Cangaço

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Cangaço – O que foi

Cangaço foi um movimento camponês que ocorreu no nordeste brasileiro no final do século XIX. Naquela época, mais do que hoje, o nordeste sofria muito com a pobreza e com a seca.

sertão nordestino era comandado por fazendeiros e coronéis da época, onde acabavam cometendo vários abusos e ultrapassavam os limites do bom senso com a população, e com isso alguns indivíduos mais corajosos se revoltaram contra esses senhores.

Com a Proclamação da República, a região não sentiu diferenças significativas no setores econômicos, políticos e sociais, tanto para a população que morava na cidade, e muito menos para a população do campo.

Além disso, os trabalhadores camponeses eram explorados de forma muito agressiva pelos grandes fazendeiros.

Dessa forma foram surgindo os cangaceiros – homens pobres, armados e sem oportunidades – que realizavam ataques às grandes fazendas, roubando e sequestrando as pessoas com grande poder aquisitivo, a fim  de conseguissem algum dinheiro para a sua sobrevivência e da família.

Esse movimento foi uma forma encontrada pelos cangaceiros para conseguirem se livrar ou pelo menos diminuir a relação de abuso que os grandes fazendeiros praticavam com os mais pobres.

Isso foi um grande avanço para que os povos sertanejos que eram vítimas dessa relação de poder.

Como todo movimento ou causa social composta por muitas pessoas, é fato que haviam homens cangaceiros que utilizavam essa prática para se vingarem de forma pessoal de algumas pessoas, matando e praticando atos violentos com o intuito apenas de vingança.

cangaceiro mais conhecido do Brasil é o Lampião.

Cangaço – Cangaceiros

Cangaço
Cangaço – Lampião

cangaço foi um fenômeno ocorrido no nordeste brasileiro de meados do século XIX ao início do século XX.

Os cangaceiros eram grupos de bandidos que viviam do crime: assaltavam fazendas, seqüestravam coronéis (grandes fazendeiros) e saqueavam comboios e armazéns.

Não tinham moradia fixa: viviam perambulando pelo sertão, praticando tais crimes, fugindo e se escondendo.

Os cangaceiros conheciam a caatinga e o território nordestino como ninguém, e por isso, era tão difícil serem capturados pelas autoridades.

Estavam sempre preparados para enfrentar todo o tipo de situação.

Conheciam as plantas medicinais, as fontes de água, locais com alimento, rotas de fuga e lugares de difícil acesso.

O primeiro bando de cangaceiros que se tem conhecimento foi o de Jesuíno Alves de Melo Calado, “Jesuíno Brilhante”, que agiu por volta de 1870.

E o último foi de “Corisco” (Christino Gomes da Silva Cleto), que morreu em 1940.

Mas o cangaceiro mais famoso foi com certeza, Virgulino Ferreira da Silva, o “Lampião”, que atuou durante as décadas de 20 e 30 em praticamente todos os estados do Nordeste brasileiro.

CangaçoLampião, o rei do cangaço

Os cangaceiros percorrem os sertões do Nordeste, assaltam viajantes nas estradas, invadem propriedades, pilham os vilarejos e aterrorizam os povoados. Em grande parte derivam de antigos bandos de jagunços – tropas particulares de grandes proprietários – que passaram a atuar por conta própria.

Desenvolvem táticas de ataque e despistamento, criam lideranças e até uma nova imagem, marcada pelo colorido vivo das roupas, pelos adereços de couro e por atos de coragem e bravura nos constantes embates com as volantes – pelotões da polícia enviados para sua perseguição.

Os cangaceiros conseguiram dominar o sertão durante muito tempo, porque eram protegidos de “coronéis”, que os utilizavam para conseguir seus torpes objetivos pessoais.

Os Cangaceiros

Cabeleira: Era o nome pelo qual José Gomes tornou-se conhecido. Nasceu em 1751, em Glória do Goitá, Pernambuco.

Lucas da Feira: Assim era conhecido Lucas Evangelista, por haver nascido em Feira de Santana, Bahia. Lucas da Feira nasceu em 18 de outubro de 1807.

Jesuíno Brilhante: A data de nascimento deste cangaceiro é objeto de muitas controvérsias. Dizem uns que ele nasceu em 02 de janeiro de 1844, outros que foi em março de 1844. Seu nome de batismo era Jesuíno Alves de Melo Calado.

Adolfo Meia Noite: Sabe-se que nasceu em Afogados da Ingazeira, sertão do Pajeú de Flores, em Pernambuco, em data indeterminada.

