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O que é Semiótica?
O conceito de Semiótica, de acordo com Abbagnano, sofreu metamorfoses semânticas profundas desde o seu primeiro uso significando a “ciência dos sintomas na medicina”, para passar a significar, no pensamento lockeano, a “doutrina dos signos” na lógica tradicional e na contemporaneidade adquirir com E. Morris a conotação de “teoria da semiose” subdividida em semântica, pragmática e sintática.
Dito isso, é importante frisar que não existe uma única teoria semiótica. E Fiorin, o maior semioticista brasileiro, destaca ao menos três tipos: a americana protagonizada por Charles S. Pierce, a russa (Iuri Lotman)e a francesa (semiótica greimasiana ou discursiva).
As ligações entre Semiótica e Filosofia datam desde a Grécia Antiga, mas é sobretudo na Fenomenologia de Husserl e Merleau-Ponty que fica em evidência tal ligação. Para esse texto, adotaremos a clássica definição de semiótica como a teoria geral dos signos e suas relações de significados produzidos socialmente nos sistemas de comunicação pelas linguagens verbal e não-verbal.
De acordo com a semiótica peirceana o signo sempre sinaliza para algo a partir de uma relação triádica entre: signo, objeto e interpretante. Ou seja, ao olhar para uma placa de trânsito escrita “PARE”, essa placa é um signo que está sinalizando para uma série de mensagens que foram arbitradas socialmente, mas que passaram a significar algo específico naquele dado contexto de enunciação.
Nesse sentido, a Semiótica diferencia-se da Linguística que investiga apenas a linguagem verbal (falada/escrita) investigando também a linguagem não-verbal: gestos, imagens, tonalidade da voz, pintura, escultura e uma infinidade de signos visuais e sensoriais. No limite, a semiótica (ou semiologia como propunha Saussure) amplia o campo de análise da linguagem para além do verbal atingindo múltiplos sistemas de signos.
No campo das artes visuais, a semiótica cumpriria a função de decodificar a dimensão simbólica e significativa latente nas expressões artísticas contribuindo largamente para a investigação estética sem, contudo, invadir o campo de atuação que lhe é próprio na valoração da arte.
Fábio Guimarães de Castro
Referências Bibliográficas
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
FIDALGO, Antonio. A Semiótica e as Artes. Disponível em: http://comunicare2009.blogspot.com.br/2009/01/semiotica-e-as-artes.html
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