Industrialização Brasileira

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Industrialização Brasileira – Território Brasileiro

Para compreendermos como se deu a industrialização no território brasileiro partiremos da ideia de que houve um desenvolvimento desigual da indústria em escala internacional, e por isso o Brasil se caracteriza por uma chamada industrialização tardia.

Segundo Mello (1991) os países periféricos do sistema internacional são aqueles que entraram em contato com formas técnicas que, já eram desenvolvidas em países do centro do sistema como a Grã-Bretanha e os Estados Unidos, décadas depois. Logo, o que caracteriza economias em desenvolvimento são atividades ligadas a exportação de produtos primários e alimentos.

No Brasil a cafeicultura figurou uma as atividades econômicas mais importantes desde a segunda metade do século XIX até o início do século XX; e a sua produção se consolida no estado de São Paulo, portanto, o café foi responsável pela implantação de infraestruturas necessárias para o escoamento da produção, como as ferrovias e os portos.

Isso fez com que a industrialização ocorresse de forma muito mais acentuada em São Paulo do que em outros estados brasileiros.

Outro ponto interessante que podemos destacar é nova concepção de trabalho que se constrói, saímos de um cenário de trabalho escravista para assalariado, com mão de obra, majoritariamente, de imigrantes europeus.

Industrialização Brasileira
Industrialização Brasileira

Sob as políticas do regime militar o território nacional experimenta os processos de concentração e desconcentração industrial, a ideia era fazer com que as indústrias caminhassem para outras localidades do território, e não se mantivessem, apenas, na Região Sudeste, especificamente no Estado de São Paulo, mas que adentrassem o interior e atingissem outras regiões administrativas (ROLNIK e KLINK, 2011).

Percebemos que o Brasil passou por diversas fases até chegarmos ao quadro atual do cenário industrial, sendo elas:

Primeira fase (1500 – 1808): No período colonial não era permitida a implantação de indústrias e todo o comércio era realizado diretamente com a metrópole.

Segunda fase (1808 – 1930): Período marcado com a chegada da família real no Brasil, que autorizou a implantação de indústrias básicas. E também é caracterizado pela indústria têxtil, que acelera seu crescimento por conta da Guerra da Secessão nos Estados Unidos; com a guerra o país passou a importar tecidos de outras economias por conta da queda da produção de algodão.

Terceira fase (1930 – 1955): Como governo nacionalista de Getúlio Vargas muitas indústrias de base e energia são criadas como a Companhia Vale do Rio Doce (1943), Companhia Nacional do Petróleo (1938) e a Companhia Siderúrgica Nacional (1941).

Quarta fase (1956 – Hoje): Com o estabelecimento do Plano de Metas do governo de Juscelino Kubitschek há a chegada das indústrias automobilísticas multinacionais e o desenvolvimento dos ramos siderúrgico, metalúrgico, químico, farmacêutico e naval.

Industrialização e o modelo de crescimento no Brasil: um panorama histórico

Industrialização Brasileira

Brasil teve uma das maiores taxas de crescimento do mundo entre 1930 e 1980.

A participação da manufatura no PIB quase dobrou em um dos maiores processos de industrialização tardia do século XX.

industrialização aconteceu dentro do modelo de desenvolvimento de mercados internos e foi impulsionada com políticas de substituição de importações. Nas últimas décadas, no entanto, a indústria brasileira perdeu dinamismo devido à crise da dívida dos anos 1980, seguida pela implementação de políticas neoliberais na década de 1990.

Apesar do retorno da política industrial nas administrações do PT desde 2002, o país ainda perde espaço no desenvolvimento manufatureiro.

Industrialização Brasileira – Definição

industrialização como “o processo de mudança de uma economia agrária básica para uma industrializada” que é semelhante à revolução agrícola, pois também criou um novo setor na história humana.

Como resultado, os estilos de vida dos humanos após a industrialização são registrados em um setor novo e diferente. Isso significa que a industrialização realmente desempenhou um papel crucial na história humana, o que nos desperta para perceber a industrialização como um evento histórico perceptível.

O Brasil, caracterizado como um dos maiores países que tem grande potencial de ser um país muito mais poderoso em um futuro próximo, tem uma relação muito importante com a industrialização.

Antecedentes da Industrialização no Brasil

Para falar do ponto de partida da industrialização no Brasil, devemos traçar a história do Brasil até os períodos coloniais.

Durante os períodos coloniais do Brasil (1500-1815) governado pelos portugueses, houve muitas tentativas de industrialização, mas não conseguiram atingir seus objetivos devido às restrições da política portuguesa.

É por causa do princípio econômico dos portugueses naqueles períodos chamados de “mercantilismo”. Os portugueses não queriam que as indústrias brasileiras industrializadas prejudicassem suas indústrias domésticas.

Assim, nenhuma indústria conseguiu se enraizar no Brasil para proteger os produtos portugueses que estavam à venda no território brasileiro.

