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Império Bizantino – História
Constantino fundou Constantinopla (hoje Istambul) em 330, no lugar onde existia a colônia grega de Bizâncio. Seu primeiro nome foi Nova Roma.
A localização geográfica era privilegiada: entre Europa e Ásia, na passagem do Mar Egeu para o Negro, cercada de águas por três lados e protegida por muralhas.
Estes fatores contribuíram para a longa duração do império Romano do Oriente, criado por Teodósio em 395.
A cidade só caiu em 1453 porque Maomé II destruiu-lhe as muralhas com poderosos canhões, fabricados por engenheiros saxões.
Constantinopla representava a síntese dos mundos greco-romano e oriental.
Enquanto o Império ocidental, ruía, mantinha a unidade do oriental, que abrangia Península Balcânica, Ásia Menor, Síria, Palestina, norte da Mesopotâmia e nordeste da África.
Mosaicos Arte Bizantina
Justiniano, a lei e a Igreja
O Império Bizantino atingiu o máximo esplendor no governo de Justiniano (527-565), macedônio filho de camponeses, sobrinho do general Justino, que se havia tornado imperador através de um golpe militar.
Justiniano casou com uma atriz, Teodora, que exerceu decisiva influência sobre a administração, orientando muitas decisões do marido.
Justiniano, o legislador, mandou elaborar o Digesto, manual de Direito, coletânea de leis redigidas por grandes juristas; as Institutas, que reuniam os princípios fundamentais do Direito Romano; e o Código Justiniano.
As três obras foram reunidas no Corpo do Direito Civil. Justiniano, o teólogo, procurou unir o mundo oriental e o ocidental pela religião. Em sua época, uma heresia voltou, sob a forma do monofisismo.
Era a doutrina de Nestório.
Seus adeptos afirmavam que Cristo tinha apenas natureza divina; ao contrário da tese do papa Leão I, aprovada em 451 no Concílio Ecumênico de Calcedônia, estabelecendo que Cristo tinha duas naturezas em uma só pessoa: a humana e a divina.
O monofisismo comportava aspectos políticos e manifestava-se como reação nacionalista contra o Império Bizantino. Por isso era mais forte na Síria e no Egito, regiões dominadas por Constantinopla.
Os hereges tinham um forte aliado: a imperatriz Teodora.
Justiniano queria uma Igreja unificada, para usá-la como apoio de seu governo. Isto explica seu cesaropapismo, isto é, a intervenção na Igreja. Para não desagradar ao papa, tentou conciliar a heresia com a ortodoxia.
Mas acabou pondo sua influência o próprio papa e a Igreja do Ocidente, que passou a assumir traços da Igreja do Oriente.
A revolta Nika
Gastos militares forçaram a elevação dos impostos. A população de Constantinopla odiava os funcionários do fisco.
Em 532 explodiu a revolta Nika ( do grego nike, vitória, que os revoltosos gritavam). Verdes e Azuis, os dois principais partidos políticos e esportivos que concorriam no hipódromo, rebelaram-se, instigados por aristocratas legimistas (partidários da dinastia legítima, já que Justiniano fora posto no trono pelo tio, usurpador do poder). A firmeza de Teodora e a intervenção do general Belisário salvaram Justiniano.
Os revoltosos foram cercados e mortos no hipódromo.
Política externa e mais problemas
Justiniano procurou reconstruir todo o Império. Estabeleceu “paz perpétua” com os persas e conteve o avanço búlgaro. Então, iniciou as guerras de conquista no Ocidente.
Belisário reconquistou a África, trabalho facilitado pelas disputas entre arianismo e cristianismo que atingiam os vândulos. Houve problemas maiores na Itália. Os ostrogodos a dominavam haviam tempos, até com apoio de imperadores romanos do Oriente. Justiniano de novo se impôs à custa da divisão, agora entre os sucessores de Teodorico, fundador do Reino Ostrogótico da Itália. Em 524, os bizantinos conquistaram a Espanha meridional aos visigodos.
A reconstrução durou pouco. Os lombardos, povos germânicos que Justiniano tinha estabelecido Polônia, ocuparam o norte da Itália. África e Espanha cairiam nas mãos dos árabes, que anexariam também Egito, Palestino, Síria e Mesopotâmia.
