O Céu, a terra, o vento sossegado (1616)

Sonetos de Luís Vaz de Camões

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O céu, a terra, o vento sossegado…

As ondas, que se estendem pela areia…

Os peixes, que no mar o sono enfreia…

O nocturno silêncio repousado…

O pescador Aónio, que, deitado

onde co vento a água se meneia,

chorando, o nome amado em vão nomeia,

que não pode ser mais que nomeado:

Ondas (dezia), antes que Amor me mate,

torna-me a minha Ninfa, que tão cedo

me fizestes à morte estar sujeita.

Ninguém lhe fala; o mar de longe bate;

move-se brandamente o arvoredo;

leva-lhe o vento a voz, que ao vento deita

Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br

 

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