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Primeira Guerra Mundial – O que foi
A Primeira Guerra Mundial decorreu, antes de tudo, das tensões advindas das disputas por áreas coloniais.
Dos vários fatores que desencadearam o conflito destacaram-se o revanchismo francês, a Questão Alsácia-Lorena e a Questão Balcânica.
A Alemanha, após a unificação política, passou a reivindicar áreas coloniais e a contestar a hegemonia internacional inglesa, favorecendo a formação de blocos antagônicos.
Constituíram-se, assim, a Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria-Hungria e Itália) e a Tríplice Entente (Inglaterra, Rússia e França).
Os blocos rivalizavam-se política e militarmente, até que em 1914, surgiu o motivo da eclosão da Guerra: o assassinato do herdeiro do trono Áustro-Húngaro (Francisco Ferdinando), em Sarajevo (Bósnia).
À declaração de guerra da Áustria à Sérvia seguiram-se outras, formando-se as Tríplices Aliança e Entente.
O conflito iniciou-se como uma guerra de movimento para depois transformar-se em uma guerra de trincheiras.
Em 1917, os EUA entraram na guerra ao lado da Tríplice Entente, no mesmo ano em que a Rússia, por causa da Revolução Bolchevique, retirava-se.
Os reforços dos EUA foram suficientes para acelerar o esgotamento do bloco Alemão, sendo que em 1918, a Alemanha assinou sua rendição.
No ano seguinte foi assinado o Tratado de Versalhes, que estabeleceu sanções aos alemães e a criação de um organismo que deveria zelar pela paz mundial.
Esse tratado, conforme os 14 pontos propostos pelo presidente Wilson (EUA), determinou punições humilhantes aos alemães, semeando o revanchismo que desencadearia, depois, a Segunda Guerra Mundial.
A Primeira Guerra, provocou uma alteração profunda na ordem mundial: os EUA surgiram como principal potência econômica mundial, houve o surgimento de novas nações, devido ao desmembramento do Império Áustro-Húngaro e Turco e surgiu um regime de inspiração marxista na Rússia.
Primeira Guerra Mundial – Origem
A declaração de guerra da Grã-Bretanha contra a Alemanha em 4 de agosto de 1914 confirmou a eclosão da Grande Guerra (como era conhecida na época).
Agora é mais comumente chamada de Primeira Guerra Mundial.
O assassinato do arquiduque Franz Ferdinand, herdeiro do trono austro-húngaro, e de sua esposa Sophie na capital da Bósnia, Sarajevo, em 28 de junho de 1914 foi um momento decisivo.
Este evento foi o culminar de uma série de forças e processos históricos que estavam fervendo na Europa por muitos anos.
Em síntese, a Primeira Guerra Mundial começou na Europa central no final de julho de 1914. Muitos fatores levaram a Europa à guerra, como os conflitos e a hostilidade entre as grandes potências nas últimas quatro décadas.
As origens imediatas da guerra, no entanto, estão nas decisões tomadas por estadistas e generais durante a Crise de julho de 1914.
Essa crise foi causada pelo assassinato do arquiduque austríaco Franz Ferdinand por Gavrilo Princip, membro de uma organização nacionalista sérvia.
Primeira Guerra Mundial – História
Primeira Guerra Mundial
Primeira Guerra Mundial – 1914 – 1918
As nações da Europa estavam em guerra logo após o assassinato do arquiduque Franz Ferdinand da Áustria-Hungria.
A Primeira Guerra Mundial foi travada de 1914 a 1918. Mais de 650.000 canadenses e newfoundlanders serviram nesta guerra, então chamada de Grande Guerra. Mais de 66.000 membros de nosso serviço militar deram suas vidas e mais de 172.000 ficaram feridos.
Suas contribuições e sacrifícios valeram ao Canadá uma assinatura separada no Tratado de Versalhes. Este Tratado encerrou formalmente a guerra.
Esses esforços de guerra ajudaram o Canadá a ganhar um novo respeito no cenário internacional como um país independente.
Primeira Guerra Mundial – Antecedentes
Nas últimas décadas do século XX, o mundo assistiu à explosão de uma Guerra Civil na Iugoslávia que resultou no desmantelamento desse país e no surgimento da Eslovênia, Croácia e Bósnia-Herzegovina, como nações independentes.
