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Água Salgada – O que é
A água salgada é um termo geológico que se refere a soluções naturais contendo grandes concentrações de íons inorgânicos dissolvidos. Além disso, esse termo é frequentemente usado como adjetivo em biologia, geralmente para se referir a organismos marinhos, como em peixes de água salgada.
A água salgada mais comumente se refere às águas oceânicas, nas quais a concentração total de solutos iônicos é tipicamente cerca de 35 gramas por litro (também expressa como 3,5%, ou 35 partes por mil).
Como resultado dessas grandes concentrações de íons dissolvidos, a densidade da água salgada (1,028 g/L a 4°C) é ligeiramente maior que a da água doce (1,00 g/L). Portanto, a água doce flutua acima da água salgada em situações mal misturadas onde os dois tipos se encontram, como em estuários e alguns reservatórios subterrâneos.
Os íons com maiores concentrações nas águas marinhas são sódio, cloreto, sulfato, magnésio, cálcio, potássio e carbonato. Nas águas oceânicas, sódio e cloreto são os íons mais importantes, com concentrações de 10,8 g/L e 19,4 g/L, respectivamente. Outros íons importantes são sulfato (2,7 g/L), magnésio (1,3 g/L) e cálcio e potássio (ambos 0,4 g/L). No entanto, em águas salinas interiores, as concentrações e proporções relativas destes e de outros íons podem variar muito.
Outras águas naturais também podem ser salgadas, às vezes contendo concentrações muito maiores de sal do que os oceanos. Alguns lagos e lagoas, conhecidos como águas superficiais de sal ou salmoura, podem ter concentrações muito grandes de solutos iônicos dissolvidos. Esses corpos d’água geralmente ocorrem em uma bacia fechada, com entradas de água, mas sem saída, exceto por evaporação, que deixa para trás os sais. Consequentemente, a concentração de sal de sua água contida aumenta progressivamente ao longo do tempo. Por exemplo, o Grande Lago Salgado de Utah e o Mar Morto em Israel têm concentrações de sal superiores a 20%, assim como lagoas salinas menores na Vestfália, Alemanha e em outras partes do mundo.
As águas subterrâneas também podem ser extremamente salgadas. Águas salgadas subterrâneas são comumente encontradas em campos de poços de petróleo e gás, especialmente depois que os recursos de hidrocarbonetos foram esgotados pela mineração.
As águas salgadas superficiais e subterrâneas às vezes são “extraídas” por seu conteúdo de minerais economicamente úteis.
As intrusões de água salgada podem ser um importante problema ambiental, que pode degradar os suprimentos de água necessários para beber ou irrigar. As intrusões de água salgada são causadas em locais próximos ao oceano onde há retiradas excessivas de suprimentos subterrâneos de água doce. Isso permite que as águas salgadas subterrâneas migrem para o interior e prejudiquem a qualidade do aquífero para a maioria dos usos. As intrusões de água salgada geralmente são causadas pelo uso excessivo de água subterrânea para irrigação na agricultura ou por demandas excessivas de água doce para fornecer água potável às grandes cidades.
Água Salgada – Planeta Terra
Menos de 3% da água do planeta Terra é doce, ou seja, possui um volume reduzido de sais que permite o seu consumo por seres humanos. Encontrada na natureza em fontes superficiais ou subterrâneas, esse volume, entretanto, não está devidamente espalhado, de forma a abastecer de maneira equitativa toda a população mundial.
A Terra é azul
A Terra é azul, constatou Yuri Gagarin, o primeiro e privilegiado astronauta que a avistou lá de cima. Muita gente acha erroneamente que o planeta Terra deveria se chamar “planeta água”, porque afirmam que o planeta é formado por 77% de água; vejam como falta estudo para esse pessoal porque, a Terra tem essa porcentagem de água considerando apenas sua extensão superficial (como a casca de uma laranja); em volume considerando a dimensão da profundidade, a Terra em sua maioria é sólida mesmo.
97,5% de toda água da Terra é salgada, apenas 2,5% da água do planeta é doce. De toda água do planeta, 1,72% são água doce congelada nas calotas polares e geleiras e 0,75% estão em forma de água doce subterrâneas; restando apenas 0,02% de água contida em plantas e animais e só 0,01% de toda água do planeta está disponível em rios, lagos e represas.
