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Brasil Colônia – O que foi
Brasil Colônia é a nomenclatura usada historicamente para se designar o período no qual o país foi um domínio de Portugal, datado desde o seu descobrimento, no dia 22 de abril de 1500, até a sua elevação à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves, evento ocorrido a 16 de dezembro de 1815.Usualmente confunde-se as datas de início e fim, utilizando-se os anos de 1530 até 1822 como referenciais, ou seja, a partir da ocupação efetiva e sistemática da colônia, até a independência do país no dia 07 se setembro de 1822.
Durante esse período, de pouco mais de três séculos, o país se configurou como a mais importante colônia de Portugal, país este que, naquele tempo, dominava o cenário mundial como a maior potência do mundo, ameaçada apenas pela Espanha.
No entanto, o contato inicial com a nova terra não foi necessariamente o desejado pelos lusitanos. Entre os anos de 1500 e 1530 o Brasil não despertou muito a atenção da coroa portuguesa.
Num primeiro momento não foram descobertos nem ouro nem prata na região, justamente os minérios que eram almejados por Portugal ao lançar-se aos mares.
Nesses primeiros trinta anos, os portugueses se contentaram com pequenas expedições e se concentram na extração e transporte de pau-brasil. Sem abrir mão do recém descoberto território, os portugueses buscavam defender a nova colônia contra invasões externas, uma vez que esta, ainda virgem, se apresentava como uma importante aposta futura para Portugal.
Ainda nesse período ocorreram algumas tímidas tentativas de colonização das novas terras, sem grandes sucessos. No entanto, a ameaça eminente de ataques de outras potências marítimas, em especial a França, fez com que o rei de Portugal à época adotasse medidas mais concretas para que ocorresse a colonização da colônia bem como assegurasse o domínio de Portugal sobre a região.
A forma escolhida: o sistema conhecido como capitanias hereditárias.
Apesar de, num primeiro momento, Portugal não encontrar as riquezas minerais que tinham em vista, vide ouro e prata, a colônia do Brasil passou a ser disputada por outras nações do globo, através da ação de piratas e corsários, que assombravam o governo português ao disputar o domínio do litoral brasileiro.
Economicamente, esse momento daria as bases econômicas que seguiriam pelo país durante mais de três séculos: a monocultura (produção de apenas um produto, em especial a cana de açúcar), no latifúndio (grandes propriedades de terra) e na mão-de-obra escrava.
No âmbito social, o Brasil conseguiu manter sua unidade linguística apesar da rivalidade entre as províncias (estados). Não havia a ideia de nação nesse período, e cada morador possuía uma identidade baseada na sua localidade de origem. Foi também nesse período que começou o processo desorganizado e violento de miscigenação brasileiro, entre europeus, africanos e indígenas. Ainda que deve ser olhada com ressalvas, esse contato imposto gerou uma junção de elementos de todas as culturas, ainda presentes na nossa cultura, ainda que de maneira mais ou menos perceptível.
Um dos primeiros mapas portugueses sobre o território brasileiro, ressaltando a paisagem nacional
Outro importante ponto a ser ressaltado é a atuação dos padres jesuítas no Brasil, responsáveis não apenas para catequização dos indígenas, mas também pelo ensino dos poucos habitantes que existiam na colônia e pela mediação dos conflitos entre bandeirantes e indígenas, ao constantemente impedir a escravização destes últimos.
Brasil Colonial
Embora as notícias da “descoberta” das Américas por Cristóvão Colombo já tivessem se espalhado pela Europa, os portugueses toparam com o Brasil por acaso.
Em 1498, Vasco da Gama navegou com sucesso de Portugal, contornando o extremo sul da África até a Índia, alcançando o que Colombo esperava: estabelecer uma rota ultramarina entre a Europa e a Ásia.
Em 1500, Pedro Alvares Cabral partiu de Portugal para repetir a viagem de Vasco da Gama à Índia, mas desviou muito para o oeste e pousou na costa do Brasil.
Embora a equipe de Cabral tenha ficado no Brasil apenas alguns dias antes de seguir para a Índia, eles enviaram uma carta ao rei português para informá-lo da descoberta.
A carta descreve trocas pacíficas com povos indígenas nus que caçavam com arco e flecha e dormiam em redes.
Este atlas mostra brasileiros levando pau-brasil a um comerciante francês vestido de preto.
“Nordeste da América do Sul”, detalhe do comerciante francês no Vallard Atlas, 1547
A colonização portuguesa do Brasil foi inicialmente bem diferente da conquista espanhola das Américas. Os portugueses investiam mais na evangelização e no comércio na Ásia e na África, o que incluía o tráfico de seres humanos escravizados, e viam o Brasil como um entreposto comercial em vez de um lugar para enviar um grande número de colonos.
