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O que é borracha e de onde ela vem?
A borracha é um produto natural produzido pelas plantas e está presente em muitos dos bens utilizados no nosso dia a dia.
A borracha teve um papel importante na história da humanidade, ao longo do desenvolvimento das civilizações humanas. Ela ainda desempenha um papel importante, e é por isso que precisamos buscar novas fontes de borracha. Atualmente, 99% da borracha natural que utilizamos é extraída de uma árvore chamada Hevea brasiliensis.
O que é borracha natural?
A borracha natural é produzida a partir de plantas e é classificada como um polímero.
Um composto químico com moléculas grandes feitas de muitas moléculas menores do mesmo tipo. Alguns polímeros existem naturalmente e outros são produzidos em laboratórios e fábricas.
Um polímero é um composto químico com moléculas grandes feitas de muitas moléculas menores do mesmo tipo. Alguns polímeros existem naturalmente e outros são produzidos em laboratórios e fábricas.
A borracha natural é um dos polímeros mais importantes para a sociedade humana. A borracha natural é uma matéria-prima essencial utilizada na criação de mais de 40.000 produtos.
É usado em dispositivos médicos, luvas cirúrgicas, pneus de aviões e carros, chupetas, roupas, brinquedos, etc. A borracha natural é obtida a partir do látex.
Um fluido leitoso esbranquiçado contendo proteínas, amido, alcalóides, etc., que é produzido por muitas plantas. Em algumas plantas também contém borracha.
A borracha é um líquido leitoso presente nos vasos de látex (dutos) ou nas células das plantas produtoras de borracha. Cerca de 20.000 espécies de plantas produzem látex, mas apenas 2.500 espécies contêm borracha em seu látex. A função biológica da borracha para as plantas não é totalmente conhecida. No entanto, foi demonstrado que a borracha pode ajudar as plantas a se curarem após serem danificadas, cobrindo feridas e interrompendo o sangramento. Isso bloqueia a entrada de bactérias e vírus nocivos nas plantas.
As propriedades da borracha incluem alta resistência e a capacidade de ser esticada muitas vezes sem quebrar. Os compostos de borracha natural são excepcionalmente flexíveis, bons isolantes elétricos e resistentes a muitas substâncias corrosivas.
A borracha sintética (feita pelo homem) pode ser produzida através de um processo químico, mas as pessoas não foram capazes de produzir uma borracha sintética que tenha todas as propriedades da borracha natural.
Assim, a borracha natural não pode ser substituída pela borracha sintética na maioria de suas aplicações. É por isso que a borracha natural ainda é muito importante para a sociedade humana.
A história da borracha natural
Extração de látex de uma seringueira
Já em 1600 a.C., os povos mesoamericanos no México e na América Central usavam borracha líquida para remédios, rituais e para pintar.
Não foi até a conquista da América que o uso da borracha atingiu o mundo ocidental. Cristóvão Colombo foi responsável por encontrar borracha no início da década de 1490.
Os nativos do Haiti jogavam futebol com uma bola de borracha e, mais tarde, em 1615, Frei Juan de Torquemada escreveu sobre colonos indígenas e espanhóis da América do Sul usando sapatos, roupas e chapéus feitos mergulhando pano em látex, tornando esses itens mais fortes e impermeáveis.
Mas a borracha tinha alguns problemas: ficava pegajosa em resposta ao clima quente e endurecia e rachava com o frio.
Um século depois, em 1734, Charles Marie de la Condamine foi para a América do Sul em uma viagem.
Lá, ele encontrou duas árvores diferentes contendo látex: Hevea brasiliensis.
É uma árvore nativa da Amazônia. É economicamente muito importante porque o látex coletado da árvore é a principal fonte de borracha natural.
A razão pela qual a árvore Hevea sucedeu à árvore Castilla foi a maneira como seu látex foi transportado ao longo do tronco. A árvore Hevea tem tubos de látex conectados que formam uma rede, enquanto a árvore Castilla não forma um sistema conectado. Graças ao seu sistema conectado, a árvore Hevea sangra o látex quando é feita uma incisão especial em seu tronco.
Sem as conexões do tubo de látex, a árvore Castilla não sangra o látex, dificultando a colheita da borracha.
Em 1839, Charles Goodyear inventou a vulcanização.
A vulcanização é um processo de tratamento da borracha com enxofre e calor, para endurecê-la mantendo sua elasticidade.
A vulcanização é o processo de tratamento da borracha com enxofre e calor, para endurecê-la mantendo sua elasticidade. Evita que a borracha derreta no verão e rache no inverno.
