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Confucionismo – A Filosofia Chinesa
Entende-se por filosofia chinesa o pensamento desenvolvido pelas civilizações chinesas, com destaque para Lao Tsé (VI – IV a.C.) e Confúcio (551 – 479 a.C.), fundadores respectivamente do Taoismo e Confucionismo, sistemas filosóficos pouco conhecidos e/ou aceitos pelo pensamento ocidental.
Pensar a Filosofia Chinesa nos impõe, antes de tudo, superar o preconceito entre as teses ocidentalistas e orientalistas sobre o autêntico filosofar.
A quase totalidade dos estudiosos consideram a Filosofia uma criação do gênio helênico (grego). Todavia, para além disso, cumpre salientar que o oriente teve sistemas filosóficos expressivos como o Taoismo e o Confucionismo.
Confucionismo
Diferentes não apenas nos métodos adotados, mas também nas conclusões a que chegaram os sistemas filosóficos orientais existem, e precisam ser encarados, para além da dissociação entre filosofia e religião (própria do ocidente) ou da univocidade ocidentalista atribuída ao termo “filosofia”que insiste em usar como régua para a delimitação do conceito de filosofia a produção especificamente ocidental a partir do legado grego.
Confucionismo
A professora Lúcia Helena Galvão, ressalta o modismo atual, no ocidente, de se falar em Confúcio, realidade não muito comum se pensado décadas atrás. Entretanto, sempre que se fala no Confucionismo deparamos com o grande problema ocidental que é a dissociação tradicional entre religião e filosofia. Daí o pensamento de Confúcio ficar no limiar entre ser uma filosofia moral ou religião.
Galvão defende a ideia de que há, no confucionismo, para além de uma metafísica ou ascetismo, uma filosofia moral prática muito diferente do Taoísmo, daí os Jesuítas não terem visto nenhum problema em trazer o pensamento de Confúcio, no século XVII, para o ocidente mesmo tendo eles como finalidade a expansão da fé cristã.
Interessante ressaltar que, segundo Galvão, na própria China, o pensamento de Confúcio já fora considerado subversivo por dissociar a virtude moral da religiosidade chinesa. Pensamento que foi mudado ao longo dos tempos, sendo hoje seguido por mais de 20% da população chinesa, embora não considerado efetivamente uma religião no sentido atual do termo.
O confucionismo entende que o conhecimento deva conduzir o ser humano ao aprimoramento de si sem dar a isso um caráter meramente religioso.
Daí virtude e sabedoria estarem entrelaçadas com o aprimoramento humanístico, que só se efetiva mediante a atitude da reciprocidade das ações, sintetizado em um de seus discursos na conhecida “regra de ouro”, segundo a qual: “um homem deve praticar o que prega, mas também deve pregar o que pratica”.
Confucionismo – O que é
Confucionismo
O confucionismo é um conjunto de crenças éticas, às vezes chamadas de religião, que foram desenvolvidas a partir dos ensinamentos do estudioso Confúcio, que viveu no século 6 aC na China.
Suas teorias e filosofia deram origem a leis baseadas em seus ensinamentos, primeiro na China e depois no Japão, Coreia e Vietnã.
Todos os que estudaram e praticaram esta filosofia visavam a relações harmoniosas que resultassem em maior paz em seus países. Elementos do confucionismo, embora não seja mais amplamente praticado, persistem em muitas culturas asiáticas.
Como muitos dos grandes filósofos e líderes religiosos, Confúcio não manteve registros de suas próprias palavras e ações. Em vez disso, os textos que compõem essa filosofia são gravações de seus alunos e de seus alunos. Isso é um pouco complicado porque muitos textos que registram o pensamento confucionista foram queimados durante a Dinastia Qin. Os dissidentes foram autorizados a queimar todo o material referente a ele, de modo que os registros são fragmentados e às vezes se contradizem ou requerem explicação que não é fornecida.
No entanto, durante a Dinastia Han, que durou até cerca de 220 dC, o pensamento confucionista foi a inspiração para o estabelecimento das regras e leis da China. Após a queda do Han, a filosofia foi amplamente descartada em favor do budismo, mas teve um renascimento novamente no século 7. Naquela época, os estudiosos combinavam ideias do budismo, taoísmo e pensamento confucionista para criar leis e enfatizar a maneira como os relacionamentos corretos podem estabelecer a paz.
Os principais conceitos do confucionismo deveriam ser aplicados principalmente a governantes, nobres e estudiosos. Não visa a população em geral, como o budismo. Uma das ideias subjacentes é que as pessoas devem ser virtuosas, especialmente governantes. A virtude própria, expressa em modéstia, veracidade, lealdade, caridade e aprendizado, eram requisitos essenciais para todos.
A soma total dessa virtude social costuma ser chamada de Jen. Era impossível esperar virtude nas pessoas governadas, se os governadores (ou imperadores) não exibissem as mais altas virtudes e não promovessem a educação de outros para obter essas virtudes.
A Regra de Ouro também faz parte desta filosofia: O que você não quer que seja feito a si mesmo, não faça aos outros. A ênfase é colocada no relacionamento virtuoso com os outros e em agir “bem” com todos.
Por meio do comportamento virtuoso e da observância de relacionamentos corretos, a harmonia é estabelecida no eu e no reino.
O confucionismo inclui o conceito do divino e é expresso.
Os homens devem ter três awes, uma palavra que pode ser traduzida como respeito e veneração ao seguinte:
Decreto do céu
Grandes homens
Santos (pensadores passados ou ancestrais)
Essa filosofia se opõe à guerra, pois é a antítese do relacionamento harmonioso. Também se opõe à aplicação de muitas leis, pois o ideal é que todas as pessoas vivam em harmonia e se governem.
Existem cinco relacionamentos principais nos quais o homem tem responsabilidades variadas: marido e mulher, pai e filho, irmãos mais velhos e mais novos ou o relacionamento de todos os mais jovens com os mais velhos, governante e súdito, e amigo e amigo.
Destes, um dos relacionamentos mais importantes ainda é enfatizado hoje na China, Japão e Coréia modernos. A relação pai/filho também é chamada de piedade filial, ideia de que os filhos, mesmo os adultos, devem respeitar e obedecer aos pais e, em geral, aos mais velhos. Essa relação é mantida em muitas famílias nos países asiáticos. A palavra dos pais é a lei dos filhos quando esta relação permanece harmoniosa.
Cuidar dos pais à medida que envelhecem é outro aspecto da piedade filial.
Os principais textos do confucionismo são os seguintes, disponíveis em várias traduções:
O I Ching
O Livro de Odes ou Shih Ching
Livro de História ou Shu Ching
Registros de Ritos ou Li Ching
Anais de primavera e outono ou Ch’un Ch’iu
Existem outros textos que os estudiosos confucionistas irão, sem dúvida, estudar. Destes, talvez o mais valioso para a compreensão dessa filosofia seja Hsiao Ching, uma obra fundamental sobre a piedade filial.
Fonte: Fábio Guimarães de Castro
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