Projeto Tamar

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Projeto Tamar – O que é

As tartarugas marinhas estão entre as criaturas mais antigas que andam na Terra, tendo permanecido essencialmente inalteradas por 110 milhões de anos. Agora, todas as espécies de tartarugas marinhas são classificadas como ameaçadas de extinção devido à caça furtiva e à exploração excessiva. As tartarugas levam quase três décadas para se reproduzir e, de cada mil tartarugas que nascem, apenas uma ou duas sobrevivem, uma realidade que só representa uma ameaça cada vez maior.

A cada época de reprodução, cerca de 2 milhões de filhotes nascem nas praias brasileiras e são monitorados pelo Projeto Tamar, uma ONG que trabalha para proteger as tartarugas marinhas resgatadas da captura acidental. Fundado em 1980, o Projeto Tamar é reconhecido como modelo internacional de conservação do mar, empregando efetivamente as tartarugas marinhas como espécie emblemática para a promoção da conservação marinha junto às comunidades locais, governo, setor privado e organizações não governamentais, por meio de ações educativas, mídia e campanhas públicas.

A missão do Projeto Tamar é promover a recuperação de ecossistemas marinhos e costeiros por meio de pesquisas aplicadas, conservação, iniciativas de inclusão social, educação ambiental e desenvolvimento local sustentável. A organização é conhecida principalmente por seus esforços para envolver e capacitar diretamente as comunidades costeiras na proteção das tartarugas marinhas e seus habitats.

A iniciativa abrange aproximadamente 1,1 mil quilômetros de praias ao longo da costa brasileira e, desde que o Tamar iniciou seus trabalhos em 1980, os locais de nidificação de tartarugas marinhas têm apresentado um crescimento significativo na atividade. Todos os anos, cerca de 14.000 ninhos de tartarugas são protegidos ao longo do continente e ilhas e, até agora, mais de 40 milhões de tartarugas marinhas foram salvas de práticas de pesca insustentáveis e outras ameaças.

Na década de 1990, com a criação das primeiras bases de pesquisa, o Projeto Tamar passou a trabalhar de forma mais intensa para evitar a captura acidental de tartarugas. A essa altura, a pesca já era identificada internacionalmente como a maior ameaça às tartarugas marinhas. Desde então, a organização continua a realizar extensas pesquisas sobre medidas para mitigar a captura acidental de tartarugas marinhas durante a pesca e para entender os efeitos das mudanças climáticas nas populações de tartarugas.

A pesquisa é então aplicada no campo. Durante a época de reprodução, as praias e ilhas de desova são monitoradas por patrulhas noturnas que observam o comportamento das tartarugas marinhas durante a postura e desova, registram dados morfométricos e coletam amostras para posterior análise genética. Os pesquisadores monitoram os ninhos nos próprios locais de postura ou transferem aqueles encontrados em áreas de risco para áreas mais seguras na mesma praia ou para recintos de incubação em praias próximas aos locais de pesquisa. O monitoramento ocorre também no mar, em áreas que registram uma alta taxa de captura incidental pela pesca costeira.

Técnicos a bordo observam as atividades de pesca enquanto os pescadores são treinados para liberar com segurança as tartarugas presas em redes e outros mecanismos. Nas ilhas oceânicas, o programa de captura, marcação e recaptura é realizado por meio de mergulho livre ou autônomo.

Em 2001, foi iniciado o Programa de Interação Tartarugas Marinhas e Pesca, com o objetivo principal de reduzir a captura acidental de tartarugas marinhas.

O programa monitora a interação das tartarugas marinhas com a pesca, desenvolve pesquisas, avalia as medidas de mitigação existentes, desenvolve novas estratégias, apóia esforços para a pesca sustentável e treina pescadores para reanimar tartarugas afogadas e libertar tartarugas capturadas para aumentar as chances de pós-pesca. capturar a sobrevivência. Atualmente, os moradores locais, incluindo pescadores, constituem a maioria dos funcionários do Tamar. Mais de 1.000 pessoas, oitenta e cinco por cento das quais são moradores locais da costa, estão envolvidas diretamente com o programa. Entre estes estão cerca de 400 pescadores de vinte e cinco vilas costeiras de pescadores. .

