Templo de Hórus

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Um dos mais belos e mais bem conservados templos do Egito Antigo é o Templo de Hórus, em Edfu, situado a certa distância da parte sul de Luxor e do Vale dos Reis, construído por Ptolomeu III e Ptolomeu IV, por volta de 100 a.C.

Acredita-se que um templo da Terceira Dinastia existisse originariamente no local.

O templo de Edfu tem um hipostilo e um santuário, além de numerosas figuras, inscrições e hieróglifos gravados em relevo. Nas paredes estão representadas as lutas do deus Hórus com seus inimigos, caracterizados de crocodilos e hipopótamos.

O templo de Horus, em Edfu (também conhecido como o Templo de Edfu) é considerado o templo de culto mais bem preservado no Egito.

Um cena, numa das paredes, mostra o faraó ajoelhado diante de Hórus.

Bem acima da entrada para o primeiro átrio, na fachada do pilone, encontra-se em relevo um belo disco solar, com as asas abertas do falcão.

Acredita-se que foram os faraós da Quinta Dinastia, por volta de 2400 a.C., que introduziram o disco solar alado com o uraeus, ou cobra, de cada lado.

O disco solar era o de Ra, ou Aton. As asas eram de Hórus. Como o templo de Edfu é dedicado a Hórus, há em ambos os lados da entrada do templo, bem como no pátio, grandes estátuas, magnificamente esculpidas em granito, do falcão usando a dupla coroa.

Hórus guarda a entrada do templo

Templo de Hórus
Templo de Hórus

O falcão foi provavelmente a primeira criatura viva a ser adorada no vale do Nilo. O vôo altaneiro do falcão, que parecia ser companheiro do sol, levou os imaginosos egípcios a crer que o sol seria como que um falcão que descrevesse um luminoso vôo diário pelos céus. Como falcão, Hórus era um deus. Durante toda a sua história, os egípcios antigos acreditaram que os deuses se manifestavam em animais. Hoje é difícil compreendermos o relacionamento entre um deus e seu animal. O deus Hórus era representado como um pássaro que, segundo se acreditava, se manifestava em um ou mais falcões individuais. Por outro lado, dizia-se que Hórus era um falcão cujos olhos eram o sol e a lua, e cujo hálito era o refrescante vento norte. Esta a maneira impressiva com que descreviam esse grande deus.

Um símbolo importante dos egípcios era o Udjat, que representava o olho de Hórus, tendo uma peça incomum debaixo dele e que se assemelhava à face de um falcão. O Udjat, o olho de Hórus, sem dúvida representava simbolicamente o sol e era considerado um emblema poderoso.

Desde os tempos primitivos, o deus-falcão Hórus era considerado um grande deus-celeste, como a própria ave que era seu emblema. Às vezes ele era o deus do céu; outras, ele se tornava o sol sob o nome de Ra-harakhty. Pela sua ligação com os reis, ele uniu o Alto-Egito e o Baixo-Egito. Hórus passou a ser o deus real; tornou-se o falcão divino, protetor do rei e, até certo ponto, o próprio rei. O falcão Hórus tornou-se o símbolo da realeza e sua figura aparece nos sinetes e nos documentos reais. O título favorito do rei era Hórus, pelo qual ele se identificava como o sucessor do grande deus que outrora governara a terra.

Em certa época, o deus-sol era visto como o criador do Egito e do sol, Ra, era chamado o primeiro rei do Egito. Os egípcios viam o sol como uma força viva e está subentendido em sua teologia que Ra abriu mão do governo do Egito, entregando-o a outros deuses, em primeiro lugar a Hórus, que encarnava, segundo se acreditava, no faraó. Esta transferência de poder não só colocou o faraó na esfera divina, como também em pé de igualdade com outros deuses. A morte de um faraó mantinha, de acordo com suas crenças, a mudança periódica necessária. A sucessão de um rei por outro era encarada como uma ordem inalterada de eventos. Os faraós eram substituídos por seus filhos. Hórus sempre sucedia Osíris e este desaparecia do cenário terrestre, num sentido figurado.

O culto do deus-sol Ra predominava em Heliópolis, localizada numa parte da área norte da atual cidade do Cairo. O deus era concebido como o próprio sol, na forma de um disco. Na capital, em Mênfis, a alguns quilômetros a sudoeste, os faraós passaram a ser influenciados pelo culto solar e o resultado parece ter sido a fusão do deus-celeste Hórus com o deus-sol Ra. Na época da Quinta Dinastia, o rei, agora identificado com Hórus, passou a ser o Filho de Ra. Nos tempos primitivos, desenvolveu-se em Heliópolis o conceito segundo o qual a mais pura forma do deus-sol não se encontrava em Hórus de cabeça de falcão, mas no orbe físico do próprio sol, que era designado pelo nome de Aton; assim, Ra e Aton passaram a ser considerados como a mesma forma do sol. O símbolo para este, naquele período específico, era um homem com cabeça de falcão e coroado pelo disco solar, cercado pelo uraeus.

Templo de Hórus
Templo de Hórus em Edfu

Na lenda de Osíris, este era assassinado por Seth e revivido para tornar-se um poder no além. Hórus vingou o feito terrível de Seth, tomou o trono e, na qualidade de novo faraó, assumiu o papel de Hórus. Ao morrer, o pai fundiu-se com Osíris. O rei, que durante sua vida fora mediador entre seu povo e os poderes da natureza, fundiu esses poderes na época da sua morte e sua vitalidade saiu da terra onde repousava. Como Osíris, ele dava vida ao grão que germinava e às águas do Nilo. A lenda trata de uma luta entre Hórus e Seth, e esta, sem dúvida, representava um conflito entre dois cultos hostis, confronto considerado necessário para manter o equilíbrio de forças no universo. No mito, Hórus era filho de Osíris e Ísis e sobrinho de Seth. Como o sol, Hórus era herdeiro do reino terrestre do seu pai. Hórus acabou vencendo o conflito e foi triunfalmente proclamado o rei eterno e universal da terra.

Em tempos subseqüentes, de acordo com as representações encontradas no templo de Edfu, Hórus conquistou o mundo para Ra. Ele vencera o inimigo, que era nada mais, nada menos que Seth. Ra era basicamente o deus dos vivos, enquanto que Osíris era essencialmente o deus dos mortos. O faraó vivo era considerado a encarnação do grande deus Hórus que, ao morrer, se tornava Osíris. Ao suceder o faraó, o filho passava a ser o novo Hórus.

No começo, as regiões norte e sul do Egito eram dois reinos separados. A insígnia de realeza do Baixo-Egito, no norte, era a coroa branca, e a do Alto-Egito, no sul, era a coroa vermelha. Após a união das duas terras, por Menés, surgiu a coroa dupla, indicando que o rei era governante das duas terras. Em certa época, Hórus representava o Alto-Egito e Seth, o Baixo-Egito.

Nas primeiras dinastias, o nome real do faraó era escrito dentro de uma figura de forma retangular, com características de porta, isto é, porta de um palácio, encimada por um falcão. Esta era chamada Hórus. O falcão de Hórus, encimando o símbolo da moldura retangular da grande casa, ou palácio real, representava o deus dinástico de todo o Egito e era identificado com o deus-sol, e era o filho e vingador de Osíris. Um rei invariavelmente assumia vários títulos.

Falcão simbolizando o deus Hórus

Templo de Hórus

Um segundo título era representado pelas figuras das deusas abutre e cobra. Juntas, elas representavam a força unificadora das duas terras. Um terceiro título era representado por um junco e uma abelha, simbolizando o Alto-Egito e o Baixo-Egito – “Aquele que pertence ao junco e à abelha”.

Um quarto título era o de Falcão Dourado, ou Hórus de Ouro, cuja simbologia declarava: “Bendito em anos quem faz tudo viver”. Isto representava uma espécie de poder glorioso e impetuoso. O ouro era de grande importância, pois o consideravam como a pele de Ra. Era a pele do próprio sol e seu brilho justificava a semelhança. Quando se adornava com ouro, o faraó era revestido da luz que iluminava a terra. O próprio metal o divinizava; ele era o Hórus de Ouro. Outro título que o rei adotava era o de Filho de Ra. Como tal, o faraó expressava sua divina filiação com o deus-sol.

