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O pequeno e notável município de Pancas, situado no noroeste do Espírito Santo, vive um momento delicado em relação à criação do Parque Nacional dos Pontões Capixabas.
O município, que tem uma área territorial de 819,60 km² e uma população de cerca de 20 mil habitantes, está um pouco assustado com a lei que determinou a criação desta nova unidade de conservação.
Durante a minha passagem pelas áreas do parque, tentando registrar imagens, sofri ameaças, fui hostilizado em algumas regiões e até fui obrigado a me retirar de algumas propriedades antes que alguma coisa mais séria pudesse ocorrer.
Não foi muito difícil descobrir o motivo desta insatisfação de alguns habitantes, o que ocorre é que as áreas que foram demarcadas como pertencentes aos limites do parque, são pequenas propriedades, que vêm sendo passadas por várias gerações. Estas áreas sempre garantiram o sustento destas famílias, através do plantio de café, milho, cacau e outras culturas.
A grande maioria da população ainda é descendente de pomeranos, que sobrevivem de suas terras, com diversificação agrícola, conservando o dialeto e os costumes daquela nação riscada do mapa europeu.
A influência pomerana é tão marcante que há negros em Lajinha, distrito de Pancas, que ainda falam o dialeto alemão.
Que a região deve ser preservada não resta a menor dúvida, pois nascentes de rios, enormes rochedos de granito e florestas repletas de madeiras nobres e animais selvagens constituem este cenário colossal.
Esperamos que uma decisão coerente seja tomada pelos responsáveis para que não prejudique estas famílias, e que estas se tornem parceiras na preservação deste tesouro capixaba.
Lendo alguns livros na prefeitura da cidade, encontrei uma boa definição dada por um poeta desconhecido: na criação do mundo, rochas incandescentes se arrepiaram dando assim origem à cidade de Pancas.
A origem do nome Pancas tem várias versões, a mais plausível é indígena, que significa terra onde a raiz não penetra, pela grande concentração de placas de granito no solo.
Na chegada do município, em apenas alguns quilômetros o visitante já vai perceber que este não é um lugar comum. A entrada deste vale majestoso coloca em cheque conceitos de grandeza, pois a Pedra do Camelo, uma cadeia de cinco pedras, chega a 720 metros de altitude e tornou-se um dos símbolos da cidade.
Outra formação que, apesar de não estar dentro dos limites do parque, também desponta na região, é a Pedra da Agulha que, com seus 500 metros de altitude, vem sendo procurada por alpinistas brasileiros e estrangeiros.
Na verdade, são milhares de rochas, por todos os lados, formando um espetáculo de formas e tamanhos, que pode ser comparado ao Yosemite, o primeiro parque, dos Estados Unidos, localizado no estado da Califórnia, famoso também por seus imensos paredões rochosos.
A paisagem exuberante aliada a ventos freqüentes que circulam pelo vale, tem atraído uma legião de pilotos do Brasil e de outros países, que decolam com seus pára-pentes, paraquedas e asas delta em busca das térmicas que propiciam uma visão incomparável.
Para os que gostam de estar com os pés no chão, muitas trilhas para trekking, mountainbike ou somente apreciar os paredões mudando de cor com a incidência da luz. Por uma estrada estreita, mas segura, próxima da cidade, você chega mais perto do céu, é a rampa de decolagem de Pancas.
A visão é extraordinária, a cidade cravada meio ao imenso vale, cercada por gigantescos paredões de granito, é aqui que se tem a certeza de que está diante dos legítimos Pontões Capixabas.
Parque Nacional dos Pontões Capixabas – Brasil
Monumento Natural dos Pontões Capixabas
O Monumento Natural dos Pontões Capixabas é um monumento natural do estado do Espírito Santo, Brasil.
O Monumento Natural dos Pontões Capixabas está inserido no bioma Mata Atlântica.
Fica nos municípios de Águia Branca e Pancas no estado do Espírito Santo.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA UNIDADE
Proteger um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica do estado do Espírito Santo, em uma área com interessantes formações geológicas do tipo Pão de açúcar, conhecidos regionalmente como “Pontões”.