Ao contrário das extensas cidades construídas em pedra da Mesoamérica e dos Andes, os habitantes indígenas do Brasil viviam em aldeias. Em vez de lançar grandes campanhas militares para conquistar impérios, os portugueses se engajaram no comércio com os brasileiros nativos e em batalhas em menor escala contra grupos rivais. A primeira exportação do Brasil para a Europa foi o pau-brasil, árvore que produz uma tintura vermelha e que deu nome à região. Querendo ter acesso ao pau-brasil, os franceses também criaram alianças com grupos indígenas e competiram pelo controle do Brasil durante grande parte do século XVI.
História Colonial do Brasil
O Brasil colonial compreende o período de 1500, com a chegada dos portugueses, até 1815, quando o Brasil foi elevado a reino em união com Portugal como Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
Durante os primeiros 300 anos da história colonial brasileira, a exploração econômica do território baseava-se primeiro na extração do pau-brasil (século XVI), que deu nome ao território; produção de açúcar (séculos 16 a 18); e finalmente na mineração de ouro e diamantes (século 18). Os escravos, especialmente os trazidos da África, forneciam a maior parte da força de trabalho da economia de exportação brasileira após um breve período de escravidão indígena para cortar o pau-brasil. Em contraste com as possessões espanholas vizinhas, que tinham vários vice-reinados com jurisdição inicialmente sobre a Nova Espanha (México) e Peru, e no século XVIII se expandiram para os vice-reinados de Rio de la Plata e Nova Granada, a colônia portuguesa do Brasil foi estabelecida principalmente em a área costeira pelos portugueses e uma grande população negra de escravos que trabalhava nas plantações de açúcar e nas minas.
Os ciclos econômicos de expansão e retração estavam ligados aos produtos de exportação. A era do açúcar no Brasil, com o desenvolvimento da escravidão nas plantações, mercadores servindo como intermediários entre os locais de produção, os portos brasileiros e a Europa, foi prejudicada pelo crescimento da indústria açucareira no Caribe em ilhas que as potências europeias tomaram da Espanha. Ouro e diamantes foram descobertos e minerados no sul do Brasil até o final da era colonial.
As cidades brasileiras eram em grande parte cidades portuárias e a capital administrativa colonial foi transferida várias vezes em resposta à ascensão e queda da importância dos produtos de exportação.
Ao contrário da América espanhola, que se fragmentou em muitas repúblicas após a independência, o Brasil permaneceu uma única unidade administrativa sob um monarca, dando origem ao maior país da América Latina. Assim como o espanhol europeu e o catolicismo romano eram uma fonte central de coesão entre os vastos e multiétnicos territórios da Espanha, a sociedade brasileira estava unida pela língua portuguesa e pela fé católica romana. Por ser a única forma de governo lusófona das Américas, a língua portuguesa era particularmente importante para a identidade brasileira.
Brasil Colônia – Do açúcar ao ouro
O açúcar logo ultrapassou o pau-brasil como a indústria mais importante da colônia. Os europeus forçaram os escravos africanos a trabalhar nas plantações de cana-de-açúcar, proporcionando grande riqueza aos proprietários das plantações. A indústria açucareira atraiu os holandeses, que passaram a controlar o nordeste do Brasil de 1630 a 1654. Embora de curta duração, a colônia holandesa produziu um número substancial de obras de arte. O governador Johan Maurits van Nassau era um defensor da exploração científica. Seu palácio na capital Mauritsstad (Recife) incluía jardins botânicos e um zoológico, e ele trouxe dois pintores holandeses, Albert Eckhout e Frans Post, para documentar a flora, a fauna e os costumes do Brasil. O comerciante e pintor Zacharias Wagener, que havia prestado serviço militar no Brasil, também ingressou na corte do governador.
Depois que os portugueses expulsaram os holandeses, eles continuaram a colonizar o vasto território do Brasil e a explorar seus recursos. Além de africanos escravizados na produção de açúcar no Nordeste, exploradores encontraram ouro e diamantes em uma região do interior chamada Minas Gerais (Minas Gerais). O ouro e os diamantes abundantes, extraídos por indivíduos escravizados, permitiram que a riqueza, o comércio e a produção artística florescessem em todo o império português ao longo do século XVIII. Por ser o porto mais próximo da região mineira, o Rio de Janeiro foi nomeada a nova capital do Brasil em 1763.
Fonte: Vinicius Carlos da Silva
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