Antonio Silvino: Nascido na Serra da Colônia, em Pernambuco, no dia 02 de novembro de 1875, foi batizado como Manoel Batista de Moraes.

Sinhô Pereira: Sebastião Pereira da Silva, conhecido como Sinhô Pereira, nasceu em 20 de janeiro de 1896, em Pernambuco. Sinhô Pereira foi o único chefe de Lampião antes deste ter o seu próprio grupo.

Lampião

CangaçoLampião

Vários cangaceiros tiveram seus nomes gravados pela história, mas nenhum deles destacou-se tanto quanto Lampião.

Seu nome de batismo era Virgolino Ferreira da Silva.

Lampião, ao contrário do que muita gente pensa, não foi o primeiro cangaceiro, mas foi, praticamente, o último. Sem dúvida nenhuma foi o mais importante e o mais famoso de todos.

Seu nome e seus feitos chegaram a todos os recantos de nosso país e até ao exterior, sendo objeto de reportagens da imprensa internacional.

Até o advento de Lampião, como passou a ser conhecido a partir de certo momento de sua vida, o cangaço era apenas um fenômeno regional, limitado ao nordeste do Brasil.

O restante do país não se incomodava com o que não lhe dizia respeito. Mas a presença de Lampião, sua ousadia e seu destemor, fizeram do cangaceiro uma figura de destaque nos noticiários diários do país inteiro, exigindo atenção cada vez maior por parte das autoridades, que se sentiram publicamente desafiadas a liquidá-lo.

Passou a ser uma questão de honra acabar com Lampião e, por via de consequência, com o cangaço.

Cangaço – História

Consta que o primeiro cangaceiro teria sido o Cabeleira (José Gomes), líder sertanejo que atuou em Pernambuco no final do século XVIII. Mas é um século mais tarde que o cangaço ganha força e prestígio, principalmente com Antônio Silvino, Lampião e Corisco. Antônio Silvino (Manuel Batista de Morais) começa a atuar em Pernambuco em 1896, passando depois ao Rio Grande do Norte, onde é preso e condenado em 1918.

Lampião (Virgulino Ferreira da Silva), filho de um pequeno fazendeiro de Vila Bela, atual Serra Talhada, em Pernambuco, envolve-se em disputas de terras da família e, no início dos anos 20, embrenha-se no sertão à frente de um grupo de cangaceiros.

Lampião, cometeu o seu primeiro assassinato para vingar a morte do pai, vitima de um crime político.

Do Ceará até a Bahia, o bando de Lampião enfrenta os coronéis e as polícias estaduais; às vezes, também é chamado para combater os adversários do governo. Valente, de hábitos refinados e, desde 1930, acompanhado de Maria Bonita, Lampião – ou Capitão Virgulino – torna-se uma figura conhecida no país e até no exterior.

CangaçoMaria Bonita

Implacavelmente caçado, é encurralado e morto em seu refúgio de Angicos, uma fazenda na região do Raso da Catarina, na divisa entre Sergipe e Bahia, em 1938. Um de seus amigos mais íntimos, Corisco (Cristiano Gomes da Silva), o Diabo Louro, prossegue na luta contra as forças policiais da Bahia para vingar a morte do Rei do cangaço, morrendo em tiroteio com uma volante em 1940. O cangaço chega ao fim.

Todos os personagens foram muito importantes na história do cangaço e, direta ou indiretamente, participantes da formação e da vida de Lampião.

No entanto as principais figuras da saga do cangaço eram os próprios cangaceiros, inúmeros e de personalidades distintas entre si.

Os grupos e subgrupos formados pelos cangaceiros existiam em grande quantidade. Era habitual que depois de participar de um agrupamento durante algum tempo o indivíduo se sentisse apto a ter seu próprio bando.

No momento em que achava que estava preparado para ter sua própria organização ele se dirigia a seu líder e expunha seus planos. Geralmente não havia nenhum problema.

O mais comum era encontrar respaldo em seu chefe que, por sua vez, sabia que, no futuro, se necessário, poderia contar com a ajuda desse seu ex-subalterno.

Dessa forma os grupos iam se subdividindo ou se reagrupando, num contínuo e alternado processo de divisão e crescimento. Assim surgiam os numerosos líderes de bandos, tantos que a maioria teve seus nomes esquecidos pela história. Muitos, entretanto, tornaram-se conhecidos, e seus nomes serão lembrados sempre que se falar em cangaço.

