História das Olimpíadas

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Conceituação

Jogos Olímpicos – ou Olimpíadas – é um conjunto de provas esportivas de caráter mundial, disputadas de 4 em 4 anos em cidades escolhidas.

Pode participar dessas provas qualquer atleta ou equipe representando país filiado ao C.O.I., desde que obedeça às normas estabelecidas pelos regulamentos olímpicos e pelas leis que regem os respectivos esportes.

Atualmente, são 19 esses esportes: atletismo, basquete, boxe, canoagem, esgrima, ciclismo, futebol, ginástica, halterofilismo, hipismo, hóquei na grama, iatismo, judô, luta, natação, pentatlon moderno, remo, tiro e vôlei. A cada país organizador é dado o direito de incluir 2 esportes não olímpicos no programa oficial.

Os jogos olímpicos Modernos – que começaram a ser celebrados em 1896 são na verdade, uma nova versão dos festivais esportivos que os gregos realizavam, também de 4 em 4 anos, na antiga Élida na honra de Zeus e de outros deuses que habitavam o Olímpo. Dessa versão modernizada resultaram outras, inclusive a dos Jogos Olímpicos de Inverno.

Os jogos na Antiguidade

As origens dos antigos jogos pan-helênicos se perderam no tempo e freqüentemente se confundem com a lenda. Uma das versões sobre a 1ª competição olímpica apoia-se na fantástica história segundo a qual Áugias, rei de Élida, inconformado com o cheiro que saía dos seus currais, encarregou Hércules de limpá-los.

O herói, a quem a lenda atribuiu espantosa força, simplesmente desviou, com as próprias mãos, o curso do rio Alfeu, fazendo a água passar por onde pastavam 3 mil bois. Como Áugias não ficasse satisfeito com a solução, os dois tiveram uma desavença, Hércules matou-o e em seguida instituiu os jogos para penitenciar-se perante aos deuses.

História das Olimpíadas

Decadência e extinção

Com a denominação romana da Grécia e da Macedônia, no século II a.C., a cultura e os costumes helênicos, entre os quais a tradição dos jogos, foram sendo assimilados pelos romanos. No entanto, as competições entraram em permanente e contínua decadência, por diversos motivos.

O principal foi o próprio temperamento do povo romano, que não cultuava o esporte com um espírito, quase religioso, como o dos gregos.

Os romanos, na verdade, preferiam o circo aos torneios atléticos. Ao tempo de Augusto, já havia 21 circos em Roma. Esse total triplicaria nas duas décadas seguintes, enquanto não havia mais do que dois ginásios como os que os gregos mantinham em Esparta e Atenas.

Para os romanos, os jogos olímpicos não passavam de inofensivos e insípidos meios esportivos, que pouco a pouco foram perdendo o interesse. Até que em 393 d.C. Teosódio I ( imp. 379-395 ), responsável pela matança de 10 mil escravos gregos, sublevados em Tessalonica, pediu perdão a Ambrósio, bispo de Milão, prometendo em troca converter-se ao catolicismo. Ambrósio concedeu o perdão ao imperador, exigindo que ele concordasse em extinguir todas as festas e cerimônias pagãs, entre as quais os jogos olímpicos.

O renascimento

Pierre de Fredy, barão de Coubertin ( 1863-1937 ), tornou-se o renovador dos jogos olímpicos, reinstituindo-os 16 séculos depois de sua extinção. Amante dos esportes e admirador dos métodos de pedagogia adotados por Thomas Arnold, na Inglaterra, Coubertin lançou, em 1894, numa reunião na Sorbonne, a idéia de reviver a antiga tradição grega, através da qual esperava unir os povos.

Em 1894, apoiado pelo americano William Sloane e pelo inglês Charles Herbert, e contando com a presença de representantes de 15 países, fundou o C.O.I., organismo que até hoje controla todo o mundo olímpico. Dois anos depois, realizava-se em Atenas e 1ª disputa dos jogos olímpicos da era moderna.