O símbolo da porta retangular encimada pelo falcão era alongado, para incluir todos os títulos do rei. Mais tarde ainda, ele foi alterado para a forma oval, agora familiar, do cartucho. Um ou mais cartuchos, ou anéis onomásticos, continham os títulos do rei. Um cartucho trazia o nome do rei desde o seu nascimento e somente na Décima Oitava Dinastia é que os reis passaram a ser conhecidos como faraós.

Na Décima Oitava Dinastia, por volta de 1500 a.C., o vizir Rekhmire escreveu: “O que é o rei do Alto-Egito e do Baixo-Egito? Ele é um deus cujos sentimentos profundos se vive, o pai e a mãe de todos os homens, sozinho, sem igual”.

No primeiro período do Antigo Reino, o conceito do faraó como o deus Hórus encarnado provavelmente atingiu seu mais alto desenvolvimento. A Pirâmide Escalonada de Zóser, em Sakkara, e as pirâmides de Gizé são sem dúvida seus maiores monumentos. Quando da Quinta Dinastia, houve uma mudança pela qual o faraó era considerado um descendente do deus Ra. Esta foi a mudança de ênfase da idéia de uma encarnação para a idéia de um filho físico de um deus.

A visão do cosmo dos egípcios antigos era essencialmente estática. A mudança se dava somente por um ritmo periódico. Sempre havia a luta entre forças opostas. Embora a terra pudesse ficar calcinada no verão, a cheia do Nilo ocorreria com certeza, trazendo alívio. O faraó morreria, mas seu filho, o novo Hórus, reinaria em seu lugar. A vitória do deus-sol era proclamada todas as manhãs e isto era um lembrete diário do triunfo do bem sobe o mal através de Hórus.

Na antecâmara do Templo de Edfu existe um pequeno mas belo santuário, de colunas de pedra, conhecido como o Mammisi que, de acordo com os conceitos dos egípcios antigos, era a Casa do Nascimento do deus Hórus, o falcão divino.

Olho de Hórus (Udjat)

Templo de Hórus
Olho de Hórus (Udjat)

Esta peça em ouro, com incrustrações de lápis-lazúli, era um peitoral que Tutankhamon usava como amuleto, pendendo do pescoço

Fonte: www.starnews2001.com.br

Templo de Hórus

Hórus, mítico soberano do Egipto, desdobra as suas divinas asas de falcão sob a cabeça dos faraós, não somente meros protegidos, mas, na realidade, a própria incarnação do deus do céu. Pois não era ele o deus protetor da monarquia faraónica, do Egipto unido sob um só faraó, regente do Alto e do Baixo Egipto?

Com efeito, desde o florescer da época história, que o faraó proclamava que neste deus refulgia o seu ka (poder vital), na ânsia de legitimar a sua soberania, não sendo pois inusitado que, a cerca de 3000 a. C., o primeiro dos cinco nomes da titularia real fosse exatamente “o nome de Hórus”. No panteão egípcio, diversas são as deidades que se manifestam sob a forma de um falcão.

Hórus, detentor de uma personalidade complexa e intrincada, surge como a mais célebre de todas elas. Mas quem era este deus, em cujas asas se reinventava o poder criador dos faraós? Antes de mais, Hórus representa um deus celeste, regente dos céus e dos astros neles semeados, cuja identidade é produto de uma longa evolução, no decorrer da qual Hórus assimila as personalidades de múltiplas divindades.

Originalmente, Hórus era um deus local de Sam- Behet (Tell el- Balahun) no Delta, Baixo Egipto.

O seu nome, Hor, pode traduzir-se como “O Elevado”, “O Afastado”, ou “O Longínquo”.

Todavia, o decorrer dos anos facultou a extensão do seu culto, pelo que num ápice o deus tornou-se patrono de diversas províncias do Alto e do Baixo Egipto, acabando mesmo por usurpar a identidade e o poder das deidades locais, como, por exemplo, Sopedu (em zonas orientais do Delta) e Khentekthai (no Delta Central).

Finalmente, integra a cosmogonia de Heliópolis enquanto filho de Ísis e Osíris, englobando díspares divindades cuja ligação remonta a este parentesco. O Hórus do mito osírico surge como um homem com cabeça de falcão que, à semelhança de seu pai, ostenta a coroa do Alto e do Baixo Egipto. É igualmente como membro desta tríade que Hórus saboreia o expoente máximo da sua popularidade, sendo venerado em todos os locais onde se prestava culto aos seus pais.

A Lenda de Osíris revela-nos que, após a celestial concepção de Hórus, benção da magia que facultou a Ísis o apanágio de fundir-se a seu marido defunto em núpcias divinas, a deusa, receando represálias por parte de Seth, evoca a proteção de Ré- Atum, na esperança de salvaguardar a vida que florescia dentro de si.

Receptivo às preces de Ísis, o deus solar velou por ela até ao tão esperado nascimento.

Quando este sucedeu, a voz de Hórus inebriou então os céus: ” Eu sou Hórus, o grande falcão. O meu lugar está longe do de Seth, inimigo de meu pai Osíris. Atingi os caminhos da eternidade e da luz. Levanto voo graças ao meu impulso. Nenhum deus pode realizar aquilo que eu realizei. Em breve partirei em guerra contra o inimigo de meu pai Osíris, calcá-lo-ei sob as minhas sandálias com o nome de Furioso… Porque eu sou Hórus, cujo lugar está longe dos deuses e dos homens. Sou Hórus, o filho de Ísis.” Temendo que Seth abraçasse a resolução de atentar contra a vida de seu filho recém- nascido, sis refugiou-se então na ilha flutuante de Khemis, nos pântanos perto de Buto, circunstância que concedeu a Hórus o epíteto de Hor- heri- uadj, ou seja, “Hórus que está sobre a sua planta de papiro”. Embora a natureza inóspita desta região lhe oferecesse a tão desejada segurança, visto que Seth jamais se aventuraria por uma região tão desértica, a mesma comprometia, concomitantemente, a sua subsistência, dada a flagrante escassez de alimentos característica daquele local. Para assegurar a sua sobrevivência e a de seu filho, Ísis vê-se obrigada a mendigar, pelo que, todas as madrugadas, oculta Hórus entre os papiros e erra pelos campos, disfarçada de mendiga, na ânsia de obter o tão necessário alimento.

Uma noite, ao regressar para junto de Hórus, depara-se com um quadro verdadeiramente aterrador: o seu filho jazia, inanimado, no local onde ela o abandonara. Desesperada, Ísis procura restituir-lhe o sopro da vida, porém a criança encontrava-se demasiadamente débil para alimentar-se com o leite materno.

Sem hesitar, a deusa suplica o auxílio dos aldeões, que todavia se relevam impotentes para a socorrer.

Templo de Hórus
Hórus

Quando o sofrimento já quase a fazia transpor o limiar da loucura, Ísis vislumbrou diante de si uma mulher popular pelos seus dons de magia, que prontamente examinou o seu filho, proclamando Seth alheio ao mal que o atormentava. Na realidade, Hórus ( ou Harpócrates, Horpakhered- “Hórus menino/ criança”) havia sido simplesmente vítima da picada de um escorpião ou de uma serpente. Angustiada, sis verificou então a veracidade das suas palavras, decidindo-se, de imediato, e evocar as deusas Néftis e Selkis (a deusa- escorpião), que prontamente ocorreram ao local da tragédia, aconselhando-a a rogar a Ré que suspendesse o seu percurso usual até que Hórus convalescesse integralmente. Compadecido com as suplicas de uma mãe, o deus solar ordenou assim a Toth que salvasse a criança.

Quando finalmente se viu diante de Hórus e Ísis, Toth declarou então: ” Nada temas, sis! Venho até ti, armado do sopro vital que curará a criança.