O conflito entre sérvios, croatas e bósnios irrompeu em função das diversas étnicas, religiosas e políticas existentes entre eles.
As pretensões imperialistas ganharam profundos contornos a partir de 1870, pois, nessa época, a Europa Ocidental e também os Estados Unidos expandiram sua política econômica e organizaram poderosos impérios, devido à concentração de capitais procedentes do monopólio e da fusão das empresas. As indústrias pesadas exigiram a união das empresas, a fim de garantirem maiores lucros e bons preços. Por esse motivo, tornou-se acirrada a disputa de mercadoria e de fontes de matérias-primas.
Desde o Congresso de Viena, em 1815, a preocupação dos principais países europeus passou a ser a busca da estabilidade internacional. Para isso, as nações buscaram o prestígio nacional e o fortalecimento militar, mantendo constante vigilância para impedir o crescimento das forças contrárias e a formação de alianças entre países afins. Esta inquietação ocorria mediante o “equilíbrio de poder”.
Motivos da Primeira Guerra Mundial
Durante a metade do século XIX, as nações imperialistas dominaram povos e territórios em diversas partes do mundo. Assim, em poucas décadas, acumularam riquezas e aumentaram muito sua capacidade de produzir mercadorias. Da disputa por mercados consumidores entre essas nações nasceu a rivalidade. E desta, a Primeira Guerra Mundial.
Além da disputa por mercados, existiram também outras razões para a eclosão da guerra.
Rivalidades e Tensões Internacionais
As ambições imperialistas das grandes potências europeias podem ser mencionadas entre os principais fatoras responsáveis pelo clima internacional de tensão e de rivalidade que marcou o início do século XX.
Essas ambições imperialistas manifestaram-se através dos seguintes fatores:
Concorrência econômica
As grandes potências industrializadas buscavam por todos os meios dificultar a expansão econômica do país concorrente. Essa concorrência econômica tornou-se particularmente intensa entre Inglaterra e Alemanha, que depois da unificação política entrou num período de rápido desenvolvimento industrial.
Disputa colonial
A concorrência econômica entre as nações industrializadas teve como importante consequência a disputa por colônias na África e na Ásia.
O domínio de colônias era a solução do capitalismo monopolista para os problemas de excedentes de produção e de controle das fontes fornecedoras de matérias-primas.
Além desses problemas meramente econômicos, a Europa possuía focos de conflito que transpareciam no plano político. Em diversas regiões, surgiam movimentos nacionalistas que apresentavam o objetivo de agrupar sob um mesmo Estado povos considerados de mesmas raízes culturais.
Todos esses movimentos políticos também estavam vinculados a interesses econômicos.
Entre os principais movimentos nacionalistas que se desenvolveram na Europa, podemos destacar:
O Pan-eslavismo: Liderado pela Rússia, pregava a união de todos os povos eslavos da Europa Oriental, principalmente aqueles que se encontravam dentro do Império Austro-Húngaro.
O Pan-germanismo: Liderado pela Alemanha, pregava a completa anexação de todos os povos germânicos da Europa Central.
Revanchismo francês: Com a derrota da França na guerra contra a Alemanha, em 1870, os franceses foram obrigados a ceder aos alemães os territórios da Alsácia-Lorena, cuja região era rica em minérios de ferro e em carvão. A partir dessa guerra, desenvolveu-se na França um movimento de cunho nacionalista-revanchista, que visava desforrar a derrota sofrida contra a Alemanha e recuperar os territórios perdidos.
Nesse contexto de disputas entre as potências europeias, podemos destacar duas grandes crises, que provocariam a guerra mundial:
A crise do Marrocos: Entre 1905 e 1911, França e Alemanha quase chegaram à guerra, por causa da disputa da região do Marrocos, no norte da África. Em 1906, foi convocada uma conferência internacional, na cidade espanhola de Algeciras, com o objetivo resolver as disputas entre franceses e alemães. Essa conferência deliberou que a França teria supremacia sobre o Marrocos, enquanto à Alemanha caberia uma pequena faixa de terras no sudoeste africano. A Alemanha não se conformou com a decisão desfavorável, e em 1911surgira novos conflitos com a França pela disputa da África. Para evitar a guerra, a França concedeu à Alemanha uma considerável parte do Congo francês.
