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Queimadas – O que são
As queimadas prejudicam o solo, pois além de destruir toda a vegetação, o fogo também acaba com nutrientes e com os minúsculos seres (decompositores) que atuam na decomposição dos restos de plantas e animais.
As queimadas são severamente criticadas pelos ambientalistas por prejudicar a fertilização do solo, favorecendo a erosão, concorrendo para o assoreamento dos rios e o agravamento dos fenômenos El Ninõ.
Em outras palavras, o fogo em floresta recém-derrubadas ou em florestas em pé contribui para o efeito estufa devido à emissão de dióxido de carbono, monóxido de carbono e óxido de nitrogênio.
O incremento do efeito estufa altera o clima e a ocorrência de secas prolongadas, em áreas de floresta tropical, facilita a dispersão do fogo.
Na Amazônia o monitoramento de queimadas por satélite iniciado nos anos 80, tem demonstrado que os anos muito secos causam problemas extras, as queimadas feitas pelo homem em área derrubadas fogem ao controle com mais facilidade penetram na floresta.
Abrem-se grandes frentes de incêndios, especialmente quando há trilhas de caças e de coleta extrativista.
São necessárias algumas décadas para recompor o cenário e a prova de que as catástrofes ambientais não podem ficar à mercê de tanta burocracia.
Queimadas – Brasil
A dimensão das queimadas na região tropical tem provocado preocupação e polêmica em âmbito nacional e internacional. Elas estão em geral associadas ao desmatamento e a incêndios florestais, e, no caso do Brasil, onde ocorrem mais de 200 mil por ano, as pesquisas indicam que as queimadas são, na maioria das vezes, uma prática agrícola generalizada. Aproximadamente 30% delas ocorrem na Amazônia, principalmente no sul e sudeste da região.
O Brasil é um dos únicos países do mundo a dispor de um sistema orbital de monitoramento de queimadas absolutamente operacional.
Dezenas de mapas de localização são gerados por semana, durante o inverno, e, neste trabalho, são apresentados dados quantitativos do monitoramento orbital das queimadas ocorridas na Amazônia.
O monitoramento é fruto de uma colaboração científica multiinstitucional, envolvendo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Núcleo de Monitoramento Ambiental – NMA/EMBRAPA, a Ecoforça – Pesquisa e Desenvolvimento e a Agência Estado (AE).
Os resultados estão sendo obtidos graças ao estudo diário de imagens dos satélites norte-americanos da série NOAA, de responsabilidade da U.S. National Oceanic and Atmospheric Administration.
O impacto ambiental das queimadas preocupa a comunidade científica, ambientalistas e a sociedade em geral, pois elas afetam diretamente a física, a química e a biologia dos solos, alterando, ainda, a qualidade do ar em proporções inimagináveis.
Também interferem na vegetação, na biodiversidade e na saúde humana. Indiretamente, as queimadas podem comprometer até a qualidade dos recursos hídricos de superfície.
Várias pesquisas científicas recentes estão ajudando a compreender a real dimensão deste impacto, em particular no caso da Amazônia.
Queimada Agrícola
Queimadas
O número de queimadas na Amazônia apresenta uma tendência constante de crescimento ao longo dos anos, nitidamente a partir de 1996, mas com variações interanuais determinadas pelas condições climáticas.
O ano de 1994 foi marcado por uma redução significativa das queimadas devido a uma combinação de situação econômica e condições climáticas desfavoráveis. Já o ano de 1997, até o início de 1998, foi marcado por um grande aumento das queimadas que culminaram com um episódio inédito e de grande repercussão com os incêndios no Estado de Roraima
Quando os pequenos agricultores desmatam a floresta amazônica, no primeiro ano só conseguem queimar uma pequena parte da fitomassa florestal: folhas, pontas de galhos, ramagens etc.
No segundo ano, esse material lenhoso está mais seco e queima um pouco mais. Pesquisas da Embrapa Monitoramento por Satélite com 450 propriedade rurais na região indicam que são necessários cerca de oito anos para que o agricultor consiga queimar todos os resíduos lenhosos.
Isso significa que uma área desmatada queima repetidas vezes durante oito anos. Nesse sentido, o constante desmatamento da Amazônia vai gerando um acúmulo de novas queimadas.
Elas somam-se às queimadas das áreas ocupadas antigas onde são usadas regularmente como técnica agrícola para limpar pastos, eliminar restolhos de culturas, combater pragas e doenças, renovar áreas, obter brotação precoce em pastagens.
A Irracionalidade das Queimadas
Está na Constituição: todo ato que prejudica a saúde pública e o meio ambiente é criminoso. Logo, queimada é crime. Outra irregularidade é que ela não atinge nem de longe os 20% de índice de cobertura florestal, como prevê o código.