Outros problemas sobrevieram. A falta de dinheiro atrasava o salário dos soldados. Pestes e ataques bárbaros faziam aumentar o poder dos proprietários, pois o governo era incapaz de garantir a segurança.
Constantinopla, cansada de impostos e autoritarismo, recebeu a morte de Justiniano com júbilo.
Mas as dificuldades cresceram nos séculos seguintes. Árabes e búlgaros intensificaram as tentativas de entrar no Império, que se viu às voltas com uma disputa religiosa, o Movimento Iconoclasta, isto é, destruidor de imagens (ícones). O imperador queria obrigar o povo a adorar só a Deus, de imagem irrepresentável.
O Império Bizantino orientalizou-se, até abandonou o latim em favor do grego. No século XI, declinou mas se recuperou; sobreviveria até o fim da Idade Média.
A cultura bizantina
A posição geográfica favoreceu o desenvolvimento comercial e industrial de Constantinopla, que possuía numerosas manufaturas, como as da seda.
A maior realização cultural de Justiniano foi a igreja de Santa Sofia, simples por fora, suntuosa por dentro: a cúpula apoiada em colunas, terminadas em capitéis ricamente trabalhados.
Artistas revestiram-na de mosaicos azul e verde sobre fundo negro, com figuras geométricas ou animais e, destacadas, cenas do Evangelho e a imagem de Cristo
Ravena, sede bizantina na Itália, era um dos centros produtores de belíssimos mosaicos.
A arte bizantina combinava o luxo e a exuberância orientais com o equilíbrio e a sobriedade dos romanos. Sua mais alta expressão está nas igrejas, inspiradas na arquitetura persa, coroadas de majestosas cúpulas, distintas do estilo das basílicas romanas.
Governo de Justiniano
O apogeu do Império ocorre no governo de Justiniano (483-565), que, a partir de 527, estabelece a paz com os persas e concentra suas forças na reconquista dos territórios dos bárbaros no Ocidente.
Justiniano constrói fortalezas e castelos para firmar as fronteiras e também obras monumentais, como a Catedral de Santa Sofia. Ocupa o norte da África, derrota os vândalos e toma posse da Itália.
No sul da Espanha submete os lombardos e os visigodos. Estimula a arte bizantina na produção de mosaicos e o desenvolvimento da arquitetura de igrejas, que combina elementos orientais e romanos. Ravena, no norte da Itália, torna-se a segunda sede do Império e um núcleo artístico de prestígio.
Como legislador, ele elabora o Código de Justiniano, que revisa e atualiza o direito romano para fortalecer juridicamente as bases do poder imperial.
Em 532 instaura uma Monarquia despótica e teocrática. Nessa época, em virtude da elevação dos impostos, explode a revolta popular de Nica, abafada com violência.
Mas o Império começa a decair com o final de seu governo. Em 568, os lombardos ocupam o norte da Itália.
Bizâncio cria governos provinciais para reforçar a defesa e divide o território da Ásia Menor em distritos militares. A partir de 610, com a forte influência oriental, o latim é substituído pela língua grega.
Cisma do Oriente
Em 717, diante das tentativas árabes de tomar Constantinopla, o imperador sírio Leão III, o Isauro (675?-741?) reorganiza a administração. Influenciado pelas seitas iconoclastas orientais, pelo judaísmo e pelo islamismo, proíbe, em 726, a adoração de imagens nas igrejas, provocando uma guerra religiosa com o papado.
Em 867, a desobediência da Igreja Bizantina a Roma coincide com nova tentativa de expansão de Bizâncio, com a reconquista de Síria, Jerusalém, Creta, Bálcãs e norte da Itália.
O Império Bizantino consolida a influência grega e intensifica a difusão do misticismo, em contraposição às determinações católicas. A Igreja oriental rompe finalmente com a ocidental, denominando-se Igreja Ortodoxa, em 1054, no episódio conhecido como Cisma do Oriente.
Domínio turco-otomano
Em 1204, Constantinopla torna-se motivo de cobiça dos cruzados, que a conquistam. O restante do território é repartido entre príncipes feudais. A partir de 1422, o Império luta contra o assédio constante dos turcos.
Finalmente, em 1453, Constantinopla é submetida pelos turcos e transforma-se na capital do Império Turco-Otomano.