Antiguidade

Os Jogos Olímpicos começaram em 776 a.C. em Olímpia, na Grécia antiga, e duraram por mais de mil anos. Entretanto, o evento religioso que deu origem aos Jogos é bem mais antigo, podendo datar do século 13 a.C.

Tal qual a Olimpíada moderna, os jogos eram realizados de 4 em 4 anos. Porém eles sempre aconteciam em Olímpia, os esporte eram menos numerosos e só podiam participar homens que falassem o idioma grego.

Olímpia atraía homens (as mulheres não eram permitidas) de todo o mundo grego. Não se sabe quantas pessoas compareciam aos Jogos, mas o estádio olímpico tinha a capacidade estimada entre 45 mil e 50 mil espectadores. Os competidores chegavam a Olímpia um mês antes do início oficial do Jogos e passavam por um treinamento moral, físico e espiritual sob a supervisão do juízes.

As mulheres não eram permitidas nos Jogos Olímpicos, não porque os atletas competiam nus, mas por ser Olímpia dedicada ao deus Zeus, sendo uma área sagrada para homens. Nas competições de bigas, realizadas fora da área sagrada, as mulheres era permitidas. Havia festivais femininos nos quais os homens eram banidos, sendo o mais famoso o Heraean, em Argos, o qual incluía competição de lançamento de dardo.

A corrida foi o único esporte praticado nas primeiras 13 Olimpíadas. A distância era de um “stadia” que correspondia aproximadamente a 85 metros. Depois foram acrescentadas corridas mais longas como o “diaulos” (365 metros) e o “dolichos” (24 “stadias” ou 2 km). Em 708 a.C. foram acrescentados o pentatlo e eventos de luta, em 688 a.C. o boxe e em 680 a.C. a corrida de bigas.

O prêmio pela vitória era uma simples coroa feita de ramos de Oliveira. Entretanto os atletas viravam celebridades e era comum os vitoriosos receberem benefícios tais como ter toda a sua alimentação paga pelo resto da vida, ou ter um lugar reservado na primeira fileira dos teatros.

Com o domínio romano sobre os gregos, os Jogos Olímpicos foram perdendo sua identidade. Na época do Imperador Nero, no lugar de cidadãos livres, escravos passaram a competir por suas vidas contra animais selvagens. Em 393 d.C. os gloriosos Jogos Olímpicos forma abolidos por decreto do Imperador Romano Teodósio.

O Barão de Coubertin

História das Olimpíadas

Os gloriosos Jogos Olímpicos, interrompidos no anos 393 d.C. por decreto do Imperador Romano Teodósio, tiveram o seu renascimento no final do século XIX.

O principal fator deste renascimento foram as escavações, em 1852, das ruínas do templo de Olímpia onde aconteciam os Jogos nos tempos ancestrais.

A redescoberta da história das olimpíadas provocou um renascimento dos valores esportivos do gregos antigos que acabaram influenciando o francês Charles Louis de Feddy, mais conhecido como barão de Coubertin.

Segundo o próprio barão, o final do século XIX apresentava todo um conjunto de circunstâncias que culminariam no renascimento dos Jogos Olímpicos:

Assim, no dia 23 de junho de 1894, o barão convocou um congresso esportivo-cultural e apresentou a proposta para o retorno dos Jogos Olímpicos. Os delegados de 12 países reunidos na Sourbone ficaram tão entusiasmados com o projeto que marcaram a primeira Olimpíada da era moderna para dali a dois anos em Atenas.

Apesar do barão de Coubertin ser mundialmente reconhecido como responsável pelo renascimento da Olimpíada, aconteceram antes outras tentativas de reviver os jogos.

As primeiras tentativas de reviver

Na Grécia do século XIX o ideal dos antigos Jogos Olímpicos não havia sido completamente esquecido. Apesar do barão de Coubertin ser mundialmente reconhecido como responsável pelo renascimento da Olimpíada, aconteceram, muito antes de seu nascimento, outras tentativas de reviver os jogos por parte dos gregos.

