Reciclar Entulho

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Reciclar Entulho

O entulho da construção civil – uma montanha diária de resíduos formada por argamassa, areia, cerâmicas, concretos, madeira, metais, papéis, plásticos, pedras, tijolos, tintas, etc – tornou-se um sério problema nas grandes cidades brasileiras. E deveria estar na pauta das administrações municipais, já que a partir de julho de 2004, de acordo com a resolução 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), as prefeituras estarão proibidas de receber os resíduos de construção e demolição no aterro sanitário. Cada município deverá ter um plano integrado de gerenciamento de resíduos da construção civil.

“Há muitos anos as políticas públicas estão voltadas ao lixo domiciliar e ao esgoto. Ignora-se o problema do resíduo da construção”, avalia o professor Vanderley John, do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da USP. Envolvido com o estudo de resíduos da construção desde 1997, o professor é coordenador de um projeto de pesquisa desenvolvido em conjunto pela Escola Politécnica da USP e o Sinduscon SP. Integrado ao Programa de Tecnologia Para Habitação (Habitare), da FINEP, o projeto visa desenvolver normas técnicas para facilitar a reciclagem, além de metodologias de controle de qualidade dos produtos gerados. Outra meta é investigar novas aplicações para estes resíduos.

De acordo com o professor, resultados de pesquisas anteriores demonstram que as características dos resíduos de construção são muito variáveis. As tecnologias existentes não conseguem medir as características dos resíduos em tempo real de forma que mesmo agregados reciclados de excelente qualidade são empregados em funções menos exigentes, desvalorizando o produto. Assim, uma das metas mais ambiciosas da pesquisa é desenvolver um conjunto de tecnologias de caracterização dos resíduos que torne possível a identificação rápida e segura das oportunidades de reciclagem mais adequadas para cada lote. O objetivo é ampliar o mercado para os produtos reciclados e valorizar a fração de boa qualidade.

A expectativa da equipe é exportar a tecnologia para o mercado internacional, especialmente o Europeu, que está em franco desenvolvimento. De acordo com o professor, mesmo em paises europeus, como a Holanda, os métodos de controle de qualidade dos agregados reciclados ainda são precários. Ainda hoje são adotados métodos de caracterização da composição através de catação manual das diferentes frações, em um trabalho tedioso, caro e demorado. No projeto em andamento, este processo artesanal será substituído por um processo informatizado, de tratamento e análise de imagens digitais, geradas por câmeras de baixo custo.

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Para desenvolvimento das metodologias, estão sendo estudados agregados reciclados reais de duas centrais de produção de agregado reciclado em São Paulo – um delas em Itaquera, e outra em Vinhedo . “Os resultados preliminares confirmam a grande variabilidade desse entulho. Mesmo em cidades bastante próximas, os resíduos se mostraram bastantes diversos em sua composição”, avalia o engenheiro Sérgio C. Angulo, cujo doutorado é uma das pesquisas em desenvolvimento no âmbito do projeto. Segundo o pesquisador, talvez a constatação mais importante seja de que a qualidade média dos agregados é muito superior ao esperado.

As pesquisas neste campo vêm também gerando diversas publicações e trazendo colaborações na produção de documentos na área de reaproveitamento de resíduos da construção. Atualmente a equipe participa da redação de um texto para subsidiar documentos da Câmara Ambiental da Indústria e de São Paulo.

Também participou da elaboração de uma norma para orientação das atividades em áreas de transbordo e outro para áreas de triagem de resíduos da construção – os documentos já foram encaminhados à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Em breve o grupo deve enviar à associação um novo documento, que tem como abordagem o reaproveitamento do resíduo da construção como pavimento.

Diagnósticos

A alta taxa de geração de resíduos de construção e demolição e a histórica indiferença com o problema transformam o cumprimento à exigência do Conama em um enorme desafio. Estimativas indicam que o lixo resultante da construção, manutenção e demolição de casas e edifícios representa 40 a 60% do resíduo sólido urbano das grandes cidades. Os diagnósticos do problema realizados em diferentes projetos de pesquisa vêm levantando dados importantes para as cidades brasileiras. Segundo o professor, ainda que seja parcialmente clandestino, o negócio dos resíduos da construção gira anualmente, somente no município de São Paulo, cerca de 70 a 100 milhões de reais em atividades de transporte, área de aterros, além das despesas da prefeitura na remoção dos resíduos ilegalmente depositados, operação de central de transbordo e de um aterro de resíduos de construção.

