O Inventor e a Primeira Empresa Aplicadora
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Em 1911, mais precisamente em 29 de Março, o Agente Florestal Alemão Alfred Zimmermann recebeu o “Diploma de Inventor da Aviação Agrícola” pelos trabalhos de aplicação aérea sobre florestas pulverizando Cal para controle de lagartas.
Em 1921, Neillie & Houser polvilharam Arseniato de Chumbo em florestas para controle de lagartas no Estado de Ohio, EUA.
Em 1922 – Primeiro Vôo Agrícola na Cultura do algodão – Luisiana – EUA.
Curtiss JN4 Jenny – 1922
Em 1923 foi criada a primeira empresa aérea aplicadora de defensivos agrícolas: Huff – Daland Dusters Incorporate, EUA.
Primeira Empresa Aérea Aplicadora
Décadas de 20 e 40
Nas décadas de 20 e 40 nada foi feito para o aperfeiçoamento das aeronaves agrícolas. Os equipamentos de aplicação eram tambores e mangueiras bastante rústicos instalados nos aviões. Nessa época predominavam os biplanos de treinamento militar, de grande manobrabilidade, grande capacidade de carga e fácil manutenção.
Após a década de 40, mais precisamente após a Segunda Grande Guerra Mundial, aconteceu a explosão da aviação agrícola nos EUA, quando começou acontecer o aperfeiçoamento dos equipamentos de aplicação, primeiramente devido ao grande desenvolvimento da agricultura e as necessidades do controle fitossanitário e também pelos problemas de infestação de gafanhotos, malária e incêndio florestais. Nessa época eram utilizados os aviões Stearman e Piper J3.
Muitos pilotos da aviação de caça, depois da guerra, tornaram-se pilotos agrícolas.
Piper J3 C65 – 1946
Stearman 75 Kaydet
Após a 2a Guerra Mundial cerca de 4.000 unidades do Stearman foram convertidas para trabalho agrícola.
Stearman PT-17
“(…) nos anos 50 (…) voávamos em Stearmans de cockpit aberto, sem indicadores de velocidade, e com uma placa de plástico, plana, de 4 polegadas, a servir de para-brisas. Desenvolvíamos forte musculação no pescoço segurando a cabeça contra o vento.” (Jim Newman, referindo-se ao trabalho de crop-dusting)
AG1 – O Primeiro Avião Agrícola
Graças ao avião agrícola AG-1, concebido no início dos anos 50 por Fred Weick e a sua equipe de pesquisa na Texas A&M, uma nova gama de aviões para aplicações aéreas foi disponibilizada no final dos anos 50 pela Piper, Grumman e Snow.
AG-1
Protótipo AG-1, nas fotos abaixo, foi a primeira aeronave projetada e construída para a aplicação aérea, com todos os requisitos de eficiência e segurança. Este projeto serviu de base para todos os projetos de aeronaves comerciais.
O primeiro vôo foi realizado no dia 1o de Dezembro de 1950, na Texas A&M University, EUA.
AG-1
AG-1
A Transland Aircraft (USA), divisão da Hi-Shear Rivet Tool Company, fabricante, desde o início dos anos 50, de equipamentos para a aviação agrícola construíu em 1953 o AG-1, seguido em 1956 do AG-2 utilizando componentes do Vultee BT-B (da Stinson).
AG-2
Após a década de 50, muitos fabricantes surgiram construindo milhares de aviões agrícolas de todos os tipos e modelos.
Por exemplo, o Grummam “Ag-Cat”, começou a ser fabricado em 1958 e entre os anos de 1959 e 1993, foram fabricados 2.646 aeronaves agrícolas Ag-Cat.
Ag-Cat
O grande sucesso dos Piper J3 e dos Piper Cub, utilizados como aplicadores de agroquímicos após a Segunda Guerra, impulsionaram a fabricação dos Piper Pawnee PA-25. Entre os anos de 1957 e 1972 mais de 4.400 equipamentos foram fabricados.
Após o sucesso do PA-25, desenvolveram o modelo Brave PA-36, que somente no ano de 1981 foram comercializados mais de 1.000 aeronaves.
Piper Cub
Piper Cub
Pawnee PA-25
Pawnee PA-36 Brave
O Avião Agrícola Snow
Leland Snow em 1951 começou a desenvolver o avião agrícola S-1.
Os primeiros testes de vôo aconteceram em 1953, e a sua produção desenvolveu-se em Harlingen.
Leland Snow
O S-1 desenvolveu trabalhos de aplicação no Texas até 1957, depois foram desenvolvidos os modelos S-2 e S-2B produzidos em Olney no Texas.
Snow S-1
Snow S2-A
Snow S2-B
Mais de 2.000 Snow foram fabricados e em 1965 Leland Snow vendeu sua companhia para a empresa Rockwell. Como Vice-Presidente da divisão Aero-Comander da Rockwell desenvolveu o S-2R que posteriormente foi rebatizado de Thrush.