A História das Olimpíadas

Sabe-se que em 1838 a municipalidade de Letrini, perto da antiga Olímpia, decidiu reviver os Jogos Olímpicos. Eles planejavam realizar os Jogos a cada 4 anos na cidade de Pyrgos, mas não há mais informações e historiadores acreditam que o evento nunca aconteceu.

Outra tentativa de maior sucesso foi empreendida pelo rico grego Evangelos Zappas através dos Jogos Olímpicos Zappianos. Aconteceram quatro edições destes jogos nos anos de 1859, 1870, 1875 e 1889 com premiações simbólicas e em dinheiro para os vencedores.

História das Olimpíadas

Os jogos de hoje

Desde o seu renascimento, com interrupções apenas durante as duas guerras mundiais, os jogos olímpicos tem se realizado de 4 em 4 anos, cada vez com maior êxito.

Se por um lado, esse crescimento representa a vitória do ideal olímpico moderno, por outro gera, no mundo dos esportes, uma série de problemas que os estudiosos atribuem ao próprio gigantismo dos jogos.

Em primeiro lugar, torna-se cada vez mais difícil organizá-los, pelo altíssimo investimento financeiro que representam (os alemães ocidentais gastaram cerca de 630 milhões de dólares com os de Munique ). Depois, pela importância que a vitória nos campos do esporte passou a ter em termos de prestígio político. Finalmente, por outros problemas mais gerais, como o doping e o falso amadorismo.

Mas alguns dos princípios olímpicos, lançados por Coubertin, ou por aqueles que o sucederam, têm sido mantidos. Oficialmente, os jogos continuam restritos a atletas amadores. O direito de organizá-los é concedido a uma cidade, nunca a um país. Não se contam pontos por países. Ao atleta campeão é concedido uma medalha de ouro; ao segundo lugar, uma medalha de prata; ao terceiro, uma medalha de bronze.

Os que tiraram de quarto a sexto lugar ganham diplomas especiais.

Em apenas 4 modalidades de esportes se reconhece recordes olímpicos: atletismo, natação, tiro e halterofilismo. Os jogos nunca podem durar mais de 16 dias, do desfile de abertura à festa de encerramento. Não se permite publicidade, de espécie alguma, nos cartazes, boletins informativos e programas oficiais, ou em material usados pelos atletas.

A bandeira

História das Olimpíadas

Cinco anéis entrelaçados, nas cores azul, vermelho, verde, amarelo e preto, sobre o fundo branco – foi concebida por Coubertin e representa os cinco continentes nas cores com as quais se podiam cobrir, em 1920 – quando foi hasteada pela primeira vez -, as bandeiras de todas as nações olímpicas.

Sob o patrocínio do comitê internacional, celebram-se jogos regionais: pan-americanos, asiáticos, do mediterrâneo, bolivarianos, centro-americanos, ibero-americanos.

Contra o C.O.I., que punira a Indonésia por haver impedido a participação de Israel nos IV Jogos Asiáticos, celebraram-se em Djacarta, por iniciativa pessoal do presidente Sukarno, os I Jogos das Novas Forças Emergentes, destinados a substituir, eventualmente, os jogos olímpicos. Mas os segundos jogos, marcados para Pequim, jamais se realizaram.

Todos os jogos realizados

Atenas, 1896 – A primeira olimpíada: Os primeiros jogos Olímpicos contaram com a participação de 13 países e 285 atletas. Realizados no Estádio Olímpico de Atenas- réplica dos antigos estádios gregos, foram uma festa esportiva improvisada dentro dos poucos recursos da época.

Paris, 1900: Em 1900, Paris, a Cidade Luz, tornou-se ainda mais alegre e movimentada, porém não por causa dos Jogos Olímpicos que ali se realizaram naquele ano. Isso porque a Olimpíada foi realizada paralelamente à Exposição Universal, que ofuscou os eventos esportivos com a exibição dos avanços tecnológicos mais modernos da época.

St. Louis, 1904: Os III jogos olímpicos tiveram 11 países e 496 atletas participantes. Esses números foram sensivelmente inferiores aos da olimpíada anterior em razão das dificuldades de mandar equipes para o outro lado do Atlântico.