Coragem, Hórus! Aquele que habita o disco solar protege-te e a proteção de que gozas é eterna. Veneno, ordeno-te que saias! Ré, o deus supremo, far-te-á desaparecer. A sua barca deteve-se e só prosseguirá o seu curso quando o doente estiver curado. Os poços secarão, as colheitas morrerão, os homens ficarão privados de pão enquanto Hórus não tiver recuperado as suas forças para ventura da sua mãe sis. Coragem, Hórus. O veneno está morto, ei- lo vencido.”

Após haver banido, com a sua magia divina, o letal veneno que estava prestes a oferecer Hórus à morte, o excelso feiticeiro solicitou então aos habitantes de Khemis que velassem pela criança, sempre que a sua mãe tivesse necessidade de se ausentar. Muitos outros sortilégios se abateram sobre Hórus no decorrer da sua infância (males intestinais, febres inexplicáveis, mutilações), apenas para serem vencidos logo de seguida pelo poder da magia detida pelas sublimes deidades do panteão egípcio. No limiar da maturidade, Hórus, protegido até então por sua mãe, Ísis, tomou a resolução de vingar o assassinato de seu pai, reivindicando o seu legítimo direito ao trono do Egipto, usurpado por Seth. Ao convocar o tribunal dos deuses, presidido por Rá, Hórus afirmou o seu desejo de que seu tio deixasse, definitivamente, a regência do país, encontrando, ao ultimar os seus argumentos, o apoio de Toth, deus da sabedoria, e de Shu, deus do ar. Todavia, Ra contestou-os, veementemente, alegando que a força devastadora de Seth, talvez lhe concedesse melhores aptidões para reinar, uma vez que somente ele fora capaz de dominar o caos, sob a forma da serpente Apópis, que invadia, durante a noite, a barca do deus- sol, com o fito de extinguir, para toda a eternidade, a luz do dia. Ultimada uma querela verbal, que cada vez mais os apartava de um consenso, iniciou-se então uma prolixa e feroz disputa pelo poder, que opôs em confrontos selváticos, Hórus a seu tio. Após um infrutífero rol de encontros quase soçobrados na barbárie, Seth sugeriu que ele próprio e o seu adversário tomassem a forma de hipopótamos, com o fito de verificar qual dos dois resistiria mais tempo, mantendo-se submergidos dentro de água.

Templo de Hórus

Escoado algum tempo, Ísis foi incapaz de refrear a sua apreensão e criou um arpão, que lançou no local, onde ambos haviam desaparecido. Porém, ao golpear Seth, este apelou aos laços de fraternidade que os uniam, coagindo Ísis a sará-lo, logo em seguida. A sua intervenção enfureceu Hórus, que emergiu das águas, a fim de decapitar a sua mãe e, ato contíguo, levá-la consigo para as montanhas do deserto.

Ao tomar conhecimento de tão hediondo ato, Rá, irado, vociferou que Hórus deveria ser encontrado e punido severamente. Prontamente, Seth voluntariou-se para capturá-lo. As suas buscas foram rapidamente coroadas de êxito, uma vez que este nem ápice se deparou com Hórus, que jazia, adormecido, junto a um oásis. Dominado pelo seu temperamento cruel, Seth arrancou ambos os olhos de Hórus, para enterrá-los algures, desconhecendo que estes floresceriam em botões de lótus. Após tão ignóbil crime, Seth reuniu-se a Rá, declarando não ter sido bem sucedido na sua procura, pelo que Hórus foi então considerado morto.

Porém, a deusa Hátor encontrou o jovem deus, sarando-lhe, miraculosamente, os olhos, ao friccioná-los com o leite de uma gazela. Outra versão, pinta-nos um novo quatro, em que Seth furta apenas o olho esquerdo de Hórus, representante da lua. Contudo, nessa narrativa o deus-falcão, possuidor, em seus olhos, do Sol e da lua, é igualmente curado.

Em ambas as histórias, o Olho de Hórus, sempre representado no singular, torna-se mais poderoso, no limiar da perfeição, devido ao processo curativo, ao qual foi sujeito. Por esta razão, o Olho de Hórus ou Olho de Wadjet surge na mitologia egípcia como um símbolo da vitória do bem contra o mal, que tomou a forma de um amuleto protetor.

A crença egípcia refere igualmente que, em memória desta disputa feroz, a lua surge, constantemente, fragmentada, tal como se encontrava, antes que Hórus fosse sarado. Determinadas versões desta lenda debruçam-se sobre outro episódio de tão desnorteante conflito, em que Seth conjura novamente contra a integridade física de Hórus, através de um aparentemente inocente convite para o visitar em sua morada. A narrativa revela que, culminado o jantar, Seth procura desonrar Hórus, que, embora precavido, é incapaz de impedir que um gota de esperma do seu rival tombe em suas mãos. Desesperado, o deus vai então ao encontro de sua mãe, a fim de suplicar-lhe que o socorra. Partilhando do horror que inundava Hórus, Ísis decepou as mãos do filho, para arremessá-las de seguida à água, onde graças à magia suprema da deus, elas desaparecem no lodo. Todavia, esta situação torna-se insustentável para Hórus, que toma então a resolução de recorrer ao auxílio do Senhor Universal, cuja extrema bonomia o leva a compreender o sofrimento do deus- falcão e, por conseguinte, a ordenar ao deus- crocodilo Sobek, que resgatasse as mãos perdidas.

Embora tal diligência haja sido coroada de êxito, Hórus depara-se com mais um imprevisto: as suas mãos tinham sido abençoadas por uma curiosa autonomia, incarnando dois dos filhos do deus- falcão.

Templo de Hórus

Novamente evocado, Sobek é incumbido da taregfa de capturar as mãos que teimavam em desaparecer e levá-las até junto do Senhor Universal, que, para evitar o caos de mais uma querela, toma a resolução de duplicá-las.

O primeiro par é oferecido à cidade de Nekhen, sob a forma de uma relíquia, enquanto que o segundo é restituído a Hórus. Este prolixo e verdadeiramente selvático conflito foi enfim solucionado quando Toth persuadiu Rá a dirigir uma encomiástica missiva a Osíris, entregando-lhe um incontestável e completo título de realeza, que o obrigou a deixar o seu reino e confrontar o seu assassino. Assim, os dois deuses soberanos evocaram os seus poderes rivais e lançaram-se numa disputa ardente pelo trono do Egipto.

Após um recontro infrutífero, Ra propôs então que ambos revelassem aquilo que tinham para oferecer à terra, de forma a que os deuses pudessem avaliar as suas aptidões para governar. Sem hesitar, Osíris alimentou os deuses com trigo e cevada, enquanto que Seth limitou-se a executar uma demonstração de força.

Quando conquistou o apoio de Ra, Osíris persuadiu então os restantes deuses dos poderes inerentes à sua posição, ao recordar que todos percorriam o horizonte ocidental, alcançando o seu reino, no culminar dos seus caminhos. Deste modo, os deuses admitiram que, com efeito, deveria ser Hórus a ocupar o trono do Egipto, como herdeiro do seu pai. Por conseguinte, e volvidos cerca de oito anos de altercações e recontros ferozes, foi concedida finalmente ao deus- falcão a tão cobiçada herança, o que lhe valeu o título de Hor-paneb-taui ou Horsamtaui/Horsomtus, ou seja, “Hórus, senhor das Duas Terras”.

Como compensação, Rá concedeu a Seth um lugar no céu, onde este poderia desfrutar da sua posição de deus das tempestades e trovões, que o permitia atormentar os demais. Este mito parece sintetizar e representar os antagonismos políticos vividos na era pré- dinástica, surgindo Hórus como deidade tutelar do Baixo Egipto e Seth, seu oponente, como protetor do Alto Egipto, numa clara disputa pela supremacia política no território egípcio. Este recontro possui igualmente uma cerca analogia com o paradoxo suscitado pelo combate das trevas com a luz, do dia com a noite, em suma, de todas as entidades antagónicas que encarnam a típica luta do bem contra o mal. A mitologia referente a este deus difere consoante as regiões e períodos de tempo.

