Relâmpago

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Desde a mais remota antiguidade os relâmpagos têm fascinado e atemorizado o homem de tal modo que a sua ocorrência era atribuída à ira dos deuses. Assim, oferendas e sacrifícios de animais e até de seres humanos, passaram a ser realizados na tentativa de amenizar a fúria divina. E observando-se que após um breve tempo, a tempestade se dissipava, o método usado parecia funcionar. Mas na realidade o que se pode notar, é que a grande maioria das tempestades tem curta duração, de algumas dezenas de minutos apenas. Quando ela parece continuar por um tempo maior, na realidade são outras células de tempestade que vão surgindo e se deslocando de acordo com as condições atmosféricas reinantes.

Da mitologia grega, “Zeus” era o poderoso deus das tempestades. Da mesma forma, os antigos romanos, tinham o seu deus “Jove” (Júpiter) que originou o “Giovedí” em italiano e que corresponde à “quinta-feira” . A mesma correspondência se encontra em castelhano, “Jueves” e em francês, “Jeudi”, e em outras línguas européias.

Os romanos tinham tamanho pavor das tempestades e observando que os loureiros, jamais haviam sido atingidos por relâmpagos, faziam grinaldas com folhas de louro e as depositavam sobre a cabeça até que a tempestade passasse. Por esta razão é possível ver as imagens dos imperadores coroados com folhas de louro.

Os antigos escandinavos tiveram o seu deus “Thor” que ainda hoje conserva sua influencia na língua inglesa, o “Thursday”, correspondendo ao “Dia de Thor”.

A língua portuguesa não conservou os nomes pagãos para os dias da semana, como em outros idiomas, mas adotou as “feiras”, que tem origem nas “feriae”, por tradição do cristianismo que reservava a semana da Páscoa para atos de louvor ao Senhor.

Em época mais recente, algumas localidades generalizaram o uso do repicar dos sinos das igrejas para afastar as tempestades, o que parecia funcionar também, tendo em vista a breve duração dos temporais. No entanto, tal prática se revelou bastante perigosa, pois sendo os campanários os pontos mais elevados da região, muitos sineiros foram atingidos por descargas elétricas no desempenho das suas funções. Na Alemanha, num período de 33 anos, 368 campanários forma destruídos e 103 sineiros perderam a vida, tendo sido posteriormente, proibida tal prática.

Relâmpago vem do Latim: re+lampare = clarão, claridade, luz intensa.

Em Meteorologia o termo: TROVOADA = RELÂMPAGO + TROVÃO.

Sempre que um relâmpago é visto ou um trovão é ouvido, diz-se que está ocorrendo uma tempestade. Uma gama muito ampla de fenômenos acompanha essa tempestade, sendo o relâmpago, uma violenta descarga elétrica.

São sinônimos:

Raio
Faísca
Corisco

Tais descargas podem ocorrer:

Dentro da própria nuvem
Da nuvem para o solo
Do solo para a nuvem
De nuvem para nuvem
Da nuvem para o ar claro.

Na natureza tudo é formado por cargas elétricas. A nuvem que inicia a tempestade denomina-se CUMULONIMBUS, que durante o seu desenvolvimento, cargas elétricas se separam e muitas se acumulam na base da nuvem. Estas cargas por sua vez, atraem cargas de sinal contrário na superfície oposta, e ao atingirem uma determinada concentração, se atraem, neutralizando-se de forma violenta, originando o relâmpago.

Enquanto a nuvem estiver em atividade, mais cargas surgem, gerando novos relâmpagos.

Uma única nuvem pode fabricar mais de 1500 relâmpagos.

O relâmpago então, é uma descarga elétrica com milhares de volts, portanto extremamente perigosa. Um único relâmpago enquanto dura pode ter a capacidade de acender 600 mil lâmpadas de 60 w, em média.

Sua duração em geral, não passa de alguns décimos de segundo, mas já foi observada uma enorme faísca que durou 20 segundos!

O trovão apesar de ruidoso, é inofensivo. Resulta da rápida expansão do ar violentamente aquecido em volta do relâmpago, cuja temperatura chega a atingir 30.000 ºC.

Após um relâmpago, o total de segundos decorridos até ouvir o trovão, permite estimar a distância da tempestade até o observador, multiplicando os segundos decorridos por 300 (m/s) que é a velocidade média do som (trovão) ao ar livre.

Exemplo: Total de segundos decorridos entre o relâmpago e o trovão = 10s.

Portanto: 10 (s) x 300 (m/s) = 3000 metros de distância.

Relâmpagos
Relâmpago

Vamos agora ver como poderemos nos precaver e quais são as situações de risco, antes veremos um pouco de sua classificação.

Tipos mais comuns de relâmpagos

Difuso (clarão dentro da nuvem ou muito distante), Único, Ramificado

Formas mais raras

Rosário ou perolado (como se fosse um colar de pérolas), Folheado ou chapeado, Esférico, globular ou bola (esferas brilhantes suspensas no ar, com diâmetros de 5 a 40 cm, de curta duração e explosivas)

Situações de risco durante as tempestades

As cargas elétricas têm a propriedade de se aglomerarem nas pontas dos objetos, então mastros, chaminés, árvores como pinheiros e eucaliptos, alto dos prédios, morros, picos de elevações naturais, são potencialmente favoráveis às descargas elétricas.

Por esta razão é que se empregam os pára-raios, na tentativa de proteger o local de possíveis descargas, sendo colocado como o ponto mais alto da região a ser protegida.

O pára-raios atua numa área que forma um cone de proteção, sendo ele o vértice desse cone.

Após uma tempestade é necessário fazer uma vistoria no pára-raios, pois pode aparecer alguma avaria que deve ser eliminada.

A proximidade da água também é favorável à ocorrência de raios, visto que a própria água conduz eletricidade. Então banhos de mar, lagos, rios ou mesmo de piscina, são situações de alto risco.

De um modo geral, devem ser evitadas as situações de risco durante as tempestades elétricas como:

Observar tempestades com janelas ou portas abertas, Abrigar-se próximo ou sob qualquer tipo de árvore, Tomar banho de mar ou piscina, Permanecer na praia, principalmente de pé (a pessoa seria o ponto mais alto), Estar de pé numa área descampada, Jogar bola num campo aberto, Encostar-se em traves, máquinas de ferro, grades e cercas metálicas ao ar livre, Tentar abrigar-se da chuva sob quiosques, marquises ou barracas, expondo-se ao ar livre ao redor, Utilizar ou estar próximo a aparelhos eletro-eletrônicos mesmo desligados, porém conectados à rede elétrica, Banho com chuveiro elétrico, Uso do ferro de passar, Falar ao telefone com fio, Segurar qualquer objeto metálico.

Proteção do patrimônio

Sempre que possível, desligar a chave geral da residência, Na eventual dificuldade ou impossibilidade, ao menos desconectar todos os aparelhos ligados à rede elétrica, No caso da TV é necessário desconectar também o cabo da antena

Locais seguros

Dentro de qualquer ambiente com portas e janelas fechadas, Dentro de veículos mesmo metálicos com as as janelas quase fechadas (automóveis, embarcações, navios, aviões)

Crendices errôneas

O relâmpago não cai duas vezes no mesmo lugar (os pára-raios por si só provam o contrário), Espelhos atraem os raios (só se tiver moldura metálica)

Comentários finais, estatísticas dos EEUU mostram que ao longo das décadas, os raios são os fenômenos naturais que mais provocam mortes, comparados a fenômenos como tornados, enchentes e vendavais.

Entretanto, apesar de parecer contraditório, os relâmpagos são essenciais à vida pois:

Mantém o equilíbrio das cargas elétricas do planeta, Renovam o ar “limpando” a atmosfera de grande quantidade de particulados em suspensão, Combinam quimicamente o Oxigênio e Nitrogênio, que juntamente com a chuva, formam um excelente adubo natural, poupando milhares de dólares anuais em fertilizantes para atividades agricolas, Regiões pobres de tempestades elétricas são pobres em agricultura.

Estatísticas mostram que na atmosfera, ocorrem aproximadamente 100 descargas elétricas por segundo, 1800 tempestades em cada instante e em média, 44.000 por dia.

Fonte: profednilson.wordpress.com

Relâmpago

Os relâmpagos matam mais pessoas no Brasil do que qualquer outro evento meteorológico.

Segundo o ELAT (Grupo de Eletricidade Atmosférica do INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em média, 150 pessoas morrem por ano. Mas, para alívio de todos, apenas 20 ou 30 % das pessoas atingidas por relâmpagos morrem. Estatisticamente, só as vítimas que sofrem parada cardíaca imediata vêm a falecer (a não ser que recebam tratamento adequado – Ressucitação Cardio-Pulmonar (RCP) – o que não é sempre possível). O restante sofre uma série de ferimentos, alguns sérios, mas sobrevivem.

Amantes de atividades ao ar livre estão sempre expostos a este risco. Isto porque estão sempre em locais onde os relâmpagos geralmente caem, como cume de montanhas, e vivem carregando equipamentos metálicos.

DINÂMICA DOS RELÂMPAGOS

Um relâmpago é uma corrente elétrica muito intensa que ocorre na atmosfera com típica duração de meio segundo e trajetória com comprimento variando de 5 a 10 quilômetros. Ele é conseqüência do rápido movimento de elétrons de um lugar para outro.

Os elétrons movem-se tão rápido que fazem o ar ao seu redor iluminar-se, resultando em um clarão, e aquecer-se, resultando em um som – o trovão.

