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A história do papel está intimamente ligada à da cultura e da ciência.
A centelha que deu início à invenção do papel foi simples, mas extremamente significativa.
O papel também vem sendo utilizado para contar a história da humanidade.
Os humanos tinham uma necessidade urgente: comunicar certas informações uns aos outros por escrito. As informações deveriam ser colocadas em um meio leve e durável que fosse facilmente transportável.
A invenção do papel permitiu que papiros e pergaminhos fossem substituídos por um material mais fácil e, com o advento de novas técnicas de produção, mais barato de fazer.
O advento da mídia digital talvez tenha obscurecido o papel fundamental que o papel desempenhou na difusão do conhecimento: não se deve esquecer que, até algumas décadas atrás, a difusão de qualquer ideia exigia uma folha de papel.
É interessante notar que a primeira definição de papel fornecida pela enciclopédia infantil Treccani na Itália é: “Um material essencial para a divulgação de ideias na vida cotidiana. Ao longo dos séculos, o papel tem feito uma enorme contribuição para o progresso, desde permitir a participação do cidadão na vida democrática até aumentar os níveis de conhecimento e educação. ”
A história do papel refletiu a evolução da sociedade humana ao longo dos séculos: da disseminação do conhecimento científico e filosófico à disseminação da educação até a criação do tipo de consciência política e histórica que deu origem ao moderno Estado-nação.
Tal como é conhecido hoje, o papel remonta à China do século II. Sua invenção foi anunciada ao Imperador Ho Ti pelo oficial da corte Cai Lun (Tsai Lun), no ano 150. Desde então, o invento influencia a vida de bilhões de pessoas desde aquela época.
Por mais de 600 anos, os chineses mantiveram sigilo sobre o primeiro sistema de fabricação de papel, que usava fibras de árvores e trapos de tecidos cozidos e esmagados.
A massa resultante era espalhada sobre uma peneira com moldura de bambu e um pano esticado e submetida ao sol para um processo natural de secagem.
O segredo foi desvendado no ano 751, quando o exército árabe atacou a cidade de Samarcanda, dominada pelo império chinês naquela época. Técnicos de uma fábrica de papel foram presos e levados para Bagdá, onde se começou a fabricar papel, também sem se revelar a técnica. Até que, no século XI, a novidade foi introduzida pelos árabes na Espanha e espalhou-se pelo Ocidente.
Salto importante foi dado por Johannes Gutenberg, em 1440, ao inventar a imprensa e tornar os livros acessíveis ao grande público, o que demandou quantidades maiores de papel.
Durante boa parte de sua história, o papel foi fabricado à mão. Em meados do século XVII, os holandeses começaram a aplicar a força hidráulica para mover grandes pedras que, movidas umas contra as outras, melhor preparavam as fibras para a produção de papel. Chamados de holandesas, esses moinhos são utilizados até hoje.
A primeira máquina para fazer papel foi inventada na França por Nicholas-Louis Robert em 1799. Pouco tempo depois, os irmãos Fourdrinier apresentaram o método de produção contínua de papel, aperfeiçoado na Inglaterra.
A tecnologia foi aprimorada ao longo do tempo. Na segunda metade do século XIX, quando a madeira substituiu trapos na produção de papel, as máquinas Fourdrinier ganharam mudanças importantes.
No Brasil, o papel começou a ser fabricado em 1809, no Rio de Janeiro. E chegou a São Paulo com o desenvolvimento industrial proporcionado pela vinda de imigrantes europeus para trabalhar na cultura do café.
Em sua bagagem, eles trouxeram conhecimento sobre o processo de produção de papel.
Hoje, vários Estados brasileiros produzem diferentes tipos de papel: papelcartão, de embalagens, de imprimir e escrever, de imprensa e para fins sanitários, além dos especiais.
O papel
O papel é um material fino produzido a partir de fibras naturais (ou muito raramente artificiais), pressionadas juntas em uma estrutura sólida depois de serem soltas em água quente.