Leland Snow demitiu-se da Rockwell em 1970. Em 1972 começou a produzir o modelo Air Tractor 300, desenhado e desenvolvido por ele nos dois anos anteriores. Em 1977 começou a ser produzido o primeiro Air Tractor turbinado designado AT-302.
Atualmente, os modelos Air Tractor e Aryes Thrush são considerados as mais completas e avançadas aeronaves agrícolas, desenvolvendo aplicações de agroquímicos em todo o mundo.
Air Tractor 802 (1.300 hp)
Aryes 660 Thrush (1.230 hp)
Aviação Agrícola nos E.U.A.
Atualmente, no mundo existem aproximadamente 24.000 aeronaves agrícolas, sendo que a sua maior parte opera nos E.U.A. e Russia.
Aproximadamente 375 novas aeronaves agrícolas são produzidas por ano nos E.U.A.e aproximadamente 300.000.000 de acres são aplicados pela aviação agrícola.
Mais que 65% de todo o agroquímico utilizado na proteção de culturas nos E.U.A. é aplicado com aeronaves agrícolas. Em toda a nação, existem aproximadamente 8.000 aeronaves dedicadas ao uso agrícola. Helicópteros agrícolas representam 9% do total dos vôos.
Aviação Agrícola no Brasil
Décadas de 40 e 50
Em 1947 foi realizado o primeiro vôo agrícola no Brasil, mais precisamente em Pelotas, no Rio Grande do Sul. O Engenheiro Agrônomo Leôncio Fontelle e o Piloto Clóvis Candiota aplicaram produtos químicos objetivando o controle de gafanhotos.
No ano de 1950, iniciaram as aplicações aéreas de BHC na cultura do café. Nessa mesma época foram criadas as “Patrulhas de Tratamento Aéreo” do Ministério da Agricultura (PATAE).
No ano de 1956 a empresa Sociedade Agrícola Mambú Ltda. donos de extensas áreas de bananas na região de Itanhaém-SP, começou realizar aplicações aéreas objetivando o controle do mal de Sigatoka com uma aeronave biplana Stearman.
A empresa Sociedade Agrícola Mambú, foi buscar conhecimento sobre a tecnologia de aplicação no Equador, onde essa tecnologia de controle da Sigatoka estava sendo bastante desenvolvida. Na aeronave Stearman foi adaptado um tambor de 200 litros no assento traseiro, uma bomba centrífuga eólica e dois pulverizadores fabricados pela própria empresa. Conseguiram na época ótimos resultados no controle fitossanitário do mal de Sigatoka com essa tecnologia desenvolvida.
Décadas de 60, 70, 80 e 90
No ano de 1965 foi criada a empresa Seara Defesa Agrícola Vegetal Ltda. que desenvolveu a tecnologia de aplicação aérea UBV (Ultra Baixo Volume) na cultura do algodão.
No ano de 1968 foi criado o CAVAG. No ano de 1969 foi fundada a EMBRAER.
Na década de 70 houve um grande desenvolvimento nos trabalhos de aplicação aérea, mas na década de 80 os trabalhos de aplicação aérea entraram em decadência pela falta de tecnologia.
No início da década de 90, começou um ligeiro crescimento nos trabalhos de aplicação aérea de agroquímicos acompanhando o grande desenvolvimento das culturas da soja e do algodão no cerrado dos Estados do Mato Grosso e Goiás.
No final da década de 90 muitas novas tecnologias começaram a ser utilizadas pela aviação agrícola no Brasil. Novas pontas de pulverização foram desenvolvidas, novas barras de pulverização aerodinâmicas, aperfeiçoamento dos equipamentos nacionais e o GPS.
De todas essas novas tecnologias foi o GPS a que mais se destacou, pois funcionou como um certificado de garantia de boa aplicação e, com certeza, foi responsável pelo fechamento de muitos contratos de aplicação aérea com muitos produtores.
Atualmente, no Brasil existem cerca de 1.500 aviões agrícolas em operação. O mercado potencial para essas aeronaves é de 10.000 unidades. Esse potencial de mercado leva em consideração somente as áreas agrícolas atualmente exploradas e não levam em consideração ainda as áreas com possibilidades de exploração.
Por exemplo, o Estado do Mato Grosso ainda tem aproximadamente 60% do potencial de áreas agrícolas para serem exploradas pelas extensivas culturas da soja e do algodão.
Poderemos observar nos próximos anos um grande desenvolvimento de novas tecnologias na área de aplicação com aeronaves agrícolas no Brasil. Empresas fabricantes de aviões agrícolas e equipamentos do Brasil e de outros países estarão, nos próximos anos, buscando esse grande mercado potencial da aviação agrícola no Brasil que existe ainda a ser conquistado.
Fonte: www.pulverizador.com.br