Se pegarmos uma garrafa com 1,5 litro de água e a dividirmos proporcionalmente, como a encontramos no planeta, a quantidade de água doce disponível seria equivalente a uma única e insignificante gota.
Mares e Oceanos
Mares e Oceanos
Muitas regiões do planeta não possuem quantidade suficiente de água doce. O aumento da população mundial e a poluição são outros fatores comprometedores ao uso dessa água, que pode acabar se não forem tomadas medidas para seu uso sustentado e garantia da sua renovação.
Uma das alternativas para regiões que possuem escassez de água doce é a utilização de água com alta concentração de sais, como a água salobra (muito comum nos aquíferos subterrâneos do Nordeste Brasileiro) e a água do mar. Para torná-las potáveis, ou seja, apropriada ao consumo humano, é necessário fazer a dessalinização.
Trata-se de um processo que exige alto investimento e recursos tecnológicos complexos para a produção em larga escala. Neste caso, o preço da água para o consumidor final torna-se muito mais elevado, devido à menor oferta e gastos envolvidos para torná-la potável.
A Sabesp não trata a água por meio do processo de dessalinização. Tal sistema é utilizado em alguns países, como Arábia Saudita, Israel e Kuwait, além de ser usado por equipes de navios que ficam meses no mar ou pesquisadores residindo em regiões desprovidas de água doce.
Na ilha de Chipre, a água do mar abastece a população e os lençóis freáticos que foram reduzidos pela exploração exagerada.
Diversos governos e instituições investem em pesquisas para o desenvolvimento de processos de dessalinização que sejam eficientes, adequados às características regionais e que tenham um custo reduzido, pois esse tipo de tratamento é muito mais caro que o convencional.
Os principais processos de dessalinização são:
Osmose Reversa – o processo de dessalinização por osmose reversa ocorre quando é exercida pressão em uma solução salina. A água atravessa uma membrana semipermeável, com poros microscópicos, que retém sais, microrganismos e outras impurezas.
Dessa maneira, a água pura “sai” da solução salgada e fica separada em outro local.
Um dos pontos principais desse processo é a fabricação de membranas osmóticas sintéticas, uma tecnologia de ponta, criada inicialmente para uso em processos industriais. O aumento constante da produção vêm barateando o custo desse produto, facilitando o acesso à tecnologia.
Dessalinização Térmica – é um dos processos mais antigos, imitando a circulação natural da água. O modo mais simples, a “destilação solar”, é utilizada em lugares quentes, com a construção de grandes tanques cobertos com vidro ou outro material transparente.
A luz solar atravessa o vidro, a água do líquido bruto evapora, os vapores se condensam na parte interna do vidro, transformando-se novamente em água, que escorre para um sistema de recolhimento.
Dessa forma, separa-se a água de todos os sais e impurezas. Em lugares frios ou com carência de espaço, esse processo pode ser feito gerando-se calor através de energia. A melhor solução, neste caso, é a utilização de energia solar, que é mais barata, não consome recursos como petróleo e carvão e não agride o meio ambiente.
Congelamento – quando congelamos a água, produzimos gelo puro, sem sal. Então, através do congelamento/ descongelamento pode-se obter água doce. Esse método não foi testado em larga escala, porém, existem propostas para a utilização de calotas polares (onde está boa parte da água doce do planeta) para obtenção de água pura.
No entanto, teme-se que a água de descongelamento de calotas polares possa trazer problemas, como, por exemplo, uma nova propagação de vírus, já erradicados ou controlados, que podem ter ficado congelados.
Superfície de água = 1.000.000 Km²
OCEANOS – FATOS E MEDIDAS: Calcula-se que a área da Terra coberta pelo mar seja de 361.740.000 Km ², ou 70,92% da superfície total. A profundidade média é estimada em 3.554 m e o volume dos oceanos em 1.285.600.000 Km³.
OCEANO ÍNDICO: Localizado principalmente no hemisfério sul, sua maior largura é de 9.600 Km ( da Tasmânia ao Cabo Agulhas). A profundidade média é de 4.000 m, e a maior profundidade é de 9.000 m na fossa Amirante.