Além de criminosa é a causa de muitos males, a começar pelos problemas de saúde. Devido ao fato delas coincidirem com a época mais seca do ano, agravam as doenças respiratórias e de pele.
Fato este constatado por profissionais e estudiosos da saúde que vêm observando um considerável aumento no índice de moléstias como bronquite, asma alérgica, pneumonia e rinite.
Para o meio ambiente, seus efeitos também são desastrosos. No ar, lança gases tóxicos e cancerígenos, que contribuem para o Efeito Estufa, para o aquecimento da Terra e alteram o clima e o regime de chuvas.
O solo é empobrecido de nutrientes, sendo retirada sua camada mais fértil e favorecendo o aparecimento de ervas daninhas. Para os pássaros e outros animais, significa a perda do local em que viviam e muitas vezes a sua morte.
Do ponto de vista energético e econômico é considerada uma irracionalidade, já que desperdiça uma enorme quantidade de energia e, por empobrecer o solo, aumenta a necessidade de adubação química.
Além do mais, o país fica mal visto no mercado europeu e americano que fazem restrições aos produtos que, em qualquer fase de seu ciclo de vida, prejudicam excessivamente o meio ambiente.
Não se pode deixar de comentar também o lado social. São desumanas as condições de trabalho dos cortadores de cana queimada. Não há programas de classificação profissional ao trabalhador, que fica exposto a elevadas temperaturas, respirando cinzas, alimentando-se com uma dieta miserável e fria, sem qualquer direito social, recebendo uma remuneração indecente, sem um equipamento adequado de segurança.
Seja sob a ótica ambiental, da saúde, jurídica, econômica ou social, a queimada é um ato destrutivo e precisa acabar.
O refúgio dos usineiros
Queimadas
Devido aos fartos subsídios oferecidos pelo PROALCOOL a partir de 1975, a colheita da cana passou a ser feita pelas usinas, que se equiparam, adquiriram enormes quantidades de terras, arrendaram o restante das propriedades agrícolas da região e, o que é pior, passaram a queimar a palha da cana para ganhar eficiência no corte e no transporte e a pagar menos aos trabalhadores rurais.
Porém, se ao invés de ser queimada, a cana fosse colhida crua (verde), haveria um maior aproveitamento energético, além de que a palha poderia ser transformada em ração, papel e para melhorar o próprio solo.
Sem contar que o número de trabalhares seria pelo menos duplicado. Desta forma, não cabe a desculpa de que a abolição das queimadas aumentaria o desemprego, desculpa essa em que os usineiros se apóiam.
Alternativas sustentáveis
Aproveitar a palha da cana como fonte de energia e produção de adubo, ração
Providenciar equipamento de proteção ao trabalhador para o corte de cana crua;
Dar maior valor ao trabalhador por tonelada de cana cortada crua;
Estabelecer programas de qualificação profissional para o cortadores de cana, tendo em vista a crescente mecanização do corte;
Utilizar mão-de-obra dos trabalhadores na entressafra para reflorestamento de matas e margens de rios e córregos;
Implantar um novo modelo agrícola, que estimule outros tipos de cultura, inclusive de alimentos, que não seja concentrador de grandes propriedades e de renda.
Desmatamento
Também o desmatamento não pode ser confundido com a queimada agrícola.
A imensa maioria das queimadas ocorre em áreas que já foram desmatadas, há muitos anos. Entretanto, na região Amazônica principalmente, quase sempre que ocorre um desmatamento, ele é seguido por queimadas.
Pesquisas realizadas pela Embrapa Monitoramento por Satélite, indicam que em áreas de pequena agricultura leva-se até 8 anos para conseguir eliminar a totalidade do material lenhoso da floresta, no local desmatado para o uso agrícola (Projeto Machadinho).
Em outras palavras, se o desmatamento é frequentemente seguido de queimadas a imensa maioria delas não resultam de desmatamentos mas do uso corriqueiro do fogo nos sistemas de produção agrícola.
O fogo era um problema sério e contínuo na América colonial e na nova nação, especialmente nas vilas e cidades. Em uma época anterior às regulamentações de zoneamento, materiais inflamáveis eram armazenados regularmente perto das fogueiras necessárias para aquecer casas e cozinhar alimentos.
À medida que as cidades aumentaram em tamanho e densidade no final do século XVIII e início do século XIX, conflagrações catastróficas tornaram-se ocorrências comuns.
Fonte: www.sulambiental.com.br/www.mre.gov.br/www.amazonia.org.br/www.worldwildlife.org/www.ambicenter.com.br/ec.europa.eu
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