Lenda popular

Apesar do banditismo espalhado pelo sertão afora e do temor levado às pessoas mais pobres dos vilarejos, o cangaço vira lenda no Nordeste e em todo o país.

Nele, ao lado da atividade criminosa, manifesta-se forte reação social aos poderosos, coronéis e autoridades em geral, responsáveis pela pobreza e pelo abandono das comunidades sertanejas.

O cangaço no Nordeste

Em sua forma característica, ele surgiu no nordeste brasileiro e ficou conhecido como cangaço. Suas primeiras manifestações ocorreram por volta de 1870 e perduraram até 1940.

banditismo social não foi um fenômeno exclusivamente brasileiro. Ele apareceu em muitas regiões do mundo que tinham características semelhante às do nordeste brasileiro, como na Sicília (Itália), Ucrânia e na América Espanhola. Em grande parte, o banditismo social foi, como Canudos e o Contestado, uma reação do tradicionalismo rural ao avanço do capitalismo.

O bandido social diferia do bandido comum por sua origem. Em geral, tornava-se um “fora-da-lei” como resposta às injustiças e perseguição pela comunidade, que, não raro, engrandecia seus feitos de coragem e valentia. Apesar disso, diferentemente do revolucionário, o bandido social não era necessariamente contra os dominantes, nem era portador de projetos de transformação social.

O seu prestígio vinha do fato de apresentar-se como porta-voz de resistência de um mundo em dissolução

Cangaço – Origem

Desde o século XVIII, com o deslocamento do centro dinâmico da economia para o sul do Brasil, as desigualdades sociais do nordeste se agravaram.

Entretanto, no sertão, onde predominava a pecuária, consolidou-se uma forma peculiar de relação entre grandes proprietários e seus vaqueiros. Entre eles, estabeleceram-se laços de compadrio (tornavam-se compadres), cuja base era a relação de fidelidade do vaqueiro ao fazendeiro, com este dando proteção em troca da disponibilidade daquele em defender, de armas nas mãos, os interesses do seu patrão.

Os conflitos eram constantes, devido à imprecisão dos limites geográficos entre as fazendas e às rivalidades políticas, transformadas em verdadeiras guerra entre poderosas famílias.

Cada uma destas fazia-se cercar de jagunços (capangas do senhor) e de cabras (trabalhadores que ajudavam na defesa ), formando verdadeiros exércitos particulares.

Nos últimos anos do Império, depois da grande seca de 1877-1879, com o agravamento da miséria e da violência, começaram a surgir os primeiros bandos armados independentes do controle dos grandes fazendeiros.

Por essa época ficaram famosos os bandos de Inocêncio Vermelho e de João Calangro.

Contudo, somente na República o cangaço ganhou a forma conhecida, com Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Que aterrorizou o nordeste de 1920 a 1938.

Havia uma razão para esse fato. Com a proclamação da República em 1889, implanta-se no Brasil o regime federalista, que concedeu uma ampla autonomia às províncias, fortalecendo as oligarquias regionais.

O poder dessas oligarquias regionais de coronéis se fortaleceu ainda mais com a política dos governadores iniciada por Campos Sales (1899-1902).

O poder de cada coronel era medido pelo número de aliados que tinha e pelo tamanho de seu exército particular de jagunços.

Esse fenômeno era comum a todo o Brasil, mas nos estados mais pobres, como Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, os coronéis não eram suficientemente ricos e poderosos para impedir a formação de bandos armados independentes. Foi nesse ambiente que nasceu e prosperou o bando de Lampião, por volta de 1920, coincidindo o seu surgimento com a crise da República Velha. Depois da morte de Lampião, em 1938, nenhum outro bando veio ocupar o seu lugar. Com o fim da República Velha em 1930, encerrava-se também a era do cangaço.

Lampião – Vida

CangaçoVirgulino Ferreira, o ” Lampião” – o mais famoso dos cangaceiros

Cangaceiro pernambucano (1900-1938). Virgulino Ferreira da Silva nasce em Vila Bela, atual Serra Talhada. Começa a agir em 1916, depois que a perseguição de sua família por um coronel da região resulta na morte de seus pais. Foge para o sertão e junta-se a um grupo de cangaceiros.

Seu bando obtém fama pela crueldade e violência de suas ações. Virgulino ganha o apelido de Lampião por se gabar dos clarões – “tal qual um lampião” – provocados por sua espingarda nos enfrentamentos com a polícia. Conhecido também como Rei do cangaço, atua principalmente no sertão de Sergipe e da Bahia.