Império Bizantino – Definição
O Império Bizantino, muitas vezes chamado de Império Romano Oriental ou simplesmente Bizâncio, existiu de 330 a 1453. Com sua capital fundada em Constantinopla por Constantino I (r. 306-337), o Império variou em tamanho ao longo dos séculos, ao mesmo tempo ou outro, possuindo territórios localizados na Itália, Grécia, Bálcãs, Levante, Ásia Menor e Norte da África.
Bizâncio era um estado cristão com o grego como língua oficial, os bizantinos desenvolveram seus próprios sistemas políticos, práticas religiosas, arte e arquitetura que, embora significativamente influenciados pela tradição cultural greco-romana, eram distintos e não apenas uma continuação da Roma antiga.
O Império Bizantino foi a potência medieval mais duradoura e sua influência continua até hoje, especialmente na religião, arte, arquitetura e direito de muitos estados ocidentais, Europa Central e Oriental e Rússia.
Império Bizantino – Nomes e Datas
O nome “Bizantino” foi cunhado por historiadores do século 16 com base no fato de que o primeiro nome da capital era Bizâncio antes de ser alterado para Constantinopla (moderna Istambul).
Foi e continua a ser um rótulo menos do que perfeito, mas conveniente que diferencia o Império Romano do Oriente do Império Romano do Ocidente, especialmente importante após a queda deste último no século V.
Na verdade, por esta razão, não há acordo universal entre os historiadores sobre a que período de tempo o termo ‘Império Bizantino’ realmente se refere. Alguns estudiosos selecionam 330 e a fundação de Constantinopla, outros a Queda do Império Romano Ocidental em 476, ainda outros preferem o fracasso de Justiniano I (r. 527-565) para unificar os dois impérios em 565, e alguns até mesmo ameixa para c. 650 e a conquista árabe das províncias orientais de Bizâncio. A maioria dos historiadores concorda que o Império Bizantino terminou na terça-feira, 29 de maio de 1453, quando o sultão otomano Mehmed II (r.1444-6 e 1451-81) conquistou Constantinopla.
Detalhe de um retrato contemporâneo de Justiniano I na Basílica de San Vitale, em Ravenna.
O manto do imperador é roxo de Tyr
A discussão das datas também destaca as diferenças na mistura étnica e cultural entre as duas metades do mundo romano e a distinção entre o estado medieval e sua herança romana anterior.
Os bizantinos se autodenominavam “Romanos”, seu imperador era Basileon ton Rhomaion ou ‘Imperador dos Romanos’ e sua capital era ‘Nova Roma’. No entanto, a língua mais comum era o grego, e é justo dizer que, durante a grande maioria de sua história, o Império Bizantino foi muito mais grego do que romano em termos culturais.
Império Bizantino – Império Romano do Oriente
O Império Romano do Oriente, ou Império Bizantino, manteve-se poderoso ao longo de um milênio, depois da queda de Roma. Síntese de componentes latinos, gregos, orientais e cristãos, a civilização bizantina constituiu, durante toda a Idade Média européia, o principal baluarte da cristandade contra a expansão muçulmana, e preservou para a cultura universal grande parte dos conhecimentos do mundo antigo, sobretudo o direito romano, fonte das normas jurídicas contemporâneas, e a literatura grega.
O Império Bizantino teve origem no ano 330, quando o imperador Constantinus I fundou Constantinopla, na região da colônia grega de Bizâncio (referente a Bizas, fundador lendário da cidade).
A intenção de Constantinus I era criar uma segunda capital romana para defender as fronteiras orientais do império dos ataques de Persas, eslavos e demais povos limítrofes.
A posição estratégica – entre a Europa e a Ásia e na rota dos estreitos que permitiam o comércio entre o mar Negro e o Mediterrâneo – converteu Constantinopla, a partir do século V, no único centro político e administrativo do império.
Originalmente, portanto, já se juntavam a parte oriental do antigo império romano e algumas possessões africanas, sobretudo o Egito. Em termos oficiais, o império constituiu-se após a morte de Theodosius I, ocorrida no ano 395. O mundo romano foi então dividido entre seus filhos Arcádio e Honório.
O primeiro recebeu a região oriental, que compreendia os territórios situados entre a fronteira natural do Danúbio e o Egito.