Muitos dos desafios enfrentados pela conservação das tartarugas marinhas a longo prazo estão enraizados nos hábitos das comunidades costeiras, cujos meios de subsistência dependem principalmente da pesca exploradora e das práticas de colheita. Tamar, por meio de uma ampla gama de atividades de extensão, busca desafiar a noção de que a conservação é uma barreira para a sobrevivência humana e o desenvolvimento socioeconômico, promovendo a participação das comunidades costeiras em programas de conservação e pesquisa destinados a aliviar a pressão sobre as tartarugas marinhas, incentivando a participação na busca de alternativas econômicas, novas formas de produção e autossuficiência.

As ações de inclusão social, dentro do Projeto Tamar, assumem a forma de programas de conscientização e educação ambiental.

O programa de conservação ambiental do Tamar interage com as comunidades locais para encontrar soluções sustentáveis para a insegurança econômica.

Essas comunidades são essenciais para os esforços de conservação, pois influenciam diretamente o habitat e o bem-estar das tartarugas marinhas.

Projeto Tamar – História

Projeto Tamar – Tartarugas Marinhas

Até o final da década de 70, não havia no Brasil qualquer trabalho de preservação dos animais no mar. As tartarugas marinhas foram incluídas em uma lista do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal – IBDF de espécies ameaçadas de extinção. Mas estavam desaparecendo rapidamente, por causa da captura em atividades de pesca, da matança das fêmeas e destruição dos ninhos nas praias.

Houve reação e denúncias, inclusive de repercussão internacional.

Iniciou-se então em 1980 um levantamento por toda a costa brasileira, entrevistando pescadores, prefeituras, universidades, e moradores, o que permitiu um retrato da situação das tartarugas marinhas.

Identificou-se as espécies, os últimos locais de concentração de desovas, períodos de reprodução e os principais problemas relativos à sobrevivência, como fábrica de bijuterias e comercialização de subprodutos.

Este levantamento, que caracterizou a primeira fase durou 02 anos, quando então iniciou a implantação das primeiras bases de campo

O trabalho começou na Bahia, Espírito Santo, Sergipe…

…e estendeu-se em seguida para outros estados do país. As primeiras bases de campo não possuíam estrutura nenhuma, e contaram desde o início com apoio de moradores ou instituições locais.

Todas as desovas eram transferidas para cercados protegidos nas próprias áreas de desova e um intenso programa de educação e conscientização com as comunidades locais começou a ser desenvolvido.

Naquela época nem se falava em Educação Ambiental ou Conscientização Ambiental.

Tudo era muito empírico e fruto do esforço da equipe que sabia da situação critica destas espécies.

Gradativamente foi necessário aumentar a área protegida pois os resultados das atividades de campo demonstraram que as tartarugas distribuíam-se por áreas mais extensas. Em consequência, foi essencial também estender o monitoramento e os trabalhos de educação ambiental.

Desde o inicio o Tamar precisou do apoio das pessoas que viviam nas áreas onde as tartarugas desovavam. Contratava os próprios pescadores que matavam as tartarugas e coletavam os ovos, para protegê-las.

Não pensem que foi fácil. Muita desconfiança e ameaças, até que perceberam a intenção das equipes e passaram a participar, cada ano com maior intensidade e quantidade de pessoas.

Muito conhecimento foi adquirido nesta convivência, por ambas as partes. O conhecimento empírico dos pescadores e a ciência dos pesquisadores produziram os frutos que hoje se colhe.

Milhares de filhotes liberados anualmente e as fêmeas podendo cumprir seu ciclo reprodutivo sem serem molestadas.

O caçador de ontem tornou-se o protetor, defensor da vida

Mas não era suficiente. Percebia-se que o projeto tinha que apontar caminhos de desenvolvimento para estas comunidades, pois a situação social, a extrema carência de algumas delas, não permitia que respondessem a demanda pela conservação das tartarugas marinhas. É a lei da sobrevivência.

