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Agrossistemas ou Sistemas Agrários
Ao longo da história da humanidade, as civilizações foram mudando a sua forma de se correlacionar com a terra, tais mudanças estão ligadas ao incremento de novas técnicas e tecnologias que são capazes de reestruturem todo o espaço agrário e a relação entre os seres humanos e o meio ambiente. E é nesse sentido que existem os agrossistemas ou também conhecidos como sistemas agrários.
Os agrossistemas ou sistemas agrários podem ser definidos como um conjunto de técnicas adotadas para se aperfeiçoar a produção agrícola (cultivo ou plantio), uma vez que, os procedimentos vão mudando ao longo de toda história de relação dos seres com o meio ambiente, mais especificamente a terra. Isso não quer dizer que eles seguem uma linha cronológica, pois é possível ainda em diversas áreas encontrar sistemas mais primitivos em tempos mais recentes.
Os estudiosos dessa área, basicamente classificam os sistemas agrários em três modelos que ora se distinguem e ora se complementam. Esses modelos são dotados de uma grande complexidade social, cultural e tecnológica devido as técnicas empregadas. E são eles os agrossistemas tradicionais, modernos e orgânicos.
Os agrossistemas tradicionais ou sistemas agrários tradicionais, utilizam técnicas mais antigas e simples no processo de produção do campo. Neles ainda são possíveis encontrar mão de obra assalariada e a baixa presença do conhecimento científico e aparatos tecnológicos. São utilizados em grande escala em países em desenvolvimento ou em países emergentes, e possuem um papel primordial no controle do êxodo rural (migração do campo para a cidade). E os produtos de sua produção são bem variáveis. E por fim, o seu foco está ligado a comercialização em escalas internas dentro de um país, ou seja, não são vinculados a exportação.
Os exemplos mais notáveis deste modelo são os plantations, a jardinagem, a agricultura itinerante e a mediterrânea.
Atualmente há discussões no meio acadêmico-científico sobre o fim desse sistema devido a crescente industrialização do campo vinculadas ao alastramento do agronegócio e do tecido urbano.
Os agrossistemas modernos ou sistemas agrários modernos se caracterizam por um grau elevado de mecanização do campo e baixa presença de trabalhadores assalariados, uma vez que, as máquinas podem fazer muitas coisas no lugar dos trabalhadores. Esse modelo ganhou força a partir de 1950 com a “revolução verde”, cuja produção é pautada a partir das pesquisas ligadas a biotecnologia e o avanço das agroindústrias, com a utilização de fertilizantes, plantas geneticamente modificadas (transgênicas), correção de solos, etc. Seu problema está muito ligado a deteriorização do meio ambiente, a concentração de terras e a expulsão de grandes contingentes de trabalhadores rurais.
Em contrapartida, surgem os agrossistemas orgânicos ou sistemas orgânicos que visam a preservação do meio ambiente em consonância com a produção agrícola. Um exemplo típico são agroflorestas, cuja produção não envolve desmatamento de áreas florestadas e o baixo uso de agroquímicos. Além da constante presença do trabalhador rural exercendo a sua profissão. No Brasil este modelo não é muito difuso devido à grande concorrência com o agronegócio.
Gean Alef Cardoso
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