Deposição Clandestina

Na grande maioria dos municípios, a maior parte desse lixo é depositado em bota-fora clandestinos, nas margens de rios e córregos ou em terrenos baldios. Esse destino inadequado provoca o entupimento e o assoreamento de cursos d’água, de bueiros e galerias, estando diretamente relacionado às constantes enchentes e à degradação de áreas urbanas, além de propiciar o desenvolvimento de vetores. Os bota-fora e os locais de disposições irregulares são também locais propícios para roedores, insetos peçonhentos (aranhas e escorpiões) e insetos transmissores de endemias, como a dengue.

Fonte: www.escolher-e-construir.eng.br

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A quantidade de entulho gerado nas construções que são realizadas nas cidades brasileiras demonstra um desperdício irracional de material: desde a sua extração, passando pelo seu transporte e chegando à sua utilização na construção. Os custos desta irracionalidade são distribuídos por toda a sociedade, não só pelo aumento do custo final das construções como também pelos custos de remoção e tratamento do entulho. Na maioria das vezes, o entulho é retirado da obra e disposto clandestinamente em locais como terrenos baldios, margens de rios e de ruas das periferias.

A prefeitura compromete recursos, nem sempre mensuráveis, para a remoção ou tratamento desse entulho: tanto há o trabalho de retirar o entulho da margem de um rio como o de limpar galerias e desassorear o leito de córregos onde o material termina por se depositar. O custo social total é praticamente impossível de ser determinado, pois suas conseqüências geram a degradação da qualidade de vida urbana em aspectos como transportes, enchentes, poluição visual, proliferação de vetores de doenças, entre outros. De um jeito ou de outro, toda a sociedade sofre com a deposição irregular de entulho e paga por isso.

Como para outras formas de resíduos urbanos, também no caso do entulho o ideal é reduzir o volume e reciclar a maior quantidade possível do que for produzido.

A RECICLAGEM

Apesar de causar tantos problemas, o entulho deve ser visto como fonte de materiais de grande utilidade para a construção civil. Seu uso mais tradicional – em aterros – nem sempre é o mais racional, pois ele serve também para substituir materiais normalmente extraídos de jazidas ou pode se transformar em matéria-prima para componentes de construção, de qualidade comparável aos materiais tradicionais.

É possível produzir agregados – areia, brita e bica corrida para uso em pavimentação, contenção de encostas, canalização de córregos, e uso em argamassas e concreto. Da mesma maneira, pode-se fabricar componentes de construção – blocos, briquetes, tubos para drenagem, placas. Para todas estas aplicações, é possível obter similaridade de desempenho em relação a produtos convencionais, com custos muito competitivos. De qualquer forma, a compatibilidade entre as aplicações e os materiais e componentes produzidos deve ser levada em conta. A produção de componentes deve considerar a necessidade de cuidados especiais para que a composição do entulho não prejudique o produto final. Além disso, o controle da composição e do processamento do material é indispensável.

A prefeitura deve iniciar a implantação do programa fazendo um levantamento da produção de entulho no município, estimando os custos diretos e indiretos causados pela deposição irregular. Com base nestas informações será possível determinar a tecnologia a ser empregada, os investimentos necessários e a aplicação dos resíduos reciclados.

A implantação da reciclagem do entulho, assim como da sua sistemática de coleta, é mais eficiente se contar também com os agentes privados envolvidos na indústria da construção, em especial nas cidades onde o volume de obras realizadas pela administração municipal não produzir resíduos em escala suficiente para justificar a reciclagem.

A reciclagem de entulho pode ser realizada com instalações e equipamentos de baixo custo, apesar de existirem opções mais sofisticadas tecnologicamente. Havendo condições, pode ser realizado na própria obra que gera o resíduo, eliminando os custos de transporte.

É possível contar com diversas opções tecnológicas, mas todas elas exigem áreas e equipamentos destinados à seleção, trituração e classificação de materiais. As opções mais sofisticadas permitem produzir a um custo mais baixo, empregando menos mão-de-obra e com qualidade superior. Exigem, no entanto, mais investimentos e uma escala maior de produção. Por estas características, adequam-se, normalmente, a cidades de maior porte.