Para isso o Tamar passou a envolver cada vez mais os moradores das comunidades na execução dos trabalhos de conservação. Depois, na recepção de turistas e visitantes em geral, que procuravam conhecer as tartarugas marinhas.

Este envolvimento evoluiu para a produção e comercialização de produtos que hoje é a fonte de sobrevivência de muitas famílias, e uma das principais formas de arrecadação de recursos do TAMAR.

Prevalece o lema “As tartarugas valem mais vivas que mortas”.

O principal apoio vem da sociedade brasileira

Projeto Tamar – Tartarugas Marinhas

Assim nasceu o Projeto Tamar, hoje institucionalmente ligado ao Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, sendo a PETROBRAS seu principal patrocinador.

Dezenas de instituições, estaduais e municipais, governamentais e não-governamentais, participam e apoiam, como parceiras, as atividades desenvolvidas nos vários estados da costa brasileira.

Em l988 o Tamar ganhou um aliado decisivo e definitivo: a Fundação Pró-Tamar, entidade sem fins lucrativos, criada para apoiar, agilizar, e possibilitar o desenvolvimento dos trabalhos de conservação das tartarugas marinhas. É responsável pelas atividades nas áreas administrativa, técnica e científica, e na captação de recursos financeiros.

Gerencia mais de 60 por cento da operação do Projeto, principalmente os recursos humanos.

Mas o principal apoio vem da sociedade brasileira como um todo, que vem se conscientizando da necessidade de preservar estas espécies, e participa das mais diversas formas.

Ajudando diretamente na proteção de ovos e fêmeas, conscientizando pescadores e jovens, e financiando as atividades através da compra dos produtos TAMAR, que mantém as atividades econômicas nas comunidades, e permite a estas participarem.

Os lucros da venda de produtos são integralmente reinvestido nas atividades de conservação e educação ambiental

O Projeto TAMAR

Projeto TAMAR (Tartaruga Marinha) é um projeto criado em 1980 pelo IBDF, atual IBAMA com a finalidade de proteger as cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil.

No início foi feito o levantamento da real situação das tartarugas no país. O Brasil já possuiu uma grande população de tartarugas, que alimentou desde os índios às famílias de pescadores do último final de século, passando por colonizadores, comerciantes jesuítas, etc. O hábito de matar as fêmeas que sobem às praias para a desova, fez com que a população, outrora abundante, fosse quase extinta.

Para reverter esse quadro, o Projeto TAMAR decidiu estabelecer campos de trabalho nos principais pontos de reprodução para garantir a preservação das espécies. Foram escolhidas, inicialmente, a Praia do Forte, na Bahia; Pirambu, em Sergipe, e Regência, no Espírito Santo. De lá para cá somam-se 21 estações que garantem o nascimento aproximado de 350 mil filhotes por ano.

Projeto Tamar – O que faz

Projeto TAMAR realiza importante trabalho de educação ambiental junto aos turistas e as comunidades litorâneas, cumprindo também uma função social através do envolvimento destas comunidades no trabalho de preservação.

Cerca de 300 pescadores trabalham para o Projeto TAMAR em todo o país. Eles são os tartarugueiros, que patrulham as áreas de proteção, fiscalizando os ninhos. Também desenvolve projetos sociais, como creches e hortas comunitárias, e outros que oferecem fontes alternativas de renda, como confecções, artesanato, programas de ecoturismo, programa de guias-mirins e várias atividades de educação ambiental.

Oferece ainda, atividade de educação ambiental junto a escolas e instituições.

Nas áreas de desova há o monitoramento da praia pelos tartarugueiros e pesquisadores. Eles marcam as nadadeiras anteriores, identificando o animal com um número individual e uma inscrição com o endereço do TAMAR e a solicitação de que seja notificado quando e onde aquela tartaruga foi encontrada. Quando isso acontece, é possível estudar o comportamento da desova, as rotas migratórias, e fazer um controle da população. É feita, ainda, análise biométrica para cada espécie, medindo o comprimento e a largura do casco.