A leste, suas possessões se limitavam com a Arábia e o império persa; a oeste, o território bizantino fazia fronteira com a Dalmácia, na Europa, e com a Cirenaica, na África. A subida de Arcádio ao poder, em 395, coincidiu com uma série de problemas no império, relacionados com a influência dos germanos na administração e no exército. Embora Arcádio reinasse sobre a pars orientalis, o império mantinha a unidade formal sob a hegemonia política de Roma. O sucessor de Arcádio foi Theodosius II (408-450), que em 425 criou a Escola Superior de Constantinopla, centro dedicado ao estudo de diversas matérias como a gramática e a retórica gregas e latinas, a filosofia e o direito.
Também realizou uma compilação de leis conhecida como Codex Theodosianus. Theodosius II construiu as muralhas de Constantinopla, com o que a capital adquiriu grande capacidade defensiva. Depois de sua morte, assumiu o poder Marcianus (450-457), que enfrentou numerosos problemas religiosos. No Concílio de Calcedônia, em 451, condenou-se a heresia monofisita, que defendia ter Cristo uma única natureza, e impôs-se o pensamento religioso ortodoxo, que teve o apoio do imperador Leon I, sagrado em 457, derrotado pelos vândalos no norte da África e assassinado em 474. No mesmo ano sucedeu-lhe Leon II, logo substituído por Zeno (474-491), que desde 476, depois da extinção do Império Romano do Ocidente, ficou como único imperador.
Zeno teve que enfrentar dois importantes problemas: as querelas religiosas e as rivalidades entre a corte e o exército.
Depois de desbaratar uma intriga palaciana que pretendia derrubá-lo – por um golpe de estado, Basiliscus chegou a ocupar o trono entre 475 e 476 – em vista dos problemas religiosos foi obrigado a publicar um edito de união para evitar as cisões verificadas dentro do império, especialmente na Síria e no Egito. Anastacius I (491-518), estadista enérgico e inteligente, foi o primeiro imperador que viu assomar o perigo dos árabes, enquanto lutava contra os búlgaros e os citas.
Em 506 foi obrigado a firmar um tratado de paz com a Pérsia para recuperar as cidades perdidas durante o conflito que se desencadeara entre os dois estados.
A política religiosa de Anastacius caracterizou-se pelo apoio aos monofisitas e, no aspecto fiscal, suas reformas produziram um crescimento do tesouro imperial.
Após o reinado de Justinus I (518-527), homem incapacitado para o governo, subiu ao poder em 527 Justinianus I, um dos maiores imperadores da história bizantina. Justinianus, que havia adquirido experiência política durante o reinado de seu predecessor, tentou recuperar para Constantinopla a antiga grandeza da Roma imperial.
Ajudado por seus generais Belisarius e Narses, conquistou dos vândalos o norte da África, dos Ostrogodos a península italiana e dos Visigodos parte da Espanha. Também combateu a Pérsia em várias ocasiões, com diferentes resultados. Durante a época de Justinianus realizou-se a maior compilação do direito romano, conhecida como Corpus iuris civilis, obra em que se destacou o jurista Tribonianus.
O texto constava de quatro partes; Codex Justinianus, Digesto ou Pandectas, Institutiones e Novelas. Justinianus morreu em 565, depois de haver conseguido uma efêmera ampliação territorial do império e de promover uma renovação jurídica, mas tendo submetido os cofres do estado a um enorme esforço, de que custaria a se recuperar.
No aspecto religioso, o imperador obrigou todos os pagãos a batizarem-se e buscou uma política de unificação entre católicos e monofisitas.
Depois de um período em que diversos imperadores enfrentaram a Pérsia e os bárbaros nos Balcãs, subiu ao trono Heraclius I (610-641), que instituiu o grego como língua oficial.
Apesar da vitória contra os persas, o império bizantino não pôde evitar a progressiva debilitação de seu poderio ante o avanço dos eslavos, no ocidente, e dos árabes, no oriente.