OCEANO ATLÂNTICO: É dividido entre o Atlântico Norte (36.000.000 Km²) e o Atlântico Sul (26.000.000 Km²). Sua maior largura ao norte é de 7.200 Km (do Marrocos à Flórida) e ao sul é de 9.600 Km (da Guiné ao Brasil). A profundidade média é de 3.600 m; as maiores profundidades são de 9.220 m na fossa de Porto Rico, 8.264 m na de Sandwich do Sul e 7.728 m na Romansh.
OCEANO PACÍFICO
Cobre aproximadamente 40% da área marítima total do mundo e é maior dos oceanos. Sua maior largura (leste/oeste) é de 16.000 Km, e a maior extensão (norte/sul), 11.000 Km. A profundidade média é de 4.200 m (é também o oceano mais profundo). Geralmente o oeste e o norte são os mais rofunds que leste e sul.
As maiores profundidade ocorrem perto de um grupo de ilhas e incluem as fossas: Mindanao com 11.524 m, Mariana com 11.022 m, Tonoga com 10.882 m, Kuril-Kamchatka com 10.542 m, Filipina com 10.497 m e Kermadec com 10.047 m.
A maioria da água proveniente da terra corre para o Atlântico, que também é o oceano mais salino devido à troca de água com os mares vizinhos. As margens dos continentes (21% do solo do oceano) são as áreas econômicas mais importantes
Água Salgada – Processos para Dessalinização
A dessalinização de águas salgadas ou salobras acontece quando a mesma passa a vapor e se torna doce depois que se condensa – CONDENSAÇÃO- ou então através do processo da OSMOSE REVERSA quando a água passa por membranas filtrantes. Nos oceanos pode estar a principal solução para o atendimento das futuras demandas de água doce, já que são possuidores de 95,5% da água existente no Planeta. O principal problema a ser resolvido ainda é o custo dos processos que envolvem grande consumo de energia.
Aliás esses processos há muito tempo já são utilizados nos navios e nas plataformas de petróleo.
Mares e Oceanos
Principais Processos para Dessalinização da Água do Mar:
Destilação
Osmose reversa
A dessalinização da água salgada ou salobra, do mar, dos açudes e dos poços, se apresenta como uma das soluções para a humanidade adiar ou vencer a crise da ÁGUA que já É REAL EM DETERMINADAS REGIÕES DO PLANETA.
Atualmente muitos países e cidades já estão se abastecendo totalmente ou parcialmente de água doce extraída da água salgada do mar que, embora ainda a custos elevados, se apresenta como uma alternativa, concorrendo com o transporte em navios tanques, barcaças e outros. Alguns países árabes simplesmente “queimam” petróleo para a obtenção de água doce através da destilação, uma vez que o recurso mais escasso, para eles, é a água.
O consumo de água doce no mundo cresce a um ritmo superior ao do crescimento da população, restando, como uma das saídas, a produção de água doce, retirando-a do mar ou das águas salobras dos açudes e poços. O uso das fontes alternativas de energia, como a eólica e a solar, apresenta-se como uma solução para viabilizar a dessalinização, visando o consumo humano e animal.
Parte da Região Nordeste do Brasil é caracterizada por condições semi-áridas, com baixa precipitação pluviométrica (cerca de 350 mm/ano) e por um solo predominantemente cristalino, que favorece a salinização dos lençóis freáticos. Até agora as iniciativas se restringiram a soluções paliativas, como a construção de açudes e a utilização de carros pipa.
A dessalinização de água através de osmose reversa apresenta-se como uma alternativa a mais, uma vez que possui um menor custo quando comparado com outros sistemas de dessalinização.
Além de retirar o sal da água, este sistema permite ainda eliminar vírus, bactérias e fungos, melhorando assim a qualidade de vida da população.
O seu funcionamento está baseado no efeito da pressão sobre uma membrana polimérica, através da qual a água irá passar e os sais ficarão retidos, podendo-se ainda aproveitar a salmoura.
A integração com a energia eólica pode ser interessante nos locais com baixo índice de eletrificação, tornando o sistema autônomo.
Histórico dos processos de dessalinização:
Em 1928 foi instalado em Curaçao uma estação dessalinizadora pelo processo da destilação artificial, com uma produção diária de 50 m3 de água potável.
