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Punhal de prata já eras,
punhal de prata!
Nem fôste tu que fizeste
a minha mão insensata.
Vi-te brilhar entre as pedras,
punhal de prata!
– no cabo, flôres abertas,
no gume, a medida exata,
a exata, a medida certa,
punhal de prata,
para atravessar-me o peito
com uma letra e uma data.
A maior pena que eu tenho,
punhal de prata,
não é de me ver morrendo,
mas de saber quem me mata.
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