Heraclius dividiu o império em distritos militares guarnecidos por soldados estabelecidos como colonos. A partir de 641, pode-se falar de um império helenizado e orientalizado. Os sucessores de Heraclius, os heráclidas, perderam a Síria, a Armênia, a Mesopotâmia, o Egito e o norte da África diante da incontrolável força do Islã, enquanto a Itália caía nas mãos dos lombardos e os búlgaros e eslavos penetravam na península balcânica. Os esforços para deter os árabes foram recompensados com a vitória, em 718, diante das muralhas de Constantinopla. A dinastia isauriana subiu ao poder em 717 com Leon III, artífice da vitória contra os árabes.
As desavenças religiosas conhecidas pelo nome de lutas iconoclastas marcaram esse período. A difusão das superstições e o culto às imagens ameaçaram a estabilidade religiosa do império, mas Leon III conseguiu, mediante a publicação de um edito, proibir a idolatria.
O papa Gregorius III excomungou os iconoclastas, o que motivou a ruptura do imperador com Roma em 731. Os sucessores de Leon III deram continuidade à política religiosa de perseguição aos iconólatras (adoradores de imagens) até que, em 787, a imperatriz Irene convocou um concílio em Nicéia para restaurar esse culto. A deposição de Irene por Niceforus I (802-811) inaugurou um período de insegurança e desordem durante o qual o Império Bizantino estabeleceu contatos com Carlos Magno, na intenção de restaurar a unidade do Império Romano.
A dinastia macedônica, fundada por Basílio I (867-886), conseguiu recuperar o poderio de Constantinopla e elevou o nível econômico e cultural do império.
Os titulares dessa dinastia, de origem armênio-eslava, foram grandes legisladores e administradores. Deve-se a eles a codificação da lei bizantina em língua grega.
Os esforços de Romanus I Lecapenus, de Niceforus II Focas e de Basilius II no sentido de recuperar os territórios perdidos para o Islã viram-se recompensados pelas sucessivas vitórias que reconquistaram a Síria, Jerusalém e Creta. Durante esse período produziu-se a conversão da Rússia ao cristianismo (989) e consumou-se o cisma da igreja do oriente em relação a Roma (1054).
Com a morte do último imperador macedônico, iniciou-se o primeiro período da dinastia dos Comnenos, que aproveitaram as cruzadas para tentar a recuperação dos territórios perdidos. O segundo período, depois da dinastia Ducas, começou com Aleixus I (1081-1118), imperador experiente nas guerras fronteiriças, que lutou contra o normando Roberto Guiscardo, a quem derrotou, e contra os turcos. Com Manuel I (1143-1180) recrudesceram os ataques turcos e o imperador viu-se obrigado a construir numerosas fortificações ao longo das fronteiras do império, o que produziu uma crise econômica. Manuel I em 1176 foi derrotado pelos turcos seldjúcidas. Com os últimos Comnenos, a crise alcançou proporções insustentáveis, principalmente sob o reinado de Andronicus I (1183-1185).
Os normandos em 1185 penetraram em Tessalonica, o que foi aproveitado pela aristocracia bizantina para colocar no trono Isaac II Angelus (1185-1195), primeiro imperador da dinastia dos Ângelos, durante a qual o império entrou em decadência irrecuperável. A rivalidade com as repúblicas italianas pelo domínio comercial no Mediterrâneo produziu grave crise econômica. Tal situação, aliada à pressão dos turcos, que conquistaram a Síria e Jerusalém, e à formação do segundo império búlgaro com a conseqüente perda da Croácia, da Sérvia e da Dalmácia, levou os imperadores a tentarem recuperar o estado.
Contudo, a quarta cruzada, desviando-se de seus propósitos religiosos, interferiu nos assuntos internos bizantinos e não permitiu essa recuperação. Muito ao contrário, beneficiando-se de uma crise sucessória, os cruzados tomaram a cidade de Constantinopla em 1203, e restabeleceram Isaac II no trono, nomeando Aleixo IV co-imperador. Depois de uma revolta que depôs esses dois, em 1204 os cruzados novamente tomaram a cidade. Inaugurou-se assim o chamado império latino (1204-1261) com o reinado de Balduinus I.
Os territórios foram então divididos entre os chefes da cruzada, formando-se os reinos independentes de Tessalonica, Trebizonda, Épiro e Nicéia.
As lutas entre esses reinos pela supremacia e pelo domínio econômico da região não demoraram. Ao mesmo tempo, ocorriam ataques turcos e búlgaros, e os bizantinos tentavam recuperar seu império.