Esta receita foi estabelecida há mais de 2.000 anos na China Antiga, e desde então mudou muito pouco, apenas sendo potencializada por avanços pontuais da química que ocasionaram a criação de inúmeras variações de tipos de papel. Hoje, usamos papel ao nosso redor, e não apenas para escrever ou pintar nele, mas também como um material muito versátil que pode ser usado em quase qualquer lugar. As culturas asiáticas o utilizam como ingrediente alimentar, interagimos com ele a qualquer momento quando compramos algo nas lojas, materiais de construção para casas e instalações diversas, produtos de limpeza e muito mais.
Papiro: A planta sagrada dos egípcios
Papiro
Hoje em dia, praticamente qualquer árvore pode ser utilizada para produzir a celulose de forma rápida, econômica e sem provocar grandes danos ao meio ambiente.
E a presença do papel no nosso dia-a-dia é tão marcante que seria impossível imaginar a vida sem ele.
Mas nem sempre foi assim.
Antes da invenção do papel, o homem teve que usar de muita criatividade para se expressar por meio da escrita. Na Índia, por exemplo, eram utilizadas folhas de palmeiras.
Os esquimós usavam ossos de baleia e dentes de foca. Na China, os livros eram feitos com conchas e cascos de tartaruga.
Tudo começou a mudar quando os egípcios inventaram o papiro e o pergaminho, por volta de 2200 a.C.
Por sinal, a palavra papel é originária do latim papyrus, nome dado a um vegetal da família Cepareas, uma planta aquática existente no delta do Nilo.
O mais interessante é que os egípcios consideravam essa planta sagrada, porque sua flor lembrava os raios do Sol, divindade máxima para esse povo.
Papel – Produção artesanal
O processo de produção do papiro é relativamente simples.
Primeiro, corta-se o miolo do talo da planta em finas lâminas. Depois de secas em um pano, as lâminas são mergulhadas em água com vinagre, onde permanecem por seis dias para eliminar o açúcar. Novamente secas, elas são colocadas em fileiras horizontais e verticais, umas sobre as outras. Na seqüência, esse material é colocado entre dois pedaços de tecido de algodão e vai para uma prensa por mais seis dias. Com o peso, as finas lâminas se misturam e formam um pedaço de papel amarelado, pronto para ser usado.
Na verdade, o pergaminho era muito mais resistente, pois se tratava de pele de animal, geralmente carneiro, bezerro ou cabra, e tinha um custo muito elevado.
Muito da história do Egito foi transmitida pelos rolos de papiro encontrados nos túmulos dos nobres e faraós. O mais incrível é que, apesar de sua aparente fragilidade, milhares desses documentos chegaram legíveis e em bom estado até os dias de hoje.
Chineses inventam o papel moderno
Provavelmente, o papel já existia na China desde o século II a.C., mas o fato é que, segundo os historiadores, foi um oficial da corte chinesa chamado Tsai Lun Lun quem anunciou oficialmente a invenção, no ano 105 d.C., comunicando sua descoberta ao imperador.
Tsai Lun fragmentou cascas de amoreira, pedaços de bambu, rami, redes de pescar, roupas usadas e cal, para ajudar no desfibramento, em uma tina com água.
Na pasta formada, submergiu uma fôrma de madeira revestida por um fino tecido de seda. Essa fôrma coberta de pasta era retirada da tina. Com a água escorrendo, surgia sobre a tela uma fina folha que era removida e estendida sobre uma mesa.
Essa operação era repetida diversas vezes, e as novas folhas eram colocadas sobre as anteriores, separadas por algum material.
As folhas então eram prensadas para perder mais água e posteriormente colocadas uma a uma em muros aquecidos para a secagem. Essa técnica continua válida até hoje.
Apesar da importante descoberta, a técnica foi mantida em segredo pelos chineses durante quase 600 anos.