Nos Estados Unidos da América as primeiras iniciativas para o aproveitamento da água do mar datam de 1952, quando o Congresso aprovou a Lei Pública número 448, cuja finalidade seria criar meios que permitissem reduzir o custo da dessalinização da água do mar. O Congresso designou a Secretaria do Interior para fazer cumprir a lei, daí resultando a criação do Departamento de Águas Salgadas.
O Chile foi um dos países pioneiros na utilização da destilação solar, construindo o seu primeiro destilador em 1961.
Em 1964 entrou em funcionamento o alambique solar de Syni, ilha grega do Mar Egeu, considerado o maior da época, destinado a abastecer de água potável a sua população de 30.000 habitantes.
A Grã-Bretanha, já em 1965, produzia 74% de água doce que se dessalinizava no mundo, num total aproximado de 190.000 m3 por dia.
No Brasil, algumas experiências com destilação solar foram realizadas em 1970, sob os auspícios do ITA- Instituto Tecnológico da Aeronáutica, em São José dos Campos.
Em 1971 as instalações de Curaçao foram ampliadas para produzir 20.000 m3 por dia.
Em 1983, o LNEC- Laboratório Nacional de Engenharia Civil, em Lisboa- Portugal, iniciou algumas experiências com o processo de osmose reversa, visando, sobretudo, o abastecimento das ilhas dos Açores, Madeira e Porto Santo.
Em 1987, a Petrobrás iniciou o seu programa de dessalinização de água do mar para atender às suas plataformas marítimas, usando o processo da osmose reversa, tendo esse processo sido usado pioneiramente, aqui no Brasil, em terras baianas, para dessalinizar água salobra nos povoados de Olho D`Água das Moças, no município de Feira de Santana, e Malhador, no município de Ipiara.
Atualmente existem cerca de 7.500 usinas em operação no Golfo Pérsico, Espanha, Malta, Austrália e Caribe convertendo 4,8 bilhões de metros cúbicos de água salgada em água doce, por ano. O custo, ainda alto, está em torno de US$ 2,00 o metro cúbico.
As grandes usinas de dessalinização da água encontram-se no Kuwait, Curaçao, Aruba, Guermesey e Gibraltar, abastecendo-os totalmente com água doce retirada do mar.
O Mar Báltico
O Mar Báltico é uma das maiores extensões de água salobra do mundo. A sua profundidade média ronda apenas os 55m e a sua profundidade máxima é de 450m.
São precisos cerca de 35 anos, para que toda a água deste mar seja renovada pela água do oceano. Este mar é único, do ponto de vista ecológico, pois alberga numerosas espécies de plantas, animais e microorganismos bem como numerosos tipos de habitats (foram inventariados 133 habitats marinhos e costeiros, para efeitos de conservação).
É um importante viveiro para muitas espécies de peixes como o bacalhau e o arenque e alberga focas e aves migratórias. Devido às suas características geográficas, climáticas e oceanográficas muito específicas, é muito sensível ao impacte ambiental das atividades humanas.
O Mar Báltico apresenta fortes concentrações de substâncias tóxicas e de eutrofização.
O transporte marítimo causa outros problemas: marés negras, resíduos sólidos e sobrepesca. Quase todos os verões, a eutrofização causa grandes proliferações de algas, muitas vezes tóxicas, no Mar Báltico e no Golfo da Finlândia, as quais afetam o ecossistema marinho. As populações de espécies comercialmente importantes como o bacalhau e o arenque sofreram acentuadas reduções, devido à sobre pesca e à diminuição do afluxo de águas oceânicas. A população de salmões selvagens está a aumentar, mas mantém-se a um nível muito baixo nos rios pequenos, em consequência da sobre exploração e da degradação ambiental.
A captura acidental de mamíferos e aves marinhos ameaça as populações locais. As substâncias perigosas como o cádmio, o mercúrio, o chumbo e os PCB acumulam-se ao longo da cadeia alimentar e podem prejudicar os ecossistemas e a saúde humana. Há quem sustente que os PCB são responsáveis pela diminuição da população de focas cinzentas, principalmente nos mares da Suécia, da Finlândia e da Estónia, e que estariam também ligados à esterilidade feminina. Uma vez lançadas no Mar Báltico, as substâncias perigosas podem lá permanecer durante muito tempo. O aumento do transporte marítimo, nos últimos vinte anos, conduziu à introdução no Mar Báltico de pelo menos 70 espécies não-indígenas, que perturbam os ecossistemas e lhes causam danos.