Durante o reinado de Balduinus II, homem pouco capacitado para as questões políticas, os bizantinos retomaram o poder. Foi Miguel VIII Paleologus quem, no ano de 1261, se apoderou de Constantinopla, sem que houvesse nenhum enfrentamento bélico.
A época dos Paleólogos significou um renascimento artístico e cultural em Constantinopla, embora tenha assistido à progressiva desintegração de seu império: os limites geográficos do território bizantino se reduziam ante o irrefreável avanço dos turcos otomanos, que se apoderaram das principais cidades gregas da Anatólia e conseguiram conquistar Galípoli (1354) e Adrianópolis (1362), o que ameaçou seriamente as possessões bizantinas da Tessalonica.
Os sérvios, por sua vez, estenderam sua zona de influência à Albânia e ao norte da Macedônia, apesar de sua expansão ter sido contida em 1389, também pelo poderio turco. Em 1422, quase ao fim do reinado de Manuel II, os turcos sitiaram pela primeira vez Constantinopla e em 1430 ocuparam a Tessalonica.
O novo imperador bizantino, João VIII Paleólogo, dispôs-se então a retomar as negociações para a união das igrejas Ortodoxa e Católica. A proposta foi levada ao Concílio de Florença, em 1439, e os ortodoxos por fim concordaram em submeter-se à autoridade de Roma. A união de Florença acorreu em ajuda ao Império Bizantino, mas em 1444 sofreu grave derrota em Varna.
Esta foi a última tentativa por parte do Ocidente de salvar Constantinopla. Constantino XI Paleólogo foi o último imperador bizantino.
Os turcos cortaram as comunicações de Constantinopla, isolando-a economicamente. Compreendendo o perigo que a cidade corria, o imperador quis restabelecer a unidade religiosa com Roma para que os ocidentais fossem em seu auxílio.
Mas, apesar dessas desesperadas tentativas, o sultão otomano Mehmet II sitiou Constantinopla em abril de 1453 e em maio transpôs as muralhas da cidade.
Em 1461, os últimos redutos bizantinos – o reino de Trebizonda e o regime despótico da Moréia – sucumbiram à pressão das tropas otomanas. Com a queda da gloriosa Constantinopla e dessas duas regiões, deixava de existir o Império Bizantino, cujos territórios ficaram submetidos ao domínio turco. Constantinopla, desde então, passaria a chamar-se Istambul.
O Império Bizantino, herdeiro da tradição Helenística e romana, desenvolveu uma cultura de grande valor histórico, não só por seu trabalho de conservação e difusão daquela tradição, mas também pela criação de modelos próprios que haveriam de sobreviver na Grécia e na área de influência da Igreja Ortodoxa, depois da queda de Constantinopla.
Além disso, a arte e a ciência da civilização bizantina exerceram enorme influência sobre a evolução cultural européia, sobretudo depois da queda de Constantinopla, quando numerosos artistas e sábios emigraram para a Itália, onde seus conhecimentos contribuíram para desenvolver o processo Renascentista.
Império Bizantino – O que foi
O Império Bizantino, também conhecido como Bizâncio, é uma grande unidade política que compreendia a região oriental do que antes era conhecido como Império Romano. Assim, às vezes é referido como o Império Romano do Oriente, embora os historiadores não tenham usado as designações acima mencionadas até muito depois de o império ter deixado de existir.
O Império Bizantino recebeu o nome de sua capital, que ficou mais conhecida como Constantinopla. Durando por mais de oito séculos, o Império Bizantino foi uma das maiores e mais poderosas potências econômicas, políticas e militares do mundo.
O Império Romano do Oriente, ou Império Bizantino,
estendeu-se até o que hoje é conhecido como Turquia
Já em 285, o imperador romano Diocleciano nomeou o oficial militar Maximiano como co-imperador e nomeou mais dois na década seguinte. Constantino, o Grande, que foi imperador romano de 306 a 337, é frequentemente creditado por promover o conceito do Império Bizantino quando estabeleceu Constantinopla em 324. A cidade estava situada a leste de Roma, que era a capital do império. Assim, Constantinopla tornou-se a sede administrativa oriental do império, ou uma espécie de segunda Roma.