Porém, regra geral, Hórus surge como esposo de Háthor, deusa do amor, que lhe ofereceu dois filhos: Ihi, deus da música e Horsamtui, “Unificador das Duas Terras”. Todavia, e tal como referido anteriormente, Hórus foi imortalizado através de díspares representações, surgindo por vezes sob uma forma solar, enquanto filho de Atum- Ré ou Geb e Nut ou apresentado pela lenda osírica, como fruto dos amores entre Osíris e Ísis, abraçando assim diversas correntes mitológicas, que se fundem, renovam e completam em sua identidade. É dos muitos vetores em que o culto solar e o culto osírico, os mais relevantes do Antigo Egipto, se complementam num oásis de Sol, pátria de lendas de luz, em cujas águas d’ ouro voga toda a magia de uma das mais enigmáticas civilizações da Antiguidade.

O DEUS SOLAR FALCÃO

Nos pântanos do delta, num lugar chamado Chemnis, perto da cidade de Buto, sis dá à luz ao seu filho Hórus, que tem cabeça de falcão.

No mesmo instante, confia-o à deusa-cobra Uadite, que reina sobre todo o delta, para partir numa tarefa longa e penosa: a busca do corpo de Osíris.

Amamentado pela vaca Hátor e protegido pela cobra Uadite, o falcão Hórus enfrenta muitas dificuldades.

Depois, cresce e aperfeiçoa sua educação, e quando as suas forças tornam-se vigorosas o suficiente, Osíris, volta a Terra para ensinar-lhe as técnicas básicas de combate.

Hórus anseia por vingar o pai, reúne os egípcios fiéis a Osíris, e encorajado por Ísis, declara guerra a Set. Este e seus partidários transformam-se em animais, compondo uma tropa de serpentes, crocodilos, hipopótamos e gazelas.

Hórus, sob a forma de falcão, mutila Set, e este arranca-lhe um olho. Depois de muita luta, os dois rivais são convocados ao tribunal divino, e quem soluciona a questão, depois de curar as feridas dos dois, é o deus-íbis, Thot.

Set rumina a derrota, mas não está morto, a todo momento retoma com Hórus, a luta das trevas contra a luz (a eterna luta do bem contra o mal).

Assim, a profunda veneração que os egípcios dedicam a Hórus, só se iguala, ao terror que lhes inspira Set. Como o pai, Hórus governa com sabedoria, depois dele, reinam seus descendentes, a começar por Menés, o faraó que inaugura a I Dinastia.

Durante mais de 3.000 anos, os soberanos de 27 dinastias serão considerados herdeiros de Hórus. O Templo de Hórus, fica em Edfu.

Ele aparece sob a forma de um falcão pousado sobre os ombros do faraó Quefrén, em estátua existente no Museu do Cairo. É também representado com corpo de homem e cabeça de falcão, conforme aparece em estátua existente no Museu do Louvre, em Paris.

Templo de Hórus

O deus nacional do Egito, o maior de todos os deuses, criador do universo e fonte de toda a vida, era o Sol, objeto de adoração em qualquer lugar.

A sede de seu culto ficava em Heliópolis (On em egípcio), o mais antigo e próspero centro comercial do Baixo Egito. O deus-Sol é retratado pela arte egípcia sob muitas formas e denominações.

Seu nome mais comum é Rá e podia ser representado por um falcão, por um homem com cabeça de falcão ou ainda, mais raramente, por um homem. Quando representado por uma cabeça de falcão estabelecia-se uma identidade com Hórus.

História do Templo de Edfu

Em 332 aC, Alexandre, o Grande conquistou o Egito. Após sua morte em 323, seus sucessores governaram o Egito sob a dinastia ptolomaica. Esta foi a última dinastia do Egito independente. Os Ptolomeus eram gregos, mas apresentaram-se aos egípcios como faraós nativos e de perto imitaram as tradições e arquitetura do Egito faraônico.

O Templo de Horus, em Edfu, construído durante a era Ptolemiac no topo de um templo antes de Horus, que foi orientada leste-oeste em vez da configuração norte-sul atual.

A parte mais antiga do templo é a seção do Festival Hall do Santuário; esta foi iniciada por Ptolomeu III em 237 aC e terminado por seu filho, Ptolomeu IV Filopator. A Sala hipóstila foi adicionado por Ptolomeu VII (145-116 aC) e do poste foi erguido por Ptolomeu IX (88-81 aC). Os toques finais ao templo foram adicionados sob Ptolomeu XII em 57 aC.

O Horus com cabeça de falcão era originalmente o deus do céu, cujos olhos eram o sol ea lua. Mais tarde ele foi assimilado no mito popular de Ísis e Osíris como filho do casal divino. Criada por Isis e Hathor após o assassinato de Osíris por seu irmão Seth, Horus vingou a morte de seu pai em uma grande batalha em Edfu. Seth foi exilado e Horus assumiu o trono, Osíris reinando por ele a partir do submundo. Assim, todos os faraós afirmou ser a encarnação de Hórus, o “rei vivo.”

O Templo de Edfu foi abandonado depois que o Império Romano tornou-se cristão e paganismo foi proibido em 391 AD

Detalhes e vocabulário egípcio:

A cidade provincial de Edfu está localizado a meio caminho entre Luxor (115 km de distância) e Aswan (105 km) e 65 km ao norte de Kom Ombo.

O culto de Hórus centralizava-se na cidade de Edfu, onde particularmente no período ptolomaico saboreou uma estrondosa popularidade;

O culto do deus falcão dispersou-se em inúmeros sub- cultos, o que criou lendas controversas e inúmeras versões do popular deus, como a denominada Rá- Harakhty;

As estelas (pedras com imagens) de Hórus consideravam-se curativas de mordeduras de serpentes e picadas de escorpião, comuns nestas regiões, dado representarem o deus na sua infância vencendo os crocodilos e os escorpiões e estrangulando as serpentes. Sorver a água que qualquer devotado lhe houvesse deixado sobre a cabeça, significava a obtenção da proteção que Ísis proporcionava ao filho. Nestas estelas surgia, frequentemente, o deus Bes, que deita a língua de fora aos maus espíritos. Os feitiços cobrem os lados externos das estelas.

Encontramos nelas uma poderosa proteção, como salienta a famigerada Estela de Mettenich: “Sobe veneno, vem e cai por terra. Hórus fala-te, aniquila-te, esmaga-te; tu não te levantas, tu cais, tu és fraco, tu não és forte; tu és cego, tu não vês; a tua cabeça cai para baixo e não se levanta mais, pois eu sou Hórus, o grande Mágico.”. out- embalsamadores vabet- lugar de purificação

Fonte: www.geocities.com

Templo de Hórus

Construção

Foi começado em 237 aC por Ptolomeu III Euergetes I e foi concluída em 57 aC.

História

Hórus é o filho místico de Ísis e Osíris, ele foi criado em segredo nos pântanos do Nilo para evitar que fosse descoberto por Set, que havia matado seu pai, Osíris.

Quando adulto, procurou vingar seu pai e matar Set.

Após uma longa disputa, na qual perdeu um olho, ele triunfou e sua recompensa foi o governo do Egito.

Ele dedicou o olho perdido a Osíris e passou a usar uma serpente sobre a cabeça para substituí-lo. Depois disso, todos os faraós passaram a usar essa serpente como símbolo de autoridade e de sua capacidade de tudo ver e tudo saber.

Edfu

Templo de Hórus

É uma cidade importante no sul do Egipto. Situa-se no meio do caminho entre Luxor e Assuão, distando 115 km de ambas as cidades. Antigamente foi a capital do segundo nomo do Alto-Egipto. O seu nome atual está derivado da palavra egípcia antiga gb3 que logo se transformou a deb3 e teb3 que mais tarde foi suscitado na língua Copta por etbw e etfw e afinal foi pronunciado em árabe Edfw.

