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Papa Clemente V (1260 – 1314)
Papa Igreja Cristã Romana (1305-1314) de origem francesa nascido em Villandraut, Gironda, na região de Bordéus, cidade de que se tornou arcebispo (1299), cujo pontificado foi marcado pela decisão de transferir a sede papal para Avignon (1309), por indicação do rei francês Filipe IV, o Belo, inaugurando um período em que a autoridade e a influência do papado diminuíram muito diante do poder dos reis de França e teve como resultado político-religioso o cisma do Ocidente. Descendia de família nobre e foi bispo de Comminges (1295-97), depois arcebispo de Bordeaux (1297-1305), foi eleito papa (1305) como sucessor de Bento XI (1303-1304), após o longo conclave de Perúgia, e sob influência do clero e governo franceses. Como os cardeais franceses eram majoritários, Filipe IV, rei de França, conseguiu que o seu favorito fosse proclamado (1305) papa com o nome de Clemente V. Foi coroado em Lyon na presença de Filipe, o Belo, que sempre o dominou. O rei da França, inspirador do ultraje de Anagni, passou a exercer fortes pressões sobre ele, conseguindo de imediato a supressão da poderosa e desafeta ordem religiosa e militar dos Templários, sendo o líder Jacques DeMolay, com 70 anos, preso, condenado e queimado vivo na fogueira (1314), em Paris, satisfazendo uma vingança pessoal do monarca e a posse deste sobre as enormes riquezas da Ordem (1312). Também promoveu a anulação das bulas que proibiam os monarcas de exigir impostos dos eclesiásticos e reafirmavam a autoridade do papa.
Conta-se também que atendendo aos insistentes pedidos do rei, canonizou o papa Celestino V e, na Itália, Clemente apoiou Roberto de Anjou, rei de Nápoles, que se tornou o líder do partido guelfo. Alegando ser uma localização mais adequada do que Roma para administrar a igreja, pois a França era politicamente mais importante, transferiu a sede do papado de Roma para Avignon, cidade ao sul de França, onde havia um grande mosteiro, ali fixando residência (1309) e dando início ao chamado Cativeiro de Avinhão, que durou quase 70 anos (1309-1377). No âmbito religioso, celebrou o Concílio de Vienna (1311-1312), 15º Concílio Ecumênico, que estabeleceu a inocência do Papa Bonifácio VIII (1294-1303) pela morte de seu antecessor, e onde realizou sua obra mais importante, uma notável coleção de leis canônicas, denominadas Clementinae, as Clementinas, incluídas no Corpus iuris canonici. Também levou a fundação na Europa de várias cátedras de línguas asiáticas, fundou a Universidade de Oxford e pôs fim à antiga dissidência entre a Ordem franciscana e os espirituais. Suas disposições testamentárias favoreciam a própria família de forma tão evidente que, por determinação de seu sucessor, João XXII, originaram um processo. Papa de número 196, morreu em 20 de abril (1314), em Roquemaure, Nimes, na Provença, após ingerir esmeraldas reduzidas a pó para curar sua febre e um ataque de angústia e sofrimento, que provavelmente cortaram seus intestinos. O remédio foi receitado por médicos desconhecidos, quando o papa retornava a sua cidade natal, e foi sucedido por João XXII (1316-1334).
Fonte: www.dec.ufcg.edu.br
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