A fundação de Constantinopla preparou o cenário para a eventual partição oficial do Império Romano. Após sua morte em 395, o imperador Teodósio I dividiu o império entre seus dois filhos.
Arcádio ficou com o comando do Oriente, com Constantinopla servindo como sua capital. Honório, entretanto, assumiu o Ocidente com a capital em Roma.
O Ocidente, agora conhecido como Império Romano Ocidental, estava em suas últimas etapas. Enfraquecido em grande parte pela invasão de tribos e pela instabilidade interna, acabou caindo em 476. Em uma década, entretanto, o Império Bizantino havia conseguido recapturar os territórios que haviam pertencido ao vencido Império Romano Ocidental. O imperador mais bem-sucedido nesse empreendimento foi Justiniano I, também conhecido como Justiniano, o Grande, que governou de 527 a 565. O controle subsequente do império sobre a área mediterrânea ocidental não apenas confirmou sua força, mas também a tornou mais rica.
No reinado de Heráclio, de 610 a 641, o Império Bizantino estava distinguindo sua identidade do extinto Império Romano Ocidental com o uso do grego em vez do latim como língua oficial.
Essa mudança lingual seria confirmada com o Cisma Leste-Oeste de 1054, quando a Igreja Católica foi dividida em Igreja Ortodoxa Grega, ou Igreja Ortodoxa Oriental, e o ramo latino ocidental, que se tornou a Igreja Católica Romana. O século 7 também marcou o momento em que o império começou a encolher e sacudir devido a conflitos massivos com grupos como os árabes e muçulmanos.
Um certo brilho foi restaurado com a dinastia Comneno de 1081 a 1185, mas uma longa sucessão de líderes ineficazes, infraestrutura governamental frágil e ataques constantes a Constantinopla foram alguns dos problemas fatais que o império enfrentou durante seus últimos anos.
A capital finalmente caiu nas mãos do exército do Império Otomano em 1453, pondo efetivamente o fim do Império Bizantino.
Império Bizantino – Civilização
Constantinopla – Mapa
No passado, ela era conhecida como Constantinopla, o principal centro econômico- político do que havia sobrado do Império Romano. Foi edificada na cidade grega de Bizâncio, entre os Mares Egeu e Negro, pelo imperador Constantino.( aí o motivo do nome da cidade ser Constantinopla).
Com uma localização tão estratégica, logo foi tornada na nova capital do império. Por estar entre o Ocidente e o Oriente, desenvolveu um ativo e próspero comércio na região, além da produção agrícola, fazendo com que se destacasse do restante do império romano, que estava parado e na crise.
O Império Romano do Oriente tinha por base um poder centralizado e despótico, junto com um intenso desenvolvimento do comércio, que serviu de fonte de recursos para enfrentar as invasões bárbaras.
Já a produção agrícola usou grandes extensões de terra e trabalho de camponeses livres e escravos.
O Império Romano do Oriente ou Império Bizantino conseguiu resistir às invasões bárbaras e ainda durou 11 séculos.
A mistura de elementos ocidentais e orientais só foi possível devido a intensa atividade comercial e urbana, dando grande esplendor econômico e cultural. As cidades tornaram-se bonitas e luxuosas, a doutrina cristã passou a ser mais valorizada e discutida em detalhes entre a sociedade.
De início, os costumes romanos foram preservados. Com direito a estrutura política e administrativa, o idioma oficial foi o latim. mas depois tudo isso foi superado pela cultura helenística( grega-asiática).
Com esse impulso o grego acabou se tornando o idioma oficial, no séc. VII.
Um forte aspecto da civilização bizantina foi o papel do imperador, que tinha poderes tanto no exército como na igreja, sendo considerado representante de Deus aui na terra,( não muito diferente de outras civilizações!!). o mais destacado imperador foi: Justiniano.
Era de Justiniano(527-565)
Depois da divisão do império romano, pelo imperador Teodósio em 395, dando a parte ocidental para seu filho Honório e a parte oriental para o outro Arcádio.
Com essa divisão, criou-se muitas dificuldades entre os imperadores para manter um bom governo, principalmente devido as constantes invasões bárbaras. Por isso no século V, com o imperador Justiniano que o Império Bizantino se firmou e teve seu apogeu.