Nesse período, o uso do papel estendeu-se pelos quatro cantos do Império Chinês, acompanhando as rotas comerciais das grandes caravanas, mas a difusão da fabricação acontecia de forma lenta.
Por volta do século VI a.C. os chineses começaram a produzir um papel de seda branco próprio para pintura e para escrita. A única diferença para a produção original era a matéria-prima utilizada.
Fabricação de papel feita pelos antigos chineses
Papel
O papel começou a ser fabricado fora da jurisdição árabe, japonesa e chinesa, na Itália, em Fabriano, em 1276.
O papel começou a substituir paulatinamente o pergaminho. Na França, a fabricação iniciou-se em 1348, na Alemanha em 1390 e na Inglaterra, em 1494. Um bom trabalhador não podia fazer mais de 750 folhas por dia. Isso explica o alto valor de todas as peças literárias da época e seu pouco uso.
O processo de fabricação continuou artesanal e moroso até ao séc. XVIII, quando em dezembro de 1798, o francês Louis-Nicolas Robert, patenteou uma máquina para fazer “papel de grande comprimento” ou “fitas de papel”.
Robert, ao inventar a máquina capaz de produzir um papel com 12 a 15 metros de comprimento por cerca de 40 cm de largura, era empregado de um impressor famoso: Didot.
Este comprou-lhe a patente, mas não conseguiu viabilizar inteiramente o invento.
O cunhado de Didot, um inglês, roubou-lhe o desenho da máquina e, de regresso à Inglaterra, comercializou o invento. Dois industriais ingleses, Henry de Fourdriner e seu irmão, aperfeiçoaram o invento transformando-o numa máquina de confecção cilíndrico.
O processo de fabricação foi sendo constantemente aperfeiçoado, sendo que, atualmente, máquinas de papel podem facilmente produzir mais de 1000 metros de papel por minuto e por processos completamente diferentes que aqueles.
A primeira fábrica de papel no Brasil surge com a vinda da família real portuguesa. Localizada no Andaraí Pequeno (RJ), foi fundada entre 1808 e 1810 por Henrique Nunes Cardoso e Joaquim José da Silva. Em 1837 surge a indústria de André Gaillar e, em 1841, a de Zeferino Ferrez
A fabricação do papel em rolos contínuos, já numa escala industrial, iniciou a revolução cultural do Ocidente que revolucionou o mundo e ainda o estamos vivenciando.
A invenção dos tablóides na Inglaterra e nos Estados Unidos se deveu à maior facilidade de produzir papel por volta de 1860, não mais em folhas, mas em rolos enormes.
Só a partir da industrialização do processo de fabricação de papel é que surgiram livros, jornais e revistas, num processo cada vez mais democratizado em que se difundiu desde então, a cultura generalizada, a ciência, a fé, o terror e a publicidade impressa.
Árabes acabam com monopólio chinês
Um pequeno incidente histórico iria acabar definitivamente com o monopólio chinês do papel.
Segundo os historiadores, árabes instalados na antiga cidade de Samarkanda, aos pés das montanhas do Turquistão, aprisionaram dois chineses que sabiam como produzir papel e trocaram o segredo pela liberdade dos prisioneiros, no ano 751 d.C.
A partir daquele momento, a difusão do conhecimento sobre a produção do papel artesanal acompanhou a expansão muçulmana ao longo da costa norte da África até a Península Ibérica, principalmente com o início da produção de papel em Bagdá, em 795 d.C.
A técnica de fabricar papel evoluiu em um curto espaço de tempo com o uso de amido derivado da farinha de trigo para a colagem das fibras no papel e o uso de sobras de linho, cânhamo e outras fibras encontradas com facilidade para a preparação da pasta.
O Papel no Mundo
O papel tem sua história ligada a legitimos e nobres ascendentes. Além das placas de argila, ossos, metais, pedras, peles, o homem escreveu, desenhou, e pintou em papiro, sobre o líber e logo a seguir em pergaminho.