A crise balcânica: No continente europeu, um dos principais focos de atrito entre as potências era a Península Balcânica, onde se chocavam o nacionalismo da Sérvia e o expansionismo da Áustria. Em 1908, a Áustria anexou a região da Bósnia-Herzegovina, ferindo os interesses da Sérvia, que pretendia incorporar aquelas regiões habitadas por eslavos e criar a Grande Sérvia.
Os movimentos nacionalistas da Sérvia passaram a reagir violentamente contra a anexação austríaca da Bósnia-Herzegovina. Foi um incidente ligado ao movimento nacionalista da Sérvia que serviu de estopim para a guerra mundial.
A Política de Alianças e o Estopim da Guerra
As ambições imperialistas associadas ao nacionalismo exaltado fomentavam todo um clima internacional de tensões e agressividade.
Sabia-se que a guerra entre as grandes potências poderia explodir a qualquer momento. Diante desse risco quase certo, as principais potências trataram de estimular a produção de armas e de fortalecer seus exércitos.
Foi o período da Paz Armada. Característica desse período foi a elaboração de diversos tratados de aliança entre países, cada qual procurava adquirir mais força para enfrentar o país rival.
Ao final de muitas e complexas negociações bilaterais entre governos, podemos distinguir na Europa, por volta de 1907, dois grandes blocos distintos:
A Tríplice Aliança: formada por Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália;
A Tríplice Entente: formada por Inglaterra, França e Rússia
Essa aliança original entre países europeus modificou-se nos anos da guerra, tanto pela adesão de alguns países como pela saída de outros. Conforme seus interesses imediatos, alguns países mudavam de posição, como a Itália, que em 1915 recebeu dos países da Entente a promessa de compensações territoriais, caso mudasse de lado. Mergulhada num clima de tensões cada vez mais insuportáveis, a Europa vivia momentos em que qualquer atrito, mesmo incidental, seria suficiente para incendiar o estopim da guerra. De fato, esse atrito surgiu em função do assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austríaco. O crime foi praticado pelo estudante Gavrilo Princip, ligado ao grupo nacionalista sérvio “Unidade ou Morte”, que era apoiado pelo governo da Sérvia.
O assassinato provocou a reação militar da Áustria, e a partir daí diversos outros países envolveram-se no conflito, uma verdadeira reação em cadeia (devido à política de alianças).
Os passos iniciais do conflito europeu (1914) foram os seguintes:
28 de julho: O Império Austro-Húngaro declara guerra à Sérvia;
29 de julho: E apoio à Sérvia, a Rússia mobiliza seus exércitos contra o Império Austro-Húngaro e contra a Alemanha;
1º de agosto: A Alemanha declara guerra à Rússia;
3 de agosto: A Alemanha declara guerra à França. Para atingi-la, mobiliza seus exércitos e invade a Bélgica, que era um país neutro;
4 de Agosto: A Inglaterra exige que a Alemanha respeite a neutralidade da Bélgica. Como isso não ocorre, declara guerra à Alemanha.
O nome Primeira Guerra Mundial foi atribuído ao conflito de 1914 a 1918, pois essa foi a primeira guerra da qual participaram as principais potências das diversas regiões da Terra, embora o principal “cenário da guerra” tenha sido o continente europeu.
Vejamos, a seguir, algumas nações que se envolveram no conflito:
Do lado da Alemanha e do Império Austro-Húngaro: Turquia (1914) e Bulgária (1915);
Do lado da França, da Inglaterra e da Rússia: Bélgica(1914), Sérvia (1914), Japão (1914), Itália (1915), Portugal (1915), Romênia (1916), Estados Unidos (1917), Brasil (1917) e Grécia (1917).
Os conflitos internacionais anteriores tinham um caráter localizado, sempre restrito a países de um mesmo continente. Já o conflito de 1914 a 1918, envolveu potências que tinham alcançado a industrialização.
Potências que “dedicam sua capacidade de produção ao desenvolvimento de uma poderosa indústria bélica e todos alinham efetivos consideráveis, extraídos principalmente da população rural, cuja diminuição acarreta uma inquietadora redução dos aprovisionamentos. Assim, o conflito desorganiza as trocas e abala seriamente a estrutura econômica do mundo”.