Convenções regionais: O Mar Báltico é protegido pela Convenção de Helsínquia de 1974 sobre a Proteção do Ambiente Marinho da Zona do Mar Báltico. A Comissão de Helsínquia (HELCOM) administra a convenção e a cooperação regional com ela relacionada. Em 1992, a Convenção de Helsínquia especificou os pormenores e largou o âmbito da Convenção de 1994, incorporando uma maior cobertura das águas costeiras, exigindo a aplicação dos princípios de precaução e do « poluidor-pagador ».
Entrou em vigor em Janeiro de 2002 e visava: diminuir as descargas de poluentes orgânicos e de nutrientes ; melhorar o tratamento das águas residuais municipais e industriais, regular a proibição de substâncias perigosas como os PCB ou o DDT, tomar medidas para eliminar toda e qualquer descarga ilegal de barcos.
A cooperação internacional sobre os problemas ligados à pesca baseia-se na Convenção de Gdansk de 1973 sobre a Pesca e a Conservação dos Recursos Vivos no Mar Báltico e nas suas Cinturas (Convenção de Gdansk) e através da Comissão Internacional de Pesca no Mar Báltico.
O Nordeste Atlântico
O Nordeste Atlântico acolhe uma grande diversidade de habitats marinhos e costeiros. Milhões de aves migradoras dependem dos alimentos e das terras cultivadas, durante o seu voo ao longo das costas.
O Mar é rico em espécies marinhas selvagens: tubarões, focas (incluindo os golfinhos de Risso e nariz de garrafa, o cachalote, a baleia anã e a baleia comum) e unidades populacionais de peixes comercialmente importantes. Encontram-se aí também variedades muito produtivas de plâncton, florestas de luminárias, leitos de sargaços e mesmo recifes de coral de águas frias.
Este ambiente está ameaçado pelos produtos químicos tóxicos, os pesticidas e os nutrientes.
A poluição é agravada pelas descargas de petróleo e de produtos químicos provenientes das plataformas de exploração offshore e da pesca. A diversidade dos plânctons diminuiu, enquanto as algas proliferam, devido à elevada taxa de nutrientes, gerados pelo azoto procedente de fontes terrestres, como o escoamento de águas da agricultura.
Muitas populações de salmões do Atântico geneticamente distintas foram já destruídas, em consequência da sobre pesca, da poluição local dos ricos, da poluição e das alterações climáticas. Na Noruega e na Escócia, o desenvolvimento da cultura de salmão criou sérios problemas de doenças e parasitas ao salmão selvagem. A captura acidental de mamíferos marinhos, de aves, tubarões, tartarugas e outras espécies que não se destinam a ser pescadas constituem um problema grave. Os habitats costeiros e marinhos sofrem uma degradação crescente provocada pelas instalações portuárias, o desenvolvimento industrial, a proteção contra as cheias e a extração de petróleo, gás e areia.
A mineração e a pesca em águas profundas estão em fase de expansão e podem ameaçar espécies isoladas e os seus habitats.
Convenções regionais: a zona é abrangida pela Convenção de Oslo de 1972, a Convenção de Paris de 1974 e a Convenção Oslo-Paris (OSPAR), de 1992, que inclui as duas anteriores e integra novos princípios de conservação. A Convenção requer a aplicação dos princípios de precaução e do « poluidor-pagador ».
Tem que ver com a prevenção e a eliminação da poluição resultante de atividades terrestres bem como de descargas ou incinerações. Entrou em vigor em 1998 e abrange a zona a oeste da costa Leste do Gronelândia, a zona a leste da costa continental do Mar do Norte, o Sul do estreito de Gibraltar e a parte norte do Pólo Norte.
A Comissão da Pesca do Nordeste e Comissão do Salmão do Atlântico Norte e a Comissão Internacional para a Conservação do Atum do Atlântico estão ativas nesta zona.