A cidade de Edfu assumiu grande papel em todas as épocas da Historia Egípcia Antiga. Além da sua posição estratégica como paragem imponente situada na rota das caravanas antigas que une o vale do Nilo e as minas do deserto, foi um grande centro comercial e cultural no sul do Egipto, foi a sede do culto de Horús de Pehedt, portanto foi conhecida como a cidade do Horús, e na época greco-romana foi conhecido como “Apollnopolis Magna” a grande cidade de Apollo, quando o deus falcão Hórus foi igualado pelos gregos com o deus Apollo.

Aqui os antigos egípcios davam um festival anual chamado ” Festival da Vitória do Filho”, comemrando o triunfo de Hórus na batalha final contra o seu tio Set. Acredita-se que tal festival pomposo dava lugar na área do lago sagrado indescoberto, sintuado debaixo das casas da vila atual ao este do templo. Conforme os acontecementos da lenda de Osíris e Set, a guerra entre o sobrinho e seu tio que matou o seu irmão usurpando o trono do Egipto, continuou décadas, e depois de combates arduos, a última batalha deu lugar em Edfu.

Para além disso, havia outro grande festival popular chamado “A União Divina ” celebrado no terceiro mês do verão quando a imagem ou a estátua da deusa Hathor foi embarcada de Dendera numa procissão acompanhada por grandes ceremónias navegando no rio para sul com destino a Edfu, enquanto a proccissão do deus Flacão Hórus navega para sul, e no meio do caminho se encontram as duas procissões, e a partir de então ambas as divinidades navegam juntos com destino a Edfu e quando cheagam de tarde, no momento do nascimento da lua, num majestoso ar de alegria e ceremónias, o casal divino abrigado num sacrário ou numa barca sagrada encarregado nos hombros dos sacerdotes carecas entra o templo de Hórus, visitando algumas salas e quartos e provavelmente o casal divino ficava no santuário por certo tempo.

E afinal Hathor regressa ao seu templo em Dendera, 5 km a sul da cidade de Quena. E claro tudo foi acompanhado por música, canções, bailado, e sacrifícios.

Templo de Edfu

Templo de Hórus
Templo de Edfu – Fachada

Templo de Hórus
O Templo de Horus, em Edfu

É um fascinante templo, chamado também o templo de Hórus. É, sem dúvida, um dos mais conservados e belos templos no Egipto inteiro. Situa-se na margem oeste do Nilo. É um templo construído de pedra arenosa que possui cenas e inscrições inumerais em relevos.

Provavelemnte o templo foi erigido sobre um núcleo antigo que remonta ao segundo período Intermediário ( Dinastias XIII-XVII ) além do tempo do Novo Reino ( dinastias XVIII-XX ) mientras que a estrutura atual data do Período Ptolomaico.

As obras de construção iniciaram-se por volta de 237 a C, nomeadamente no décimo ano do reinado de Ptolomeu III )Eurgetes) e foram consumadas durante os reinados de Ptolomeu IV, PtolomeuVIII, e ptolomeu XII e até ao ano 57 a. C, sem esquecer claro alguns aumentos adicionados à construção no reinado do imperador Augusto e assim esse belo templo permanceu sob obras construção, auemntos e decoração por cerca de 180 anos.

O templo foi dedicado a tríade da cidade Horus de Pehdet, Hathor, e Hor Sama-twai, pãe, esposa e filho consecutivamente.

Além dos elementos tradicionais, o templo de Hórus possui outros elementos arquitetônicos que surgiram apenas na Època Greco-romana como o Mamisi, (casa do nascimento divino de Hórus), a cripta, e o nilmétro.

O Mamisi está localizado ao lado esquerdo do templo, dispõe de uma entrada e duas salas, e no fundo um santuário. Todas as paredes do mamisi estão cobertas com relevos que ilustram a história de nascimento, mamadura e fases da infância de Hórus.

O templo de Edfu mede 137 m. De comprimento e 79 m. de largura com um pilono gigantésco ( portal e duas torres) que atinge 37 m. de altura. Um pátio aberto, uma sala com 18 coluns e outra sala interior com 12 colunas, dois vestibulos consecutivos eo santuário no fundo do templo. As duas torres do primeiro pilono estão decoradas de cenas que ilustram o rei potlomeu VIII subjugando os inimgos ajoelhados em sumissão. Em cima do rei se encontra um série de relevos que representa o rei rezando e fazendo oferendas adiante de diversas divinidades sobretudo Hórus, Hathor e Hor-Sma-tway, ósiris e Ísis. Acima da entrada se vé o dicos solar alado, o sinal tradicional de proteção do templo egìpcios. A entrada do templo está ladeada de duas estátuas do deus Falcão Horus feitas de granito cinzento protegendo o rei ptolomeu. O pátio aberto do templo está rodeado por três lados, de 32 colunas, ornamentados com relevos, cujos capitéis são compostos de vários elementos vegetais, papiros, lótusm frondas de palmeiras, etc.

Por dentro, ao lado esquerdo, tanto como ao lado direito da parede posterior do pátio o visitante pode ver os relevos que ilustram a chegada e a partida da procissão divina de Horus e Hathor como uma parte do festival da “União Divina”. No fundo do pátio encontram-se outros dois falcões de granito cinzento que guradam o portal de uma colunata. Os relevos do pátio que ainda mantem vestígios de cores em alguns lugares ilustrando o rei ora rezando adiante diversas divindiades ora fazendo oferendas tendo em conta que este pátio foi conhecido como o pátio das oferendas .

A colunata é uma sala hipóstila com 18 colunas de capiteis compostos. O teto tornou-se preta devido a fumaça feita pelos primeiros cristãos que apelam aos templo transformando-os a igrejas, um fenomeno común na maioria do templos do Eipto. Ao lado direito da colunata encontra-se um quarto pequeno conhecido como a biblioteca do templo, pois se acredita que grande número de rolos de papiros com temas científicos e administrativos possuídos pelo templo foram abrigadas nesse quarto. Através de uma entrada se pode chegar a outra sala menos em termos de tamanho e com 12 colunas de capiteis compostos.

Os relevos desta sala são impressionantes, sobretudo as cenas simbólicas conhecidas como ” os rituais da fundação do templo” que ilustram o rei adiante de Hórus dedicando-lhe um templo, gravando a fundação com cinzel no chão, ou medindo os tamanhos do templo com a ajuda da deusa sechat, Deusa da escritura e a colocação da primeira pedra do templo pelo rei, e depois se pode ver a forma do templo dentro de um cartucho dedicado pelo rei ao deus Hórus. Esta sala conduz a dois vestíbulos consecutivos, o primeiro contém umas escadas que conduzem ao telhado do templo onde antigamente havia uma capela da deusa Hathor.

O santuário está localizado no fundo do eixo do templo. É, de fato, um quarto enorme sem iluminiação salvo uma frincha estreita no teto. Ainda o santuário contém um sacrário belo de granito polido e cinzento onde se abrigava uma imagem do deus Hórus. No centro do santuário, adiante do sacrário encontra-se um pedestal de granito em que a barca sagrada de Hórus repousava ou é verosímil que foi dedicado ao repouso da imagem do deus conforme o ritual do serviço diario nos templos egípcios antigos.

Templo de Hórus
Edfu – Santuario

O santuário está rodeado de 12 quartos cujas paredes estão revestidas de diversas cenas religiosas. Provavelmente alguns desses quartos foram dedicadas a guardar os utensílios do templo enquanto outros foram relacionadas com certos rituais de certos deuses. No fundo ao lado esquerdo, encontra-se um quarto com uma cripta ou túnel no chão que ainda a sua funcão é incerta, pois provavlemnte foi uma galeria para guardar os utensílios e equipagens mais preciosos do templo, enquanto há outra opinião que diga que foi feito para exercer uns rituais relgiosos e misteriosos !!