Um relâmpago é tipicamente associado a nuvens cumulonimbus ou de tempestade, embora possa ocorrer em associação com vulcões ativos, tempestades de neve ou, mesmo, tempestades de poeira. Dentro das tempestades, diferentes partículas de gelo tornam-se carregadas através de colisões. Acredita-se que as partículas pequenas tendem a adquirir carga positiva, enquanto que as maiores adquirem predominantemente carga negativa. Estas partículas tendem, então, a se separar sobre a influência de correntes de ar ascendentes e descendentes e da gravidade, de tal modo que a parte superior da nuvem adquire uma carga positiva e a parte inferior uma carga negativa. A separação de carga produz então um enorme campo elétrico tanto dentro da nuvem como entre a nuvem e o solo.

Quando este campo, eventualmente, quebra a resistência elétrica do ar, um relâmpago tem início.

Em termos gerais, existem dois tipos de relâmpagos:

Rrelâmpagos na nuvem
Relâmpagos no solo

Relâmpagos na nuvem originam-se dentro das nuvens cumulonimbus, normalmente na região onde gotículas de água transformam-se em gelo, e propagam-se dentro mesma (relâmpagos intranuvem) ou fora dela, rumo a outra nuvem (relâmpagos nuvem-nuvem) ou numa direção qualquer no ar (descargas para o ar).

Relâmpagos no solo, por sua vez, podem originar-se na nuvem ou em outras regiões dentro da nuvem cumulonimbus (relâmpagos nuvem-solo) ou no solo, abaixo ou perto da tempestade (relâmpagos solo-nuvem). Mais de 99 % dos relâmpagos no solo são relâmpagos nuvem-solo. Relâmpagos solo-nuvem são relativamente raros e, geralmente, ocorrem do topo de montanhas ou estruturas altas.

ATINGIMENTO POR RELÂMPAGOS

Existem várias situações em que um relâmpago pode atingir uma pessoas:

Atingimento Direto: É quando o relâmpago atinge o objeto ou pessoa diretamente, atravessando o objeto até chegar ao solo. Os relâmpagos procuram o caminho mais curto e de menor resistência até chegar ao solo. Uma pessoa no cume de uma montanha durante uma tempestade, se torna um caminho perfeito para relâmpago chegar ao chão.
Descargas Laterais:
Neste caso, o relâmpago atinge algo que não uma pessoa (uma árvore ou pedra) mas “pula” pelo ar, formando um arco, e atinge alguém cujo corpo ofereça uma resistência menor à carga elétrica do que o objeto atingido inicialmente. Descargas laterais também podem ocorrer de pessoa para pessoa.
Contato:
É quando a descarga elétrica atinge alguém que estava em contato com algo que foi atingido por um relâmpago, seja diretamente ou por descargas laterais.
Flashover:
Este tipo de evento se dá quando o raio passa por fora do corpo em vez de atravessá-lo. Roupas molhadas de chuva ou suor contribuem para que este efeito ocorra. Quando ele acontece, a umidade nas roupas e calçados evapora rapidamente, expulsando estes objetos de forma abrupta do corpo, quase como uma explosão, causando queimaduras na pele.
Corrente no Solo:
A carga elétrica é conduzida pelo solo, após atingir um objeto qualquer. Se alguma pessoa estiver próxima ao objeto atingido pelo raio, ela pode se ferir como resultado do fluxo de eletricidade passando pela terra.

TIPOS DE FERIMETOS

Os relâmpagos podem causar ferimentos múltiplos, de tipos diferentes, indo desde parada cardíaca até queimaduras sérias e fraturas.

Quando alguém é atingido por um raio, a primeira coisa a se fazer é verificar o ABC da Vida (Vias Aéreas, Respiração e Circulação). Caso necessário, proceder a RCP.

Parada Cardíaca: A corrente elétrica muitas vezes interrompe o ritmo natural dos batimentos cardíacos. Se o coração está sadio, normalmente ele volta a bater sozinho. Porém, ele pode não voltar caso tenha sofrido alguma lesão, ou voltar e parar de novo, caso o coração tenha sofrido uma privação prolongada de oxigênio, como no caso de uma parada respiratória. Neste caso, a RCP deve ser iniciada imediatamente.

Ao contrário do que muitos acreditam, uma pessoa que foi atingida por um relâmpago não permanece com carga elétrica. Portanto, nunca espere para iniciar a RCP.

Parada Respiratória: A área do cérebro que controla a respiração e os músculos utilizados podem ser paralisados pela corrente elétrica. Esta interrupção na respiração pode ser prolongada, levando a vítima a ter uma segunda parada cardíaca, quando o coração retorna os batimentos depois de uma primeira parada. Em caso de parada respiratória, ventilação artificial deve ser iniciada imediatamente.

Problemas Neurológicos: De um modo geral, a vítima entra em um estado de inconsciência. Algumas pessoas irão sofrer uma paralisia temporária, principalmente nas extremidades inferiores. A descarga elétrica também pode resultar em perda de memória.

Queimaduras

São raros os casos de queimaduras profundas de pele e músculos, mas queimaduras superficiais são comuns. A maioria das queimaduras são de primeiro ou segundo grau, mas podem ocorrer queimaduras de terceiro grau.

Queimadura de primeiro grau é aquela que deixa a primeira camada da pele vermelha e dói ao ser tocada. Um exemplo são as queimaduras solares. As dores passam em 3 ou 4 dias e a pele começa a descascar. Medicamentos tópicos para alívio da dor podem ser usados, como nos casos de queimaduras pelo sol.

Queimaduras de segundo grau danificam tanto a primeira camada quanto a camada intermediária da pele. Estas queimaduras doem muito quando tocadas. A pele fica vermelha, úmida, com bolhas, e fica esbranquiçada quando aplicada pressão. As bolhas podem levar até 24 horas para se formarem e as feridas podem levar de 5 a 25 dias para ficarem completamente curadas, se não houver infecção. O local queimado deve ser limpo com água, se possível, água esterilizada, resfriado apenas com água (atenção: nunca use gelo) e coberto com bandagem ou atadura úmida. Não aplique nenhum tipo de pomada ou creme, nem pasta de dente, manteiga ou outros ensinamentos populares. Leve a vítima até um médico.

Queimaduras de terceiro grau são extremamente sérias. Elas destroem todas as camadas da pele, chegando a queimar músculos e outros tecidos sob a pele. A pele queimada fica ressecada e com aparência de couro, com coloração acinzentada. Porém, a pele fica insensível, pois a maioria dos nervos e vasos sangüíneos do local foram destruídos. O que geralmente acontece são queimaduras de primeiro e/ou segundo grau ao redor da queimadura de terceiro grau. O tratamento inicial é o mesmo das queimaduras de primeiro e segundo grau, porém, é necessário que a vítima seja levada imediatamente ao hospital.

Um outro problema resultante das queimaduras é a desidratação. Se a vítima estiver consciente, ministre líquidos.

Outros Ferimentos

Quando os músculos são atingidos pela descarga elétrica, são forçados a contrações violentas, causando fraturas, danos à coluna cervical e deslocamento. O impacto de um raio pode ser forte o suficiente para jogar uma pessoa alguns metros a frente.

MEDIDAS DE SEGURANÇA

Existem várias maneiras de se evitar problemas com relâmpagos. A primeira delas é saber a previsão do tempo. Se existir a possibilidade de chuvas fortes e tempestade, fique atento à formação ou chegada de nuvens pretas ou não saia de casa.

Caso você não dê atenção à previsão do tempo e saia de casa assim mesmo, cuidado. No meio de uma tempestade com relâmpagos, procure um local com muitas árvores baixas ou blocos de pedras. Para reduzir as chances de ser atingido em um local com árvores e pedras grandes, fique longe de qualquer objeto com mais de 5 vezes o seu tamanho, mantendo uma distância de pelo menos uma vez e meia o tamanho do objeto.

Ao contrário do que muitos acreditam, não se abrigue debaixo da árvore ou pedra mais próxima. O relâmpago pode atingi-lo de forma indireta, como visto anteriormente.

Afaste qualquer objeto que possa conduzir eletricidade. Se você estiver com um grupo, espalhe as pessoas ao máximo, para evitar descargas laterais e correntes vindas pelo solo.

Se possível, entre em uma caverna profunda. Fique longe da entrada e não encoste nas paredes.

O local mais seguro para ficar é dentro do carro (com as janelas fechadas). O metal do carro irá dispersar a corrente elétrica, fazendo com que a mesma passe ao redor do veículo. Não toque em nenhuma parte metálica do carro.

Por fim, esteja sempre atento. Não espere a tempestade começar. Vá embora antes!

Relâmpagos
Relâmpago

Fonte: www.adventurezone.com.br

Relâmpago

Relâmpagos
Relâmpago

O Perigo está no ar

O tema proteção contra relâmpagos pode ser dividido em duas partes: sistemas de proteção contra relâmpagos e regras de proteção pessoal.

Um sistema de proteção contra relâmpagos tem como objetivo blindar uma estrutura, seus ocupantes e seus conteúdos, dos efeitos térmicos, mecânicos e elétricos associados com os relâmpagos. O sistema atua de modo que a descarga atmosférica possa entrar ou sair do solo sem passar através das partes condutoras da estrutura ou através de seus ocupantes danificando-os ou causando acidentes. Um sistema de proteção contra relâmpagos não impede que o relâmpago atinja a estrutura; ele promove um meio para controlar e impedir danos através da criação de um caminho de baixa resistência elétrica para a corrente elétrica fluir para o solo. A idéia de proteger prédios e outras estruturas dos efeitos diretos dos relâmpagos através do uso de condutores foi pela primeira vez sugerida cerca de dois séculos atras por Benjamin Franklin.