O mais antigo papiro já encontrado data por volta de 2200 a.C., e pertence ao Museu Britânico; o papiro foi o suporte de escrita de uso corrente até os primeiros séculos da era Cristã, em toda Europa, regiões asiáticas, e naturalmente, África, de onde se originou.
O pergaminho tornou-se o principal suporte de escrita durante quase toda a idade Média. Havia ainda o palimpseto, cuja palavra designa o pergaminho já usado e reaproveitado. O fenômeno do reaproveitamento do papiro repetia-se assim, com relação aos pergaminhos.
Com a introdução do papel na Europa, os outros suportes de escrita e desenho desapareceram, restando a lembrança do papiro, na palavra papel, paper, papier.
Foi longa e lenta a rota do papel a partir da sua invenção em 105 d.C. por T’sai Lun.
O papel só conseguiu atingir a Europa 10 séculos mais tarde, por caminhos tortuosos e difíceis. Os árabes o produziam, comercializavam-no, e o transportavam da Ásia pelo norte da África, e de Alexandria, Trípoli e Tunísia, faziam-no chegar à Espanha, e em seguida à França.
Outros países que produzem papel artesanal de maneira rudimentar e ancestral são: Índia, Paquistão, Nepal, Tibet, etc.
Com a descoberta da América, encontrou-se um papel semelhante ao papiro produzido pelos Maias e pelos Aztecas chamado Amatl. O processo de feitura difere do papiro, e é fabricado ainda hoje na cidade de San Pablito, México, e constitui fonte de renda para seu povo.
O Liber, palavra latina, é a entre-casca de árvore usada para fazer papel dando origem a palavra Livro. Era uso escrever-se em folhas de plantas na China, daí a origem da expressão “folha de papel”.
A palavra grega Biblos era a designação feita a várias folhas escritas sobre papiro, originando assim a palavra Bíblia.
O Papel no Brasil
Papel artesanal no século XIX
A primeira fábrica de papel no Brasil entre 1809 e 1810 no Andaraí Pequeno (Rio de Janeiro), foi construída por Henrique Nunes Cardoso e Joaquim José da Silva, industriais portugueses transferidos para o Brasil.
Deve ter começado a funcionar entre 181O e 1811, e pretendia trabalhar com fibra vegetal. Outra fábrica aparece no Rio de Janeiro, montada por André Gaillard em 1837 e logo em seguida em 1841, tem início a de Zeferino Ferraz, instalada na freguesia do Engenho Velho.
O português Moreira de Sá proclama a precedência da descoberta do papel de pasta de madeira como estudo de seu laboratório, e produto de sua fábrica num soneto de sua autoria, dedicado aos príncipes D. João e Dona Carlota Joaquina impresso na primeira amostra assim fabricado.
“A química e os desejos trabalharam
não debalde, senhor, que o fruto é este
outras nações a tanto não chegaram.”
A vinda de Moreira de Sá ao Brasil coincide com as experiências de Frei Velozo em 1809 quando produziu o papel de imbira e experimentava seu fabrico com outras plantas.
Criação da imprensa aumenta demanda
Por volta do ano 1400, os livros, que eram escritos à mão, começaram a ficar cada vez mais acessíveis ao público, aumentando consideravelmente o consumo de papel.
Mas escrever à mão era um processo lento e trabalhoso, tanto para elaborar o original de uma obra como para reproduzi-la. Para isso, os chineses já haviam inventado a xilografia, técnica onde os sinais gráficos eram esculpidos em relevo em pranchas de madeira e aplicados sobre o papel como se fossem um carimbo.
Esse processo chegou à Europa e, em 1455, foi aperfeiçoado pelo alemão Johann Gutenberg (imagem acima), que criou tipos móveis feitos de metal, os quais podiam ser reagrupados para imprimir textos diferentes.
