História
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O regresso de Agamenon
Nada restava de Tróia quando se fizeram os gregos à vela, de volta para sua pátria; nada, a não ser pedras tostadas pelo fogo enegrecidas pelo fumo e paredes derruídas. Estavam as naus carregadas de espólios e de prisioneiros.
De toda a raça de Príamo somente Heleno, de seus filhos, e Cassandra, de suas filhas, se salvaram com vida. Polixena tinha sido morta por Pirro, sobre o túmulo de seu pai Aquiles. O filho de Heitor (Astianax) tinha sido arrojado do alto do parapeito para se despedaçar no sopé rochoso da muralha da cidadela. Andrômaca, mãe do menino, foi levada por Pirro; Cassandra, por Agamenon.
Coube a Rainha Hécuba a Ulisses, a quem odiava mais que a qualquer outro ser humano. Em sua viagem de regresso desembarcou Ulisses no litoral da Trácia, aos cuidados de cujo rei, Polimnestror, ficara o pequeno filho de Príamo e Hécuba. Aquele rei traiçoeiro, entretanto, tinha matado o menino, e Hécuba chegou a tempo de ver o corpo de seu filho morto boiar ao sabor das ondas.
Precipitou-se então pelo palácio de Polimnestor adentro e o teria matado, não tivessem os guardas acorrido para defendê-lo. Expulsaram-na, e dizem alguns que, ao correr, transformou-se em cadela, precipitando-se nas águas do mar.
Pouco tempo depois desencadeou-se um temporal no qual se perderam muitas naves gregas. Fora a tempestade enviada por Atena, para destruir um homem chamado Ajax, que apelidaram de Locriano para o distinguir do filho de Telamon.
Durante o saque de Tróia, Ajax havia profanado o templo de Atena, e tão encolerizada ficara a deusa que pediu de empréstimo os raios de seu pai Zeus e os vendavais e tempestades de Posseidon, para aniquilar Ajax, o lócrio. Foi o navio em que este viajava atingido por um raio e reduzido a destroços, conseguindo porém Ajax alcançar a nado uma rocha que emergia da superfície do mar.
Soltou ele então uma gargalhada e, brandindo o punho fechado para o céu, gabou-se de se ter salvado apesar dos deuses. A este desafio respondeu Atena com seu poderio esmagador; um raio fulminou o rochedo, sendo Ajax tragado pelo mar enfurecido.
Ao longo da costa rochosa da grande ilha de Eubéia a tempestade açoitava e bramia, arrojando um barco depois do outro contra os perigosos arrecifes. Reinava na ilha o Rei Náuplio, pai de Palamedes; com cruel satisfação contemplava as naus se despedaçarem contra os escolhos, e ria-se porque se achava, assim, vingado do assassínio de seu filho.
Mandou acender fogos despistadores para atrair mais navios à sua perda, com promessas ilusórias de segurança; e esperava com ansiedade que a nau de Ulisses viesse espatifar-se contra os penedos. Ulisses, porém, afastou se daquela costa perigosa. Ficou Náuplio tão enraivecido de vê-lo escapar, que se atirou ao mar do alto de um penhasco. Tão entranhado era seu ódio pelos gregos que fizera tudo o que pudera para indispor contra eles os seus próprios parentes. Quando Idomeneu, o mais cavalheiresco de todos os guerreiros gregos, retornou para o seu reino na ilha de Creta, descobriu que o Rei Náuplio tinha atraído em prol de sua causa o amigo a quem Idomeneu confiara seu reino e sua mulher.
O nome deste homem era Leuco, e lhe tinha sido prometida a filha de Idomeneu, para se casarem quando terminasse a guerra de Tróia. Influenciado por Náuplio, ele tinha matado a mulher do rei e sua filha, apoderando-se do trono de Creta. Idomeneu foi exilado de seu país e viveu o resto de seus dias no desterro.
Tal era a beleza de Helena – e o poder de sua protetora, a deusa Afrodite – que, ao encontra-la em Tróia, sentiu Menelau sua antiga paixão renascer, perdoando-lhe o mal que tinha feito. Mas ele, também, foi colhido pela tempestade que causou a morte de Ajax; sua nau desgarrou-se, distanciando-se para o sul, naufragando nas costas do Egito. E foi por caminhos árduos e desviados que ele e Helena, afinal, voltaram para Esparta.
De todos os reis e chefes da expedição foi Agamenon o único que atingiu o continente grego facilmente e sem percalços. Fogueiras foram acendidas no alto das colinas para anunciar sua chegada, e mensageiros precederam-no no caminho de Micenas para noticiarem a sua vitória e a queda de Tróia.
Agamenon contemplou com satisfação e orgulho as carradas de despojos aguardando transporte para Micenas, e pensava como lhe seria agradável passar o resto de seus dias pacificamente, na ociosidade e na segurança de seu lar, em companhia da esposa Clitemnestra e de seus filhos.