Os ninhos que estiverem em locais de risco são transferidos para trechos mais protegidos ou para os cercados nas bases do TAMAR, onde são reproduzidas as condições normais para a incubação dos ovos.

Quando os filhotes saem à superfície, são contados, identificados e soltos para seguirem até o mar.

Nas áreas de alimentação de juvenis e sub-adultos de tartarugas marinhas o TAMAR monitora as redes de pesca e outras formas de armadilhas para peixes que possam existir nos locais, para verificar a incidência de captura acidental de tartarugas. Uma vez encontradas, essas são identificadas, muitas vezes recuperadas através de desafogamento e ressuscitação cárdio-pulmonar, e então medidas e marcadas a fim de que se possa estudar seu ciclo de vida, padrão de crescimento e rotas migratórias.

Projeto TAMAR desenvolve continuamente atividades de pesquisa visando a aumentar os conhecimentos sobre o comportamento das tartarugas marinhas e aprimorar técnicas que possam contribuir para o trabalho de preservação das espécies.

Para descrever as populações de tartarugas marinhas são realizados estudos genéticos (DNA mitocondrial) e outros que revelam informações sobre comportamento de reprodução, condição de incubação de ninhos, distribuição espacial e temporal de ninhos para as diferentes espécies e áreas de reprodução, além de comparativos referentes a temperatura de ninhos e incubação em locais diferentes.

Como ajudar

Não compre, e denuncie quem capturar ou vender produtos oriundos das tartarugas marinhas, tais como: ovos, carne, enfeites, cremes, etc.

Quando avistar uma tartaruga, mesmo morta, comunique imediatamente a base mais próxima do projeto.

Visite e ajude a divulgar o Projeto TAMAR junto a seus amigos, parentes, colegas, etc. Nas bases do projeto você poderá ver tartarugas vivas em tanques, assistir fitas de vídeo e exposições sobre o trabalho do Projeto TAMAR, além de poder adquirir camisetas, bonés e outros souvenirs.

O Projeto TAMAR, a Política Ambientalista Brasileira e Suas Repercussões Sobre Território, População e Sociedade

A exemplo de outros países em desenvolvimento, segue em curso no Brasil a tentativa de superação do paradoxo de conciliar as premissas previstas na Agenda 21, em atendimento ao desenvolvimento sustentável dos potenciais ambientais naturais, com o receituário econômico determinado pelas agências reguladoras transnacionais.

O encolhimento do aparato estatal, restringindo as ações governamentais na esfera socioambiental, proporcionou às organizações da sociedade civil a interferência e participação em questões publicizáveis de interesse público, incluindo-se aqui o âmbito regional e local das questões referentes ao meio ambiente.

A exata transformação do Estado prestador de serviço em Estado subsidiário (legalizador e fiscalizador) e as sucessivas transformações político-econômicas ao longo das três décadas, em acompanhamento ao início dos interesses ambientalistas nacionais, têm registro neste trabalho, que conta ainda com a menção à mobilidade da organização intitulada Projeto TAMAR

Preservação das Tartarugas Marinhas no Brasil, segundo sua transformação de um projeto ambientalista para um programa socioambiental, sob os auspícios do Estado, através de sua entidade vinculada à temática conservacionista, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis IBAMA, procurando assim delinear os atributos dos atores no processo, ante a dimensão do paradigma de relacionamento entre Estado-Sociedade Civil e o ambiente híbrido que conformam, segundo o atual estágio da política socioambiental brasileira.

Projeto Tamar – Tartarugas Marinhas

O nome TAMAR foi criado a partir da contração das palavras tartaruga marinha. A abreviação se mostrou necessária ainda no início dos anos 80, para a confecção das pequenas placas de metal utilizadas na identificação das tartarugas marcadas pelo Projeto para estudos de biometria, monitoramento das rotas migratórias e outros.