O Mar Ártico
O Ártico é, na realidade, um grande oceano, quase todo coberto de gelo. É uma das regiões relativamente intactas do planeta, onde os povos indígenas conservaram os seus costumes e vivem em harmonia com a terra e o mar, de que depende a sua sobrevivência. É também uma importante fonte de produtos de base para a Europa como peixe, madeira para a construção, petróleo e gás e outros minerais. A pesca, a silvicultura, as alterações climáticas, a poluição e até o turismo ameaçam, hoje, o ambiente do Ártico.
A biodiversidade marinha está agrupada em sectores específicos como o Mar de Barento, estuários e deltas tais como os Deltas do Lena, e zonas costeiras que rodeiam grupos de ilhas como o Novaya Zemlya, Franz Joseph e Svalbard. As águas próximas do litoral e as aberturas no gelo são uma importante fonte de alimentos para as aves marinhas como os pinguins, os araus comuns e as gaivotas. Milhares, talvez milhões, de casais de aves reproduzem-se nas falésias. Os países árticos tomaram diversas medidas para travar o desaparecimento de habitats e, hoje em dia, cerca de 2,5 milhões de quilómetros quadrados são protegidos.
Há centenas de anos que os europeus pescam no Ártico e esta indústria continua a ser vital para muitos países. Atualmente, cerca de metade do peixe consumido na União Europeia provém do Ártico europeu.
Mas numerosos barcos de pesca capturam peixes que são cada vez mais raros e os recursos de peixes estão a diminuir progressivamente.
A exploração do petróleo e do gás em plataforma offshore, o seu transporte pelas águas do Mar Ártico e em condições polares sensíveis representa riscos especiais, como o acidente do Exxon Valdez no Alasca demonstrou.
Sete dos maiores rios do mundo ficam na Rússia ártica. Drenam mais de metade das terras russas e, todos os anos, lançam 73 milhões de toneladas de sedimentos nas zonas costeiras do Ártico, bem como substâncias tóxicas, que geram problemas graves de poluição resultante de atividades terrestres. As correntes marinhas, como a Corrente do Golfo, transportam as massas de água a longas distâncias e disseminam produtos químicos e substâncias radioativas.
Do mesmo modo, a poluição levada da Europa para o Ártico tem um enorme impacte no ambiente deste Mar: as substâncias tóxicas concentradas nos tecidos dos animais acumulam-se ao longo de toda a cadeia alimentar, nomeadamente nos ursos polares, focas e baleias.
Dado que estes animais são a fonte de alimento dos povos indígenas, isso pode expô-los a graves problemas de saúde.
Uma grande percentagem de mulheres das comunidades Árticas apresentam uma taxa de mercúrio ou de PCB muito superior aos níveis recomendados por lei.
O Ártico é uma sentinela das alterações climáticas. Alguns dos efeitos ambientais das alterações climáticas surgirão mais cedo no Ártico, devido às características físicas e biológicas específicas da região, como a calota glacial e o solo permanentemente gelado. No final do século, o gelo do Oceano Ártico poderia fundir-se no verão.
Convenções regionais
A Estratégia de Proteção do Ambiente do Ártico, de 1991, visa: proteger os ecossistemas do Ártico
Assegurar a proteção, melhoria e restabelecimento da qualidade do ambiente e a utilização sustentável dos recursos naturais, nomeadamente a sua utilização pelas populações locais e os povos indígenas
Reconhecer e, se possível, procurar ir ao encontro das necessidades culturais e tradicionais, dos valores e das práticas dos povos indígenas, no que se refere à proteção do ambiente do Ártico
Avaliar o estado do ambiente do Ártico
Identificar, reduzir e, como objetivo último, eliminar a poluição.
Mar Negro
Os cientistas descobriram, a 100 metros de profundidade, os restos de uma casa que poderia ter 7500 anos.
Isso confirma a ideia de que o Mar Negro teria nascido devido a uma grande mudança ecológica e à brusca intrusão das águas mediterrânicas. Sendo um mar fechado, o Mar Negro é particularmente vulnerável à poluição, um fenómeno que é agravado pelo crescimento demográfico. Na zona costeira, vivem cerca de 16 milhões de pessoas, às quais se juntam 4 milhões de turistas, no verão.