Primeira fase (1914-1915)
Essa fase foi marcada pela imensa movimentação dos exércitos beligerantes. Ocorreu uma rápida ofensiva das forças alemãs, e várias batalhas foram travadas, principalmente em território francês, para deter esse avanço. Em setembro de 1914, uma contra-ofensiva francesa deteve o avanço alemão sobre Paris (Batalha do Marne). A partir desse momento, a luta na frente ocidental entrou num período de equilíbrio entre as forças em combate.
Segunda fase (1915-1917)
A imensa movimentação de tropas da primeira fase foi substituída por uma guerra de posições, travada nas trincheiras. Cada um dos lados procurava garantir seus domínios, evitando a penetração das forças inimigas.
Os combates terrestres tornaram-se extremamente mortíferos, com a utilização de novas armas: metralhadoras, lança-chamas e projéteis explosivos.
Mas a grande novidade em termos de recursos militares foi a utilização do avião e do submarino. Como salientou John Kenneth Galbraith, o desenvolvimento das técnicas militares de matar não foi acompanhado pelo desenvolvimento da “capacidade de pensar” dos generais tradicionais.
“A adaptação de táticas estava muito além da capacidade da mentalidade militar contemporânea.
Os generais hereditários e seus quadros de oficiais não pensavam em outra coisa senão em enviar contingentes cada vez maiores de homens, eretos, sob pesada carga, avançado a passo lento, em plena luz meridiana, contra o fogo de metralhadora inimigo, após pesado bombardeio de artilharia. A esse bombardeio, as metralhadoras, pelo menos um número suficiente delas, invariavelmente sobreviviam. Por isso, os homens que eram mandados avançar eram sistematicamente dizimados, e essa aniquilação, é preciso que se frise, não é figura de retórica, ou força de expressão.
Quem fosse lutar na Primeira Guerra Mundial não tinha esperança de retornar”.
Terceira fase (1917-1918)
Desde o início da guerra, os Estados Unidos mantinham uma posição de “neutralidade” em face do conflito. Ou não intervinham diretamente com suas tropas na guerra. Em janeiro de 1917, os alemães declararam uma guerra submarina total, avisando que tropedariam todos os navios mercantes que transportassem mercadorias para seus inimigos na Europa.
Pressionado pelos poderosos banqueiros estadunidenses, cujo capital investido na França e na Inglaterra achava-se ameaçado o Governo dos Estados Unidos declarou guerra à Alemanha e ao Império Austro-Húngaro em 6 de abril de 1917. A Rússia retirou-se da guerra, favorecendo a Alemanha na frente oriental. E pelo Tratado de Brest-Litovsk, estabeleceu a paz com a Alemanha. Esta procurou concentrar suas melhores tropas no ocidente, na esperança de compensar a entrada dos Estados Unidos. A Alemanha já não tinha condições para continuar a guerra. Surgiram as primeiras propostas de paz do presidente dos Estados Unidos, propondo, por exemplo, a redução dos armamentos, a liberdade de comércio mundial etc. Com a ajuda material dos Estados Unidos, ingleses e franceses passaram a deter um superioridade numérica brutal em armas e equipamentos sobre as forças inimigas.
A partir de julho de 1918, ingleses franceses e americanos organizaram uma grande ofensiva contra seus oponentes. Sucessivamente, a Bulgária, a Turquia e o Império Austro-Húngaro depuseram armas e abandonaram a luta. A Alemanha ficou sozinha e sem condições de resistir ao bloqueio, liderado pelos Estados Unidos, que “privaram o exército alemão, não de armamentos, mas de lubrificantes, borracha, gasolina e sobretudo víveres”. Dentro da Alemanha, agravava-se a situação política. Sentindo a iminência da derrota militar, as forças políticas de oposição provocaram a abdicação do imperador Guilherme II. Imediatamente, foi proclamada a República alemã, com sede a cidade de Weimar, liderada pelo partido social democrata. Em 11 de novembro de 1918, a Alemanha assinou uma convenção de paz em condições bastante desvantajosas, mas o exército alemão não se sentia militarmente derrotado. Terminada a guerra, os exércitos alemães ainda ocupavam os territórios inimigos, sem que nenhum inimigo tivesse penetrado em territórios alemães.