Com Justiniano, as fronteiras de império foram ampliadas, com expedições que foram até à Península Itálica, Ibérica e ao norte da África, claro que com tantas conquistas houve muitos gastos!
Logo já que os gastos aumentaram, os impostos também e isso serviu de estopim para estourar diversas revoltas, da parte dos camponeses, que sempre ficava com a pior parte- ou o pagamento de impostos abusivos ou o trabalho pesado.
Uma destas, foi a Revolta de Nika,em 532,mas logo foi suprimida de maneira bem violenta pelo governo. Com a morte de 35 mil pessoas.
Mas a atuação de Justiniano foi mais expressiva dentro do governo. Um exemplo, entre 533 e 565, iniciou-se a compilação do direito romano.
Este era dividido em:
Código: conjunto das leis romanas a partir do século II.
Digesto: comentários de juristas sobre essas leis.
Institutas: princípios fundamentais do direito romano.
Novelas: novas leis do período de Justiniano.
E tudo isso resultou no: corpo do direito civil, no qual serviu de base para códigos e leis de muitas nações à frente.
Resumindo: essas leis determinavam os poderes quase ilimitados do imperador e protegiam os privilégios da igreja e dos proprietários de terras, deixando o resto da população à margem da sociedade.
Na cultura, com Justiniano teve a construção da Igreja de Santa Sofia, com seu estilo arquitetônico próprio ? o bizantino ? cujo o esplendor representava o poder do Estado junto com a força da Igreja Cristã.
Na política, após a revolta de Nika, Justiniano consolidou seu poder monárquico absoluto por meio do cesaropapismo.
Cesaropapismo: ter total chefia do estado ( como César) e da igreja( como o papa).
GRANDE CISMA
Essa supremacia sobre o imperador sobre a igreja causou conflitos entre o imperador e o Papa.
Em 1054, ocorreu o cisma do oriente, dividindo a igreja Católica em duas partes:
Igreja Ortodoxa – com sede em Bizâncio, e com o comando do imperador bizantino.
Igreja Católica Apostólica Romana – com sede em Roma e sob a autoridade do Papa.
DECADÊNCIA DO IMPÉRIO
Depois da morte de Justiniano(565), houve muito ataques que enfraqueceram a administração do Império. Bizâncio foi alvo da ambição das cidades italianas.
Sendo que Veneza a subjugou e fez dela um ponto comercial sob exploração italiana.
Essa queda não foi imediato,levou algum tempo, o império perdurou até o séc. XV, quando a cidade caiu diante dos turcos- otomanos, em 1453. data que é usada para marcar o fim da idade média e o início da idade moderna.
As conseqüências da tomada de Constantinopla foram:
O surgimento do grande império Turco-Otomano, que também foi uma ameaça para o Ocidente.
A influência da cultura clássica antiga, preservada em Constantinopla, e levada para a Itália pela migração dos sábios Bizantinos.
Com a interrupção do comércio entre Europa e Ásia, ocorre a aceleração da busca de um novo caminho para o Oriente.
SOCIEDADE E ECONOMIA
O comércio era fonte de renda do império. Sua posição estratégica entre Ásia e Europa serviu de impulso para esse desenvolvimento comercial.
O estado fiscalizava as atividades econômicas por supervisionar a qualidade e a quantidade das mercadorias.
Entre estes estavam: perfumes, seda, porcelana e peças de vidro. Além das empresas dos setores de pesca, metalurgia, armamento e tecelagem.
RELIGIÃO
A religião bizantina foi uma mistura de diversas culturas, como gregos, romanos e povos do oriente.
Mas as questões mais debatidas eram:
Monofisismo: estes negavam a natureza terrestre de Jesus Cristo. Para eles Jesus possuía apenas a natureza divina, espiritual. Esse movimento teve início no século V com auge no reinado de Justiniano.
Iconoclastia: para estes a ordem era a destruição das imagens de santos, e a proibição do uso delas em templos. Com base na forte espiritualidade da religião cristã oriental. Teve apoio no século VIII, com o imperador Leão II, que proibiu o uso de imagens de Deus, Cristo e Santos nos templos e teve forte apoio popular.
Fonte: br.geocities.com/www.wisegeek.com/www.nomismatike.hpg.ig.com.br/www.history.com/www.worldhistory.org
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