Raimundo Correia
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Raiava, ao longe, em fogo a lua nova,
Lembras-te?… apenas reluzia a medo,
Na escuridão crepuscular da alcova
O diamante que ardia-te no dedo…
Nesse ambiente tépido, enervante,
Os meus desejos quentes, irritados,
Circulavam-te a carne palpitante,
Como um bando de lobos esfaimados…
Como que estava sobre nós suspensa
A pomba da volúpia; a treva densa
Do teu olhar tinha tamanho brilho!
E os teus seios que as roupas comprimiam,
Tanto sob elas, túmidos, batiam,
Que estalavam-te o flácido espartilho!
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