Sonetos de Luís Vaz de Camões
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Pois meus olhos não cansam de chorar
tristezas, que não cansam de cansar me;
pois não abranda o fogo em que abrasar me
pôde quem eu jamais pude abrandar;
não canse o cego Amor de me guiar
a parte donde não saiba tornar me;
nem deixe o mundo todo de escutar me,
enquanto me a voz fraca não deixar.
E se nos montes, rios, ou em vales,
piedade mora, ou dentro mora Amor
em feras, aves, plantas, pedras, águas,
ouçam a longa história de meus males
e curem sua dor com minha dor;
que grandes mágoas podem curar mágoas
Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br
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