Alguns anos após esta importante descoberta, em 1888, a Dunlop inventou o pneu de borracha com enchimento de ar, tornando a borracha uma matéria-prima extremamente importante em todo o mundo.
A borracha tornou-se um material essencial para a Revolução Industrial.
De 1850 a 1920, empresários pressionavam empresários e comerciantes para aumentar a quantidade de borracha extraída das árvores amazônicas.
Durante este período, a Amazônia brasileira era a única fonte de borracha e eles controlavam o preço, tornando a borracha cara. Ao mesmo tempo, à medida que mais e mais indústrias estavam se desenvolvendo na Europa e nos EUA, mais usos para a borracha estavam sendo encontrados.
A borracha era um material tão importante para os brasileiros que proibiam a exportação de sementes ou mudas de seringueira.
No entanto, em 1876, H. A. Wickham conseguiu contrabandear 70.000 sementes de seringueira, escondidas em folhas de bananeira, e as trouxe para a Inglaterra. Dessas sementes, apenas 1.900 mudas sobreviveram e foram enviadas para a Malásia para iniciar as primeiras plantações de seringueiras na Ásia. Isso marcou o início do fim do Brasil como principal produtor de borracha do mundo. Após 12 anos, a produção de borracha nas novas plantações da Malásia era tão competitiva quanto as da Amazônia e essas plantações logo se tornaram o principal fornecedor mundial de borracha natural.
Henry Nicolas Ridley foi um cientista que se tornou diretor do Jardim Botânico de Cingapura em 1888. Enquanto trabalhava lá, ele encontrou as primeiras 11 seringueiras que foram plantadas na Malásia e começou a promover o estabelecimento de plantações de seringueiras. Algum tempo depois, ele desenvolveu um método revolucionário para colher látex da árvore Hevea por meio de batidas contínuas. Tapping é o processo de remover o látex da árvore. Essa descoberta permitiu que um rendimento de látex muito maior fosse alcançado, e a borracha tornou-se um material essencial no desenvolvimento de Cingapura. As novas plantações eram mais competitivas em preço, então, do final do século XIX até a Primeira Guerra Mundial, a coleta de borracha de fontes selvagens na América tropical diminuiu tremendamente. Durante a guerra, o fornecimento de borracha foi cortado. Os EUA, Alemanha e Rússia começaram a buscar fontes alternativas de borracha, naturais ou sintéticas, uma vez que as árvores amazônicas não estavam fornecendo borracha suficiente para suas necessidades.
Vários programas de pesquisa começaram nesses países, mas, após a guerra, o fornecimento de borracha das plantações da Malásia recomeçou e o esforço para procurar novas fontes de borracha quase desapareceu.
Atualmente, cerca de 90% da borracha natural é produzida na Ásia, sendo a Tailândia e a Indonésia os principais fornecedores de borracha (fornecendo mais de 60% da borracha natural do mundo).
História da borracha natural no Brasil
A história da borracha natural no Brasil é um enredo que pouco fica a dever à corrida do ouro americana. Por quase cinqüenta anos, da segunda metade do século XIX até a segunda década do século XX, a borracha natural sustentou um dos mais importantes ciclos de desenvolvimento do Brasil. Naquela época, a revolução industrial se expandia com velocidade e o mundo vivia período histórico de prosperidade e descobertas que se refletiam em todos os setores.
Automóvel, bonde, telefone, luz elétrica e outras inovações mudavam paisagem e costumes nas cidades. Novos mercados se abriam. Era a belle époque, cujo esplendor a literatura e o cinema se encarregaram de retratar para as gerações seguintes.
Devido a suas múltiplas aplicações, principalmente na indústria automobilística em expansão, a borracha obtida a partir do látex das seringueiras tornou-se produto mundialmente valorizado e seringueiras não faltavam na Amazônia brasileira. Isso levou a região Norte do Brasil, uma das mais pobres e desabitadas do país, a experimentar período de grande prosperidade. Interessadas na exploração dos seringais amazônicos, grandes empresas e bancos estrangeiros instalaram-se nas cidades de Belém e Manaus.
A capital amazonense tornou-se o centro econômico do país. Ganhou sistemas de abastecimento d água, luz elétrica, telefone, grandes construções, como o Teatro Amazonas, até hoje símbolo da riqueza advinda da borracha. Milhares de imigrantes, principalmente nordestinos fugidos da seca de 1870, invadiram a floresta para recolher o látex e transformá-lo em borracha.
