Quando a suprema dor muito me aperta (1685-1668)

Sonetos de Luís Vaz de Camões

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Quando a suprema dor muito me aperta,

se digo que desejo esquecimento,

é força que se faz ao pensamento,

de que a vontade livre desconserta.

Assi, de erro tão grave me desperta

a luz do bem regido entendimento,

que mostra ser engano ou fingimento

dizer que em tal descanso mais se acerta.

Porque essa própria imagem, que na mente

me representa o bem de que careço,

faz-mo de um certo modo ser presente.

Ditosa é, logo, a pena que padeço,

pois que da causa dela em mim se sente

um bem que, inda sem ver-vos, reconheço

Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br

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