Esforços também foram feitos durante o Império do Brasil (1822-1889). Durante o reinado de Dom Pedro II, empresários brasileiros como Irineu Evangelista de Souza, Visconde de Mauá e grupos estrangeiros investiram em ferrovias, estaleiros e bancos. Também as indústrias têxtil, de vestuário, de produtos alimentícios, de bebidas e de tabaco experimentaram uma expansão apreciável, mas irregular. Infelizmente, a política externa brasileira favoreceu a agricultura, o que significava que a concorrência estrangeira desencorajaria os investimentos contínuos no processo de industrialização. Como resultado, os primeiros esforços foram infrutíferos.

O que aconteceu após a extinção do Império do Brasil não foi diferente. O crescimento manufatureiro do período não gerou transformação estrutural significativa, o que implica que a industrialização no Brasil praticamente não foi capaz de mudar toda a economia brasileira mesmo no período imediatamente posterior ao Império.

A industrialização em grande escala no Brasil começou no processo de superação da crise econômica: os danos que a economia brasileira, que se concentrava principalmente na produção de café, experimentada durante a década de 1930. Foi por causa do declínio drástico do preço do café na economia mundial. Tanto o preço unitário quanto a quantidade das exportações latino-americanas caíram, com o resultado de que seu valor total para os anos 1930-34 ficou 48% abaixo do que havia sido para 1925-29.

O excesso de capacidade de produção de café e a Grande Depressão juntos agravaram a situação da economia nacional do Brasil, que consumiu quase uma década para o governo brasileiro resolver.

Os brasileiros estavam desesperados em encontrar uma solução econômica para esse problema.

A Política Econômica do Brasil para Superar a Crise e Avançar para a Industrialização

Como o Brasil não foi o único país que sofreu com a crise econômica internacional, muitas outras nações latino-americanas também tiveram que encontrar uma solução. Para encontrar uma solução para esse problema, no final da década de 1940, um dos principais economistas da região, Raul Prebisch, fez uma crítica incisiva às doutrinas liberais.

Seus argumentos forneceram a base intelectual para as políticas de industrialização por substituição de importações (ISI) que prevaleceram desde aquela época até a década de 1980.

A industrialização por substituição de importações (ISI) é uma política comercial e econômica baseada na premissa de que um país deve tentar reduzir sua dependência externa por meio da produção local de produtos industrializados.

Os líderes latino-americanos tinham duas opções para responder a essa crise econômica global.

A primeira foi fortalecer os vínculos com as nações já industrializadas e desenvolvidas para garantir e proteger uma fatia estável do mercado. E a outra era embarcar na industrialização.

O objetivo de embarcar na industrialização era alcançar maior independência econômica e criar empregos para as classes trabalhadoras. O Brasil selecionou a segunda opção que levou o país a se industrializar.

Os brasileiros perceberam que o Brasil não podia mais depender apenas das exportações de bens primários e que era preciso promover a diversificação econômica. E, assim, a industrialização em larga escala pôde ocorrer no Brasil. E essa nova política econômica escolhida pelos brasileiros levou a nação a ter sucesso na industrialização.

Em que campo o Brasil enfatizou principalmente ao se desenvolver?

Houve um vigoroso desenvolvimento das indústrias pesadas (siderurgia, metalurgia, petroquímica, química etc.) que produzem produtos manufaturados, lideradas por grandes empresas estatais (Companhia Vale do Rio Doce, Petrobras, Siderbrás, etc).

Progresso considerável também foi feito em setores mais avançados: nas indústrias aeronáutica e aeroespacial, telecomunicações, eletrônica e produção de máquinas e outros equipamentos de capital.

Industria pesada

Para aprofundar este tema, o foco principal da industrialização no Brasil foi nas indústrias pesadas como mencionei antes. Estes incluem usinas de ferro, fabricação de têxteis e roupas, processamento de alimentos, fabricação de móveis, curtumes e artigos de couro. Pelas estatísticas sobre a produção de minério de ferro no Brasil do ano de 1911 a 1960 apresentadas em ‘Estatísticas Históricas Internacionais’, podemos facilmente notar que a quantidade de minério de ferro extraído aumentou com o passar do tempo. Também pela tabela referente à produção de gás natural do ano de 1929 a 1960 apresentada na mesma fonte, comprova-se que o gás natural só pôde ser adquirido a partir de 1942 e a mineração no Brasil começou a crescer a partir do início da década de 1950. Além disso, a tabela referente à produção de petróleo bruto no Brasil com linha do tempo a partir do ano de 1915 a 1959 apresentada na mesma fonte, também mostra o aumento da produção de petróleo bruto ao longo dos anos.

Uma coisa em que devemos nos concentrar é que todos esses gráficos têm algo em comum: a produção de todas as indústrias de mineração está subindo rapidamente à medida que o tempo passa.

Isso significa que o governo brasileiro deu muita atenção a essas indústrias pesadas, que praticamente levaram o Brasil a se tornar um dos maiores países da indústria pesada do mundo.

Transporte

O transporte também é essencial para um país se industrializar. Sem um sistema de transporte bem construído em todo o território, é impossível transportar produtos manufaturados e matérias-primas.