A implantação de usinas de reciclagem ou fábricas de componentes de uso comum a vários municípios – através de consórcios – depende, principalmente, da distância entre eles, dada a importância dos custos de transporte, e tende a ser possível apenas para municípios muito próximos.

COLETA DO ENTULHO

Para resolver o problema do entulho é preciso organizar um sistema de coleta eficiente, minimizando o problema da deposição clandestina. É necessário estimular, facilitando o acesso a locais de deposição regular estabelecidos pela prefeitura. A partir de uma coleta eficaz é possível introduzir práticas de reciclagem para o reaproveitamento do entulho.

Para cidades maiores, é importante que a coleta de entulho seja realizada de forma desconcentrada, com instalações de recebimento de entulho em várias regiões da cidade. Em contrapartida, é preciso lembrar que a concentração dos resíduos torna mais barata a sua reciclagem, reduzindo os gastos com transporte, que, em geral, é a variável mais importante num processo de reciclagem. Há portanto, uma equação a ser resolvida, envolvendo custos e quantidade de locais para deposição regular. Estabelecer dias de coleta por bairro, onde a população pode deixar o entulho nas calçadas para ser recolhido por caminhões da prefeitura é uma prática já adotada em alguns municípios. Entretanto, só é eficaz se for possível manter a regularidade do atendimento, sem perder a confiança da população.

A divulgação dos locais e dias de recolhimento e o estabelecimento de medidas rigorosas de fiscalização não podem ser dispensadas. Este sistema de coleta, apesar de muito prático para os produtores do entulho, implica altos custos para a prefeitura.

A política de coleta do entulho deve ser integrada aos demais serviços de limpeza pública do município.

Pode-se aproveitar programas já existentes ou, ao contrário, a partir do recolhimento de entulho implantar novos serviços como a coleta de “bagulhos” (por exemplo, móveis usados) que normalmente têm o mesmo tipo de deposição irregular e tão danosa quanto o entulho.

Mas o entulho surge não só da substituição de componentes pela reforma ou reconstrução.

Muitas vezes é gerado por deficiências no processo construtivo: erros ou indefinições na elaboração dos projetos e na sua execução, má qualidade dos materiais empregados, perdas na estocagem e no transporte. Estes desperdícios podem ser atenuados através do aperfeiçoamento dos controles sobre a realização das obras públicas e também através de trabalhos conjuntos com empresas e trabalhadores da construção civil, visando aperfeiçoar os métodos construtivos, reduzindo a produção de entulho e os desperdícios de material.

EXPERIÊNCIAS

Nos EUA, Japão, França, Itália, Inglaterra e Alemanha e outros países a reciclagem de entulho já se consolidou, com centenas de unidades instaladas. Os governos locais dispõem de leis exigindo o uso de materiais reciclados na construção e em serviços públicos.

No Brasil, entretanto, o reaproveitamento do entulho é restrito, praticamente, à sua utilização como material para aterro e, em muito menor escala, à conservação de estradas de terra. A prefeitura de São Paulo, em 1991, implantou uma usina de reciclagem com capacidade para 100 t/hora, produzindo material utilizado como sub-base para pavimentação de vias secundárias, numa experiência pioneira no Hemisfério Sul.

Em Belo Horizonte-MG, a prefeitura está implantando um programa para correção ambiental de áreas degradadas pela deposição clandestina de entulho, com a criação de uma rede de áreas para sua captação. O programa é completado pela instalação de usinas de reciclagem que produzirão materiais para uso em obras e serviços públicos, que deverão entrar em operação ainda em 1994.

RESULTADOS

1. Ambientais

Os principais resultados produzidos pela reciclagem do entulho são benefícios ambientais. A equação da qualidade de vida e da utilização não predatória dos recursos naturais é mais importante que a equação econômica. Os benefícios são conseguidos não só por se diminuir a deposição em locais inadequados (e suas conseqüências indesejáveis já apresentadas) como também por minimizar a necessidade de extração de matéria-prima em jazidas, o que nem sempre é adequadamente fiscalizado. Reduz-se, ainda, a necessidade de destinação de áreas públicas para a deposição dos resíduos.