Os principais componentes de um sistema de proteção contra relâmpagos são:

Terminais Aéreos

Conhecidos como pára-raios, eles são hastes condutoras rígidas montadas em uma base com o objetivo de capturar o relâmpago. Eles devem ser instaladas nos pontos mais altos da estrutura. Algumas vezes, estas hastes são interligadas através de condutores horizontais.

Condutores de Descida

Cabos que conectam os terminais aéreos aos terminais de aterramento.

Terminais de Aterramento

Condutores que servem para conectar os condutores de descida ao solo. Eles são tipicamente condutores de cobre ou revestidos com cobre enterrados no solo.

O nível de aterramento é bastante dependente sobre as características do solo.

Condutores de Ligação Equipotencial

São condutores que visam igualar o potencial entra os diferentes condutores de modo a impedir descargas laterais. Descargas laterais, também conhecidas como correntes de sobretensão, são causadas por diferenças de potencial entre a corrente percorrendo o condutor e objetos próximos. Elas são o resultado da resistência finita dos condutores a passagem de corrente elétrica e a indução magnética.

A zona de proteção de um sistema de proteção contra relâmpagos formado por um terminal aéreo é a região adjacente, a qual é substancialmente imune a incidência direta de relâmpagos. Como uma regra simples, esta região pode ser considerada como representada por um cone ao redor do terminal aéreo tendo um raio no solo equivalente a altura do terminal aéreo em relação ao solo. Aplicação desta “teoria do cone de proteção”, entretanto, tem muitas exceções e deve ser considerada somente como uma primeira aproximação. Em particular, tem-se mostrado que o raio do cone de proteção no solo depende sobre o nível de proteção esperado, bem como sobre a altura da estrutura. Para estruturas com alturas superiores a 20 m, esta teoria não é aplicável. Nestes casos, aplica-se a teoria conhecida como “teoria da esfera rolante”. Esta teoria é baseada no conceito de distância de atração, que é a distância entre a ponta do líder escalonado e o ponto de queda do relâmpago no solo no instante da quebra de rigidez dielétrica do ar próximo ao solo. A zona de proteção calculada por esta teoria é em geral menor que aquela obtida pela “teoria do cone de proteção”. Para estruturas com alturas superiores a 60 m, outro tipo de sistema de proteção que utiliza condutores horizontais conectando os terminais aéreos de modo a formar uma gaiola é recomendado pelas Normas Brasileiras de Proteção ABNT NBR-5419.

Um sistema de proteção contra relâmpagos pode também incluir componentes para prevenir danos causados por efeitos indiretos dos relâmpagos, tais como supressores de surtos. A atividade de relâmpagos próximos a um local, incluindo relâmpagos dentro das nuvens e entre nuvens, pode causar surtos de tensão, conhecidos como sobretensões ou transientes, que podem afetar linhas de tensão, cabos telefônicos ou de dados, e instrumentação em geral. Os surtos de tensão são aumentos momentâneos na tensão normal de um sistema, causados pêlos efeitos eletromagnéticos associados aos relâmpagos. Os supressores de surtos podem ser adicionados a um sistema de proteção contra relâmpagos para proteger os equipamentos eletrônicos contra sobretensões. Existem diversos tipos de supressores, entre eles centelhadores à ar, centelhadores à gas, varistores e diodos zener. Em várias aplicações é necessário o uso combinado de mais de um tipo de supressor, formando um circuito de proteção.

Vários resultados recentes da pesquisa sobre relâmpagos não tem sido incorporados as atuais normas de proteção contra relâmpagos:

A multiplicidade dos relâmpagos é ao menos o dobro dos valores normalmente considerados nas atuais normas de proteção.
Em cerca da metade dos relâmpagos nuvem-solo, a terminação no solo é diferente para diferentes descargas de retorno.
Em ao menos um terço dos relâmpagos nuvem-solo, a intensidade de corrente de ao menos uma descarga de retorno subsequente é maior do que a da primeira descarga de retorno.
As correntes de pico, polaridades e intervalos entre descargas de retorno são diferentes em diferentes locais geográficos.

Estes resultados podem ter importantes implicações sobre os atuais conceitos de proteção contra relâmpagos e devem ser incorporados as futuras normas de proteção.

Relâmpagos podem ser perigosos. Quando relâmpagos estão caindo próximo, você esta sujeito a ser atingido diretamente por eles. A chance de uma pessoa ser atingida por um relâmpago é algo em torno de 1 para 1 milhão. Entretanto, a maioria das mortes e ferimentos não são devido a incidência direta e sim a efeitos indiretos associados a incidências próximas ou efeitos secundários dos relâmpagos. Os efeitos indiretos incluem tensões induzidas, sobretensões, tensões de toque e de passo. Tensões induzidas são produzidas em pontos no solo próximos ao local da queda do relâmpago quando o líder escalonado aproxima-se do solo. A tensão induzida sobre uma pessoa pode causar a ocorrência de uma descarga para cima a partir da cabeça da pessoa, o que pode algumas vezes resultar em sua morte. Sobretensões são causadas pôr diferenças de tensão entre o objeto percorrido pela corrente da descarga e objetos próximos, resultando em descargas laterais. Tais descargas laterais são comum de ocorrer a partir de arvores próximas ou de uma pessoa que é atingida diretamente por uma descarga. Tensões de toque e de passo referem-se a diferenças de tensões induzidas por descargas próximas ao longo da direção vertical e ao longo do solo ou de superfícies horizontais, respectivamente. Estas tensões estão normalmente presentes entre diferentes pontos de um condutor ou pontos de diferentes condutores na vizinhança do local de queda de uma descarga. Os efeitos secundários estão normalmente associados com incêndios ou queda de linhas de energia induzidos por descargas.

A corrente do relâmpago pode causar sérias queimaduras e outros danos ao coração, pulmões, sistema nervoso central e outras partes do corpo, através de aquecimento e uma variedade de reações eletroquímicas. A extensão dos danos depende sobre a intensidade da corrente, as partes do corpo afetadas, as condições físicas da vítima, e as condições específicas do incidente. Cerca de 20 a 30 % das vítimas de relâmpagos morrem, a maioria delas por parada cardíaca e respiratória, e cerca de 70 % dos sobreviventes sofrem por um longo tempo de sérias seqüelas psicológicas e orgânicas. As seqüelas mais comuns são diminuição ou perda de memória, diminuição da capacidade de concentração e distúrbios do sono. No Brasil é estimado que cerca de 100 pessoas morrem por ano atingidas por relâmpagos.

De modo a evitar os acidentes descritos acima, as regras de proteção pessoal listadas abaixo devem ser seguidas.

Se possível, não saia para a rua ou não permaneça na rua durante tempestades, a não ser que seja absolutamente necessário.

Nestes casos, procure abrigo nos seguintes lugares:

Carros não conversíveis, ônibus ou outros veículos metálicos não conversíveis.
Em moradias ou prédios que possuem proteção contra relâmpagos.
Em abrigos subterrâneos, tais como metros ou túneis.
Em grandes construções com estruturas metálicas.
Em barcos ou navios metálicos fechados.
Em desfiladeiros ou vales.

Se estiver dentro de casa, evite:

Usar telefone, a não ser que seja sem fio.
Ficar próximo de tomadas e canos, janelas e portas metálicas.
Tocar em qualquer equipamento elétrico ligado a rede elétrica.

Se estiver na rua, evite:

Segurar objetos metálicos longos, tais como varas de pesca, tripés e tacos de golfe.
Empinar pipas e aeromodelos com fio.
Andar à cavalo.
Nadar.
Ficar em grupos.

Se possível, evite os seguintes lugares que possam oferecer pouca ou nenhuma proteção contra relâmpagos:

Pequenas construções não protegidas, tais como celeiros, tendas ou barracos.
Veículos sem capota, tais como tratores, motocicletas ou bicicletas.
Estacionar próximo a arvores ou linhas de energia elétrica.

Se possível, evite também certos locais que são extremamente perigosos durante uma tempestade, tais como:

Topos de morros ou cordilheiras.
Topos de prédios.
Áreas abertas, campos de futebol ou golfe.
Estacionamentos abertos e quadras de tênis.
Proximidade de cercas de arame, varais metálicos, linhas aéreas e trilhos.
Proximidade de árvores isoladas.
Estruturas altas, tais como torres, linhas telefônicas e linhas de energia elétrica.

Se você estiver em um local sem um abrigo próximo e sentir seus pêlos arrepiados ou sua pele coçar, indicando que um relâmpago esta prestes a cair, ajoelhe-se e curve-se para a frente, colocando suas mãos nos joelhos e sua cabeça entre eles. Não deite-se no chão.

Fonte: www.atualissimaonline.hpg.ig.com.br

Relâmpago

Proteção contra relâmpagos

Relâmpagos

Os países tropicais por todo o mundo são muito mais atingidos por relâmpagos que os países mais frios. As áreas de planaltos expostos altos com poucas árvores parecem ser mais atingidas por relâmpagos que outras áreas. Quando as pessoas vivem em cabanas com telhados de palha, os riscos são maiores.

Zimbábue possui o recorde do maior número de pessoas mortas por serem atingidas por um único relâmpago, com 21 pessoas mortas em uma cabana perto de Mutare em 1975.

O relâmpago é chamado de ‘Ato de Deus’, pois ninguém pode prever onde ele cairá. No entanto, as causas dos relâmpagos possuem uma explicação científica simples. Se um relâmpago atinge uma pessoa, ele pode fazer com que seu coração e, às vezes, seus pulmões parem. Os corações podem recomeçar sem ajuda médica, mas se os pulmões também pararem, pode ser necessário fazer massagem cardíaca e respiração boca-a-boca urgentemente para ressuscitar a pessoa e prevenir a morte.

