Revolução Francesa

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Revolução Francesa – O que foi

No final do século XVIII ocorreu o maior evento histórico do Ocidente, iniciado no dia 14 de julho de 1789 com a queda da Bastilha: a Revolução Francesa.

A queda da Bastilha, prisão real aonde estavam presos aqueles que desagradavam ao rei, tornou-se um símbolo da derrota do rei. A partir de então o povo participaria ativamente das decisões políticas e sociais, e não mais haveria a arbitrariedade e o despotismo absolutista da dinastia dos Bourbons.

Neste período, a França possuía como maior rival nos campos político e econômico a Inglaterra, que colhia os frutos de ter sido a pioneira na Revolução Industrial, tornando-se assim a maior potência do século XVIII.Já a França buscava competir em pé de igualdade com a Inglaterra nesses termos, porém, esbarrava em uma série de problemas.

O país enfrentava graves problemas de ordem econômica por diversos motivos: os gastos excessivos da nobreza, que vivia numa vida de extrema luxuosidade bancada pelo dinheiro advindo dos impostos arrecadados pelo Estado francês; a derrota para a Inglaterra na Guerra dos Sete Anos (1756-1763); e ainda os gastos que a França realizou ao ajudar financeiramente os E.U.A a consegui rema sua independência, em uma clara retaliação à Inglaterra. Além desses fatores, ainda existia a interferência do rei em questões comerciais, cobrando altos impostos da circulação de produtos – fato que desagradava a burguesia francesa e a fazia perder em competitividade econômica, em especial para a arque-rival Inglaterra. Para agravar ainda mais a situação, a base da economia francesa era a agricultura, que vinha sofrendo problemas naturais como temporadas de secas extremas e outras de inundações, causando elevação dos preços dos alimentos mais básicos e consequentemente inflação.

Revolução Francesa
Pintura retratando a queda da Bastilha no dia 14 de julho de 1789.

A sociedade francesa do período anterior à Revolução era caracterizada por sua estrutura piramidal (ainda resquício de um modelo feudal)dividida em estados da seguinte maneira:

Primeiro Estado: o Clero (composto pelos membros da Igreja Católica, dividida em alto clero, ou seja, os arcebispos, bispos e cardeais; e o baixo clero, formado pelos padres e vigários);
Segundo  Estado
: a nobreza;
Terceiro Estado:  
povo considerado como o “resto”da sociedade, onde se encontravam a burguesia (alta e baixa), camponeses, servos, artesãos, sans-cullotes (trabalhadores urbanos), os miseráveis, etc.

Desses três estados, apenas o terceiro pagava impostos, arcando assim com toda a estrutura francesa.

Revolução Francesa
Charge clássica que representa o Terceiro Estado francês carregando em suas costas os membros do Clero e da Nobreza.

A grave situação francesa fomentou o início de uma profusão de questionamentos sobre toda a estrutura social, política, econômica e cultural francesa, através de uma série de críticas que foram tomando força ao longo de todo o século XVIII, com pensadores como Voltaire, Rousseau, Montesquieu, para apenas citarmos alguns.

Vale ressaltar que o Iluminismo já havia sido argamassa para outro evento histórico de sucesso: a Independência dos E.U.A.

A partir de 1786, a economia francesa passou a caminhara passos largos para uma crise sem precedentes, e o rei Luís XVI começou a se articular para sanar as contas públicas.

Uma das tentativas iniciais deu errado: Luís XVI tentou convencer o Clero e a Nobreza a pagar impostos, na tentativa de suprir assim o déficit nas contas públicas, o que obviamente foi recusado por essas classes.

O rei então buscou o apoio na burguesia, que barganhou apoio político ao monarca em troca da convocação da Assembleia dos Estados-gerais – órgão político de caráter consultivo e deliberativo.

Ou seja: os representantes de todos os estados seriam ouvidos e teriam o poder de tomar as suas próprias decisões, que deveriam ser acatadas pelo rei.

O maior problema da Assembleia dos Estados-gerais era a maneira como ela se constituía: os votos eram dados por estado e não por indivíduo; na prática sempre existia uma união entre o clero e a nobreza contra o terceiro estado, numa eleição cujo resultado final sempre era constituído da somatória de dois votos (Clero e nobreza) contra um (terceiro estado).  O terceiro estado passou então a advogar por uma mudança na estrutura da Assembleia, sugerindo que os votos fossem contabilizados por cabeça/por indivíduo, o que gerou forte descontentamento dos outros estados e obrigou o rei dissolver a Assembleia.

Começava ali o processo que desencadearia uma onda revolucionária na França. Descontente, o terceiro estado invadiu uma das salas do palácio real e passou a elaborar uma nova constituição para o país, um documento que entraria para a história como Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

No dia 09 de julho de 1789 o terceiro estado se declarou em Assembleia Nacional Constituinte a fim de elaborar uma Constituição, o que não foi aceito nem pelo clero nem pela nobreza, mesmo após a insistência do rei. Cinco dias depois, em 14 de julho de 1789, o povo tomou e derrubou a prisão real chamada Bastilha, iniciando assim a Revolução Francesa, que perduraria por 10 anos, passando por 05 estágios diferentes para apenas terminar com a ascensão de Napoleão Bonaparte ao trono francês, no Golpe do 18 Brumário em 1799.

Revolução Francesa – Quando foi

Revolução Francesa é geralmente datada em três fases ou seções. Frequentemente, as pessoas consideram o início da Revolução Francesa em 14 de julho de 1789, pois este é o dia em que cidadãos furiosos invadiram a Bastilha. O Dia da Bastilha ainda é um feriado nacional na França. No entanto, as circunstâncias anteriores a esse dia também fizeram parte da revolta em curso do povo contra a nobreza francesa.