A produção amazônica chegou a 42 mil toneladas anuais e o Brasil dominou o mercado mundial de borracha natural.
Esse clima de euforia durou até 1910, quando a situação começou a mudar: a partir daquele ano entram no mercado as exportações de borracha a partir das colônias britânicas e o Brasil não suportou a feroz concorrência que lhe foi imposta.
Em 1876, os ingleses haviam contrabandeado sementes de Hevea brasiliensis da Amazônia para o Jardim Botânico de Londres. Lá, por meio de enxertos, desenvolveram variedades mais resistentes, que posteriormente foram enviadas para suas colônias na Ásia – Malásia, Ceilão e Cingapura – onde teve início uma exploração intensiva da borracha natural.
No Brasil, o governo resistia a mudar os processos.
A relativa imobilidade custou caro para o país: as exportações brasileiras perderam mercado. Não suportaram a concorrência da borracha extraída na Ásia, muito mais barata. Como consequência, a produção entrou em declínio.
A seringueira é originária do Brasil
A seringueira (Hevea brasiliensis) é originária da região amazônica do Brasil. A borracha dessa árvore foi descoberta em meados do século XVIII e atualmente é a principal fonte de borracha natural do mundo. … e foi levada pelos ingleses para suas colônias asiáticas.
A primeira fábrica de produtos de borracha (ligas elásticas e suspensórios) surgiu na França, em Paris, no ano de 1803.
Contudo, o material ainda apresentava algumas desvantagens: à temperatura ambiente, a goma mostrava-se pegajosa. Com o aumento da temperatura, a goma ficava ainda mais mole e pegajosa, ao passo que a diminuição da temperatura era acompanhada do endurecimento e rigidez da borracha.
Foram os índios centro-americanos os primeiros a descobrir e fazer uso das propriedades singulares da borracha natural.
Entretanto, foi na floresta amazônica que de fato se desenvolveu a atividade da extração da borracha, a partir da Seringa ou Seringueira (Hevea brasiliensis), uma árvore que pertence à família das Euphorbiaceae, também conhecida como árvore da fortuna.
Do caule da seringueira é extraído um líquido branco, chamado látex, em cuja composição ocorre, em média, 35% de hidrocarbonetos, destacando-se o 2-metil-1,3-butadieno (C5H8), comercialmente conhecido como isopreno, o monômero da borracha.
O látex é uma substância praticamente neutra, com pH 7,0 a 7,2. Mas, quando exposta ao ar por um período de 12 a 24 horas, o pH cai para 5,0 e sofre coagulação espontânea, formando o polímero que é a borracha, representada por (C5H8)n, onde n é da ordem de 10.000 e apresenta massa molecular média de 600 000 a 950 000 g/mol. A borracha, assim obtida, possui desvantagens.
Por exemplo, a exposição ao ar provoca a mistura com outros materiais (detritos diversos), o que a torna perecível e putrefável, bem como pegajosa devido à influência da temperatura.
Através de um tratamento industrial, eliminam-se do coágulo as impurezas e submete-se a borracha resultante a um processo denominado vulcanização, resultando a eliminação das propriedades indesejáveis.
Torna-se assim imperecível, resistente a solventes e a variações de temperatura, adquirindo excelentes propriedades mecânicas e perdendo o carácter pegajoso.
Características da Borracha Natural
Seringueira
Folhas Seringueira
A borracha natural ocorre em muitas espécies de vegetais tropicais, especialmente na família das Euphorbiaceae; no entanto, quase toda a produção mundial provém de uma espécie que tem sua origem no Brasil, Hevea brasiliensis, pertencente à esta família.
Essa espécie ocorre na região amazônica, na margem de rios e lugares inundáveis da mata de terra firme, é uma planta lactescente de 20-30 m de altura, com tronco de 30-60 cm de diâmetro.
Popularmente é conhecida como seringueira, seringa, seringa-verdadeira, cau-chu, árvore da borracha, seringueira-preta (AC), seringueira branca.
Existe na floresta amazônica mais de 11 espécies de seringueira do gênero Hevea e todas muito parecidas entre si.
Embora seja grande o número de espécies que por uma incisão na casca exsudam secreção de aspecto semelhante ao látex, somente algumas produzem quantidade e qualidade suficientes para exploração em bases econômicas.