Em muitos países, as pessoas acreditam que os relâmpagos estão associados à bruxaria. Isto significa que muitas pessoas têm medo de ajudar alguém que tenha sido atingido por um relâmpago, no caso de serem afetadas. Mais vidas poderiam ser salvas, se fosse ensinado às pessoas que os relâmpagos são um processo natural e não há nenhum risco em ajudar alguém que tenha sido atingido. Fazer massagem cardíaca e respiração boca-a-boca imediatamente pode salvar algumas vidas.

Relâmpagos
Relâmpago

Em espaços abertos grandes, qualquer coisa que esteja de pé, principalmente se for feita de metal, tem maior probabilidade de ser atingida pelos relâmpagos – árvores isoladas, estacas, postes de cercas e até mesmo uma pessoa. Se você se encontrar em uma área exposta, afaste-se de qualquer extensão de água exposta e procure uma vala para ficar dentro, deitado! O lugar mais seguro para se abrigar é embaixo de um grupo grande de árvores (escolha uma árvore mais baixa) ou em um veículo fechado (onde os pneus de borracha oferecem proteção).

Se os relâmpagos atingirem casas bem construídas, com encanamentos/ canalizações para água e eletricidade, a energia elétrica passará pelos canos e fios de metal, ficando longe das pessoas dentro da casa. No entanto, em prédios com telhados de palha, os relâmpagos passam pelas pessoas dentro das casas. Os pesquisadores observaram que as cabanas com cozinhas de telhado de palha tinham muito mais probabilidade de serem atingidas pelos relâmpagos por causa das panelas de metal. Evite abrigar-se nas cozinhas!

Todos os prédios, principalmente os com telhados de palha, podem ser protegidos com um ‘pára-raios’. Este é constituído por um poste de madeira muito alto, de pelo menos seis metros de altura, colocado de pé a pelo menos 1,5 metros de distância de um prédio. Amarre um arame de aço galvanizado ao longo do poste, passando das pontas tanto no topo como no solo. Enterre o poste a pelo menos 1,5 metros de profundidade e empilhe pedras na base para proteger os animais e as crianças contra choques durante os relâmpagos. Se o solo for rochoso, ou se houver algo construído em cima dele, os pára-raios também podem ser fixados a árvores. Quando houver muitas casas próximas umas das outras, o mesmo pára-raios pode proteger várias delas. Fixe postes mais baixos ao lado das casas (não enterrados no solo) e una-os com um arame ao pára-raios principal. Certifique-se de que os postes sejam mais altos do que o topo dos telhados das casas. Se um relâmpago cair na área, ele atingirá o arame de metal no pára-raios e passará para a terra sem causar danos às pessoas e aos lares.

Ronald Watts

Fonte: tilz.tearfund.org

Relâmpago

Relâmpagos
Relâmpago

Os relâmpagos consistem de uma descarga elétrica transiente de elevada corrente elétrica através da atmosfera. Essa descarga é conseqüência das cargas elétricas acumuladas, em geral, nas nuvens Cumulonimbus e ocorre quando o campo elétrico excede localmente o isolamento dielétrico do ar.

Os relâmpagos são classificados, na sua forma de ocorrência, como relâmpagos nuvem-solo, solo-nuvem, entre-nuvens, intranuvens, horizontais (ao projetarem-se e terminarem como que no espaço vazio lateral à nuvem), e para a estratosfera.

Embora não sejam os mais abundantes, os relâmpagos nuvem-solo eram anteriormente os que mereciam maior atenção nas pesquisas, devido aos prejuízos materiais que causavam ou pelos riscos à vida que infligiam. No entanto, devido aos avanços tecnológicos que tornaram, por exemplo, as aeronaves mais suscetíveis à influência elétrica ou eletromagnética, todas as suas formas de manifestação começam a receber igual atenção.

As outras formas não são tão bem conhecidas quanto os nuvem-solo. Esses últimos, embora com muitos aspectos desconhecidos, em geral são formados de uma única descarga elétrica; porém um relâmpago dessa categoria pode apresentar-se constituído de múltiplas descargas consecutivas, que geram efeitos deletérios recorrentes.

Fonte: www.dge.inpe.br

Relâmpago

Relâmpagos
Relâmpago

As principais conseqüências das descargas elétricas atmosféricas (raios) são a luz (relâmpago) e o som (trovão).

Os relâmpagos são produzidos basicamente pela radiação eletromagnética emitida por elétrons que, após serem excitados pela energia elétrica, retornam a seus estados fundamentais. Isto ocorre principalmente na Descarga de Retorno e por esta razão, no caso da descarga nuvem-solo, a geração da luz é feita de baixo para cima. A luz do relâmpago é bastante intensa devido à grande quantidade de moléculas excitadas.

Pode-se observar que as ramificações do canal são menos brilhantes pela menor quantidade de cargas presentes nessa região. A geração de luz dura cerca de um décimo de segundo. Portanto, os fótons produzidos no início da trajetória, apesar de chegarem primeiro na retina do observador, conseguem mantê-la sensibilizada até a chegada dos fótons provenientes do final da trajetória.

Por isso, é comum se pensar que o canal se iluminou todo de uma vez ou ainda que o relâmpago caiu, vindo de cima para baixo, talvez por colocarmos a nuvem como nossa referência. Geralmente a luz do relâmpago é de cor branca, mas pode variar, dependendo das propriedades atmosféricas entre o relâmpago e o observador.

Fonte: www.ufpa.br

Relâmpago

Relâmpagos
Relâmpago

Definição

Relâmpago é uma corrente elétrica muito intensa que ocorre na atmosfera com típica duração de meio segundo e típica trajetória com comprimento de 5-10 quilômetros. Ele é conseqüência do rápido movimento de elétrons de um lugar para outro. Os elétrons se movem tão rápido que fazem o ar ao seu redor iluminar-se, resultando em um clarão, e aquecer-se, resultando em um som (trovão). Apesar de estarem normalmente associados a tempestades, também podem ocorrer em tempestades de neve, tempestades de areia, durante erupções vulcânicas, ou mesmo em outros tipos de nuvens, embora nestes outros casos costumam ter extensões e intensidade bem menores.

História

Desde o século XVIII, a partir dos experimentos pioneiros do cientista americano Benjamin Franklin (1706-1790), sabe-se que os relâmpagos são descargas elétricas que ocorrem devido ao acúmulo de cargas elétricas em regiões localizadas na atmosfera, na maioria das vezes dentro de tempestades. A descarga inicia quando o campo elétrico produzido por estas cargas excede a rigidez dielétrica ou capacidade isolante do ar em um dado local na atmosfera. Franklin demonstrou a natureza elétrica do relâmpago através de seu famoso experimento com uma pipa, realizado em 1752. O experimento consistiu em empinar uma pipa, presa a um fio condutor, em uma região próxima a uma nuvem de tempestade. A carga induzida na pipa deslocava-se ao longo do fio provocando uma pequena descarga entre um condutor preso a sua extremidade e a sua mão. Várias pessoas morreram nos anos seguintes tentando reproduzir a sua experiência. O experimento de Franklin pode ser considerado como o marco do início da pesquisa científica sobre os relâmpagos.

No século seguinte à descoberta de Franklin, poucas descobertas foram realizadas. Foi somente em 1889 que H.H. Hoffert identificou descargas individuais, conhecidas como descargas de retorno, em um relâmpago próximo ao solo usando uma câmera fotográfica primitiva. Em 1897, F. Pockels estimou pela primeira vez a intensidade máxima da corrente de um relâmpago próximo ao solo, através da medida do campo magnético residual produzido por relâmpagos em rochas basálticas.

A partir destas descobertas, um estudo sistemático dos relâmpagos teve início através da fotografia e de outras técnicas tais como espectroscopia, medidas de radiação eletromagnética, e mais recentemente através de medidas diretas de corrente elétrica no solo e medidas óticas no espaço.

Tipos

Em termos gerais, existem dois tipos de relâmpagos:

Relâmpagos na nuvem
Relâmpagos no solo

Relâmpagos na nuvem originam-se dentro das nuvens cumulonimbus e propagam-se dentro da nuvem (relâmpagos intranuvem) e fora da nuvem, rumo a outra nuvem (relâmpagos nuvem-nuvem) ou numa direção qualquer no ar (descargas para o ar). Relâmpagos no solo, por sua vez, podem se originar na mesma ou em outras regiões dentro da nuvem Cumulonimbus (relâmpagos nuvem-solo) ou no solo, abaixo ou perto da tempestade (relâmpagos solo-nuvem). Mais de 99% dos relâmpagos no solo são relâmpagos nuvem-solo. Em raras ocasiões, os relâmpagos nuvem-solo apresentam um canal alargado ou com múltiplas interrupções, sendo conhecidos nestes casos como relâmpago de faixa ou relâmpago em contas. Relâmpagos solo-nuvem são relativamente raros e, geralmente, ocorrem no topo de montanhas ou estruturas altas. Os relâmpagos no solo podem também ser classificados em termos do sinal da carga líquida transportada da nuvem para o solo, como relâmpagos negativos ou relâmpagos positivos. Cerca de 90% dos relâmpagos nuvem-solo e dos relâmpagos solo-nuvem que ocorrem em nosso planeta são negativos. Esta percentagem, entretanto, pode mudar substancialmente em determinadas tempestades.