Por essa razão, Gutenberg ficou conhecido como o “Pai da Imprensa”. Sua descoberta aumentou vertiginosamente o consumo de papel.
Em meados do século XVII, os holandeses conseguiram o progresso mais importante na tecnologia da fabricação de papel.
Para driblar o problema da falta de força hidráulica na Holanda, os moinhos de papel passaram a ser acionados pela força dos ventos. No lugar dos moinhos de martelos, passaram a ser utilizadas as máquinas refinadoras de cilindros, batizadas de “holandesas”. Essas máquinas refinadoras faziam, em apenas quatro ou cinco horas, a mesma quantidade de pasta que um antigo moinho de martelo demorava 24 horas para produzir.
Papel – Do século XIX até os dias de hoje
Quando a fabricação de papel cresceu em volume, a procura pela matéria-prima passou a ser um sério problema. Na época, eram usados sobretudo trapos velhos, mas as roupas disponíveis não eram suficientes para atender demanda e os soberanos proibiram as exportações.
Na busca de algo para substituir os trapos, Mathias Koops editou um livro em 1800 que foi impresso em papel de palha. Em 1884, Friedrich G. Keller fabricou pasta de fibras, utilizando madeira pelo processo de desfibramento, mas ainda juntando trapos à mistura. Mais tarde percebeu que a pasta obtida era formada por fibras de celulose impregnadas por outras substâncias da madeira, a lignina.
Procurando separar as fibras da celulose da lignina, foram sendo descobertos vários processos: como o processo sulfato (kraft), processo sulfito, processo de pasta mecânica e processo com soda.
É importante destacar ainda a invenção do papel couché, em 1860.
Papel – Evolução
Papel
A introdução das novas semipastas foi um importante passo na eclosão de novos processos tecnológicos na fabricação de papel.
O uso de máquinas mais velozes (1.200 metros por minuto) e o uso do eucalipto (fibra curta) para a obtenção de celulose foram alguns dos aperfeiçoamentos mais importantes desta evolução tecnológica.
A pasta de celulose derivada do eucalipto surgiu pela primeira vez em escala industrial no início dos anos 1960, e ainda era considerada uma novidade até a década de 70. Hoje, a madeira de eucalipto é a matéria prima mais utilizada na produção nacional de papel e celulose.
O primeiro testemunho histórico da existência do papel situa sua invenção na China, por volta do ano de 105 da era cristã.
Durante o século VIII o uso do produto estendeu-se pela Ásia central e no século XIV foi introduzido pelos árabes no continente europeu, onde a partir de então se instalaram fábricas para sua produção em numerosas regiões. O surgimento da imprensa, que permitiu aumentar a produção de cópias de livros, acelerou o desenvolvimento das técnicas de fabricação de papel.
No século XIX, as diversas variedades de tecidos utilizadas como matéria-prima foram substituídas pela madeira e outras pastas vegetais. A primeira máquina de fabricação de papel foi construída na França no final do século XVIII.
Papel – Tipos de fibras
Além da madeira, outros materiais são empregados como matéria-prima na produção do papel: o próprio papel e o papelão, cujo aproveitamento depois do primeiro uso, num processo conhecido como reciclagem, se estendeu consideravelmente na segunda metade do século XX; outras substâncias de origem vegetal, como o esparto, o bambu e as plantas lináceas; e fibras sintéticas.
Papel – Madeira
A pasta de celulose extraída de troncos de árvores, base das fibras naturais, é a matéria-prima por excelência para a fabricação de papel.
Do ponto de vista das indústrias madeireiras e papeleiras, as espécies arbóreas dos bosques, extremamente variadas, classificam-se em duras e moles. Estas últimas costumam ser mais longas, o que lhes confere maior resistência à fratura, enquanto as madeiras duras proporcionam fibras com menos veios que as primeiras.