Ao longo de grande parte da história brasileira, as diferentes regiões do país permaneceram isoladas umas das outras, mas isso mudou drasticamente após a Segunda Guerra Mundial, primeiro com o crescimento do transporte aéreo e, duas décadas depois, com a extensão de uma moderna malha rodoviária. Na verdade, os brasileiros foram os pioneiros nesse campo.

Eles também têm argumentado que os primeiros homens a voar não são os irmãos Wright, mas um brasileiro chamado Alberto Santos-Dumont. De qualquer forma, toda capital e cidade importante do Brasil tem um grande aeroporto, e a maioria das cidades menores é atendida por aviões a jato. Poucos locais não têm pelo menos um espaço de pouso de terra.

Esses excelentes serviços aéreos que foram mantidos para todas as partes do Brasil criaram as bases para que a industrialização se precipitasse.

Benefícios Adquiridos pela Industrialização no Brasil

Benefícios econômicos

Em suma, o Brasil tornou-se um dos maiores países industrializados, sustentando toda variedade concebível de atividade industrial. À medida que a industrialização ocorreu no Brasil, o setor manufatureiro doméstico cresceu enormemente durante as décadas de 1930 e 1940. A estratégia de industrialização por substituição de importações funcionou de fato.

As manufaturas nacionais substituíram os bens de consumo não duráveis importados (vestuário, calçados etc.) e, com a construção da gigantesca siderúrgica de Volta Redonda, foram dados os primeiros passos para a substituição dos produtos semi-acabados. Grande parte da base industrial existente, no entanto, foi criada nos 30 anos entre 1950 e 1980, durante os quais houve um surto de crescimento surpreendente, produzindo um aumento médio anual de 7% no PIB (correspondente a 4,3% por habitante). Nesse período, o Brasil conseguiu substituir também os bens de consumo duráveis importados, começando pelos automóveis; no final da década de 1950, quase todos os grandes fabricantes mundiais decidiram iniciar a produção de automóveis inteiramente no Brasil, na aglomeração urbana ao redor de São Paulo. Desde 1967, a indústria brasileira tem contribuído mais para o produto interno bruto do que a agricultura.

A tabela da “Estatística Histórica Internacional” apresentando os índices de produção industrial no Brasil a partir do ano de 1935 e terminando no ano de 1959 indica o grande desenvolvimento da economia brasileira ao longo do período em que se deu a industrialização; manufatura e mineração aumentaram dramaticamente.

Desenvolvimento Tecnológico e Benefícios

Por meio da industrialização, muitas indústrias no Brasil experimentaram desenvolvimento tecnológico graças às tecnologias importadas. A indústria automobilística pode ser um exemplo perfeito.

Em 1949, a Volkswagen realizou uma pesquisa no mercado latino-americano, que indicou que o Brasil era o melhor local para a instalação de sua primeira fábrica fora da Alemanha. Em 1953, a empresa começou a montar os primeiros Fuscas, com peças importadas da Alemanha, o que sinaliza o início da “Volkswagen do Brasil”. De 1953 a 1957, a Volkswagen do Brasil produziu 2.820 veículos (2.268 Fuscas e 552 Kombis). Em 1956, a Volkswagen do Brasil decidiu construir uma fábrica em São Paulo e no ano seguinte a empresa produziu a primeira Kombis no Brasil, com 50% de suas peças fabricadas no país.

Em 1959, a empresa começou a produzir o Fusca, que rapidamente se tornou um sucesso de mercado. Então, a Volkswagen do Brasil começou a desenvolver fornecedores locais e em 1961 tanto a Fusca quanto a Kombi usavam 95% de peças nacionais.

Como nos mostram as informações do caso Volkswagen, a indústria automobilística no Brasil certamente também foi uma indústria de muito sucesso. Como resultado, em 1960 o Brasil estava fabricando todos os seus próprios carros, caminhões, ônibus, jipes e tratores, embora alguns componentes para esses veículos ainda precisassem ser importados.

As tecnologias importadas de países avançados permitiram ao Brasil aprendê-las e desenvolver sua própria economia industrial.

Melhoria na Previdência Pública

industrialização também melhorou o bem-estar público. Quando a economia brasileira era constituída apenas pela indústria do café, não havia várias ocupações. No entanto, à medida que a industrialização começou, inúmeros empregos vagos foram criados, o que teve um efeito na diminuição do desemprego. Também houve um aumento acentuado dos salários monetários na indústria.

A tabela de “Estatísticas Históricas Internacionais” apresentando ‘salários monetários na indústria de 1937 a 1959’ mostra que os salários aumentaram dramaticamente à medida que o processo de industrialização atingia seu objetivo. A partir desse grande aumento dos salários monetários na indústria, podemos facilmente presumir que o bem-estar público também foi melhorado graças à industrialização.

Com base nesses efeitos positivos da economia brasileira, o Brasil conseguiu se tornar a principal nação industrial da América Latina. O Brasil definitivamente apreciou o sucesso de sua industrialização.

Fonte: Flavia Tognolo

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