por vogal aberta, e que terminam por sequências vocálicas pós-tônicas praticamente consideradas como ditongos crescentes (-ea, -eo, -ia, -ie, -io, -oa, -ua, -uo, etc.): álea, náusea; etéreo, níveo; enciclopédia, glória; barbárie, série; lírio, prélio; mágoa, nódoa; exígua, língua; exí- guo, vácuo.
2º) Levam acento circunflexo:
a) As palavras proparoxítonas que apresentam na sílaba tônica vogal fechada ou ditongo com a vogal básica fechada: anacreôntico, brêtema, cânfora, cômputo, devêramos (de dever), dinâmico, êmbolo, excêntrico, fôssemos (de ser e ir), Grândola, hermenêutica, lâmpada, lôstrego, lôbrego, nêspera, plêiade, sôfrego, sonâmbulo, trôpego;
b) As chamadas proparoxítonas aparentes, isto é, que apresentam vogais fechadas na sílaba tônica, e terminam por sequências vocálicas pós-tônicas praticamente consideradas como ditongos crescentes: amêndoa, argênteo, côdea, Islândia, Mântua, serôdio.
3º) Levam acento agudo ou acento circunflexo as palavras proparoxítonas, reais ou aparentes, cujas vogais tônicas grafadas e ou o estão em final de sílaba e são seguidas das consoantes nasais grafadas m ou n, conforme o seu timbre é, respectivamente, aberto ou fechado nas pronúncias cultas da língua: acadêmico /acadêmico, anatômico /anatômico, cênico /cênico, cômodo / cAômodo, fenômeno / fenômeno, género/gênero, topónimo/topônimo; Amazónia/Amazônia, António/Antônio, blasfémia/blasfêmia, fémea/fêmea, gémeo/gêmeo, génio/gênio, ténue/tênue.
EMPREGO DO ACENTO GRAVE
1º) Emprega-se o acento grave:
a) Na contração da preposição a com as formas femininas do artigo ou pronome demonstrativo o: à (de a+a), às (de a+as);
b) Na contração da preposição a com os demonstrativos aquele, aquela, aqueles, aquelas e aquilo ou ainda da mesma preposição com os compostos aqueloutro e suas flexões: àquele(s), àquela(s), àquilo; àqueloutro(s), àqueloutra(s).
SUPRESSÃO DOS ACENTOS EM PALAVRAS DERIVADAS
1º) Nos advérbios em -mente, derivados de adjetivos com acento agudo ou circunflexo, estes são suprimidos: avidamente (de ávido), debilmente (de débil), facilmente (de fácil), habilmente (de hábil), ingenuamente (de ingênuo), lucidamente (de lúcido), mamente (de má), somente (de só), unicamente (de único), etc.; candidamente (de cândido), cortesmente (de cortês), dinamicamente (de dinâmico), espontaneamente (de espontâneo), portuguesmente (de português), romanticamente (de romântico).
2º) Nas palavras derivadas que contêm sufixos iniciados por z e cujas formas de base apresentam vogal tônica com acento agudo ou circunflexo, estes são suprimidos: aneizinhos (de anéis), avozinha (de avó), bebezito (de bebé), cafezada (de café), chapeuzinho (de chapéu), chazeiro (de chá), heroizito (de herói), ilheuzito (de ilhéu), mazinha (de má), orfãozinho (de órfão), vintenzito (de vintém), etc.; avozinho (de avô), bençãozinha (de bênção), lampadazita (de lâmpada), pessegozito (de pêssego).
O trema, sinal de diérese, é inteiramente suprimido em palavras portuguesas ou aportuguesadas.
Nem sequer se emprega na poesia, mesmo que haja separação de duas vogais que normalmente formam ditongo: saudade, e não saudade, ainda que tetrassílabo; saudar, e não saudar, ainda que trissílabo; etc.
Em virtude desta supressão, abstrai-se de sinal especial, quer para distinguir, em sílaba átona, um i ou u de uma vogal da sílaba anterior, quer para distinguir, também em sílaba átona, um i ou u de um ditongo precedente, quer para distinguir, em sílaba tónica ou átona, o u de gu ou qu de um e ou i seguintes: arruinar, constituiria, depoimento, esmiuçar, faiscar, faulhar, oleicultura, paraibano, reunião; abaiucado, auiqui, caiumá, cauixi, piauiense; aguentar, anguiforme, arguir, bilíngue, lingueta, linguista, linguístico; apropínque (com a variação apropinqúe), cinquenta, delínquem (com a variação delinqúem), equestre, frequentar, tranquilo, ubiquidade.
Obs.: Conserva-se, no entanto, o trema, de acordo com a Base I, 3º, em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: hubneriano, de Hubner, mulleriano, de Muller, etc.
Fonte: www.colegiosaofrancisco.com.br/intervox.nce.ufrj.br/www.pucrs.br
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