PUBLICIDADE
É o vulto branco de mulher linda, nua, loura, que aparece a dançar na praia, iluminada pelos relâmpagos de tempestade próxima.
Reside em um dos picos da ilha, para onde leva os homens que se apaixonam por ela.
Aí transforma-se em caveira.
Alamoa – Lenda
A Alamoa ou dama branca, lenda de Fernando de Noronha, é a aparição de uma mulher branca, loura, nua, que tenta os pescadores ou caminhantes que voltam tarde e depois se transforma num esqueleto, endoidecendo o namorado que a seguiu.
Aparece também como uma luz ofuscante, multicor, a perseguir quem foge dela.
Alamoa, em ilustração de Roger Cruz e
Bruna Brito para o livro O Mais legal do Folclore, 2003
Sua residência é o Pico, elevação rochosa de 321 metros na ilha de Fernando de Noronha. Segundo Olavo Dantas (Sob o Céu dos Trópicos, 28, Rio de Janeiro, 1938):
Às sextas-feiras a pedra do Pico se fende e na chamada porta do Pico aparece uma luz. A Alamoa vaga pelas redondezas. A luz atrai sempre as mariposas e os viandantes.
Quando um destes se aproxima da porta do Pico, vê uma mulher loura, nua como Eva antes do pecado. Os habitantes de Fernando chamam-na alamoa, corruptela de alemã, porque para eles mulher loura só pode ser alemã… O enamorado viandante entra na porta do Pico, crente de ter entrado num palácio de Venusberg, para fruir as delícias daquele corpo fascinante. Ele, entretanto, é mais infeliz que o cavaleiro Tannhauser. A ninfa dos montes transforma-se numa caveira baudelairiana.
Os seus lindos olhos que tinham o lume das estrelas, são dois buracos horripilantes. E a pedra logo se fecha atrás do louco apaixonado. Ele desaparece para sempre.
Para Pereira da Costa, trata-se de uma reminiscência do tempo dos holandeses. Luís da Câmara Cascudo a caracteriza como uma convergência de várias lendas de sereias e iaras estrangeiras.
O tema da mulher sobrenatural que atrai e seduz os homens, transformando-se a seguir, é comum e recorrente no imaginário popular, sendo, por isso, impossível determinar sua origem com precisão.
A Beleza Assassina da Alamoa
Alamoa – Folclore
Os internos do antigo presídio da ilha de Fernando de Noronha costumavam dizer que na noite anterior à chegada de uma grande tempestade, por volta da meia-noite, uma mulher extremamente bonita aparecia.
Ela era alta com longos cabelos loiros e completamente despida, dançando ao som das ondas quebrando. Foi só quando o relâmpago piscou que sua presença foi vista. Seus pés pareciam flutuar no ar, acima da costa arenosa. Segundo a crença popular, uma loira assim só podia ser alemã e por isso era chamada de alamoa, uma corruptela de alemã.
Sua história sempre difere, mas algumas versões da lenda dizem que ela já foi a rainha da ilha e ficou irritada com o fato de os humanos terem começado a viver lá.
Outras versões apontam para uma alegoria religiosa que a mostra como a primeira mulher a ser traída pelo marido e, a partir daí, de alguma forma, ela se transformou na alamoa, punindo qualquer homem casado que cruzasse seu caminho. Para os homens que ela iria atrair e seduzir, eles caíram sob seu feitiço, vendo-a se tornar um esqueleto diante de seus olhos. Para outros, ela era apenas uma alma perdida, procurando um homem forte para ajudá-la a desenterrar um tesouro escondido.
Diz-se que ainda vive num local da ilha conhecido por rocha do Pico. Nas noites de sexta-feira, a rocha às vezes se abre, revelando uma porta de onde emana uma luz. De lá, a bela alamoa pode ser vista, dançando para atrair sua vítima. Aqueles que entrarem acreditarão ter entrado em Venusberg, o palácio de uma lenda alemã de uma montanha onde residia a deusa Vênus.
Quando os homens entrassem na abertura na rocha do Pico, logo ficariam horrorizados com a transformação dela.
Seus lindos e brilhantes olhos se tornariam dois buracos escuros e sua cabeça se tornaria uma caveira medonha. Nesse momento, a abertura da rocha se fecharia e a pobre alma lá dentro nunca mais seria vista, embora seus gritos pudessem ser ouvidos fracamente pelos próximos dias.
Alguns pesquisadores dizem que a história remonta à ocupação holandesa no início de 1600 e que sua história é uma convergência de várias lendas de sereias.
A ideia de uma mulher sobrenatural que atrai e seduz os homens, transformando-se logo em seguida, é comum e recorrente no folclore popular em todo o mundo, assim, a verdadeira origem é praticamente impossível de determinar. Origens à parte, não tenho certeza se gostaria de ser pego à espreita à meia-noite na véspera de uma tempestade. Afinal, onde as tempestades se formam, os problemas também.
Fonte: ifolclore.vilabol.uol.com.br/pt.fantasia.wikia.com/streetsmartbrazil.com
Redes Sociais