2. Econômicos

As experiências indicam que é vantajoso também economicamente substituir a deposição irregular do entulho pela sua reciclagem. O custo para a administração municipal é de US$ 10 por metro cúbico clandestinamente depositado, aproximadamente, incluindo a correção da deposição e o controle de doenças. Estima-se que o custo da reciclagem significa cerca de 25% desses custos.

A produção de agregados com base no entulho pode gerar economias de mais de 80% em relação aos preços dos agregados convencionais. A partir deste material é possível fabricar componentes com uma economia de até 70% em relação a similares com matéria-prima não reciclada. Esta relação pode variar, evidentemente, de acordo com a tecnologia empregada nas instalações de reciclagem, o custo dos materiais convencionais e os custos do processo de reciclagem implantado. De qualquer forma, na grande maioria dos casos, a reciclagem de entulho possibilita o barateamento das atividades de construção.

3. Sociais

O emprego de material reciclado em programas de habitação popular traz bons resultados. Os custos de produção da infra-estrutura das unidades podem ser reduzidos.

Como o princípio econômico que viabiliza a produção de componentes originários do entulho é o emprego de maquinaria e não o emprego de mão-de-obra intensiva, nem sempre se pode afirmar que a sua reciclagem seja geradora de empregos.

Fonte: www2.fpa.org.br

Reciclar Entulho

A construção civil é uma das atividades mais antigas que se tem conhecimento e desde os primórdios da humanidade foi executada de forma artesanal, gerando como subproduto grande quantidade de entulho mineral.

Embora as técnicas de reciclagem dos resíduos minerais de construção civil tenham evoluído, não se pode afirmar com absoluta convicção que a reciclagem tenha se tornado uma idéia amplamente difundida.

A quantidade de entulho gerado nas construções que são realizadas nas cidades brasileiras demonstra um enorme desperdício de material. Os custos deste desperdício são distribuídos por todaa sociedade, não só pelo aumento do custo final das construções como também pelos custos deremoção e tratamento do entulho. Na maioria das vezes, o entulho é retirado da obra e disposto clandestinamente em locais comoterrenos baldios, margens de rios e de ruas das periferias.

As prefeituras comprometem recursos,nem sempre mensuráveis, para a remoção ou tratamento desse entulho: tanto há o trabalho deretirar o entulho da margem de um rio como o de limparr galerias e desassorear o leito de córregosonde o material termina por se depositar.

O custo social total é praticamente impossível de ser determinado, pois suas conseqüências geram adegradação da qualidade de vida urbana em aspectos como transportes, enchentes, poluição visual,proliferação de vetores de doenças, entre outros. De um jeito ou de outro, toda a sociedade sofrecom a deposição irregular de entulho e paga por isso.

Como para outras formas de resíduos urbanos,também no caso do entulho o ideal é reduzir o volume e reciclar a maior quantidade possível do quefor produzido.

A quantidade de entulho gerada nas cidades brasileiras é muito significativa e pode servir como umindicador do desperdício de materiais. Os resíduos de construção e demolição consistem emconcreto, estuque, telhas, metais, madeira, gesso, aglomerados, pedras, carpetes etc. Muitos dessesmateriais e a maior parte do asfalto e do concreto utilizado em obras podem ser reciclados.

Estareciclagem pode tornar o custo de uma obra mais baixo e diminuir também o custo de suadisposição.Note-se ainda que a demanda por habitação de baixo custo também torna interessante a viabilizaçãode materiais de construção a custos inferiores aos existentes, porém sem abrir mão da garantia dequalidade dos materiais originalmente utilizados.

Desta forma, o intuito do estudo, cujos resultadosparciais são apresentados aqui, é o desenvolvimento de técnicas que garantam a qualidade deelementos construtivos produzidos com agregado derivado de entulho a custos inferiores aosagregados primários.

Os estudos realizados com vistas ao emprego de agregados de entulho na fabricação de elementosde concreto dentro das condições de fabricação (traços) já utilizados na prefeitura da Universidadede São Paulo permitiram atingir as seguintes conclusões, para as amostras ensaiadas: a reciclagem de entulho para os fins visualizados é viável; os parâmetros de resistência à tração e flexão dos elementos de concreto com entulho sãosemelhantes e chegam a superar aqueles obtidos para elementos de concreto feitos comagregado primário; os parâmetros de resistência à compressão do concreto de entulho podem atingir valorescompatíveis ao concreto com agregado primário.