No corredor, ao lado direito encontra-se um Nilométro, um elemento que surgiu em todos os templos egípcios da Època Greco-romana. É, simplesmente, um túnel acesso por umas escadas e ligado com águas do Nilo onde os sacerdotes conseguiam profetizar a altura das cheia anual baseado em medições e calculos frequentes. No meio da parede exterior do corredor encontra-se, pela primeira vez, o plano do templo, parece como uma maqueta entalhado na parede que ilustra todos os elementos do templo de Hórus. Ao lado esquerdo antes de virar-se saíndo encontra-se uma série de cenas que representa o conflito entre Set fingido em forma de hipopotamo e o sue sobrinho Hórus que tenta de caçá-lo com uma lançã e um cordel. Esses relevos contam uns detalhes da última batalha que deu lugar no nilo, na região de Edfu e termina pela vitória de Hórus.

Fonte: www.descobriregipto.com

Templo de Hórus

Olho de Hórus

Lendas e Mitos do Egito

Os historiadores consideram que o Egito existiu a partir do ano 3.100 a.C., quando o Faraó Menes unificou o país, até o ano 30 d.C., quando Cleópatra se suicidou após a invasão dos romanos. Mas quando queremos falar da religiosidade egípcia temos que levar em consideração todo o período em que aquela região foi habitada, ou seja desde a pré-história, quando as tribos nômades da Europa chegaram ao Norte da África, atravessando o mar Mediterrâneo.

Templo de Hórus
Olho de Hórus

Na cosmologia egípcia, Ísis era a principal deusa, a mãe de toda a natureza. Ísis possuía dois irmãos, Set e Osíris, com o qual se casou.

Osíris acabou esquartejado por Set, e Ísis conseguiu juntar todos os seus pedaços, criando a primeira múmia. Construiu seu templo e, depois de devolver a vida após a morte do marido, teve seu único filho, Hórus.

Hórus tornou-se um dos deuses de maior importância da vasta cosmologia. Filho dos deuses Ísis e Osíris, passou a ser representado por um falcão, após matar o assassino de seu pai. Na batalha, Hórus perdeu o seu olho, o qual acreditavam ter propriedades mágicas. Nessa época, era o mais poderoso amuleto, pois tinha o poder de espantar qualquer mal que poderia atacar o homem em vida. Em morte, defendia-o do infortúnio no além.

O templo de Hórus é um dos mais novos do Egito. Levou mais de duzentos anos para ser construído, na cidade de Edfur.

Vários rituais eram feitos nele.

Os dois principaistornou-se o “senhor do céu” e os faraós: o que celebrava a vitória de Hórus sobre Set e o que celebrava a coroação do próximo rei egípcio. Hórus passaram a ser considerados “deus Hórus” vivos, pois se tornavam deuses a serem coroados.

Olho de hórus pertence a uma pessoa predestinada, que voa longe, serve também contra o mau olhado. Pode ser também um aviso sobre o futuro próximo.

Tomar cuidado em viagens, olhar pessoas ao seu redor, mostrar a direção, proteção.

O olho de hórus esquerdo representa a Lua, o direito, o sol. As figuras abaixo do olho, representam as lágrimas. A que é feita como um caracol, ou seja, a maior representa o caminho das lágrimas de sofrimento e dor que Hórus sentiu durante a batalha.

Conectando-se com Hórus

Domingo é o melhor dia da semana para contatar as divindades solares, e se for verão, melhor ainda.

Olíbano é um aroma que condiz com a atmosfera dourada e cerimonial de Hórus. lsso irá canalizá-lo no auge de sua habilidade mágika e status real.

Se possível, tome um banho com um punhado de sal e algumas gotas de óleo de olíbano antes de se aproximar de Hórus. Como alternativa, tome um banho de chuveiro, talvez com uma vareta de incenso de olíbano queimando no fundo. Velas amarelas ou douradas contribuirão para a atmosfera.

Ao banhar-se, visualize-se ficando muito puro e brilhando com luz dourada. Perceba sua visão interior tornar-se nítida como a de um falcão. Caso seu propósito seja promover a justiça, não perca um só detalhe. É importante sentir-se alerta em uma visualização ou em um trabalho de Hórus, por isso não se demore demais no banho. Envolva-se em um manto astral de ouro e sintonize a mente com a do príncipe egípcio.

VISUALIZAÇÃO PARA TER FORÇA NA ADVERSIDADE CONSTANTE

O título da visualização pode soar um pouco exagerado para a maioria de nós; espero que não sejamos tão atacados pela inimizade quanto o foi Hórus desde o momento de sua concepção. Entretanto, esta visualização certamente irá ajudá-lo a combater quaisquer problemas recorrentes, em especial os causados pela tirania ou pelo ciúme de outros.

Assim como a herança legal de Hórus era reinar sobre o Egito, nós também temos um direito hereditário: reinar sobre nossa própria conduta e ter a liberdade de sermos felizes. Qualquer pessoa ou grupo de pessoas intrusas pode ser tratado com o exercício de Hórus, que se aplica igualmente aos que desejam lutar pela justiça ou defendê-la, mas que possam ter medo de fazê-lo por temer atos alheios contrários.

Respire várias vezes inspirando luz brilhante amarela, concentrando-se em Hórus como explicado anteriormente.

ARQUÉTIPOS MUNDANOS

O tipo Hórus é um jovem prodigioso, conhecido por sua capacidade de enxergar além do horizonte. Ele atrairá seguidores desde cedo, amigos que imitam seus interesses e suas aptidões e que se colocam a seus pés de sapatos bem engraxados. Ele é consciente e orgulhoso de sua boa aparência e eloqüência. Seus poderes são distintamente mercuriais; ele é um grande comunicador, organizador e ótimo viajante. Pessoas e situações novas o inspiram, e ele não se intimida diante de uma audiência.

O Hórus supremo estudará mitologia e ocultismo e tentará comunicar, tanto verbalmente como por escrito, suas idéias sobre o assunto. Seu conhecimento será amplo, mas suas habilidades interpretativas podem ser limitadas. Ele é tentado a usar idéias não originais por conveniência.

Hórus tem muito sucesso quando jovem e pode achar que a vida, mais tarde, toma-se comparativamente monótona. Seus vícios são a vaidade, a astúcia e uma determinação fria de conseguir “o que lhe pertence por direito” na vida. Ele sabe como punir qualquer pessoa que se interponha em seu caminho e pode fazê-lo por meios dissimulados.

Esse jovial luminar é, entretanto, um membro bem recebido em qualquer discussão ou grupo prático, em particular de natureza religiosa, especialmente não-convencional. Seu entusiasmo, ímpeto inexorável e busca contínua significam que ele é um líder natural e inspira outras pessoas.

Bibliografia

“Invocação aos deuses – explorando o poder dos arquétipos masculinos”
Kala Trobe – tradução: Ana Gláucia Ceciliato
editora: Madras – www.madras.com.br

Fonte: www.ogumhorusra.com.br

Templo de Hórus

O Olho de Hórus

Templo de Hórus
Olho de Hórus

OS EGÍPCIOS utilizavam vários amuletos protetores, tanto em vida quanto em suas múmias. Entre os mais antigos encontra-se o Olho Uedjat que já aparece no Império Antigo (c. 2575 a 2134 a.C.) e é um dos mais comuns em todos os períodos da história egípcia. Ele simbolizava o olho direito do falcão, isto é, de Hórus, o qual foi perdido durante a luta desse deus com seu tio Seth, que o fracionou em 64 partes. Entretanto, diz a lenda, o olho foi restaurado por Thoth. Além do olho propriamente dito, desenhado com traços bem marcados, o amuleto apresenta uma protuberância que reproduz a lágrima que normalmente brilha na face daquela ave de rapina. Podia ser feito de ouro, prata, granito, hematita, cornalina, lápis-lazúli, porcelana, madeira, etc. O que vemos acima, pertencente ao acervo do Museu do Louvre, é de faiança egípcia e mede 10,3 cm de altura por 13 cm de largura. Sua proveniência é desconhecida, mas foi datado como sendo do Período Tardio (c. de 712 a 332 a.C.).

