Papa Gregório I – (540 – 604)
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Papa católico (590 – 604) nascido em Roma, considerado um dos pais da Igreja moderna ao reafirmar o papel da igreja como aglutinadora da sociedade cristã. Filho do romano Gordiano, que mais tarde ingressou no estado eclesiástico, e da nobre Sílvia, que por sua vez terminou seus dias num retiro em obras pias, também descendia do papa São Félix III.
Estudou direito e ocupou altos postos civis como o de pretor de Roma, algo como prefeito da cidade. Atraído pela vida religiosa abandonou o posto (575), distribuiu toda sua riqueza com os pobres, tornou-se monge em Roma e transformou o palácio da família, no Monte Célio, no mosteiro de Santo André e fundou seis novos mosteiros em suas terras na Sicília, todos segundo a regra de são Bento.
Foi enviado como embaixador do papa (579) por Pelágio II, a corrupta Bizâncio/Constantinopla, onde impressionou com suas virtudes e conhecimento científicos, ali permanecendo por seis anos. De volta a Roma e com a morte de Pelágio, estava bem preparado para ser pontífice e foi eleito papa (590), com o nome de Gregório I.
Foi felicitado com alegria pelo imperador Maurício e pelo povo, tendo algumas pessoas afirmado que viram, nos céus, um anjo embainhando a espada contra a peste, que realmente declinou até desaparecer. Mente vasta e profunda e de extraordinária energia, mostrou-se competente conversor do Cristianismo.
Seu papado caracterizou-se pelo esforço de reorganização e restauração da igreja. Notabilizou-se por extraordinária administração, reformando todos os serviços públicos, os rituais e sistematização dos salmos sagrados e, assim, desenvolveu as bases da igreja moderna com um elenco de reformas que atingiu bispos, padres, mosteiros, cânticos, funções religiosas como Sacramentário, Estações ou Rezas populares e Missal, etc.
Admirado até pelos inimigos de sua fé, foi um lutador em defesa de seu povo e da fé: combateu contra Agilulfo longobardo e contra João Jejuadorcismático. No seu pontificado os Visigodos da Espanha voltaram ao catolicismo e os Longobardos abandonaram o cristianismo.
Combateu a simonia, venda de benefícios eclesiásticos, as heresias, extinguiu o paganismo na Córsega e na Sardenha. Também lutou contra a incontinência e o jogo e preocupou-se com as condições de vida do povo, empenhando-se na ajuda a populações afetadas pela fome, por pestes e inundações do Tibre.
Introduziu a fórmula Servus servorum Dei (servo dos servos de Deus) como título dos papas. Divulgou milagres, reformulou a liturgia e promoveu a codificação do cantochão, que a partir de então passou a ser conhecido de Canto Gregoriano. Incentivou a ação missionária, inclusive enviando santo Agostinho de Cantuária à Inglaterra com quarenta monges, para evangelizar as ilhas britânicas, e difundiu a ordem beneditina por toda a Europa ocidental.
Conseguiu negociar a paz com os bárbaros lombardos, que ameaçavam Roma, e unificar o território da igreja, constituindo o patrimônio de São Pedro, base do futuro Estado Pontifício. Exímio escritor divulgou cerca de 900 cartas, os Diálogos, as Morais de Jó etc, sendo que sua mais importante obra escrita foi Liber regulae pastoris, livro que serviu de base para a formação do clero na Idade Média e é ainda hoje um clássico da vida espiritual.
Fonte: www.dec.ufcg.edu.br
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