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Quando a música hip hop se desenvolveu pela primeira vez no final dos anos 1970, poucas pessoas sabiam sobre ela.
Foi criado nos bairros mais pobres da cidade de Nova York por adolescentes afro-americanos e latinos como parte de uma cena de hip hop que também produzia breakdance e grafite.
Muitos desses jovens estavam desempregados, mas alguns encontraram trabalho como DJs em discotecas onde aprenderam técnicas de DJ, como usar dois toca-discos e um mixer de DJ para tocar discos sem parar.
Às vezes, eles também tocavam em festas gratuitas de quarteirão em seus bairros, onde tocavam funk e disco sem parar e pediam a um amigo para ser seu MC.
O MC apresentaria o DJ e encorajaria todos a dançar e se divertir. Alguns MCs tentaram ser mais divertidos falando no tempo da batida da música e usando rimas, e com isso inventaram o rap.
Hip Hop – O que é
Atualmente, o rap é um estilo musical bastante conhecido e difundido no Brasil. A forma cadenciada da batida que o acompanha (beat), e as palavras cantadas de forma encaixada (flow), conquista cada dia mais jovens pelo país, e até ganhou espaço na grande mídia.
Mas você sabia que o rap é só uma parte de um grande movimento chamado Hip Hop?
O hip hop é mais do que música; é um movimento cultural que incorpora diferentes elementos de arte. Quatro elementos fundamentais caracterizam a cultura hip hop.
Os quatro pilares principais originais do hip hop incluem DJing/turntablism, MCing/rap, B-boying/break e arte visual/graffiti.
Essas formas de expressão também se desenvolveram em outras subculturas com legados duradouros.
A interseção desses quatro elementos também gerou uma revolução cultural que rapidamente se espalhou pelo globo.
A influência global da cultura hip hop moldou estilos musicais, moda, tecnologia, arte, entretenimento, linguagem, dança, educação, política, mídia e muito mais. Até hoje, o hip hop continua a ser um fenômeno global, desenvolvendo novas formas de arte que impactam a vida de novas e velhas gerações.
Hip Hop – Origem
Da esquina da rua ao palco mundial, o hip hop se tornou um dos gêneros musicais e influências culturais mais proeminentes do mundo.
O Hip Hop como cultura ou movimento cultural, surge na década de 70 nos Estados Unidos, após os conflitos raciais no país, e o de movimentos como o Partido dos Panteras Negras, e a imigração de jovens jamaicanos, trazendo a cultura dos Sound System para os guetos de Nova York, precisamente no Bronx. Apareceu como um movimento de cultura juvenil, unindo elementos dos jovens negros latino-americanos nos guetos e centros urbanos.
Nessa época as ruas do Bronx eram as mais esquecidas pelo poder público, grande parte das casas e construções destruídas ou condenadas. O lugar acabou se tornando um cenário de gangues, conflitos, viciados em drogas e o crime operando fortemente. Em meio a esse cenário, jovens buscavam formas de sobreviverem e diversão através da arte. Numa dessas buscas por diversão, o jamaicano Clive Campbel, conhecido como, DJ KoolHerc, fez uma blockpartie (festas de bairro) para comemorar o aniversário de sua irmã, e acabou por agregar elementos que viriam a ser conhecidos como estruturantes na cultura Hip Hop. DJs, Rap, Grafite e Break.
Em novembro de 1973, percebendo o potencial de diálogo dessa nova cultura que estava se estabelecendo, AfrikaBambaata funda a Zulu Nation, uma organização com objetivo de auto-afirmação de jovens, que tinha por objetivo promover o combate da violência estabelecida, através da arte dos quatro elementos do Hip Hop, para o lema Paz, União e Diversão.
Hip Hop
Origem da cultura hip hop
Hip Hop
O hip hop é uma subcultura e um movimento artístico que surgiu no Bronx, na cidade de Nova York, no início dos anos 1970. Seu desenvolvimento refletiu os efeitos negativos do declínio pós-industrial, do discurso político e de uma economia em rápida mudança.
Olhando para trás, para a cidade de Nova York durante esta época, vemos um colapso econômico.
A economia da cidade estava desmoronando devido ao declínio da indústria de manufatura e construção da via expressa Cross Bronx.
Grande parte da classe média branca mudou-se para os subúrbios para escapar dos desafios sociais e econômicos. A migração mudou a demografia e comunidades segregadas.
As condições pioraram em bairros predominantemente povoados por afro-americanos, porto-riquenhos e imigrantes caribenhos. O desespero urbano também trouxe aumento do crime, violência de gangues e pobreza.
Consequentemente, as empresas fecharam suas portas, fazendo com que muitas oportunidades econômicas e fontes de entretenimento evaporassem. Como resultado, os jovens urbanos voltaram-se para as ruas em busca de recreação e auto expressão. Os prédios e estacionamentos abandonados preparam o cenário para festas de bairro.
Essas festas de bairro lançaram as bases para tudo o que está associado aos primórdios da cultura hip hop. DJs e MCs trouxeram a música criando “sistemas de som” móveis introduzidos pela cultura jamaicana.
Folhas de papelão viraram pistas de dança para dançarinos de break e paredes de tijolos se transformaram em telas para grafite.
Uma nova era estava surgindo, alimentada por sentimentos de raiva, sofrimento e abandono. No entanto, o movimento hip hop emergente transformou o desespero e as barreiras raciais em inúmeras saídas criativas.
Também se tornou uma forma de lidar com a violência.
Hip Hop – Brasil
No Brasil, o movimento aparece cerca de 10 anos depois, na década de 80, absorvido pelos jovens negros paulistanos, que utilizavam os elementos do Hip Hop para expressar demandas sociais e vivências.
Anterior aos anos 90, o Hip Hop no Brasil ganhou força principalmente com o b-boys e b-girls, que expressavam sua arte através do break. Posteriormente, na década de 90 foi onde principalmente o estilo Gangsta Rap ganha força nas periferias brasileiras, vai ocupando espaços além das festas e se torna ponto de partida para pensar as relações sociais.
Muitos grupos de rap ou coletivos de Hip Hop foram ganhando forma e força, ocupando espaços inicialmente negados. Por fim, é importante evidenciar que o Hip Hop pode dialogar com as massas, principalmente atuando desenvolvimento intelectual e crítico dos seus participantes, e ser uma potente ferramenta de acesso a conteúdos de formação para a juventude.
Fonte: Ana Rosa Calheiro Luz
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