O LIVRO DOS MORTOS, em seu capítulo CXL, determina que tais amuletos sejam feitos de lápis-lazúli ou de ametista.

A rubrica desse capítulo diz o seguinte:

Palavras a serem recitadas diante de um Uedjat de lápís-lazúli verdadeiro ou de ametista banhada de ouro, diante do qual serão feitas oferendas de todos os tipos de coisas boas e puras quando Rá se mostrar no último dia do segundo mês da estação pert. E farás outro Uedjat de jaspe, que colocarás sobre a parte que quiseres do corpo do homem morto, e quando este capítulo tiver sido recitado diante do barco de Rá, o falecido será transportado de par com esses deuses, e tornar-se-á um deles, e levantar-se-á no mundo inferior. E enquanto este capítulo estiver sendo recitado, e enquanto as oferendas estiverem sendo feitas no tempo em que o Uedjat está cheio, quatro altares serão alumiados para Rá-Tem, quatro para o Uedjat, e quatro para os deuses citados. E sobre cada um deles haverá bolos de pão feitos de farinha fina, cinco bolos brancos, shai, cinco baaq, uma medida de incenso e um quarto assado de carne.

A estação pert da qual fala o texto se refere ao período da semeadura e a citação ao “tempo em que o Uedjat está cheio” é uma referência ao solstício de verão, como veremos adiante, ao passo que os 12 altares correspondem aos meses do ano.

Templo de Hórus

HÁ DOIS TIPOS DE uedjats: um que olha para a esquerda e outro que olha para a direita. Juntos representavam os dois olhos de Hórus, sendo que um deles era branco e o outro preto, segundo consta de um texto bem antigo. Também se interpretava o primeiro como sendo o Sol e o outro a Lua, ou como sendo Rá e Osíris, respectivamente. De maneira geral, para os egípcios, o amuleto que representava o Olho Uedjat possuia um poder mágico especial e, por isso, aparecia no espólio funerário. Reproduzido em todos os tamanhos — nos diz Elisabeth Delange — ele veio a ser um simples amuleto disposto sobre a múmia, uma jóia pendente no peito, ou ainda um anel funerário, multiplicado por todos os dedos das mãos, e até nas várias falanges ao mesmo tempo, como foi o caso da múmia do jovem rei Tutankhamon (c. 1333 a 1323 a.C.). O anel cuja foto vemos acima encontra-se atualmente no Museu do Louvre sendo sua proveniência desconhecida. Mede 1,42 cm de altura e 1,90 cm de largura e está datado do Império Novo (c. 1550 a 1070 a.C.)

A LENDA DO OLHO SIMBOLIZA O CICLO DA LUA

Hórus, tendo perdido seu olho na Lua nova, é depois reconstituído são e inteiro na Lua cheia. Assim, o Olho Uedjat se torna o sinal da plenitude recuperada, da força, do vigor, da proteção, da segurança, da integridade física e da boa saúde. Nessas e em coisas semelhantes os egípcios pensavam ao usar esse amuleto, encarado provavelmente como o olho branco de Hórus, isto é, o Sol, como nós hoje pensamos em sorte ao usarmos um pé de coelho no chaveiro. Nos textos religiosos — ensina o egiptólogo Wallis Budge — usa-se com freqüencia a expressão “meh Uedjat”, isto é, o “enchimento do Uedjat”, e depreendemos claramente de inúmeras considerações que ela se refere ao Sol no solstício de verão; dessa maneira, o amuleto parece destinado a trazer ao seu portador força e saúde semelhantes às do Sol na estação do ano em que ele é mais poderoso. No capítulo CLXVII do Livro dos Mortos, extraído do papiro do escriba Nebseni, vemos essa associação entre a recuperação do olho pela divindade e a saúde do usário do amuleto.

Ali o falecido recita:

O deus Thoth trouxe o Uedjat e o fez estar em paz depois que ele partiu, ó Rá. A tempestade afligiu-o terrivelmente, mas Thoth fê-lo descansar depois que ele se safou da tempestade. Sou são e ele é são; sou são e ele é são; e Nebseni, o senhor da piedade, é são.

CADA UM DOS ELEMENTOS DO OLHO UEDJAT, ou seja, a sobrancelha, a pupila, etc., serviam para formar uma fração do sistema numérico dos egípcios. Todos os pedaços reunidos formavam o Uedjat intacto, o número inteiro, a unidade recuperada e, por efeitos mágicos, o amuleto proporcionava a integridade física e a valentia do corpo. Quando Seth arrancou o olho de Hórus jogou-o para a orla do mundo. Nesse instante o céu noturno mergulhou em trevas. Isso simbolizava a fase da Lua nova, ou seja, a invisibilidade da Lua. O deus Thoth, protetor de Hórus, saiu à procura do olho e encontrou-o nas trevas exteriores, em pedaços. Essa é a fase do quarto crescente lunar. Trouxe-o de volta, juntou as partes novamente e formou a Lua cheia, sinal de que tudo estava bem novamente.

De acordo com os textos funerários, Thoth exclamou:

Vim à procura do Olho de Hórus,
de modo que eu possa trazê-lo de volta e contá-lo.
Descobri-o [e agora está] completo, contado e bem,
de modo que possa chamejar e subir ao Céu
e golpear acima e abaixo…

Templo de Hórus

De fato o símbolo do Uedjat pode ser decomposto em pedaços como se vê na figura acima. Cada parte do olho representa uma fração que somadas resultam em 63/64, ou seja, aproximadamente um. Os egípcios acreditaram que o último pedaço (1/64) era mágico e não podia ser visto.

Ao juntar as partes dispersas do olho, Thoth restabeleceu a ordem no mundo e proclamou:

Sou o que devolve o Olho Uedjat.

Sou o que aboliu sua opacidade, quando seu brilho foi prejudicado…

Hórus de Edfu

Sou o que devolve o Olho Uedjat quando é salvo de seu infortúnio… [de modo que agora tudo está bem] na casa da Lua.

COMO EXPLICA RUNDLE CLARK, professor de História Antiga da Universidade de Birmingham, parece claro que o tempo da ausência do olho é a estação do medo e da inércia da vida. Um hino do Império Novo fala da Lua cheia como o tempo das danças. Através de tudo isso percebe-se o temor do homem antigo pelo escuro e o alívio quando a Lua de novo brilha no céu noturno, ou o ritmo do calendário, da estação morta seguida pelo começo de um novo ano, introduzido com carnaval e feriados. E sobre tudo isto, preside o olho.

O DEUS HÓRUS ERA ADORADO NA CIDADE DE EDFU sob uma forma diferente: um disco solar provido de um grande par de asas de falcão. Aqui vemos essa divindade, ladeada por serpentes uraeus, representada num friso de arquitrave na tumba do príncipe Amonher- -Kopchef, um dos filhos de Ramsés III (c. 1194 a 1163 a.C.). A lenda narra que no reinado de Rá, não o deus-Sol, mas um rei primitivo do Alto e Baixo Egito, as tropas reais estavam na Núbia quando o soberano foi informado de que havia uma conspiração contra ele no Egito. Parecia que os conspiradores estavam sendo ajudados por forças malígnas ou talvez fossem demônios cujo lider era Seth. O rei navegou pelo Nilo em direção ao norte e, ao chegar a Edfu, ordenou a seu filho Hórus que combatesse o inimigo. Hórus voou pelo firmamento, tomando a forma de um disco solar com asas e, ao avistar o inimigo, desceu voando para o ataque. Inflingiu tantos danos aos rebeldes que eles fugiram. Como recompensa por essa proeza, o rei conferiu ao seu filho o título de Hórus de Edfu.

OS INIMIGOS, ENTRETANTO, ainda não estavam derrotados. Transformaram-se em crocodilos e hipopótamos e atacaram o barco de Rá.