Desde então, o Projeto TAMAR passou a designar o Programa Brasileiro de Conservação das Tartarugas Marinhas, que é executado pelo IBAMA, através do Centro Brasileiro de Proteção e Pesquisa das Tartarugas Marinhas (Centro TAMAR-IBAMA), órgão governamental; e pela Fundação Centro Brasileiro de Proteção e Pesquisas das Tartarugas Marinhas (Fundação Pró-TAMAR), instituição não governamental, de utilidade pública federal.

Essa união do governamental com o não-governamental revela a natureza institucional híbrida do Projeto TAMAR. O TAMAR conta ainda com a participação de empresas e instituições nacionais e internacionais, além de organizações não-governamentais.

Projeto Tamar – Brasil

Projeto Tamar – Tartarugas Marinhas

Até o final da década de 70: nenhum trabalho de conservação marinha As tartarugas marinhas já haviam sido incluídas numa lista de espécies ameaçadas de extinção, mas estavam desaparecendo rapidamente, por causa da captura incidental em atividades de pesca, da matança das fêmeas e da coleta dos ovos na praia. Houve reação e denúncias, inclusive com repercussão internacional.

1976 a 1978: primeiras expedições a Fernando de Noronha, Atol das Rocas e Abrolhos

O objetivo era desbravar áreas marinhas remotas, denunciar a degradação e alertar para a necessidade de conservação. Entre os realizadores dessas primeiras expedições, a maioria estudantes de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande, estavam aqueles que integrariam, anos depois, a primeira equipe do Projeto TAMAR.

1980: criação do Projeto TAMAR

O IBDF criou o Projeto TAMAR, com o objetivo de salvar e proteger as tartarugas marinhas do Brasil. Como primeira ação, foram enviados questionários a prefeituras, universidade, delegacias regionais do IBDF e colônias de pescadores, de todas as localidades, do Oiapoque ao Chuí. Pesquisadores levaram dois anos percorrendo o litoral brasileiro para a identificação das espécies, locais de desova, período de desova e os principais problemas relativos à exploração.

1981: Caravana Rolidei

A equipe se auto-intitula Caravana Rolidei, inspirada no filme By By Brasil, de Cacá Diegues, premiado no Festival de Cannes.

A Caravana realiza as primeiras iniciativas de conscientização das comunidades e registra as primeiras imagens de uma tartaruga marinha em comportamento de desova no Brasil.

1982: monitoramento da temporada reprodutiva nas três primeiras bases

Depois de identificados os principais pontos de desova, o trabalho de conservação começou pela Bahia (Praia do Forte), Espírito Santo (Comboios) e Sergipe (Pirambú). No dia 18 de janeiro, o TAMAR marca uma tartaruga marinha pela primeira vez no Atol das Rocas.

1983: primeiro patrocínio da Petrobras

Os próprios oceanógrafos procuraram a Petrobras, no Rio de Janeiro, apresentando todo o levantamento já feito, o trabalho em curso, função e objetivos do Projeto. A empresa adotou a ideia e passou a abastecer os jeeps. Depois, contratou três pescadores, os estagiários, e nunca mais os laços entre o TAMAR e a Petrobras se desfizeram.

1988: criação da Fundação Pró-TAMAR

Aliada imprescindível, a Fundação é uma entidade sem fins lucrativos criada para apoiar o trabalho de conservação das tartarugas marinhas, responsável por parte das atividades na área administrativa, técnica, científica, pela captação de recursos junto à iniciativa privada e agências financiadoras, e pela gestão do programa de auto-sustentação.

Saiba mais…

1990: criação do Centro TAMAR-IBAMA e da primeira Confecção Pró-TAMAR, em Regência/ES
1992:
 1 milhão de filhotes protegidos e liberados ao mar
1995:
 2 milhões de filhotes protegidos e liberados ao mar
1999:
 3 milhões de filhotes protegidos e liberados ao mar
2000:
 4 milhões de filhotes protegidos e liberados ao mar
2003:
 5 milhões de filhotes protegidos e liberados ao mar
2005:
 7 milhões de filhotes protegidos e liberados ao mar
2007:
 8 milhões de filhotes protegidos e liberados ao mar

O QUE O TAMAR FAZ

Missão

A missão é proteger as tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, através da geração de alternativas econômicas sustentáveis.