Na época da Coluna Prestes é convidado pelo Padre Cícero para ajudar o governo no combate aos revoltosos. Aceita o convite e aproveita a oportunidade para melhor armar seu bando. Em 1929 conhece Maria Bonita, que se integra ao grupo e lhe dá uma filha, Maria Expedita. Em julho de 1938, seu bando é surpreendido.

Cangaço
Cangaceiros

Lampião é o número 1, por uma tropa volante no sertão de Sergipe.

Morrem 11 cangaceiros, entre eles Lampião e Maria Bonita.

Cangaço
Cangaceiros – Museu da Faculdade de Medicina da Bahia

Suas cabeças foram cortadas e, por quase 30 anos, conservadas no Museu da Faculdade de Medicina da Bahia.

Cangaço – Curiosidades

Acampamento: Em tempos de calmaria, os cangaceiros jogavam cartas, bebiam, promoviam lutas de homens e de cachorros, faziam versos, cantavam, tocavam e organizavam bailes. Para essas ocasiões se perfumavam muito. Lampião tinha preferência pela fragância francesa Fleur d’Amour.

Almocreves: Transportavam bagagens, alimentos e bens materiais pelos sertões, no lombo de burros. Na sua adolescência, Lampião havia exercido este ofício, o que contribuiu para que conhecesse bem a região onde depois palmilhou como líder dos cangaceiros.

Armas: Os cangaceiros mantinham seus rifles ensebados em ocos de pau, para evitar o “bicho próprio da madeira”. O Winchester (modelo 1873, calibre 44, cano octagonal), conhecido com rifle papo-amarelo, foi a arma usada até 1926. O fuzil Mauser (modelo 1908, calibre 7×57) passou a ser a arma do bando de Lampião após a ida a Juazeiro do Norte. Os punhais tinham lâminas que mediam aproximadamente 67cm e o cabo, 15cm.

Coronel: Chefe político local, dono de grandes extensões de terra. Suas relações com os cangaceiros dependiam do interesse do momento.

Coiteiro: Indivíduo que fornecia proteção aos cangaceiros. Arrumava alimentos, fornecia abrigo e informações. O nome vem de coito, que significa abrigo. Religiosos, políticos e até interventores ajudaram Lampião.

Dinheiro: Em 1930, o governo baiano chegou a oferecer 50 contos de réis pela captura de Lampião. Era dinheiro suficiente para se comprar, na época, seis carros de luxo.

Equipamento: Em 1929, na cidade de Capela, Sergipe, Lampião pesou sua carga. Sem as armas e com os depósitos de água vazios, chegou a 29 quilos.

Ferimentos: Lampião levou sete tiros e perdeu o olho direito, mas acreditava que tinha o corpo fechado. Em 1921, foi ferido à bala no ombro e na virilha, no município de Conceição do Piancó-PB. Em 1922, atingido na cabeça. Em 1924, baleado no dorso do pé direito, em Serra do Catolé (Belmonte-PE). Em 1926, ferimento leve à bala, na omoplata, em Itacuruba, em Floresta-PE. Em 1930, atingido levemente no quadril, em Pinhão, município de Itabaiana-SE.

Gravidez: As crianças não eram amamentadas pelas mães naturais, mas deixadas com amigos de confiança em coitos seguros. Para o nascimento, o bando reforçava a segurança do bando em um lugar fora da rota das volantes, mas próximo a uma parteira de confiança.

Maldade: Lampião tornou-se um “expert” em “sangrar” pessoas, enfiando-lhes longo punhal corpo adentro entre a clavícula e o pescoço. Consentiu que homens como José Baiano marcassem rostos de mulheres com ferro quente. Arrancou olhos, cortou orelhas e línguas. Castrou um homem dizendo que ele precisava engordar.

Cangaço – Resumo

cangaço era um fenômeno social relacionado ao banditismo rural no sertão do Nordeste brasileiro (área conhecida como sertão).

A partir do século XIX, o cangaço atingiu seu auge com a atuação de Virgulino Ferreira, popularmente conhecido como Lampião, o mais importante e emblemático líder desses bandidos, durante as décadas de 1920 e 1930.

Seu fim veio com o início do regime ditatorial do Estado Novo em 1937.

cangaço recebeu ampla cobertura da imprensa local e foi amplamente retratado nas artes visuais, literatura e cinema, perdurando como um dos assuntos mais marcantes e polêmicos do Brasil. História cultural.

Fonte: Portal São Francisco/EncBrasil/oxfordre.com/members.tripod.com

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