Cassandra, entretanto, implorava-lhe que não voltasse já para Micenas.
– Se for para lá, dizia-lhe ela, encontrará a morte às mãos de sua mulher.
Agamenon, porém, se contentava em rir do que ela dizia.
– Por que razão haveria minha, mulher de me querer matar? perguntou. Não volto eu para casa vitorioso? E não será ela a rainha mais rica e poderosa do mundo?
Ouvindo isto, Cassandra baixou a cabeça, pois sabia, que suas profecias estavam fadadas ao descrédito, muito embora fossem verdadeiras.
Por menos que Agamenon o acreditasse, sua mulher Clitemnestra temia, realmente, o seu retorno.
Não lhe perdoava a perda de sua amada Ifigênia e, à medida que seu ódio por Agamenon crescera, mais se aproximara de seu primo Egisto, que Agamenon nomeara regente do reino durante sua ausência. De Egisto tivera uma filha chamada Erígone.
O receio do que faria Agamenon quando viesse a saber disto, assim como o ódio que tinha do marido, por causa da morte de Ifigênia, incitou em seu coração a resolução desesperada de eliminá-lo e fazer de Egisto seu esposo e Rei de Micenas.
Concordou Egisto com este plano e foi ao encontro de Agamenon quando este desembarcou, viajando juntos para Micenas.
Conseguira Egisto atrair à sua causa muitos rapazes que não tinham tomado parte na guerra de Tróia por serem demasiado jovens. Organizou uma grande festa em honra de Agamenon, para a qual convidou todos os seus partidários. Quando, em meio da noite, a festa atingia o auge, estando todos sob os efeitos de abundantes libações, Egisto deu o sinal combinado.
No mesmo instante todos os jovens que se achavam na sala do festim arremessaram-se sobre os guerreiros recém-chegados, trucidando-os.
Ergueu-se Clitemnestra de seu trono, onde estava sentada ao lado de Agamenon, matando com as próprias mãos o marido e Cassandra. Proclamou em seguida a Egisto seu senhor e Rei de Micenas, distribuindo uma parte do tesouro de Tróia entre os que participaram da chacina.
Pouco tempo depois casaram-se Clitemnestra e Egisto, aceitando Micenas pacificamente o novo reinado.
Porém, todos sabiam que Orestes, filho de Agamenon, ainda estava vivo e que nunca se sentiriam seguros em seu trono o novo monarca e sua traiçoeira, rainha.
Nas mãos de Orestes repousava agora o dever de vingar o assassínio de seu pai. Egisto teria eliminado também Orestes, não tivesse o menino sido escondido por sua irmã Electra e enviado para a Fócida, fora do alcance do seu cruel padrasto.
Era a rainha da Fócida irmã de Agamenon e seu marido, o Rei Estrófio, concordou de bom grado em proteger e educar Orestes, até ele atingir a idade viril.
Orestes foi, pois, educado na companhia de seu primo Pilades, que se tornou seu amigo certo e companheiro de todos os instantes; enquanto isto vivia Electra escondida em Micenas, à espera do dia em que fosse vingada a morte de seu adorado pai.
Desta maneira foi o conquistador de Tróia derrotado na hora do triunfo, e levado á morte pelo engodo e a traição. Mais um membro da raça de Pélops caía assim vitimado pela maldição do esquecido auriga Mirtilo.
Máscara fúnebre também conhecido como “Máscara de Agamenon” Museu Arqueológico Nacional de Atenas
A Máscara de Agamenon, que foi descoberto por Heinrich Schliemann em 1876 em Micenas
Agamenon – Personagem
Personagem histórica que a tradição cercou de lendas, Agamenon figura na Ilíada, de Homero, como um soldado valoroso, digno e austero.
Agamenon, filho de Atreu e Aérope, foi rei de Micenas ou Argos no chamado período heróico da história grega. Ele e seu irmão Menelau esposaram as filhas do rei de Esparta, Clitemnestra e Helena.
Quando Páris, filho do rei de Tróia, raptou Helena, Agamenon recorreu aos príncipes da Grécia para formar uma expedição de vingança contra os troianos, o tema da Ilíada.
No porto de Áulis (Áulide), sob a chefia suprema de Agamenon, reuniu-se uma frota de mais de mil navios com enorme exército.
No momento de partir, porém, foram impedidos por uma calmaria. Isso se devia à interferência de Ártemis, deusa da caça, enfurecida por Agamenon ter abatido um cervo em um de seus bosques sagrados.
A deusa só se aplacaria com o sacrifício de Ifigênia, uma das filhas do violador. Durante o rito, Ártemis aplacou-se e substituiu-a por uma corça, mas levou Ifigênia consigo. A frota partiu e durante nove anos os gregos sitiaram Tróia, tendo sofrido pesadas baixas.
No décimo ano, Agamenon despertou a cólera de Aquiles, rei dos mirmidões, ao tomar-lhe a escrava Briseida.