Extração do Látex
Seringueira
Para extrair o látex, são feitas incisões na casca ou retiram-se camadas bem finas (sangria). A sangria consiste na remoção de um pequeno volume de casca, em um corte inclinado que permite o escoamento da seiva, líquido denso e viscoso, colhido em pequenas canecas afixadas na extremidade inferior do corte, que endurece lentamente, em contato com o ar.
Após 3 ou 4 horas da sangria, o látex é retirado das canecas e acondicionado, onde pode-se adicionar amônia, numa proporção de 0,05% como estabilizador, evitando a coagulação precoce.
Antes de iniciar uma sangria é importante estabelecer-se diversos critérios, que irão determinar a vida útil do seringal e sua produtividade.
Depois da coleta do látex, as árvores continuam a exsudar látex em quantidades menores, por várias horas, esse látex acaba por coagular-se espontaneamente sobre o corte na casca. Na próxima sangria essa película será retirada e em seguida será feita uma nova incisão.
As películas retiradas das diversas árvores podem ser misturadas com as borrachas em processamento. A quantidade de borracha obtida nesse processo constitui entre 15 a 20% do total da produção.
O líquido, o látex, contém em suspensão um hidrocarboneto de elevado peso molecular. Por aquecimento e adição de ácido acético coagula formando uma massa gomosa que, depois de separada da água e outros produtos, denomina-se borracha bruta.
A borracha assim obtida é deformável como gesso e deverá ser processada para adquirir os requisitos necessários para ser utilizada em suas inúmeras aplicações.
Ela é introduzida em máquinas especiais que funcionam mais ou menos como moedoras de carne, chamadas mastigadoras: servem para misturá-la e empastá-la, libertando-a do líquido e das impurezas.
A este ponto os indígenas costumam defumá-la, quando em estado bruto, obtendo, assim, um produto bastante elástico e impermeável, mas grudento e, por isso, não prático para trabalhá-lo.
Na indústria moderna, ao invés, segue-se uma fase importante, a da mistura, isto é, à borracha são ajuntadas substâncias especiais, capazes de torná-la dura e elástica. para tal fim, emprega-se enxofre ou seus compostos; juntam-se, ainda, corantes e outras substâncias químicas, capazes de orientar a reação.
A borracha, agora, está pronta para ser utilizada dos modos mais variados. É-lhe dada a forma definitiva, antes de submetê-la à vulcanização, cujo processo final a tornará realmente tal qual nós a conhecemos.
A qualidade das borrachas naturais brasileiras é determinada, em primeira instância, através da inspeção visual, observando sua limpeza, cor, homogeneidade e defeitos. Depois, através de ensaios de laboratório específicos e normalizados são classificadas e comercializadas, com características padronizadas, exigidas pela norma ABNT-EB-1866 de 1988.
Aplicações da borracha natural
A borracha natural é hoje uma importante matéria-prima, essencial para a manufatura de mais de 40.000 produtos para as mais diversas aplicações, que vão das modestas borrachas para apagar escritos (uma das suas mais antigas aplicações), aos cabos elétricos, às luvas, aos fios de tecidos impermeáveis, aos pneumáticos etc..
É considerada, ao lado do aço e do petróleo, um dos alicerces que sustentam o progresso da humanidade, sendo, por exemplo, um dos principais produtos utilizados na indústria do transporte, de produtos hospitalares e bélicos.
Os Seringueiros
Depois da Segunda Guerra Mundial a produção Brasileira de borracha entrou em crise de novo. Apesar do preço baixo, a borracha permaneceu o principal produto de exportação do Acre.
O que tinha mudado era a estrutura econômica. Depois que a maioria dos seringalistas tinham falido muitos dos trabalhadores ficaram na área do seringal e se tornaram seringueiros posseiros, inclusive podendo cultivar a terra (que antes era interdito para eles), vendendo a borracha para revendedores ambulantes chamados “Regatões” ou “Mareteiros”.
Estes Mareteiros enganaram muito o seringueiro e mesmo como os antigos seringalistas mantiveram ele numa dependência econômica.o trabalho do seringueiro Regularmente o seringueiro anda nas trilhas que passam pelas seringas, em cujos troncos ele aplica cortes diagonais.
Assim o látex vai saindo e escorrendo num pote amarrado na árvore e pode ser recolhido na próxima volta. Este látex liquido antigamente foi aplicado em varas, os quais eram giradas na fumaça em cima da fogueira.
Com o calor o látex ficava solido e com a fumaça ficava resistente contra fungos.
Assim se formavam fardos de borracha de mais ou menos meio metro de diâmetro. Esta técnica hoje em dia quase não se usa mais. Hoje existem outras formas de processamento do látex sem fumaça.