O TAMAR surgiu com o objetivo de proteger as tartarugas marinhas. Com o tempo, porém, percebeu-se que os trabalhos não poderiam ficar restritos às tartarugas, pois uma das chaves para o sucesso desta missão seria o apoio ao desenvolvimento das comunidades costeiras, de forma a oferecer alternativas econômicas que amenizassem a questão social, reduzindo assim a pressão humana sobre as tartarugas marinhas.

As atividades são organizadas a partir de três linhas de ação: Conservação e Pesquisa Aplicada, Educação Ambiental e Desenvolvimento Local Sustentável, onde a principal ferramenta é a criatividade.

Desde o início, tem sido necessário desenvolver técnicas pioneiras de conservação e desenvolvimento comunitário, adequadas às realidades de cada uma das regiões trabalhadas. As atividades estão concentradas em 22 bases, distribuídas em mais de 1100 km de costa.

Assim, sob o abrigo da proteção das tartarugas, promove-se também a conservação dos ecossistemas marinho e costeiro e o desenvolvimento sustentável das comunidades próximas às bases – estratégia de conservação conhecida como espécie-bandeira ou espécie-guarda-chuva.

Essas atividades envolvem cerca de 1200 pessoas, a maioria moradores das comunidades, e são essenciais para a proteção das tartarugas marinhas, pois melhoram as condições do seu habitat e reduzem a pressão humana sobre os ecossistemas e as espécies.

CONSERVAÇÃO E PESQUISA APLICADA

Desde a sua criação, o Projeto TAMAR investe recursos humanos e materiais para adquirir o maior conhecimento possível sobre a biologia das tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, priorizando pesquisas aplicadas que resolvam aspectos práticos para a conservação desses animais. Conhecidos pela grande capacidade migratória, com um ciclo de vida de longa duração, as tartarugas ainda são um mistério para pesquisadores do mundo inteiro.

ÁREAS DE DESOVA

Manejo das fêmeas

A postura mais importante diante de uma fêmea em comportamento reprodutivo é não incomoda-la, para que ela conclua a desova.

Observando o momento oportuno e utilizando técnicas reconhecidas internacionalmente, os técnicos do TAMAR marcam as nadadeiras anteriores, identificando o animal com um número individual e uma inscrição com o endereço da sede nacional e a solicitação de que seja notificado quando e onde aquela tartaruga foi encontrada.

Quando isso acontece, é possível estudar o comportamento da desova, as rotas migratórias, possibilitando um maior conhecimento das populações.

Sabe-se, por exemplo, quantas vezes uma fêmea adulta retorna à praia para desovar em uma mesma temporada de desova, qual o intervalo dos retornos, o local escolhido e o período entre uma estação de desova e a próxima.

Manejo dos ninhos e filhotes

Os ninhos são localizados através dos rastros na areia. Os que estiverem em locais de risco são transferidos para trechos mais protegidos da praia ou para cercados de incubação nas bases, onde se tenta reproduzir as condições naturais. Nesses locais ficam protegidos de qualquer ação predatória (natural e humana), da erosão e das marés, possibilitando um manejo adequado e melhores resultados de eclosão.

Hoje, como resultado do trabalho de educação ambiental desenvolvido pelo TAMAR junto às comunidades, a maioria dos ninhos estão fora de perigo, não necessitando ser transferidos. Ficam nos locais de origem, onde a equipe de pesquisadores do TAMAR acompanha as condições de incubação em ambiente natural – importante ferramenta para indicar, a partir da análise comparativa entre ninhos naturais e transferidos, se o manejo está adequado.