A Destruição Europeia e a Ascensão dos Estados Unidos
Ao final da Guerra, a Europa estava em ruínas no campo econômico e social, além de 13 milhões de pessoas que morreram durante a guerra. E “a estas baixas é preciso juntar as que, no seio das populações civis, resultaram das invasões, das epidemias, das restrições alimentares e da fome, bem como do déficit da natalidade”.
Às milhões de vidas sacrificadas deve ser acrescentado um assombroso custo econômico que se refletia no “desgaste do material de transporte, do instrumental das fábricas que foram utilizadas ao máximo e insuficientemente renovadas e conservadas, o que representa no total uma séria diminuição de seu potencial econômico.
Houve não só prejuízo pela falta de crescimento da produção e de natalidade, mas também o endividamento dos países beligerantes que tiveram de contrair empréstimos, ceder parte de suas reservas de ouro e desfazer-se de parte de seus investimentos no estrangeiro”. Todo esse grave quadro de crise e de decadência da Europa veio beneficiar aos Estados Unidos, que despontaram, nos anos de pós-guerra, com uma das mais poderosas potências mundiais.
Um dos grandes fatores que colaboraram para a ascensão econômica dos Estados Unidos foi a sua posição de neutralidade durante boa parte da Primeira Guerra Mundial. Assim, puderam desenvolver sua produção agrícola e industrial, fornecendo seus produtos às potências europeias envolvidas no conflito. Por outro lado, enquanto as potências europeias estavam compenetradas no esforço de guerra, os Estados Unidos aproveitaram-se para suprir outros mercados mundiais, na Ásia e na América Latina. Terminada a Guerra, a Europa arrasada tornou-se um grande mercado dependente de exportações americanas. Possuindo aproximadamente a metade de todo o ouro que circulava nos mercados financeiros mundiais, os Estados Unidos projetavam-se como maior potência financeira mundial do pós-guerra.
O Tratado de Versalhes e a Criação da Liga das Nações
No período de 1919 a 1929, realizou-se no palácio de Versalhes, na França, uma série de conferências com a participação de 27 estados nações vencedoras da Primeira Guerra Mundial.
Lideradas pelos representantes dos Estados Unidos, da Inglaterra e da França, essas nações estabeleceram um conjunto de decisões, que impunham duras condições à Alemanha. Era o Tratado de Versalhes, que os alemães se viram obrigados a assinar, no dia 28 de junho de 1919. Do contrário, o território alemão poderia ser invadido. Contendo 440 artigos, o Tratado de Versalhes era uma verdadeira sentença penal de condenação à Alemanha.
Estipulava, por exemplo, que a Alemanha deveria:
Entregar a região da Alsácia-Lorena à França
Ceder outras regiões à Bélgica, á Dinamarca e a Polônia
Entregar quase todos os seus navios mercantes à França, Inglaterra e Bélgica
Pagar uma enorme indenização em dinheiro aos países vencedores
Reduzir o poderio militar dos seus exércitos sendo proibida de possuir aviação militar.
Não demorou muito tempo para que todo esse conjunto de decisões humilhantes, impostas à Alemanha, provocasse a reação das forças políticas que no pós-guerra, se organizaram no país. Formou-se, assim, uma vontade nacional alemã, que reivindicava a revogação das duras imposições do Tratado de Versalhes.
O nazismo soube explorar muito bem essa “vontade nacional alemã”, gerando um clima ideológico para fomentar a Segunda Guerra Mundial (1939 ? 1945). Além do Tratado de Versalhes, foram assinados outros tratados entre os países participantes da Primeira Guerra Mundial. Através desses tratados, desmembrou-se o Império Austro-Húngaro, possibilitando o surgimento de novos países. Em 28 de abril de 1919, a Conferência de Paz de Versalhes aprovou a criação da Liga das Nações (ou Sociedade das Nações), atendendo proposta do presidente dos Estados Unidos. Sediada em Genebra, na Suíça, a Liga das Nações deu início às suas atividades em janeiro de 1920, tendo como missão agir como mediadora no caso de conflitos internacionais, procurando, assim, preservar a paz mundial.
A Liga das Nações logo revelou-se uma entidade sem força política, devido à ausência das grandes potências. O Senado americano vetou a participação dos Estados Unidos na Liga, pois discordava da posição fiscalizadora dessa entidade em relação ao cumprimento dos tratados internacionais firmados no pós-guerra. A Alemanha não pertencia à Liga e a União Soviética foi excluída.