A forma de subsistência como seringueiro é até hoje a mais comum entre os moradores da floresta.
Os seringueiros de hoje, sendo a maioria índios ou mestiços, chamados “caboclos”, não extraem só o Látex, mas também outros produtos da floresta, principalmente a Castanha do Brasil.
Eles também exercem agricultura e caça para o próprio uso em pequena extensão.
As casas dos seringueiros são simples, cobertas de palha. Muitas vezes onde eles moram não tem escolas nem assistência medica.
O usufruto sustentável da floresta pluvial pelos seringueiros é uma forma de convivência harmoniosa e ecologicamente consistente de homem e floresta pluvial.
A situação ecológica da floresta amazônica é inseparavelmente ligada á situação econômica e social dos seringueiros…
O “desenvolvimento” da Amazônia: a pecuária
Com o golpe militar de 1964 começou uma política no Brasil que incentivou grandes empresas brasileiras e estrangeiras para explorar os recursos naturais do Brasil.
Foram fundadas várias organizações para o desenvolvimento econômico da Amazônia. O primeiro grande plano de desenvolvimento foi realizado entre 1972 e 1974.
O objetivo dele foi a implantação de enormes fazendas para criação de gado. queimadaEm virtude desta política foram suspensos os empréstimos que os seringalistas tinham ganhado do banco para financiar a produção da borracha.
Como conseqüência ocorreu a venda repentina de áreas enormes de floresta por um preço muito baixo, áreas estas que antes eram seringais.
Os compradores vieram a maioria da região sul do Brasil. No Acre esta política econômica do governo foi executada principalmente pelo Governador Francisco Vanderlei Dantas entre 1971 e 1974.
Muitas áreas nem tinham um proprietário legítimo e os seringueiros e índios habitantes, que na verdade tinham a posse da terra, não sabiam sobre os direitos deles ou não tinham os meios para fazer estes direitos valer.
Um papel importante nestas apropriações cumpriram os chamados “grileiros”: especuladores que através de corrupção, falsificação e expulsão violenta dos habitantes da floresta, se apropriaram da terra e a revenderam para os futuros fazendeiros.
Os seringueiros se defenderam organizando os chamados “empates”: eles formavam correntes de pessoas de mãos dadas para impedir o desmatamento ou cercavam o grupo de trabalhadores encarregado com o desmatamento e forçavam o líder do grupo a assinar um documento que garantia que o trabalho seria suspenso.
Porem, nesta época eles ainda não tinham um sindicato suficiente forte, nem outros meios para fazer valer o direito deles. Os novos fazendeiros, muitas vezes, com ajuda de seus advogados ganharam os títulos da terra.
Entre 1978 e 1991 foram destruídos no Acre 8200km2 de floresta. Cada ano no Acre mais e mais floresta pluvial se torna pastagem e seringueiros moradores empobrecidos nas cidades crescentes…
O caso Chico Mendes
Chico Mendes
No dia 22 de Dezembro de 1988 o seringueiro, sindicalista e ativista ambiental Francisco Alves Mendes Filho, mais conhecido como Chico Mendes, foi assassinado em Xapuri, Acre.
Chico Mendes teve um papel importante na fundação do Conselho Nacional dos Seringueiros e na formulação da proposta das Reservas Extrativistas para os seringueiros.
Ele organizava muitos dos acima descritos empates e conseguiu apoio internacional para a luta dos seringueiros.
Em 1987 ele foi premiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o prêmio “Global 500” e neste mesmo ano ganhou a “Medalha do meio ambiente” da organização “Better World Society”.
Após o assassinato de Chico Mendes se juntaram mais de trinta entidades sindicalistas, religiosas, políticas, de direitos humanos e ambientalistas para formar o “Comitê Chico Mendes”.
Eles exigiram providencias e através de articulação nacional e internacional botaram pressão nas órgãos oficiais para que o crime seja punido. Em 1990 os fazendeiros Darly e Darcy Alves da Silva foram considerados culpados do assassinato e condenados a 19 anos de reclusão.
Em 1993 eles escaparam da prisão e foram novamente capitados em 1996. O caso Chico Mendes despertou pela primeira vez a atenção internacional para os problemas dos seringueiros. Através do assassinato, Chico Mendes tornou-se mais uma vez representante dos muitos outros moradores da floresta assassinados, desapossados ou ameaçados…
Fonte: kids.frontiersin.org/www.petroflex.com.br/www.ced.ufsc.br/www.amazonlink.org
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