Juravas-me que outras cabras (1598)

Redondilhas de Luís Vaz de Camões

Cantiga

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a este moto:
Esconjuro-te, Domingas,
pois me dás tanto cuidado,
que me digas se te vingas:
viverei menos penado.

VOLTAS

Juravas-me que outras cabras

folgavas de apacentar;

eu, por nao me magoar,

fingia que eram palavras.

Agora d’arte te vingas

d’algum meu doudo pecado,

qu’inda [que] queiras, Domingas,

não posso ser enganado.

Qualquer cousa busca o seu;

a fonte vai para o Tejo,

e tu para o teu desejo

por te vingares do meu.

De mi te esqueces, Domingas,

como eu faço do meu gado.

Praza a Deus que, se te vingas,

que moura desesperado.

Na fantasia te pinto;

falo-te, responde o monte;

busco o rio, busco a fonte,

endoudeço, e não o sinto.

Domingas! no vale brado;

responde o eco:-Domingas!

E tu ainda te não vingas

de me ver doudo tornado?

Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br

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