O rápido aumento no consumo de madeira para pasta de papel ocasionou uma alteração nos métodos de reflorestamento que afetou tanto a seleção das espécies — com preferência pelas de crescimento rápido, como o pinho e o eucalipto — como as formas de cultivo e os terrenos escolhidos.
Papel – Tecidos
Algodão e fibras de linho foram utilizados como elementos básicos na preparação do papel na antiguidade.
As características das fibras têxteis conferem ao papel alta durabilidade e dureza, além de excelente textura e vivacidade de cor. A finura e a pureza da fibra têxtil, superiores às da celulose, fazem com que o papel delas derivado seja apto para utilização em impressos oficiais, certificados, documentos legais etc. Outros tipos de papel obtidos com base na fibra têxtil são o carbono, o papel-bíblia — muito fino, que costuma ser empregado em edições de luxo de grossos volumes– e o papel de cigarro.
Papelão e papel usado
A crescente demanda de papel multiplica a possibilidade de utilização de papéis usados como fonte de papel virgem. As técnicas de reciclagem, tanto de papel usado como de papelão, evoluíram com rapidez depois da segunda guerra mundial.
São dois os principais sistemas de recuperação: um deles se aplica ao papel impresso e inclui o tratamento da tinta, e o outro para papel de embrulho e papelão, de maior rusticidade e porosidade e sem caracteres impressos.
Outras fibras naturais
As fibras de celulose constituem parte fundamental na composição da maioria das plantas. Algumas delas, por sua morfologia, podem ser utilizadas como matéria-prima na fabricação do papel.
O bagaço da cana-de-açúcar proporciona pastas com alta percentagem de fibras que são aproveitadas para a produção de diferentes tipos de papel usados na América e Ásia. O uso do esparto, que se tornou comum sobretudo na Espanha e no norte da África, declinou notavelmente em outros países europeus a partir de 1950.
Produz-se o papel de esparto em lâminas grossas de superfície rugosa. A abundância de bambu em regiões da China, Índia, Tailândia e Filipinas favoreceu seu uso como fonte de um papel caracterizado pela suavidade ao tato. O cânhamo, o linho e a juta são também fibras naturais muito usadas na produção de papel.
Papel – Processos de preparação
Mesmo com a mecanização da indústria, cada etapa da produção do papel manteve seus processos tradicionais, que podem ser assim ordenados:
1) preparação de uma suspensão de fibra de celulose, que é agitada na água até que as fibras se separem e se saturem de líquido
2) filtragem da pasta de papel numa tela trançada para formar a lâmina de fibra
3) preparação da lâmina úmida e posterior secagem
4) eliminação por evaporação da água ainda restante
5) tratamento final que, em função do tipo de papel que se pretende obter, consiste na compressão da lâmina seca de papel e eventual impregnação com diferentes substâncias e tinturas.
Nas indústrias modernas, a polpa, depois de batida em uma máquina, recebe uma mistura já processada de lã, trapos, linho e papel velho.
Um moinho axial encarrega-se de misturar aditivos minerais e remeter o conjunto a um tanque misturador, onde são adicionados aglutinantes, estabilizadores, aditivos e mais água.
A massa homogênea assim obtida é enviada a um cilindro marcador de linha d’água e passa depois por uma sucessão de bobinas de feltro, para eliminação da água, e de cilindros aquecidos, para secagem por evaporação. Finalmente se fazem a calandragem, o corte e a bobinagem.
O processo de fabricação manual do papel é mais simples.
Depois das operações de mistura descritas para o processo industrial, coloca-se a massa sobre telas de arame, num tanque, para eliminação da água. Em seguida é feita a prensagem e secagem por evaporação do papel.
Atualmente, utiliza-se o processo manual apenas para fabricação de papéis especiais, alguns de grande beleza, caracterizados pelas marcas dos fios do tear, ou vergaturas, e pelo esgarçamento das margens em pequenas folhas.