Novamente Hórus e seus seguidores venceram os adversários, harpoando-os de dentro do barco. Assumindo novamente a forma de um disco solar alado e permanecendo estacionário na proa da embarcação, Hórus perseguiu os sobreviventes por todo o Alto e Baixo Egito, inflingindo-lhes terrível derrota. Ele degolou Seth na frente de Rá e arrastou-o pelos pés por todo o Egito. O disco alado é uma personificação do próprio conceito de vitória, já que as asas são um antigo símbolo de liberdade e o Sol representa o poder do deus Rá.

NA SEGUNDA PARTE DESTA LENDA os personagens mudam um pouco, pois Hórus, o filho de Rá, é substituido de forma confusa por Hórus, o filho de Osíris. O líder dos adversários continua sendo Seth, renascido e, agora, inimigo de Osíris. Seth assume a forma de uma serpente e a luta prossegue por todo o Baixo Egito até atingir as fronteiras da Ásia. Hórus toma a forma de um cajado com uma cabeça de falcão e uma ponta triangular em forma de lança e, novamente, sai vencedor. Para garantir sua vitória, ele navega em direção ao sul, até o Alto Egito, para pôr fim a uma outra rebelião. Como recompensa por esse triunfo, Rá decreta que o disco solar alado deve ser colocado em todos os templos e santuários de todas as divindades como proteção contra os inimigos.

ESSA DIVINDADE FICOU conhecida como Hórus de Edfu ou Hórus de Behdet (Heru-Behdety, em egípcio), por ter sido cultuada nas duas cidades, nas quais templos foram erguidos em sua honra. Edfu, cujo nome egípcio antigo era Mesen, situava-se no Alto Egito e os gregos, tendo associado o Hórus de Edfu ao seu deus Apolo, deram nome de Apolinópolis Magna à cidade. Nela o deus fazia parte de uma tríade, tendo Hátor como esposa e Harsomtus como filho.

No Alto Egito a divindade também era adorada na antiga Nekhen, a Cidade do Falcão, a Hieracômpolis dos gregos e atual Kom el-Ahmar. Por sua vez, Behdet situava-se na região ocidental do delta nilótico. Seu nome atual, Damnhour, deriva da antiga palavra egípcia dmi- -Hor e significa Cidade de Hórus. A forma mais usual de representação da divindade era a de um disco solar alado colocado sobre as portas de seus santuários. Alternativamente era mostrada como um falcão pairando sobre o faraó nas cenas de batalha, com as garras segurando o mangual da realeza e o amuleto símbolo da vida eterna. Ainda pode aparecer como um homem com cabeça de falcão usando a coroa dupla, ou como um falcão, também com a dupla coroa. Um de seus símbolos é o cajado com cabeça de falcão com o qual o deus Seth foi destruído. Acima, um falcão colossal de granito cinza da entrada da sala hipóstila do templo de Edfu.

Filhos de Hórus

UMA DAS indispensáveis etapas para que o processo de mumificação tivesse sucesso consistia na retirada dos órgãos internos do cadáver. Por outro lado, era igualmente importante, para a continuidade do bem-estar do morto no além-túmulo, que tais órgãos fossem cuidadosamente preservados. Assim, desde o Império Antigo (c. 2575 a 2134 a.C.), era costume retirar as vísceras do organismo, embebê-las em substâncias adstringentes e betume, envolvê-las em ataduras e coloca-las em quatro vasos, atualmente chamados de vasos canopos, como estes em calcário, de cerca de 1000 anos a.C., pertencentes ao acervo do Museu Britânico de Londres. O termo canopo, embora a rigor seja incorreto, foi criado pelos primeiros egiptólogos que viram nesses vasos, com tampas em forma de cabeças humanas, confirmação da história narrada pelos escritores clássicos a respeito de Canopo, piloto de Menelau, da guerra de Tróia, que foi enterrado na cidade de Canopo, situada no noroeste do delta do Nilo, onde era venerado sob a forma de um vaso com cabeça humana.

Filhos de
Hórus
Órgãos deusas Tampas Ponto
Cardeal
Qebehsenuf Intestinos Selkis falcão oeste
Duamutef Estômago Neith chacal leste
Hapi Pulmões Néftis babuíno norte
Imset Fígado Ísis homem sul

TAIS VASOS, FEITOS DE madeira, alabastro, calcário, porcelana, cerâmica ou faiança, tinham tampas de madeira pintada, vinham às vezes acondicionados em estojos também de madeira e eram depositados no túmulo junto ao caixão. As vísceras armazenadas nos quatro vasos eram protegidas por quatro divindades menores, os filhos de Hórus, o antigo (Haroéris). Seus nomes eram Qebehsenuf, Duamutef, Hapi e Imset, os quais tinham a importante missão de proteger, respectivamente, os intestinos, o estômago, os pulmões e o fígado do morto. Eles eram deuses solares, nascidos de uma flor de lótus e resgatados das águas primordiais por Sebek, o deus crocodilo, por ordem de Rá. Eram divindades dos quatro pontos cardeais, pois haviam anunciado nas quatro direções, ou seja, aos quatro ventos, a vitória do pai sobre o deus Seth. Eram protetores do corpo de Osíris e diariamente glorificavam o seu ba. Os quatro filhos de Hórus também estavam presentes no Saguão das Duas Verdades, presidindo, juntamente com Osíris, o julgamento e a pesagem das almas dos defuntos. Nesse caso aparecem em pé, emergindo de uma flor de lótus, e ajudam Anúbis na cerimônia de abertura da boca. Foi no decorrer do Império Novo (c. 1550 a 1070 a.C.) que as quatro deidades passaram a ser representadas nos vasos canopos.

NO COMEÇO — esclarece o egiptólogo Wallis Budge — representavam os quatro suportes do céu, mas não tardou que cada qual fosse considerado como o deus de um dos quatro quartos da terra e também do quarto do céu que ficava acima dele. Como o desejo constante do falecido, expresso em suas orações, era poder ir aonde bem entendesse, tanto na terra quanto no céu, tornava-se absolutamente necessário ao seu bem-estar que ele propiciasse esses deuses e se colocasse debaixo da sua proteção, o que só poderia ser conseguido mediante a recitação de palavras de poder diante das imagens deles ou diante de jarros fabricados para representá-los.

DUAMUTEF ERA MOSTRADO como uma múmia com cabeça de cão ou de chacal (foto à esquerda) e representava o leste. Hapi era uma figura mumiforme, com cabeça de mono cinocéfalo e representava o norte. Imset aparecia como um homem barbado em forma de múmia e representava o sul. Finalmente, Qebehsenuf surgia com uma cabeça de falcão e corpo mumiforme (foto à direita) e representava o oeste.

OS VASOS EM SI ERAM IDENTIFICADOS com as quatro divindades protetoras femininas: Selkis, Neith, Néftis e Ísis, chamadas as quatro carpideiras divinas. Suas tampas, inicialmente simples, durante o Império Médio (c. 2040 a 1640 a.C.) passaram a ter a forma de cabeças humanas, o que perdurou até o final da XVIII dinastia (c. 1307 a.C.).

Daí em diante cada vaso passou a ter uma tampa esculpida na forma da cabeça do seu gênio protetor correspondente: para Qebehsenuf uma cabeça de falcão, para Duamutef uma cabeça de chacal, para Hapi uma cabeça de babuíno e para Imset uma cabeça humana. Como o vaso era oco e sua tampa tinha a forma da cabeça do deus correspondente, e como as inscrições feitas no recipiente tornavam-no a habitação do deus, era possível afirmar que o órgão do falecido fora colocado no interior da própria divindade.

DURANTE A XXI DINASTIA (c. 1070 a 945 a.C.), quando era costume recolocar os órgãos dentro do corpo acompanhados de uma figura do correspondente filho de Hórus, ainda assim, por mero formalismo, permanecia a prática de incluir um conjunto de vasos canopos ao lado da múmia. Por sua vez, imitações sólidas destes vasos foram usadas durante o período ptolomaico (304 a 30 a.C.), quando o processo de mumificação tornou-se grosseiro e as vísceras eram frequentemente deixadas dentro do corpo.

Fonte: www.fascinioegito.sh06.com

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