Raimundo Correia
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Homem, da vida as sombras inclementes
Interrogas em vão: – Que céus habita Deus?
Onde essa região de luz bendita,
Paraíso dos justos e dos crentes?
Em vão tateiam tuas mãos trementes
As entranhas da noite erma, infinita,
Onde a dúvida atroz blasfema e grita,
E onde há só queixas e ranger de dentes…
A essa abóbada escura, em vão elevas
Os braços para o Deus sonhado, e lutas
Por abarcá-lo; é tudo em torno trevas…
Somente o vácuo estreitas em teus braços;
E apenas, pávido, um ruído escutas
Que é o ruído dos teus próprios passos!…
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