Pelo meu apartamento (1616)

Redondilhas de Luís Vaz de Camões

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Cantiga a este moto:
Vi chorar uns claros olhos
quando deles me partia.
Oh! que mágoa! Oh! que alegria!

VOLTAS

Pelo meu apartamento

se arrasaram todos d’água.

Quem cuidou que em tanta mágoa

achasse contentamento?

Julgue todo entendimento

qual mais sentir se devia:

se esta dor, se esta alegria!

Quando mais perdido estive,

então deu a esta alma minha

na maior mágoa que tinha

o maior gosto que tive.

Assi, se minh’alma vive

foi porque me defendia

desta dor esta alegria.

O bem que Amor me não deu no

tempo que o desejei,

quando dele me apartei

me confessou que era meu.

Agora, que farei eu

se a fortuna me desvia

de lograr esta alegria?

Não sei se foi enganado,

pois me tinha defendido

das iras de mal querido

no mel de ser apartado.

Agora peno dobrado,

achando no fim do dia

o princípio d’alegria

Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br

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