Cerca de 70% do total de relâmpagos são relâmpagos na nuvem. Embora eles sejam a maioria dos relâmpagos, são menos conhecidos que os relâmpagos no solo, em parte porque eles são menos perigosos e porque são escondidos pela nuvem. Relâmpagos intra-nuvem são normalmente visíveis apenas como um clarão no céu. Em geral, o canal inicia-se na região inferior de cargas negativas com diversas ramificações horizontais, propagando-se então para cima em direção à região de cargas positivas, onde novamente ramifica-se horizontalmente, embora em alguns casos possa se iniciar na parte superior da nuvem e se propagar para baixo, sendo denominados relâmpagos intra-nuvem invertidos. Em alguns casos, o canal pode sair da nuvem para em seguida retornar para dentro dela. Nestes casos, eles podem ser confundidos com relâmpagos entre nuvens e descargas para o ar. Relâmpagos intra-nuvem costumam ser os primeiros a ocorrer em uma tempestade, precedendo os relâmpagos nuvem-solo por várias dezenas de minutos, dependendo do tipo de tempestade. Relâmpagos intra-nuvem costumam também apresentar um aumento de atividade durante períodos que antecedem tornados, diferentemente dos relâmpagos nuvem-solo que podem apresentar alta ou baixa atividade nestes períodos. Por sua vez, o percentual de relâmpagos intra-nuvem de uma tempestade pode ser altamente variável, com valores desde 30% até 100%.

Uma forma rara de relâmpagos, não incluída nas categorias acima, são os relâmpagos esféricos. Um relâmpago esférico é uma esfera luminosa que geralmente ocorre perto das tempestades, mas não necessariamente simultaneamente a um relâmpago normal. Elas são, em geral, vermelhas, amarelas, azuis, laranjas ou brancas, têm um diâmetro de 10 a 40 centímetros, aparecem próximos ao solo ou na atmosfera, e mantém um brilho relativamente constante durante sua vida.

Eles podem se mover rápido ou lentamente, ou ficar parados, podem ser silenciosos ou produzir estalos, duram de segundos a minutos (média de 4 segundos) e desaparecem lenta ou subitamente em silêncio ou produzindo um ruído. Embora eles tenham sido observados por mais de um século, não são bem conhecidos e permanecem um mistério.

Outra forma rara de relâmpago são os relâmpagos bipolares. Eles são caracterizados por apresentarem corrente de ambas as polaridades. Evidências sugerem que na maioria dos casos eles iniciam com uma descarga de retorno negativa. Em geral, estes relâmpagos são bastante raros e pouco conhecidos. Acredita-se que estes relâmpagos possam ser uma forma rara (cerca de 5%) de relâmpagos solo-nuvem. Medidas feitas no inverno no Japão têm registrado algumas tempestades com um percentual de quase 20% de relâmpagos bipolares. As causas destes altos valores ainda não são conhecidas.

Origem

Os relâmpagos se originam da quebra de rigidez dielétrica ou da capacidade isolante do ar. A quebra de rigidez do ar ocorre quando o campo elétrico é suficiente para ionizar os átomos do ar e acelerar os elétrons a ponto de produzir uma descarga. Medidas em laboratório estimam que para que a quebra de rigidez do ar ocorra dentro da nuvem, campos elétricos devem ser da ordem de 1 milhão de V/m. Medidas recentes têm mostrado que o campo elétrico dentro das nuvens de tempestade atinge valores máximos entre 100 e 400 kV/m. Estes valores são inferiores àquele para a quebra de rigidez do ar na altura da nuvem, e em princípio, não seriam suficientes para que ocorra a quebra de rigidez dielétrica do ar nestes níveis, a não ser que outros processos estejam atuando.

Dois processos têm sido propostos para explicar a iniciação dos relâmpagos a partir dos valores de campo elétrico medidos. Um deles considera que as gotículas de água se polarizam pelo campo elétrico ambiente atuando de modo a reduzir o campo necessário para a quebra de rigidez. Tal processo, contudo, aparentemente não é capaz de reduzir o campo para quebra de rigidez aos valores observados. O segundo processo considera que os elétrons secundários produzidos pela radiação cósmica na atmosfera atuam de modo a iniciar as descargas ao serem acelerados por estes campos, ao invés dos elétrons de baixa energia dos átomos do ar, num processo denominado quebra de rigidez por avalanche. Ambos os processos não explicam completamente o surgimento dos relâmpagos. Depois de iniciada a descarga, os elétrons na região de cargas negativas são atraídos por cargas positivas que começam a se mover através do ar rumo a estas cargas criando um canal condutor. O processo de quebra de rigidez é normalmente localizado perto da região de cargas negativas da nuvem.

Modelagem da Corrente Elétrica

A corrente da descarga de retorno de relâmpagos nuvem-solo tem sido modelada com o intuito de calcular as características termodinâmicas do canal do relâmpago tais como temperatura e pressão ou a radiação eletromagnética gerada a diferentes distâncias do canal. Os resultados dos modelos podem ser comparados com observações da radiação para validar os modelos. Uma vez validado, o modelo pode ser utilizado no cálculo dos efeitos da corrente sobre objetos ou para a obtenção do pico de corrente de uma descarga de retorno a partir da observação da radiação. Quatro tipos de modelos têm sido desenvolvidos baseados na termodinâmica dos gases, nas equações de Maxwell, em circuitos elétricos e em aproximações empíricas, conhecidos como modelos de engenharia. Devido à complexidade dos processos envolvidos, os modelos de engenharia são os mais utilizados, empregando como parâmetros a corrente na base do canal, a velocidade da descarga de retorno e, em alguns casos, o perfil de luminosidade do canal com a altura.

Radiação Eletromagnética – Luz e Sferics

Durante o relâmpago são produzidos campos elétricos e magnéticos com variações temporais desde nanossegundos até milissegundos. Estes campos são genericamente chamados de sferics. A forma de onda dos sferics é similar a forma de onda da corrente, com um pico quase no mesmo instante do pico de corrente e um segundo pico invertido associado com o campo refletido na base da ionosfera. Em distâncias maiores que 10 km do relâmpago, o pico dos campos tende a diminuir inversamente com a distância, na ausência de efeitos de propagação significativos. Para distâncias maiores que cerca de 50-100 km, o pico dos campos é significativamente atenuado devido a propagação sobre a superfície não perfeitamente condutora da terra.

No instante do pico dos campos, a média da potência eletromagnética total irradiada é cerca de dez vezes maior do que aquela no espectro ótico. No domínio de freqüência, os campos têm uma máxima intensidade ao redor de 5-10 kHz para relâmpagos no solo e ao redor de 100-200 kHz para relâmpagos nas nuvens.

Esta diferença é devida a diferente geometria do canal nos dois casos. Porém, em geral o pico da radiação produzida por relâmpagos intra-nuvem é menos intenso do que aquele associado aos relâmpagos nuvem-solo.

Relâmpagos intra-nuvem, assim como os relâmpagos entre nuvens e descargas para o ar são menos conhecidos que os relâmpagos nuvem-solo e solo-nuvem, e indistinguíveis entre si através de medidas de radiação no solo.

Energia Total

Diferentemente do que se acredita, a energia dos relâmpagos não é muito grande.

Considerando que um relâmpago nuvem-solo transporta uma carga elétrica média de 10 C, e que a tensão ao longo do canal é em torno de 100 milhões de volts, então a energia elétrica total do relâmpago é de 109 J, ou seja, cerca de 300 kwh. A maior parte da energia do relâmpago (mais de 90%) é gasta na expansão do ar nos primeiros metros ao redor do canal, sendo o restante convertida em energia térmica (cerca de 1%), energia acústica (cerca de 1%) e energia eletromagnética (cerca de 0,01% sobre a forma de sferics e cerca de 1% na forma de luz). Portanto, cerca de 1% da energia total do relâmpago pode ser aproveitada no solo. Se considerarmos, por exemplo, uma torre com uma altura em torno de 100m instalada em um local apropriado para captar os relâmpagos, ela provavelmente seria atingida por algo em torno de 10 a 20 relâmpagos por ano. Em suma, isto representaria algo em torno 50 kwh por ano, o que seria suficiente para o consumo de apenas uma única residência. Portanto, podemos concluir que, do ponto de vista da utilização como uma fonte de energia, os relâmpagos nuvem-solo são inviáveis.

Ondas Acústicas

Relâmpagos quando ocorrem aquecem violentamente o ar ao seu redor. O ar atinge temperaturas máximas de cerca de 20 mil a 30 mil graus Celsius em cerca de 10 microssegundos, correspondendo a densidades de elétrons de 1020 elétrons por metro cúbico. Quando o ar é aquecido ele se expande, e esta expansão gera em uma distância de poucas centenas de metros uma onda de choque supersônica e, em distâncias maiores uma onda sonora intensa que se afasta do canal em todas as direções. Estas ondas são os trovões que ouvimos. Trovões produzidos por relâmpagos no solo tem, tipicamente, um máximo de intensidade em torno de 50-100 Hz, enquanto que aqueles produzidos por relâmpagos nas nuvens têm um máximo de intensidade em torno de 20-30 Hz. Próximo do relâmpago, o som assemelha-se a intenso estalo e pode causar danos ao ouvido humano. Distante do relâmpago, o som assemelha-se a um estrondo grave relativamente fraco.

A duração do trovão é uma medida da diferença entre as distâncias do ponto mais próximo e do ponto mais distante do canal ao observador. A duração típica de um trovão é de 5 a 20 segundos. A maioria dos trovões tem estrondos e estalos porque o canal é torto, fazendo com que ondas de som cheguem ao observador em diferentes instantes e direções.

Trovões produzidos por relâmpagos no solo em geral podem ser escutados até distâncias de 20 km. Trovões produzidos por relâmpagos nas nuvens são similares àqueles produzidos por relâmpagos no solo, porém são mais fracos. Parte da energia acústica do trovão está concentrada em freqüências abaixo daquelas que o ouvido humano pode escutar, em geral, umas poucas dezenas de Hz. Esta parte é chamada de trovão infra-sônico e acredita-se estar associada com mudanças na energia eletrostática dentro da nuvem após a ocorrência de um relâmpago.