A Liga das Nações foi impotente para impedir, por exemplo, a invasão japonesa na Machúria, em 1931, e o ataque italiano à Etiópia, em 1935.
As duras marcas deixadas pela guerra motivaram diversas crises econômicas e políticas nos 20 anos seguintes, forjando as razões para o início de um conflito mais terrível: a Segunda Guerra Mundial.
Primeira Guerra Mundial – Resumo
Primeira Guerra Mundial
A Primeira Guerra Mundial decorreu, antes de tudo, das tensões advindas das disputas por áreas coloniais.
Dos vários fatores que desencadearam o conflito destacaram-se o revanchismo francês, a questão da Alsácia-Lorena e a questão Balcânica. A Alemanha, após a unificação política, passou a reivindicar áreas coloniais e a contestar a hegemonia internacional inglesa, favorecendo a formação de blocos antagônicos.
Constituíram-se, assim, a Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria-Hungria e Itália) e a Tríplice Entente (Inglaterra, Rússia e França).
Os blocos rivalizavam-se política e militarmente, até que em 1914, surgiu o motivo da eclosão da Guerra: o assassinato do herdeiro do trono Áustro-Húngaro (Francisco Ferdinando), em Sarajevo (Bósnia).
À declaração de guerra da Áustria à Sérvia seguiram-se outras, formando-se as Tríplices Aliança e Entente.
O conflito iniciou-se como uma guerra de movimento para depois transformar-se em uma guerra de trincheiras. A primeira parte da Guerra foi marcada pelo equilíbrio, principalmente na frente ocidental.
Na frente oriental, os russos sofreram várias derrotas, sendo inclusive forçados a entregar territórios. Os russos mantiveram-se na Guerra até a ascensão dos Bolcheviques ao poder, retirando em 1917.
Nesse mesmo ano, os EUA entraram na guerra ao lado da Tríplice Entente.
Os reforços dos EUA foram suficientes para acelerar o esgotamento do bloco Alemão, sendo que, em 20 de outubro de 1918, a Alemanha assinou sua rendição. No ano seguinte foi assinado o Tratado de Versalhes, que estabeleceu sanções aos alemães e a criação de um organismo que deveria zelar pela paz mundial.
Esse tratado, conforme os 14 pontos propostos pelo presidente Wodroow Wilson (EUA), determinou punições humilhantes aos alemães, semeando o revanchismo que desencadearia, depois, a Segunda Guerra Mundial.
A Primeira Guerra provocou uma alteração profunda na ordem mundial: os EUA surgiram como principal potência econômica mundial, houve o surgimento de novas nações – devido ao desmembramento do Império Áustro-Húngaro e Turco – e surgiu um regime de inspiração marxista na Rússia.
Primeira Guerra Mundial – As três fases da Guerra
A Primeira Guerra Mundial pode ser resumida em 3 diferentes fases, assim distribuídas:
Primeira Fase
Marcada pela imensa movimentação dos exércitos beligerantes. Ocorreu uma rápida ofensiva das forças alemãs, e várias batalhas foram travadas, principalmente em território francês, para deter esse avan ço.
Em setembro de 1914, uma contra-ofensiva francesa deteve o avanço alemão sobre Paris (Batalha do Marne). A partir desse momento, a luta na frente ocidental entrou num período de equilíbrio entre as forças em combate.
Segunda Fase
A imensa movimentação de tropas da primeira fase foi substituída por uma guerra de posições, travada nas trincheiras. Cada um dos lados procurava garantir seus domínios, evitando a penetração das forças inimigas. Os combates terrestres tornaram-se extremamente mortíferos, com a utilização de novas armas: metralhadoras, lança-chamas e projéteis explosivos. Mas a grande novidade em termos de recursos militares foi a utilização do avião e do submarino.
Terceira Fase
Declaração de guerra dos Estados Unidos à Alemanha e ao Império Austro-Húngaro, em 6 de abril de 1917. Com a ajuda material dos Estados Unidos, ingleses e franceses passaram a deter um superioridade numérica brutal em armas e equipamentos sobre as forças inimigas. A ajuda americana seria fundamental para o êxito da Tríplice Entente.
Fonte: www.vestigios.hpg.ig.com.br/www.geocities.com/www.conhecimentosgerais.com.br/nzhistory.govt.nz
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