Reciclagem

Apesar de causar tantos problemas, o entulho deve ser visto como fonte de materiais de grandeutilidade para a construção civil.

Seu uso mais tradicional – em aterros – nem sempre é o maisracional, pois ele serve também para substituir materiais normalmente extraídos de jazidas ou podese transformar em matéria-prima para componentes de construção, de qualidade comparável aosmateriais tradicionais. É possível produzir agregados – areia, brita e bica corrida para uso em pavimentação, contenção deencostas, canalização de córregos, e uso em argamassas e concreto.

Da mesma maneira, pode-sefabricar componentes de construção – blocos, briquetes, tubos para drenagem, placas. As prefeituras devem iniciar a implantação de um programa fazendo um levantamento da produçãode entulho no município, estimando os custos diretos e indiretos causados pela deposição irregular.

Com base nestas informações será possível determinar a tecnologia a ser empregada, osinvestimentos necessários e a aplicação dos resíduos reciclados. A reciclagem de entulho pode ser realizada com instalações e equipamentos de baixo custo, apesarde existirem opções mais sofisticadas tecnologicamente. Havendo condições, pode ser realizado naprópria obra que gera o resíduo, eliminando os custos de transporte. É possível contar com diversasopções tecnológicas, mas todas elas exigem áreas e equipamentos destinados à seleção, trituração eclassificação de materiais.

As opções mais sofisticadas permitem produzir a um custo mais baixo,empregando menos mão-de-obra e com qualidade superior. Exigem, no entanto, mais investimentose uma escala maior de produção. Por estas características, adequam-se, normalmente, as cidades demaior porte.

A construção civil é atualmente o grande reciclador de resíduos provenientes de outras indústrias. Aescória granulada de alto forno e cinzas são matéria prima comum nas construções.Coleta do EntulhoPara resolver o problema do entulho é preciso organizar um sistema de coleta eficiente,minimizando o problema da deposição clandestina.

É necessário estimular, facilitando o acesso alocais de deposição regular estabelecidos pela prefeitura. A partir de uma coleta eficaz é possível introduzir práticas de reciclagem para o reaproveitamentodo entulho. Para cidades maiores, é importante que a coleta de entulho seja realizada de formadesconcentrada, com instalações de recebimento de entulho em várias regiões da cidade.

Em contrapartida, é preciso lembrar que a concentração dos resíduos torna mais barata a suareciclagem, reduzindo os gastos com transporte, que, em geral, é a questão mais importante numprocesso de reciclagem.

Estabelecer dias de coleta por bairro, onde a população pode deixar oentulho nas calçadas para ser recolhido por caminhões da prefeitura é uma prática já adotada emalguns municípios. A política de coleta do entulho deve ser integrada aos demais serviços de limpeza pública domunicípio. Pode-se aproveitar programas já existentes ou, ao contrário, a partir do recolhimento deentulho implantar novos serviços como a coleta de “bagulhos” (por exemplo, móveis usados) quenormalmente têm o mesmo tipo de deposição irregular e tão danosa quanto o entulho.Mas o entulho surge não só da substituição de componentes pela reforma ou reconstrução.

Muitas vezes é gerado por deficiências no processo construtivo: erros ou indefinições na elaboração dosprojetos e na sua execução, má qualidade dos materiais empregados, perdas na estocagem e notransporte.

Estes desperdícios podem ser atenuados através do aperfeiçoamento dos controles sobrea realização das obras públicas e também através de trabalhos conjuntos com empresas etrabalhadores da construção civil, visando aperfeiçoar os métodos construtivos, reduzindo aprodução de entulho e os desperdícios de material.

No Brasil, entretanto, o reaproveitamento do entulho é restrito, praticamente, à sua utilização comomaterial para aterro e, em muito menor escala, à conservação de estradas de terra. A prefeitura de São Paulo, em 1991, implantou uma usina de reciclagem com capacidade para 100 t/hora,produzindo material utilizado como sub-base para pavimentação de vias secundárias, numaexperiência pioneira no Hemisfério Sul.

Estima-se que a construção civil seja responsável por até 50% do uso de recursos naturais em nossasociedade, dependendo da tecnologia utilizada. Sabe-se também que, na construção de um edifício,o transporte e a fabricação dos materiais representam aproximadamente 80% da energia gasta.