Preservando os ecossistemas naturais existentes possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades controladas de educação ambiental e turismo.
DECRETO E DATA DE CRIAÇÃO
Criado pelo decreto de 19 de dezembro de 2002 e publicado no D.O.U. de 20 de dezembro de 2002.
Tornou-se parte do Corredor Ecológico da Mata Atlântica Central, criado em 2002. A Lei 11.686, de 2 de junho de 2008, alterou a designação do Parque Nacional dos Pontões Capixabas para Monumento Natural dos Pontões Capixabas.
A unidade é administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
O objetivo principal é preservar as características rochosas, a flora e fauna associadas e a paisagem.
A onça-parda (Puma concolor) é uma espécie protegida na unidade.
ÁREA, LOCALIZAÇÃO E ACESSOS
O parque, possui 17.492 ha e está localizado nos municípios de Pancas e Água Branca no Estado do Espírito Santo. O acesso pode ser feito pela cidade de São Gabriel da Palha ou por Pancas se encontram a 15 e a 5 km da Unidade respectivamente.
CLIMA
O clima da região é classificado como Tropical semi-úmido com temperatura média de 23ºC e precipitação variando de 750 a 1250 mm anuais.
As altitudes variam de 120 a 1.000 metros.
A unidade de conservação contém um remanescente de floresta tropical densa
RELEVO
Parque Nacional e Monumento Natural Pontões Capixabas
O parque, está situado no Sub-Domínio Morfológico da Faixa de Desdobramento do Sul/Sudeste e a Unidade de Relevo predominante é a de Escarpas e Reversos da Serra da Mantiqueira com porções do Planalto do Jequitinhonha-Pardo.
Além disto, a região apresenta formações geológicas graníticas do tipo Inselberg, conhecidas nacionalmente como Pão de açúcar e regionalmente como “Pontões”.
VEGETAÇÃO
A Unidade está presente no bioma da Mata Atlântica com formações de Mata Atlântica Montana e formações vegetais secundárias em vários graus de regeneração.
As plantas encontradas nos paredões podem ser rupícolas, quando crescem diretamente sobre a rocha, ou saxícolas, quando se localizam em pequenos platôs ou fendas com solo. Nessas situações, a água que chega escoa rapidamente e os nutrientes são escassos.
Por isso, as plantas crescem bem devagar, e muitas têm adaptações especiais para lidar com a escassez de água, como é o caso dos cactos e bromélias formadoras de tanques, que armazenam água, ou das orquídeas e bromélias do gênero Tillandsia, que conseguem captar rapidamente a umidade das nuvens, ou ainda as Velloziaceas (canelas-de-ema) e capins-ressurreição, que toleram a dessecação violenta das folhas, com posterior re-hidratação das mesmas folhas
FAUNA
Dentre a fauna ainda existem no Pancas diversas espécies raras, endêmicas e/ou ameaçadas de extinção.
Destaca-se na região a presença de mamíferos raros como a onça-pintada, do gato-maracajá, do gato-mourisco, da preguiça-de-coleira, do ouriço e da lontra.
Dentre as aves, ainda são observados o urumutum, o jaó, o tucano-do-bico-preto e o araçari-banana.
USOS CONFLITANTES QUE AFETAM A UNIDADE E SEU ENTORNO
Um dos principais problemas ambientais desta região foi a devastação das florestas da mata atlântica, decorrente de cinco séculos de colonização, da expansão das atividades agrícolas e da rede urbana e mais recentemente, da expansão da atividade de mineração de granito.
BENEFÍCIOS INDIRETOS E DIRETOS DA UNIDADE PARA O ENTORNO
A população do entorno será altamente beneficiada pelo controle da qualidade ambiental, pela regulação do processo de expansão da fronteira agrícola, pela geração de nova oportunidades diretas e indiretas de emprego e trabalho, pelo estímulo ao desenvolvimento regional de forma organizada e equilibrada.
Fonte: expedicaoparquesnacionais.com.br/www.brasilturismo.com
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