Nos últimos 20 anos, o ambiente do Mar Negro sofreu uma enorme deterioração, ao nível da sua biodiversidade, dos habitats, dos recursos haliêuticos, do seu valor estético e da qualidade da água.
Com efeito, o Mar Negro é utilizado para vários fins: pesca associada ao turismo, extração de minerais e transporte, sendo ainda um lugar prático onde descarregar resíduos sólidos e líquidos.
O Mar Negro é ainda mais afetado pelos nutrientes e a poluição industrial do que o Mar Mediterrâneo. Recebe as águas do Danúbio, do Dniepre, do Dniestre e do Don.
As descargas crescentes de nutrientes provenientes dos rios (80% da poluição provém do Danúbio) causaram um excesso de produção de fito plâncton microscópico, que, por sua vez, impede que a luz chegue aos sargaços e às algas.
A eutrofização causou danos graves a todo o ecossistema. Este problema, conjugado com a poluição e a sobrepesca, provocou uma diminuição dos recursos haliêuticos.
A situação agravou-se ainda em meados dos anos 80, altura em que uma espécie de medusa muito resistente (Mnemiopsis leidyi), introduzida acidentalmente pela água de lastro de um barco, invadiu o Mar.
Alimenta-se de animais microscópicos, de que se alimentam também os peixes pequenos, e atingiu rapidamente um peso total de 900 milhões de toneladas, ou seja, o equivalente ao décuplo da captura anual de peixes no mundo inteiro.
Uma urbanização que deixa muito a desejar destruiu a maior parte das costas. A poluição não controlada, devido às águas dos esgotos, levou ao encerramento de muitas praias e gerou perdas significativas no sector do turismo. Em certos lugares, os resíduos sólidos foram lançados diretamente no mar ou perto de zonas húmidas preciosas.
O Mar Negro é uma importante via para o tráfego de petroleiros; por ela circulando anualmente 70 000 milhões de toneladas de petróleo. Os acidentes petrolíferos, as descargas ilegais e os resíduos petrolíferos do Danúbio causam problemas graves de poluição da ordem das 100 000 toneladas de petróleo por ano.
Convenções regionais: A Convenção de Bucareste, de 1992, sobre a proteção do Mar Negro contra a poluição foi ratificada em 1994.
Compreende três Protocolos específicos sobre :
1. O controlo das fontes terrestres de poluição
2. A descarga de resíduos
3. A ação conjunta em caso de acidentes (como o derrame de petróleo, as chamadas marés negras)
Mar Cáspio
O Mar Cáspio é a maior extensão de água fechada do mundo. O Sudeste da Europa encontra-se aí com a Ásia. Onze milhões de pessoas vivem à volta do Mar Cáspio. Este mar não tem ligação aos oceanos, o seu nível situa-se atualmente 26,5 metros abaixo do nível do mar e a sua água é três vezes menos salgada do que a dos oceanos. O Mar Cáspio, situado em diversas cinturas climáticas, contém uma grande biodiversidade. Nele vivem 400 espécies que só ali é possível encontrar. São também numerosas as aves que ali habitam durante todo o ano, em particular nas estações de migrações.
O célebre esturjão deste mar representou, por si só, aproximadamente 80% da indústria mundial do caviar, no período em que esta atingiu o seu auge.
O Mar Cáspio sofre, atualmente, a pressão crescente das atividades humanas, o que conduz a um aumento da eutrofização, à poluição da água por metais pesados, à poluição química e à sobre exploração das espécies marinhas. O esturjão do Mar Cáspio encontra-se em vias de extinção.
Os complexos petroquímicos e as refinarias são fontes importantes de poluição resultante de atividades terrestres e as descargas e derrames acidentais de petróleo bem como a extração de gás têm um grave impacte no ambiente.
Aos problemas ligados às atividades humanas veio juntar-se o de uma subida do nível do mar Cáspio de quase 2,3 metros, desde 1978. Essa subida misteriosa deslocou milhares de pessoas, destruiu investimentos na indústria e em infraestruturas e causou graves ameaças de poluição pelos resíduos que flutuam perto das costas.
Convenções regionais: O Programa Ambiental do Cáspio (CEP) e a Convenção do Cáspio
O CEP é um programa regional criado por e para os cinco Estados do litoral do Cáspio e financiado por organismos da ONU, o Banco Mundial, a União Europeia, entre outros.