Diferentes Aplicações

As propriedades de certos resíduos ou materiais secundários possibilitam sua aplicação naconstrução civil de maneira abrangente, em substituição parcial ou total da matéria-prima utilizadacomo insumo convencional. No entanto, devem ser submetidos a uma avaliação do risco decontaminação ambiental que seu uso poderá ocasionar durante o ciclo de vida do material e apóssua destinação final.Grandes pedaços de concreto podem ser aplicados como material de contenção para prevenção deprocessos erosivos na orla marítima e das correntes, ou usado em projetos como desenvolvimentode recifes artificiais.

O entulho triturado pode ser utilizado em pavimentação de estradas,enchimento de fundações de construção e aterro de vias de acesso.

Importante: em alguns países já há indicação das autoridades de saúde para cuidados a seremtomados quando da manipulação de asfalto, por existirem materiais potencialmente cancerígenos. Érecomendado o uso de equipamento de proteção individual (EPI).

ResultadosAmbientais: Os principais resultados produzidos pela reciclagem do entulho são benefíciosambientais. A equação da qualidade de vida e da utilização não predatória dos recursos naturais émais importante que a equação econômica.

Os benefícios são conseguidos não só por se diminuir adeposição em locais inadequados (e suas conseqüências indesejáveis já apresentadas) comotambém por minimizar a necessidade de extração de matéria-prima em jazidas, o que nem sempre éadequadamente fiscalizado. Reduz-se, ainda, a necessidade de destinação de áreas públicas para adeposição dos resíduos.

Econômicos: As experiências indicam que é vantajoso também economicamente substituir adeposição irregular do entulho pela sua reciclagem. O custo para a administração municipal é deUS$ 10 por metro cúbico clandestinamente depositado, aproximadamente, incluindo a correção dadeposição e o controle de doenças. Estima-se que o custo da reciclagem significa cerca de 25%desses custos.

A produção de agregados com base no entulho pode gerar economias de mais de 80%em relação aos preços dos agregados convencionais.

VANTAGENS ECONÔMICAS

A reciclagem pode ser mais barata do que a disposição dos rejeitos, além de ter o potencial de tornar o preço de uma obra mais convidativo.

Para a administração municipal, este custo está em torno de US$ 10 por metro cúbico clandestinamente depositado, aproximadamente, incluindo a correção da deposição e o controle de doenças. Estima-se que o custo da reciclagem signifique 25% desse custo.

A produção de agregados com base no entulho pode gerar economias de mais de 80% em relação aos preços dos agregados convencionais.

A partir deste material é possível fabricar componentes com uma economia de até 70% em relação a similares com matéria-prima não reciclada.

O entulho deve ser visto como fonte de materiais de grande utilidade para a construção civil. Seu uso mais tradicional – em aterros – nem sempre é o mais racional, pois ele serve também para substituir mate-riais normalmente extraídos de jazidas ou pode se transformar em matéria-prima para componentes de construção, de qualidade comparável aos materiais tradicionais.

Fonte: www.fiec.org.br

Reciclar Entulho

Entulho é o conjunto de fragmentos ou restos de tijolo, concreto, argamassa, aço, madeira, etc., provenientes do desperdício na construção, reforma e/ou demolição de estruturas, como prédios, residências e pontes.

O entulho de construção compõe-se, portanto, de restos e fragmentos de materiais, enquanto o de demolição é formado apenas por fragmentos, tendo por isso maior potencial qualitativo, comparativamente ao entulho de construção.

O processo de reciclagem do entulho, para a obtenção de agregados, basicamente envolve a seleção dos materiais recicláveis do entulho e a trituração em equipamentos apropriados.

Os resíduos encontrados predominantemente no entulho, que são recicláveis para a produção de agregados, pertencem a dois grupos:

Grupo I – materiais compostos de cimento, cal, areia e brita: concretos, argamassa, blocos de concreto.
Grupo II
materiais cerâmicos: telhas, manilhas, tijolos, azulejos.
Grupo III –
materiais não-recicláveis: solo, gesso, metal, madeira, papel, plástico, matéria orgânica, vidro e isopor.

Desses materiais, alguns são passíveis de serem selecionados e encaminhados para outros usos.

Assim, embalagens de papel e papelão, madeira e mesmo vidro e metal podem ser recolhidos para reutilização ou reciclagem.

Fonte: www.compam.com.br

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