Alguns datam a Revolução Francesa como tendo começado em 1788. Em junho e julho daquele ano, uma rebelião importante ocorreu em Grenoble. Foi uma recusa em massa de pagar impostos, que resultou em violência. Alguns historiadores datam essa insurreição como o verdadeiro início da Revolução Francesa, porque foi o primeiro esforço organizado para repelir os esforços da vontade do rei.

Revolução Francesa costuma ser datada em três fases. A primeira fase da Revolução Francesa também incluiu a rejeição da monarquia pelo povo, a emancipação de todos os cidadãos negros e o levantamento das restrições sobre as pessoas que praticavam o judaísmo.

A fase dois da Revolução Francesa é considerada entre 1792-1794. Tanto o rei quanto a rainha da França foram executados durante este período. Além disso, desta vez constitui o que muitos se referem como “O Reino do Terror”. Vários outros nobres e todos os que se opuseram ao novo regime foram executados nessa época.

“O Reinado do Terror” é considerado ter terminado com a execução do líder revolucionário Robespierre e aproximadamente 150 de seus seguidores em julho de 1794.

Seguiu-se um período mais calmo quando as igrejas foram reabertas. No entanto, o povo francês ainda precisava de liderança e, como muitos com governos desestabilizados após uma revolução, a escolha do líder tornou-se o ditador Napoleão Bonaparte em 1799.

A ascensão de Napoleão marcou o fim da Revolução Francesa

A maioria considera o fim da Revolução Francesa em 1799, quando Bonaparte foi nomeado “Primeiro Cônsul”. No entanto, outros datam o fim da Revolução Francesa e da terceira fase como 1804, quando Napoleão se tornou o Imperador da França.

Embora mais liberdade fosse agora concedida ao povo sob Napoleão, realmente os objetivos iniciais de liberdade e democracia não foram alcançados até que Napoleão foi finalmente deslocado após Waterloo.

Alguns datam o início da democracia como a morte de Napoleão em 1821.

Para tornar as coisas mais confusas, as forças iniciais da revolução estabeleceram um novo calendário. Em 1792, o calendário gregoriano foi despachado e os franceses dataram o ano novo como começando em setembro. Portanto, as datas relativas às ocorrências durante os próximos anos podem ser imprecisas, especialmente quando se referem a pequenos detalhes. Os franceses retornaram ao calendário gregoriano em 1806.

Revolução Francesa – Período

Revolução Francesa (1789-1799) foi um período crucial na história da civilização francesa, europeia e ocidental. Durante esse tempo, o republicanismo substituiu a monarquia absoluta na França, e a Igreja Católica Romana do país foi forçada a passar por uma reestruturação radical. Enquanto a França oscilava entre república, império e monarquia por 75 anos após a Primeira República cair em um golpe de estado, a Revolução é amplamente vista como um importante ponto de viragem na história da democracia ocidental – desde a era do absolutismo e da aristocracia, à idade dos cidadãos como força política dominante.

O slogan da Revolução Francesa era “Liberté, égalité, fraternité, ou la mort!” (“Liberdade, igualdade, fraternidade ou morte!”). Este slogan sobreviveu à revolução, mais tarde se tornando o grito de guerra de ativistas, tanto militantes quanto não violentos, que promovem a democracia ou derrubam governos opressores.

Revolução Francesa – Causas

Revolução Francesa

Os historiadores discordam sobre a natureza política e socioeconômica da Revolução Francesa. Uma interpretação é que a velha ordem aristocrática do Ancien Régime sucumbiu às ambições de uma burguesia em ascensão, infectada com as ideias do Iluminismo e aliada a camponeses e assalariados ofendidos nas cidades, particularmente em Paris e Lyon.

Outra interpretação vê várias tentativas aristocráticas e burguesas de reforma política e econômica saindo do controle e coincidindo com os movimentos populares das novas classes assalariadas e do campesinato provincial, mas vê qualquer aliança entre as classes como contingente e acidental.

No entanto, os adeptos de ambos os modelos identificam muitas das mesmas características do Antigo Regime como estando entre as causas da revolução.

Por um lado, existem os fatores econômicos:

Uma situação econômica ruim e uma dívida nacional incontrolável, causadas e exacerbadas pelo peso de um sistema de tributação grosseiramente injusto, pelos gastos maciços de Luís XVI e pelas muitas guerras do século XVIII
Elevado desemprego e altos preços do pão, resultando na impossibilidade de compra de alimentos
Escassez de alimentos nos meses imediatamente anteriores à revolução

Por outro lado, havia fatores sociais e políticos, muitos deles envolvendo ressentimentos e aspirações focalizados pela ascensão dos ideais do Iluminismo:

Ressentimento do absolutismo real
Um ressentimento de privilégios nobres e domínio na vida pública pelas classes profissionais ambiciosas
Ressentimento do senhorialismo  pelos camponeses, assalariados e, em menor medida, pela burguesia
Ressentimento de privilégio clerical (anticlericalismo) e aspirações de liberdade de religião
Aspirações de liberdade e (especialmente com o progresso da revolução) republicanismo

Finalmente, talvez acima de tudo, foi o fracasso quase total de Luís XVI em lidar eficazmente com qualquer um desses problemas.

Fonte: Vinicius Carlos da Silva/www.cs.mcgill.ca/www.wisegeek.com/www.historycrunch.com/www.college.columbia.edu

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