O trovão pode ser usado para calcular qual à distância de um relâmpago. Quando você enxergar o clarão, comece a contar os segundos até escutar o trovão.

Divida o número de segundos por três (3) e você terá a distância aproximada do relâmpago em quilômetros. O erro médio associado com este método é de 20%. Finalmente, se você enxergar o clarão e não escutar o trovão, o relâmpago provavelmente está a mais de 20 quilômetros de você.

Ocorrência na Terra

Cerca de 100 relâmpagos ocorrem no mundo a cada segundo, o que equivale a cerca de 5 a 10 milhões por dia ou cerca de 1 a 3 bilhões por ano. Apesar do fato de que a maior parte da superfície de nosso planeta estar coberta por água, menos de 10% do total de relâmpagos ocorrem nos oceanos, devido a dificuldade destes responderem às variações de temperatura ao longo do dia, o relevo menos acidentado e a menor concentração de aerossóis comparado à superfície dos continentes. Relâmpagos ocorrem predominantemente no verão, devido ao maior aquecimento solar, embora ocorram em qualquer período do ano. Em médias latitudes, relâmpagos já foram registrados em dias com temperaturas tão baixas quanto -10° C. A distribuição global de relâmpagos, em relação ao número de relâmpagos nuvem-solo por quilômetro quadrado (densidade de relâmpagos) por ano, foi pela primeira vez estimada com base em observações feitas ao longo das décadas de 40 e 50, do número de dias de tempestade que ocorrem por ano em um dado local, também conhecido como índice ceráunico.

Dias de tempestade são definidos como aqueles em que um observador, num dado local, registra a ocorrência de trovão. A partir das observações do número de dias de tempestade por ano, a densidade anual de relâmpagos nuvem-solo pode ser estimada de forma aproximada através de uma fórmula empírica obtida por estudos realizados em diversas partes do mundo, incluindo o Brasil. Recentemente, a distribuição global de relâmpagos tem sido obtida através de observações feitas com sensores ópticos a bordo de satélites. A densidade de relâmpagos por ano obtida a partir de observações feitas por satélite após 1995 é, contudo, restritas a latitudes inferiores a 35°, devido à órbita do satélite, e tendem a representar a densidade total de relâmpagos, visto que o sensor a bordo do satélite não é capaz de discriminar os diferentes tipos de relâmpagos. Assim como para o índice ceráunico, a densidade de relâmpagos nuvem-solo pode ser estimada a partir das observações de satélite.

As observações de satélite confirmam que a maioria dos relâmpagos ocorre sobre os continentes e em regiões tropicais. De um modo geral, sabe-se que as principais regiões de ocorrência de relâmpagos são a região central da África, o sul da Ásia e a região sul dos Estados Unidos no hemisfério norte, e o Brasil (exceto pela região nordeste), a região norte da Argentina, o sul da África, a ilha de Madagascar, a Indonésia e a região norte da Austrália no hemisfério sul. Em alguns pontos destas regiões, como Uganda e a ilha de Java, a densidade de relâmpagos por ano atinge valores próximos àqueles registrados no famoso edifício “Empire State” em Nova York, que com seus 410 metros de altura é atingido em média por cerca de 20 relâmpagos por ano, a maioria relâmpagos solo-nuvem.

Relâmpagos são raros em regiões de altas latitudes geográficas (latitudes maiores que 60°), devido ao ar ser muito frio, e em regiões desérticas, onde não há umidade suficiente para a formação das nuvens de tempestade.

O Brasil, devido a sua grande extensão territorial e ao fato de estar próximo do equador geográfico, é um dos países de maior ocorrência de relâmpagos no mundo. Estima-se, com base em dados de satélite, que cerca de 50 milhões de relâmpagos nuvem-solo atinjam o solo brasileiro por ano, ou seja, cerca de dois relâmpagos por segundo. Isto equivale a uma média de quase 7 relâmpagos por quilômetro quadrado por ano. As pesquisas sobre relâmpagos em nosso país têm-se intensificado nos últimos anos. Atualmente, cerca de um terço da superfície de nosso país está coberta por sistemas de detecção de relâmpagos, inclusive parte da região amazônica, onde medidas nunca tinham sido feitas.

Por outro lado, a atividade humana está afetando significativamente os relâmpagos.

Estudos recentes têm mostrado que a ocorrência de relâmpagos tem aumentado significativamente sobre grandes áreas urbanas em relação às áreas vizinhas. Acredita-se que este efeito esteja relacionado ao maior grau de poluição sobre estas regiões e ao fenômeno conhecido como “ilha de calor”, aquecimento provocado pela alteração do tipo de solo e a presença de prédios.

Fonte: www.inpe.br

Relâmpago

Um relâmpago é uma corrente elétrica muito intensa que ocorre na atmosfera. Ele é conseqüência do movimento de elétrons de um lugar para outro. Os elétrons se movem tão rapidamente que fazem o ar ao seu redor se iluminar, resultando em um clarão, e se aquecer, provocando o som do trovão.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o relâmpago tem normalmente “duração de meio segundo e trajetória com comprimento de 5 km a 10 km.”

Em termos gerais, existem dois tipos de relâmpagos: relâmpagos na nuvem (cerca de 70% do total) e relâmpagos no solo, que podem ser do tipo nuvem-solo ou solo-nuvem. Mais de 99 % dos relâmpagos no solo são relâmpagos nuvem-solo.

De acordo com o Inpe, a afirmação de que espelhos atraem raios não passa de um mito. O instituto também afirma que um relâmpago pode cair mais de uma vez no mesmo lugar.

Outra curiosidade: em média, aviões comerciais são atingidos por relâmpagos uma vez por ano, em geral, durante procedimento de aterrissagem ou decolagem, em alturas inferiores a cerca de 5 km. “Como conseqüência, a fuselagem do avião sofre avarias superficiais”, informou o Inpe.

Esta pergunta foi enviada pelos internautas Cleiton Alves, Paulo Bortoluzzi, Fernando de Castro, Claudemir Lima, Glauco Santos Alves, Bruno Procópio e Paula Barbosa Alves. Clique aqui e envie já a sua.

Fonte: noticias.terra.com.br

Relâmpago

Um relâmpago é uma corrente elétrica muito intensa que ocorre na atmosfera com típica duração de meio segundo e típica trajetória com comprimento de 5-10 quilômetros. Ele é conseqüência do rápido movimento de elétrons de um lugar para outro. Os elétrons movem-se tão rápido que eles fazem o ar ao seu redor iluminar-se, resultando em um clarão, e aquecer-se, resultando em um som (trovão). Um relâmpago é tipicamente associado a nuvens cumulonimbus ou de tempestade, embora possa ocorrer em associação com vulcões ativos, tempestades de neve ou, mesmo, tempestades de poeira. Dentro das tempestades, diferentes partículas de gelo tornam-se carregadas através de colisões. Acredita-se que as partículas pequenas tendem a adquirir carga positiva, enquanto que as maiores adquirem predominantemente cargas negativas. Estas partículas tendem, então, a se separar sobre a influência de correntes de ar ascendentes e descendentes e da gravidade, de tal modo que a parte superior da nuvem adquira uma carga líquida positiva e a parte inferior uma carga líquida negativa.

A separação de carga produz então um enorme campo elétrico tanto dentro da nuvem como entre a nuvem e o solo. Quando este campo, eventualmente, quebra a resistência elétrica do ar, um relâmpago tem início.

Em termos gerais, existem dois tipos de relâmpagos: relâmpagos na nuvem e relâmpagos no solo.

Relâmpagos na nuvem originam-se dentro das nuvens cumulonimbus, normalmente na região onde gotículas de água transformam-se em gelo, e propagam-se dentro da nuvem (relâmpagos intranuvem) ou fora da nuvem, rumo a outra nuvem (relâmpagos nuvem-nuvem) ou numa direção qualquer no ar (descargas para o ar). Relâmpagos no solo, por sua vez, podem originar-se na mesma ou em outras regiões dentro da nuvem cumulonimbus (relâmpagos nuvem-solo) ou no solo, abaixo ou perto da tempestade (relâmpagos solo-nuvem). Mais de 99 % dos relâmpagos no solo são relâmpagos nuvem-solo. Relâmpagos solo-nuvem são relativamente raros e, geralmente, ocorrem do topo de montanhas ou estruturas altas, ou ainda podem ser gerados por foguetes lançados em direção as tempestades. Relâmpagos no solo podem também ser classificados em termos do sinal da carga do líder, negativa ou positiva, que inicia a descarga. Cerca de 90 % dos relâmpagos nuvem-solo que ocorrem em nosso planeta são negativos. Esta percentagem, entretanto, pode mudar substancialmente em determinadas tempestades. Cerca de 70 % do total de relâmpagos são relâmpagos na nuvem. Embora eles sejam a maioria dos relâmpagos, eles são menos conhecidos que os relâmpagos no solo, em parte porque eles são menos perigosos, em parte porque eles são escondidos pela nuvem. Uma forma rara de relâmpagos, não incluída nas categorias acima, são os relâmpagos de bola. Um relâmpago de bola é o nome dado a uma esfera luminosa que geralmente ocorre perto das tempestades, mas não necessariamente simultaneamente a um relâmpago normal. Elas são, em geral, vermelhas, amarelas, azuis, laranjas ou brancas, tem um diâmetro de 10 a 40 centímetros, aparecem próximo ao solo ou na atmosfera, e mantêm um brilho relativamente constante durante sua vida. Elas podem mover-se rápida ou lentamente, ou ficar paradas, podem ser silenciosas ou produzir estalos, duram de segundos a minutos (média de 4 segundos) e desaparecem lenta ou subitamente em silêncio ou produzindo um ruído. Embora elas tenham sido observadas por mais de um século, não são bem conhecidas e permanecem um mistério.

