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Um padre andava pelo sertão, e certa vez com muita sede, aproximou-se duma cabana, e chamou por alguém de dentro.
Veio então lhe atender, um menino muito mirrado.
– Bom dia meu filho, você não tem por aí uma aguinha aqui pro padre?
– Água tem não senhor, aqui só tem um pote cheio de garapa de açúcar, se o senhor quiser… – disse o menino.
– Serve, vá buscar. – pediu-lhe o padre.
E o menino trouxe a garapa dentro de uma cabaça. O padre bebeu bastante e o menino ofereceu mais. Meio desconfiado, mas como estava com muita sede o padre aceitou.
Depois de beber, o padre curioso perguntou ao menino:
– Me diga uma coisa, sua mãe não vai brigar com você por causa dessa garapa?
– Briga não senhor. Ela não quer mais essa garapa, porque tinha uma barata morta dentro do pote.
Surpreso e revoltado, o padre atirou a cabaça no chão e esta quebrou-se em mil pedaços, e exclamou:
– Moleque danado, por que não me avisou antes?
O menino olhou desesperado para o padre, e então disse em tom de lamento:
– Agora sim eu vou levar uma surra das grandes, o senhor acaba de quebrar a cabacinha de vovó fazer xixi dentro!
Nota: Conto regional do nordeste, muito conhecido em todo interior de Pernambuco ao Maranhão. Origem desconhecida.
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