Esse tipo de papel destina-se em geral à impressão de gravuras de buril ou água-forte, ou para execução de outros trabalhos artísticos, como desenhos e aquarelas.
Os processos industriais de produção de papel geralmente têm lugar em fábricas instaladas em países e regiões de tecnologia avançada. Em conseqüência, registra-se um importante comércio internacional de pastas vegetais entre países que possuem amplas reservas florestais e países industrializados.
Entre os que tradicionalmente lideram a produção de papel destacam-se Estados Unidos, Japão e Canadá.
Propriedades e usos
Dada a ampla variedade de aplicações do papel, suas propriedades variam consideravelmente de um tipo para outro. Em geral, a dureza depende da classe e do comprimento da fibra que forma a pasta, da qualidade do material interfibrilar e da estrutura e formação das lâminas. Associada à dureza, encontram-se a resistência e a durabilidade, também altamente variáveis.
Suas principais propriedades ópticas são o brilho, que depende do acetinado; a cor, obtida nos tratamentos químicos; e a opacidade, que varia de acordo com os processos de fabricação.
A classificação dos tipos de papel pode ser feita segundo diversos critérios, que habitualmente se relacionam a sua aplicação. Assim, catalogam-se os papéis para impressão em folhas que, destinadas à impressão com máquina, como no caso dos jornais e livros, apresentam superfície áspera e imprópria para escrita manual; acetinados, submetidos previamente à operação de calandragem ou passagem por cilindros que os tornam lisos e brilhantes, aptos para emprego na escrita; e as cartolinas, de maior espessura e diversas qualidades que permitem seu uso tanto na escrita como para envoltórios de melhor qualidade.
Entre os diversos tipos úteis de papel cabe citar o papel-moeda, feito de fibras têxteis e destinado à fabricação de dinheiro; o papel-carbono, empregado para cópias diretas por pressão; o papel pintado, usado em decoração para forrar paredes; o papel-filtro, muito poroso, usado para filtrar líquidos e na fabricação de coadores de café descartáveis; o papel crepom, enrugado, usado na confecção de flores artificiais e outros enfeites; o papel fotográfico, que tem uma das superfícies coberta de substância fotossensível, usado para cópias fotográficas; e o papel vegetal, transparente, usado para projetos arquitetônicos.
A história do papel: origens chinesas
Fontes históricas atribuem a invenção do papel a Cai Lun, um dignitário servindo à corte imperial chinesa que, em 105 dC, começou a produzir folhas de papel com pedaços de trapos velhos, cascas de árvores e redes de pesca. Os chineses guardaram o segredo da fabricação de papel por muitos séculos até que, no século 6, sua invenção foi trazida ao Japão pelo monge budista Dam Jing.
Os japoneses aprenderam imediatamente as técnicas de fabricação de papel e começaram a usar polpa derivada da casca da amoreira para produzir eles próprios esse precioso material.
O papel como meio de comunicação de massa
A fabricação industrial do papel teve início no século 19 com a expansão dos jornais de grande circulação e dos primeiros romances campeões de vendas, que demandavam enormes quantidades de celulose barata. Em 1797, Louis Nicolas Robert criou a primeira máquina Fourdrinier, que era capaz de produzir uma folha de 60 cm de comprimento. Como a demanda por trapos para a fabricação de papel superou a oferta, materiais alternativos foram procurados, como a polpa de madeira. Com o desenvolvimento de novas técnicas de extração de fibras de árvores, o preço do papel caiu drasticamente e logo se tornou um produto de consumo em massa. Só na Grã-Bretanha, a produção de papel disparou de 96.000 toneladas por ano em 1861 para 648.000 toneladas em 1900.
Mais uma vez, a história do papel e a história da humanidade estiveram intimamente ligadas: com a disseminação do papel barato, os livros e jornais tornaram-se acessíveis a todos, levando a uma explosão da alfabetização entre as classes médias. Mas foi só na virada do século que o papel seria empregado para outros usos, como papel higiênico e papel de embrulho, brinquedos e decoração de interiores.