Um relâmpago pode ser constituído por uma ou várias descargas, chamadas descargas de retorno. No primeiro caso, ele é chamado de relâmpago simples e, no segundo, de relâmpago múltiplo. Cada descarga de retorno dura algumas centenas de microssegundos e, em relâmpagos múltiplos, o intervalo de tempo entre descargas de retorno consecutivas é tipicamente 40 milissegundos. Quando o intervalo de separação entre as descargas de retorno é próximo de 100 milissegundos, o relâmpago é visto piscar no céu, porque o olho humano consegue identificà-las individualmente. As figuras a seguir ilustram os vários processos contidos em um relâmpago nuvem-solo negativo (com indicação dos típicos intervalos de tempo), acompanhadas por uma detalhada descrição destes processos.

Outros tipos de relâmpagos no solo têm etapas similares, com pequenas diferenças, principalmente no que se refere ao processo inicial. Relâmpagos na nuvem, entretanto, apresentam um desenvolvimento diferente e que ainda não é muito bem conhecido. Quase nada se sabe sobre o desenvolvimento de relâmpagos raros, como relâmpagos de bola ou relâmpagos relacionados a vulcões, tempestades de neve ou poeira.

Um relâmpago nuvem-solo negativo inicia-se através da quebra de rigidez do ar dentro da nuvem cumulonimbus. Ela é causada por um intenso campo elétrico de cerca de 100-400 kV/m entre duas regiões de cargas opostas, em geral, na parte inferior da nuvem, valor este que excede o campo local para a quebra de rigidez. Os elétrons na região de cargas negativas são tão fortemente atraídos pelas cargas positivas que começam a se mover através do ar rumo a estas cargas criando um canal condutor. O processo de quebra de rigidez tem uma duração média de 100 milissegundos e é, normalmente, localizado perto da região de cargas negativas da nuvem. Este processo estabelece as condições para que as cargas negativas sejam levadas rumo ao solo pelo líder escalonado.

Relâmpagos
Após a quebra de rigidez dentro da nuvem de tempestade, um líder escalonado de carga negativa invisível propaga-se a partir da nuvem (tempo = 0).

Relâmpagos
Uma descarga visível sai do solo para cima (tempo = 20 milissegundos).

Relâmpagos
O líder escalonado e a descarga para cima se encontram; uma descarga de retorno inicia (tempo = 20,1 milissegundos).

Sobre a influência do campo elétrico estabelecido entre a nuvem e o solo, as cargas negativas (elétrons) então movem-se em etapas de dezenas de metros de comprimento chamadas etapas do líder. Cada etapa tem uma duração típica de 1 microsegundo, com uma pausa entre elas de 50 microssegundos. Após alguns milissegundos, o líder escalonado surge da base da nuvem, movendo-se em direção ao solo. Ao longo do movimento, algumas cargas seguem novos caminhos devido a influência de cargas na atmosfera ao redor do canal, formando as ramificações. As cargas no canal movem-se rumo ao solo em etapas com uma velocidade média de cerca de 100 km/s e produzindo uma fraca luminosidade em uma região com um diâmetro entre 1 e 10 m ao longo do qual a carga é depositada. A maioria da luminosidade é produzida durante as etapas de 1 microsegundo, praticamente não havendo luminosidade durante as pausas. A medida que as cargas do líder propagam-se ao longo do canal rumo ao solo, variações de campo elétrico e magnético são também produzidas. Ao todo, um líder escalonado transporta 10 ou mais coulombs de carga e alcança um ponto perto do solo em dezenas de milissegundos, dependendo da tortuosidade de seu caminho. A corrente média do líder escalonado é cerca de 1 kA e é transportada em um núcleo central do canal com alguns centímetros de diâmetro.

Quando o canal do líder escalonado aproxima-se do solo, a carga elétrica contida no canal produz um campo elétrico intenso entre a extremidade do líder e o solo, correspondente a um potencial elétrico de cerca de 100 milhões de volts. Este campo causa a quebra de rigidez do ar próximo ao solo fazendo com que uma ou mais descargas positivas ascendentes, denominadas líderes ou descargas conectantes, saiam do solo, em geral, dos objetos mais altos. A distância entre o objeto a ser atingido e a extremidade do líder no instante em que o líder conectante sai do solo é chamada distância de atração. A distância de atração tende a aumentar com o aumento do pico de corrente da descarga de retorno. O ponto de junção entre o líder escalonado e o líder conectante é normalmente considerado estar no meio da distância de atração. Quando um dos líderes conectantes encontra o líder negativo descendente, em geral entre 10 a 100 metros do solo, o canal do relâmpago é formado. Então, as cargas armazenadas no canal começam a mover-se em direção ao solo e uma onda propaga-se como um clarão visível para cima ao longo do canal com uma velocidade de cerca de 100.000 km/s, um terço da velocidade da luz, iluminando o canal e todas as outras ramificações. A velocidade da onda diminui com a altura. Esta descarga é denominada de descarga de retorno, dura algumas poucas centenas de microssegundos e produz a maioria da luz que vemos. A luz da descarga de retorno origina-se de emissões contínuas e discretas de átomos, moléculas e ions após serem excitados e ionizados pela onda e move-se para cima devido ao fato de que os primeiros elétrons a mover-se para baixo em direção ao solo são aqueles mais próximos ao solo. A medida que elétrons mais acima no canal movem-se, as partes superiores do canal tornam-se visíveis. Devido ao movimento para cima da luz ao longo do canal ocorrer muito rápido para poder ser visto, o canal como um todo parece iluminar-se ao mesmo tempo. Os ramos do canal que não conectam-se ao solo, normalmente, não são tão brilhantes quanto aquela parte do canal abaixo do ponto de junção com a ramificação. Isto é devido ao fato de que menos elétrons passam através deles do que através do canal. A luz da descarga de retorno é geralmente branca. Entretanto, da mesma maneira que o pôr do sol pode ter várias cores, relâmpagos distantes podem também apresentar outras cores, tais como amarelo, roxo, laranja ou mesmo verde, dependendo das propriedades da atmosfera entre o relâmpago e o observador. As cargas depositadas no canal, bem como aquelas ao redor e no topo do canal, movem-se para baixo ao longo do centro do canal em uma região com uns poucos centímetros de diâmetro, produzindo no solo um pico de corrente médio de cerca de 30-40 kA, com variações desde poucos até centenas de kA. Medidas de corrente em torres equipadas tem registrado valores máximos de 400 kA. Em geral, a corrente atinge seu pico em alguns microssegundos, e decai a metade desde valor em cerca de 50 microssegundos. A carga negativa média transferida ao solo é de cerca de 10 coulombs, com valores máximos em torno de 200 coulombs. No processo, campos elétricos e magnéticos com variações temporais desde nanossegundos até milissegundos são produzidos. Estes campos são genericamente chamados de sferics. A forma de onda dos sferics é similar a forma de onda da corrente, com um pico quase no mesmo instante do pico de corrente e um segundo pico invertido associado com o campo refletido na base da ionosfera. Em distâncias maiores que 10 km do relâmpago, o pico dos campos tende a diminuir inversamente com a distância, na ausência de efeitos de propagação significativos.

Relâmpagos
A luz intensa da descarga de retorno move-se para cima, iluminando o canal do relâmpago (tempo = 20,2 milissegundos).

Relâmpagos
Um líder contínuo propaga-se a partir da nuvem através do canal (tempo = 60 milissegundos).

Relâmpagos
Uma segunda descarga de retorno visível (descarga de retorno subsequente) move-se para cima (tempo = 62 milissegundos). Outras seqüências de líder/descarga de retorno subsequente podem ocorrer.

Para distâncias maiores que cerca de 50-100 km, o pico dos campos é significativamente atenuado devido à propagação sobre a superfície não perfeitamente condutora da terra. No instante do pico dos campos, a média da potência eletromagnética total irradiada é cerca de dez vezes maior do que aquela no espectro ótico. Em geral, o pico dos campos produzido por relâmpagos nas nuvens é menos intenso do que aquele produzido por relâmpagos no solo. No domínio de freqüência, os campos tem uma máxima intensidade ao redor de 5-10 kHz para relâmpagos no solo e ao redor de 100-200 kHz para relâmpagos nas nuvens. A descarga de retorno também aquece violentamente o ar ao seu redor. O ar atinge temperaturas máximas de cerca de 20.000 a 30.000 graus Celsius em cerca de 10 microssegundos, correspondendo a densidades de elétrons de 1020 elétrons por metro cúbico. Quando o ar é aquecido, ele se expande, e esta expansão gera, em uma distância de poucas centenas de metros, uma onda de choque supersônica e, em distâncias maiores, uma onda sonora intensa que se afasta do canal em todas as direções. Estas ondas são os trovões que ouvimos. Trovões produzidos por relâmpagos no solo tem, tipicamente, um máximo de intensidade em torno de 50-100 Hz, enquanto que aqueles produzidos por relâmpagos nas nuvens tem um máximo em torno de 20-30 Hz. Próximo do relâmpago, o som será um intenso estalo e pode causar danos ao ouvido humano. Distante do relâmpago, o som será um estrondo relativamente fraco. A duração do trovão é uma medida da diferença entre as distâncias do ponto mais próximo e do ponto mais distante do canal ao observador. Durações típicas são 5-20 segundos. A maioria dos trovões tem estrondos e estalos porque o canal é torto, fazendo com que ondas de som cheguem ao observador em diferentes instantes e de diferentes direções. Estalos também podem ser produzidos por ramificações. Quanto maior o número de ramificações, maior é o número de estalos no trovão. Se o relâmpago ocorrer a uma distância ao redor de 100 metros do observador ou menos, ele escutará um intenso estalo semelhante ao estalo de um chicote (algumas vezes precedido por um estalido, semelhante a um estalido de dedos) o qual é associado a onda de choque que precede a onda sonora. Trovões produzidos por relâmpagos no solo em geral podem ser escutados até distâncias de 20 km. Trovões produzidos por relâmpagos nas nuvens são similares aqueles produzidos por relâmpagos no solo porém, em geral, são mais fracos. Durante períodos de fortes chuvas e ventos, esta distância será menor enquanto que, em noites calmas, trovões podem ser escutados a distâncias maiores. Parte da energia acústica do trovão esta concentrada em freqüências abaixo daquelas que o ouvido humano pode escutar, em geral umas poucas dezenas de Hz. Esta parte é chamada trovão infrasônico e acredita-se estar associada com mudanças na energia eletrostática dentro da nuvem após a ocorrência de um relâmpago. O trovão pode ser usado para calcular qual a distância de um relâmpago. Quando você enxergar o clarão, comece a contar os segundos até escutar o trovão. Divida o número de segundos por três (3) e você terá a distância aproximada do relâmpago em quilômetros. O erro médio associado com este método é de 20 %. Em parte, a origem deste erro é devida ao fato de que a maioria dos relâmpagos tem longas ramificações. Assim, um relâmpago a três quilômetros de distância pode produzir um trovão após três segundos, indicando que uma ramificação está somente a um quilômetro de distância. Se você enxergar o clarão e não escutar o trovão, o relâmpago provavelmente esta a mais de 20 quilômetros de você.