Visa conter a deterioração das condições ambientais do Mar Cáspio. Em Novembro de 2003, a Convenção-Quadro para a Proteção do Ambiente Marinho do Mar Cáspio (Convenção de Teerão) foi aprovada, sob os auspicios do PNUA. Visa facilitar o estabelecimento de objetivos ambientais concretos.
Mar Mediterrâneo
O Mar Mediterrâneo, que outrora acolheu os impérios egípcio, fenício, grego e romano, conta hoje com 160 milhões de habitantes e um número semelhante de visitantes por ano. É, em geral pouco profundo, uma vez que a profundidade média ronda os 1500 metros e a máxima é de 5150 metros, abaixo da costa sul da Grécia. Trata-se quase de uma bacia completamente fechada, cuja maior fonte de renovação é o continuo afluxo de água superficial procedente do Oceano Atlântico. A total renovação das suas águas, feita através do Estreiro de Gibraltar, com apenas 300 metros de profundidade, demora mais de um século. Este fraco afluxo, aliado à forte evaporação, torna o Mar Mediterrâneo mais salgado do que o Oceano Atlântico.
O Mediterrâneo é conhecido por ter albergado 19 espécies de Cetáceos, entre as quais podemos citar o golfinho raiado e o cachalote. Encontram-se também no Mediterrâneo três espécies de tartaruga do mar, duas das quais nidificam aí e constituíam populações numerosas. Estas tartarugas do mar estão cada vez mais ameaçadas pela degradação dos territórios de nidificação, devido ao desenvolvimento costeiro, bem como pela sua captura acidental.
A densidade do tráfego de navios mercantes é aí particularmente elevada. Embora o Mar Mediterrâneo represente menos de 1% do superfície total do planeta coberta por oceanos, representa 30% do transporte marítimo mundial. Um quinto dos acidentes mundiais que envolveram petroleiros teve lugar nas suas águas.
O Mediterrâneo é o principal destino turístico do mundo (30% do turismo mundial). O turismo costeiro provoca uma redução dos sítios naturais e uma alteração das paisagens.
As migrações maciças para os principais centros urbanos geram uma pressão acrescida sobre os serviços urbanos e ultrapassam a sua capacidade em termos de abastecimento de água, de infraestruturas de transporte e de sistemas de saneamento. Mais de 500 milhões de toneladas de água de esgotos são lançados no mar por ano, juntamente com 120 000 toneladas de óleos minerais, 60 000 toneladas de detergentes, 100 toneladas de mercúrio, 3800 toneladas de chumbo e 3600 toneladas de fosfatos.
A indústria da pesca exerce uma pressão constante tanto sobre o ambiente como sobre as unidades populacionais de peixes.
Convenções regionais: O Plano de Ação para o Mediterrâneo (MAP)
Em 1975, a CEE e 20 países mediterrânicos aprovaram o Plano de Ação para o Mediterrâneo (MAP). Foi aprovado, em 1976, com o nome de Convenção de Barcelona para a Proteção do Mar Mediterrâneo contra a Poluição. O MAP inicia propostas e ações regionais a favor do desenvolvimento sustentável na região mediterrânica.
As questões relacionadas com a pesca são debatidas no seio da Comissão Geral da Pesca para o Mediterrâneo, criada pelo acordo aprovado na Conferência da FAO, em 1949, e que entrou em vigor em Fevereiro de 1952.
Ação internacional
A Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar, que foi assinada em 1982 e entrou em vigor em 1994, constitui o quadro jurídico para os oceanos, integrando as regras para as extrações em águas profundas e as zonas económicas exclusivas, que se estenderão por 200 milhas náuticas à volta dos estados-nação.
Em 2002, na Cimeira Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, os países comprometeram-se a criar uma rede internacional de proteção das zonas marinhas e costeiras.
O Programa de Ação Mundial do PNUA para a Proteção do Ambiente Marinho contra as Atividades Terrestres exige formas inovadoras de colaboração entre os governos, organizações e instituições, a todos os níveis regional, nacional e mundial.
Fonte: www.agua.bio.br/www.profrios.hpg.ig.com.br/www.encyclopedia.com/www.tratamentodeesgoto.com.br
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