O impacto ambiental do papel e as escolhas ambientais
A fabricação de papel usa uma quantidade significativa de recursos naturais: entre 2 e 2,5 toneladas de madeira e 30-40 metros cúbicos de água são necessários para fazer uma tonelada de papel. Além disso, eletricidade e gás metano são necessários para alimentar as máquinas industriais utilizadas nas várias fases de produção e, dependendo do tipo de papel, uma série de aditivos químicos poluentes. É por isso que, sempre que possível, é importante escolher papel sustentável ou reciclado para reduzir o impacto ambiental da produção de papel.
A FABRICAÇÃO DO PAPEL – MÉTODO ATUAL
Papel
A fabricação do papel, tal como foi feita inicialmente por Ts’Ai Lun consiste essencialmente de três etapas principais, partindo-se da matéria-prima que pode ser a celulose, pasta mecânica ou reaproveitamento de papéis usados.
As quatro etapas são:
Preparação da Massa
Formação da folha
Prensagem
Secagem
Dependendo do uso que terá o papel, há uma série de tratamentos especiais antes, durante ou depois de sua fabricação.
Assim, se o papel se destina à escrita ele deve ser um pouco absorvente para que se possa escrever nele com tinta, ou um pouco áspero para o uso de lápis, mas ele não pode ser tão absorvente como um mata-borrão.
Para isso, recebe um banho superficial de amido durante a secagem, além de se adicionar breu durante a preparação de massa.
Se o papel deve ser resistente a certos esforços, a celulose deverá sofrer um tratamento de moagem chamada “Refinação”.
A primeira etapa da fabricação de papel consta de:
Desfibramento para soltar as fibras numa solução de água
Depuração destinada a manter a pasta livre de impurezas
Refinação que dará as qualidades exigidas ao papel através da moagem das fibras
Na preparação da massa outras operações são levadas a efeito:
Tingimento: são colocados corantes para se obter a cor desejada.
Colagem: é a adição do breu ou de colas preparadas
Correção do pH: (acidez ou alcalinidade) normalmente a celulose está em suspensão em água alcalina, cuja alcalinidade deve ser parcial ou totalmente neutralizada com sulfato de alumínio, que também vai ajudar na colagem e tingimento.
Aditivos: colocação de outros ingredientes para melhorar a qualidade do papel
A segunda etapa da fabricação do papel é a formação da folha, feita através da suspensão das fibras de celulose em água, e que é colocada sobre uma tela metálica.
A água escoa através da tela e as fibras são retiradas formando uma espécie de tecido, com os fios muito pequenos e trançados entre si.
A formação da folha poderá ser feita através de várias formas:
Manual: onde a tela é simplesmente uma peneira
Mesas Planas: a tela metálica apóia-se sobre roletes e é estendida, para formar uma área plana horizontal. Esta tela corre com velocidade constante e recebe na parte inicial do setor plano, a suspensão das fibras, a água escoa através da tela deixando as fibras
Cilíndrica: a tela metálica recobre um cilindro, que gira a velocidade constante em uma suspensão de fibras, a água atravessa a tela dentro do tambor e é daí retirada; as fibras aderem à tela, formando uma folha que é retirada do tambor por um feltro.
A terceira etapa é a prensagem, na qual a folha é submetida a pressões hidráulicas dos rolos prensas acaba removendo mais uma quantidade de água tornando-se assim mais resistente.
A última etapa é a passagem por cilindros secadores, nos quais a folha é submetida à superfície aquecida dos cilindros e, com isso, a água é evaporada. A folha atinge valores de umidades da ordem de 5%.
Feitas essas operações e o corte no tamanho desejado, o papel está pronto para uso.
Fonte: www.pixartprinting.co.uk/www.bracelpa.org.br/bancasantarosa.com/www.ksronline.com.br/www.historyofpaper.net
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