Após a corrente da descarga de retorno percorrer o canal, o relâmpago pode terminar. Entretanto, na maioria dos casos, após uma pausa média de 30-60 milissegundos, mais cargas são depositadas no topo do canal por descargas dentro da nuvem, denominadas processos K e J. O processo J é responsável por uma lenta variação do campo elétrico no solo com duração de cerca de dezenas de milissegundos, enquanto que o processo K produz variações de campo do tipo pulsos (chamadas variações K) em intervalos de poucos milissegundos, com pulsos individuais com duração de dezenas a centenas de microssegundos e picos de campo elétrico cerca de dez vezes menor do que aqueles produzidos por descargas de retorno. Estes processos são indicativos de transporte de carga dentro da nuvem. Desde que existe um caminho já ionizado de ar produzido pelo líder escalonado, outro líder pode propagar-se em direção ao solo pelo canal.

Este líder normalmente não é escalonado, mas contínuo e é chamado líder contínuo. Ele aproxima-se do solo em poucos milissegundos, propagando-se com velocidades de cerca de 3000 km/s. Ele não é visível e, normalmente, não possui ramificações. O líder contínuo deposita uns poucos coulombs de carga ao longo do canal em conseqüência de uma corrente de cerca de 1 kA. Quando o líder contínuo aproxima-se do solo, tem-se novamente uma descarga de retorno, denominada descarga de retorno subsequente, que normalmente não é tão brilhante quanto a primeira descarga de retorno, nem tão pouco, ramificada. O pico de corrente de descargas de retorno subsequentes é normalmente, mas nem sempre, menor do que aquele da primeira descarga de retorno. A corrente de descargas de retorno subsequentes também levam menos tempo para alcançar seu pico (cerca de 1 microsegundo) e para decair a metade deste valor (cerca de 20 microssegundos) do que as primeiras descargas de retorno. Em conseqüência, os campos induzidos são também usualmente menores em amplitude e tem uma menor duração do que os campos associados as primeiras descargas de retorno. Algumas vezes, quando o tempo após uma descarga de retorno é maior do que 100 milissegundos, parte do canal pode ser dissipado e um novo líder que inicie seu trajeto como um líder contínuo pode, após algum tempo, mudar para líder escalonado. Nestes casos, o líder é chamado líder contínuo-escalonado e alcança o solo em um diferente ponto com relação ao líder anterior. A descarga de retorno subsequente segue então um caminho diferente na atmosfera com relação à primeira descarga de retorno e o relâmpago apresenta um canal bifurcado.

Cerca de um quarto dos relâmpagos para o solo mostram este efeito. Este processo líder/descarga de retorno subsequente pode se repetir várias vezes, fazendo com que o relâmpago pisque no céu a cada nova descarga de retorno. Todas as descargas de retorno que seguem ao menos parcialmente o mesmo canal constituem um mesmo relâmpago nuvem-solo. Então, um relâmpago pode ser formado por uma a até dezenas de descargas de retorno. O número médio de descargas de retorno em um relâmpago nuvem-solo negativo é cerca de 3 a 5 e o número máximo já registrado é 42. Freqüentemente, uma corrente da ordem de 100 A percorre o canal por vários millisegundos ou mesmo dezenas ou até centenas de milissegundos após a primeira descarga de retorno ou alguma descarga de retorno subsequente. Esta corrente é chamada de corrente contínua e tipicamente transporta 10 coulombs de carga para o solo. Correntes contínuas produzem lentas e intensas variações de campo em medidas de campo elétrico próximas de relâmpagos e uma contínua não visível luminosidade do canal. Algumas vezes, durante a ocorrência de corrente contínua, a luminosidade do canal aumenta durante cerca de 1 milisegundo seguindo um momentâneo aumento de corrente, um processo denominado de componente M. O termo variação M é usado para denotar a variação de campo elétrico que acompanha a ocorrência da componente M.

Relâmpagos no solo podem também ser iniciados por lideres positivos descendentes, isto é, líderes positivamente carregados. Na realidade, líderes positivos descendentes correspondem a movimentos ascendentes de cargas negativas (elétrons). A descarga de retorno resultante efetivamente transporta cargas positivas da nuvem para o solo. Neste caso, o relâmpago é chamado de relâmpago positivo. Em geral, não existem descargas de retorno subsequentes em relâmpagos positivos, isto é, eles são relâmpagos simples. O pico de corrente médio das descargas de retorno de relâmpagos positivos, bem como a carga média depositada no solo, entretanto, são normalmente maiores do que os correspondentes valores para descargas de retorno de relâmpagos negativos, de modo que eles geralmente causam maiores danos do que os relâmpagos negativos. Uma grande parte dos incêndios em florestas e danos às linhas de energia elétrica causados por relâmpagos são devidos a relâmpagos positivos.

Acredita-se que os relâmpagos tem um largo efeito sobre o meio ambiente. Eles provavelmente estavam presentes durante o surgimento da vida na Terra, e podem mesmo ter participado na geração das moléculas as quais deram origem a vida. Relâmpagos provocam incêndios participando, com isto, na composição de equilíbrio das árvores e plantas. Relâmpagos modificam as características da atmosfera ao redor das regiões onde ocorrem. Eles quebram as moléculas do ar, as quais ao se recombinarem produzem novos elementos. Estes novos elementos mudam o equilíbrio químico da atmosfera, afetando a concentração de importantes elementos com o ozônio, bem como misturam-se com a chuva e se precipitam como fertilizantes naturais. Relâmpagos exercem um papel em manter o campo elétrico de tempo bom na atmosfera, o qual é uma conseqüência da carga negativa líquida existente na Terra e da carga positiva líquida na atmosfera.

Relâmpagos produzem fenômenos transientes na atmosfera superior, conhecidos como sprites, jatos azuis e elves. Estes fenômenos são fracas luzes quase invisíveis ao olho humano que ocorrem na mesosfera, troposfera e na baixa ionosfera, respectivamente. Observações de sprites e jatos azuis tem sido feitas com câmaras de alta sensibilidade e, mais recentemente, por telescópios no alto de montanhas, apontados na direção de tempestades centenas de quilômetros distantes. Relâmpagos também exercem um papel significativo na manutenção do equilíbrio entre ondas e partículas na ionosfera e magnetosfera, atuando como uma fonte de ondas.

Durante as duas últimas décadas, relâmpagos nuvem-solo tem sido detectados e mapeados em tempo real em largas regiões por vários sistema de detecção de relâmpagos. Alguns países, como os Estados Unidos, o Japão e o Canadá, estão inteiramente cobertos por tais sistemas. Sobre os Estados Unidos, uma média de 20-30 milhões de relâmpagos nuvem-solo tem sido detectados todo ano, desde 1989, ano em que tais sistemas começaram a cobrir integralmente todo o país.

Outros países como o Brasil, estão parcialmente cobertos. Estimativas aproximadas indicam que cerca de 100 milhões de relâmpagos nuvem-solo ocorrem no Brasil todo ano. Relâmpagos tem sido gerados por pequenos foguetes conectados a longos fios de cobre lançados na direção das tempestades. Quando o foguete é lançado, o fio preso a ele é desenrolado criando um caminho condutor por onde o relâmpago, após iniciado, se propaga. Esta técnica tem permitido a medida de campos elétricos e magnéticos bem próximos ao canal do relâmpago. Relâmpagos têm sido detectados também do espaço, durante as duas últimas décadas, através de sensores óticos a bordo de satélites e naves espaciais. Os satélites não conseguem distinguir entre relâmpagos no solo e nas nuvens. Eles tem mostrado que cerca de 50-100 relâmpagos ocorrem a cada segundo em nosso planeta, a maior parte na região tropical (cerca de 70 %). Finalmente, naves espaciais tem mostrado que a Terra não é o único planeta onde relâmpagos ocorrem. Relâmpagos tem também sido detectados em Vênus, Júpiter e Saturno e, provavelmente, ocorrem em Urano e Netuno.

Fonte: www.fisica.ufc.br

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