Aquiles retirou-se com seus soldados e, só quando os troianos mataram seu amigo Pátroclo, consentiu em voltar à luta, o que resultou na queda de Tróia.
Cassandra, irmã de Páris que coube a Agamenon como presa de guerra, em vão alertou-o para não retornar à Grécia. Em sua ausência, Clitemnestra, inconformada com a perda da filha, tramara sua morte com o amante Egisto.
Quando o marido saía do banho, atirou-lhe um manto sobre a cabeça e Egisto assassinou-o. Ambos mataram também seus companheiros e Cassandra.
Orestes, filho mais velho de Agamenon, com a ajuda da irmã, Electra, vingou o crime, matando a mãe e Egisto.
Os átridas, como eram chamados os integrantes da família de Agamenon, inspiraram grandes tragédias, desde a Grécia antiga (Ésquilo, a trilogia Oréstia; Sófocles, Electra; Eurípides, Electra) até os tempos contemporâneos (Eugene O’Neill, O luto assenta bem em Electra; Jean-Paul Sartre, As moscas).
Fonte: www.lunaeamigos.com.br/www.nomismatike.hpg.ig.com.br
Agamenon
Segundo a mitologia grega, Agamenon era o rei de Micenas, um reino do lendário Grécia.
O líder dos gregos na Guerra de Tróia, ele é uma das figuras centrais na Ilíada, poema épico de Homero sobre a guerra.
Escritores gregos geralmente retratam Agamenon como corajosa, mas também como arrogante e excessivamente orgulhoso, falhas que, por vezes, causa-lhe o infortúnio e, eventualmente, levar à morte.
A história de Agamenon é muitas vezes visto como um aviso sobre os perigos do excesso de confiança.
Agamenon – Mitologia Grega
Na mitologia grega era Agamenon, filho de Atreu Rei e Rainha Mérope de Micenas, o irmão de Menelau, marido de Clitemnestra, e pai da Electra e Orestes.
Lendas míticas fazer dele o rei de Micenas ou Argos, pensado para ser nomes diferentes para a mesma área.
Quando Helena, esposa de Menelau, foi raptada por Paris de Tróia, Agamenon comandou as Forças Armadas dos Estados gregos na Guerra de Tróia que se seguiu.
Agamêmnon – Ésquilo
A tragédia tem 1673 versos e constitui a primeira parte da Orestia, a famosa tetralogia de Ésquilo que recebeu o primeiro prêmio no concurso de458 a.C. em Atenas.No plano poético e dramático a Orestia constitui uma verdadeira sinfonia em três movimentos. R. Dreyfus
A Orestia era formada por uma trilogia trágica interligada, a única que chegou praticamente intacta aos nossos dias, e pelo Proteus, um drama satírico que se perdeu. A outras peças da trilogia são, pela ordem, As Coéforas e As Eumênides.
Argumento
Ao longo da trilogia, a lenda dos Átridas é relatada desde a morte de Agamêmnon até a absolvição de Orestes pela morte dos assassinos do pai. Agamêmnon, a primeira peça, conta a morte do rei logo depois da queda de Tróia.
Tendo retornado vitorioso a Argos (Micenas), Agamêmnon é recebido pela esposa, Clitemnestra, com falsas demonstrações de respeito e devoção; Cassandra, a princesa troiana cativa que o acompanhava, prevê a morte de ambos. Depois de entrar no palácio, com efeito, Cassandra é assassinada e Agamêmnon, morto à traição pela própria Clitemnestra, e com a ajuda de Egisto.
Personagens do drama:
VIGIA: Um dos soldados de Argos (Micenas).
CORO: de velhos de Argos.
CLITEMNESTRA: Filha de Tíndaro, esposa de Agamêmnon, amante de Egisto.
ARAUTO: de Agamêmnon.
AGAMÊMNON: Filho de Atreu, marido de Clitemnestra, primo de Egisto, rei de Argos (Micenas).
CASSANDRA: Filha de Príamo, ex-princesa troiana, atualmente escrava de Agamêmnon.
EGISTO: Filho de Tiestes, primo de Agamêmnon, amante de Clitemnestra.
Mise en Scène
A cena se passa em Argos (Micenas), diante do palácio dos átridas.
O cenário era uma pintura colocada diante da cena, no fundo da orquestra, representando a entrada do palácio (frontão e duas colunas); a entrada, aberta, permitia a passagem dos atores que saíam do palácio e deixava entrever parte do seu interior. O vigia aparecia atrás do teto do “palácio”, sobre uma plataforma escondida pela pintura; Agamêmnon e Cassandra entravam em cena trazidos por um carro.
O papel de Clitemnestra cabia ao protagonista, o de Cassandra ao deuteragonista e os de Agamêmnon e Egisto ao tritagonista; o arauto, sem dúvida, era representado pelo deuteragonista.
Fonte: www.feranet21.com.br
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