A manutenção dos ninhos in situ (exatamente no mesmo local escolhido pela fêmea) é importante também para não interferir na proporção entre machos e fêmeas, pois a determinação do sexo das tartarugas sofre influência decisiva da temperatura da areia: temperaturas mais altas determinam o nascimento de fêmeas e mais baixas o nascimento de machos.

ÁREAS DE ALIMENTAÇÃO

Além das atividades realizadas nas áreas de desova, o TAMAR mantém bases de conservação e pesquisa em áreas onde esses animais se alimentam e a captura incidental pela pesca artesanal é significativa.

Acreditando que a solução para o problema seja o maior conhecimento das populações e, consequentemente, o desenvolvimento de alternativas econômicas eficazes, o TAMAR criou o programa

Nem tudo que cai na rede é peixe, uma campanha educacional orientada para os pescadores. Eles são orientados para verificar suas redes, salvar as tartarugas capturadas e trazê-las à equipe de pesquisa.

É possível reanimá-las adotando procedimentos simples de massagem em seu ventre.

Completado o processo de reanimação, as tartarugas são marcadas, medidas, registradas e liberadas ao mar, logo que se mostram recuperadas. Hoje, aproximadamente 250 pescadores cooperam com o TAMAR em áreas de alimentação, e mais de 10.000 tartarugas foram reanimadas desde 1991.

Programa Pesca

O Programa Nacional para a Redução da Captura Incidental de Tartarugas Marinhas pela Atividade Pesqueira (Programa Pesca) é executado desde junho de 2001, tendo surgido a partir da evolução da campanha Nem Tudo O Que Cai na Rede é Peixe.

O objetivo é diminuir a incidência de tartarugas capturadas e mortas pela atividade pesqueira, através da coleta de informações, pesquisa sobre as artes e petrechos que mais capturam tartarugas e proposição de alternativas, como a substituição de determinadas técnicas e equipamentos por outros menos predatórios.

Nas comunidades à beira-mar, que sobrevivem da pesca artesanal, o trabalho de conscientização dos pescadores está bem mais adiantado, graças ao envolvimento das comunidades, gerando a ação conjunta de técnicos e pescadores.

Em alto mar, o problema está junto às grandes empresas pesqueiras que, por realizarem uma pesca industrial em larga escala, possuem também um maior potencial de capturar tartarugas marinhas. Por outro lado, algumas artes de pesca, como o arrasto de camarão e da lagosta, aproximam-se demais da costa, causando a captura e a morte das espécies de tartaruga que utilizam os recifes e bancos de algas para alimentação e descanso.

Medidas de apoio

As tartarugas marinhas interagem com quase todos os tipos de pesca, desde as redes de arrasto e espera, até espinhéis, passando por cercos, currais, linha e anzol, entre outros. Num levantamento do TAMAR, foram identificadas 11 artes de pesca com potencial de captura de tartarugas marinhas nos Estados de São Paulo, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Pernambuco e Ceará.

Para solucionar o problema, o TAMAR está atuando intensamente em campanhas para conscientizar os pescadores da necessidade de respeitar o limite de três milhas de distância da costa. Além disso, os técnicos do Projeto ensinam aos pescadores como reabilitar tartarugas desmaiadas e buscam junto às comunidades desenvolver projetos de auto sustentação.

Em Sergipe, o TAMAR está ajudando a comunidade que vive do camarão a testar a criação de ostras em cativeiro como alternativa econômica. Ao mesmo tempo, a fiscalização realizada pelo Ibama também é importante, pois, nos casos mais graves, coíbe os abusos e resulta muitas vezes em multas e até apreensão de carga e embarcações.

Também foi criada uma legislação específica pra barcos camaroneiros acima de 11 metros que devem utilizar TEDS, dispositivo de exclusão de tartarugas.

Outro fator que tem sido levado em consideração é a adoção de sanções de mercado, como certificação a partir de critérios ambientais, moratórias ou embargo para o pescado originário de áreas onde a captura incidental ocorra com frequência.

Fonte: geocities.yahoo.com.br/www.seaturtle.org/www.projetotamar.org.br/latinarepublic.com(Clara Rabbani)

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