Além disso, os norte-americanos repetiram o erro dos franceses e fizeram as competições coincidirem com a Feira Mundial de St. Louis. Os jogos ficaram assim em segundo plano, o que não impediu tivessem momentos heróicos e até insólitos.

Londres, 1908: Os IV jogos olímpicos tiveram 22 países e 2.059 atletas participantes. Muita chuva durante a maior parte das competições e intermináveis discussões sobre os resultados caracterizaram uma festa que, no fim, acabou superando todas as anteriores. Os ingleses exigiram a presença de juízes seus, na maioria das provas de atletismo, e daí as discussões.

Estocolmo, 1912: Os V jogos olímpicos tiveram 18 países e 2.541 atletas participantes. Foram os mais bem organizados até então. Os suecos souberam como divulgá-los e cuidaram de todos os detalhes técnicos necessários ao êxito de cada prova. A grande figura do atletismo foi o índio norte-americano Jim Thorpe, campeão do pentatlo e do decatlo, considerado na época o atleta mais completo do mundo.

Antuérpia, 1920: Os VII jogos olímpicos (os sextos teriam sido os de 1916, não realizado por causa da 1ª Guerra Mundial, mas contados assim mesmo), tiveram 29 países e 2.606 atletas participantes. Pela primeira vez a bandeira olímpica foi hasteada. O juramento olímpico passou a fazer parte da cerimônia de abertura. E tanto quanto possível, levando-se em conta que a Europa acabava de sair de uma guerra, os jogos tiveram êxito.

Paris, 1924: Os VIII jogos olímpicos tiveram 44 países e 3.029 atletas participantes. Dessa vez os franceses deram ao acontecimento o destaque que ele merecia, redimindo-se da má organização de 1900.

Amsterdã, 1928: Os IX jogos olímpicos tiveram 46 países e 3.015 atletas participantes. Nunca até então, as mulheres tinham representado papel tão importante nas competições. Nas provas de atletismo atraíram tanto a atenção do público como os famosos campeões masculinos.

Los Angeles, 1932: Os X jogos olímpicos tiveram 37 países e 1.408 atletas participantes. O mesmo problema de 1904 – a dificuldade que os europeus tinham para mandar equipes números à América – voltaram a contribuir para que o número de inscrições baixassem.

Berlim, 1936: Os XI jogos olímpicos tiveram 49 países e 4.069 atletas participantes. Em pleno apogeu do nazismo na Alemanha, eles foram transformados num gigantesco instrumento de propaganda do regime, com o próprio Hitler acompanhando de perto todos os detalhes da organização. Os alemães superaram em tudo os patrocinadores anteriores. Mas não colheram os melhores resultados, como esperavam.

Londres, 1948: Os XIIV jogos olímpicos tiveram 59 países e 4.468 atletas participantes. Na opinião da maioria dos observadores, os efeitos da guerra ainda eram muito acentuados para que uma competição esportiva de caráter mundial se realizasse com êxito.

Helsinki, 1952: Os XV jogos olímpicos tiveram 69 países e 5.867 atletas participantes.Organização perfeita, assistência técnica moderníssima, hospitalidade e muita ordem caracterizaram o trabalho dos finlandeses. Os jogos marcaram o ingresso da URSS no mundo olímpico. E estenderam, até o campo do esporte, a “guerra fria” da política internacional.

Melbourne, 1956: Os XVI jogos olímpicos tiveram 67 países e 3.184 atletas participantes. As provas de hipismo, devido à quarentena que as autoridades australianas determinavam para os cavalos vindos do exterior, cumpriram-se em Estocolmo. A organização foi, da mesma forma, elogiável, apesar dos sacrifícios que o país teve de suportar para concluí-la segundo os planos.

Roma, 1960: Os XVII jogos olímpicos tiveram 84 países e 5.396 atletas participantes. Foram um espetacular acontecimento turístico e, como os dois jogos anteriores, um êxito de organização. Pela primeira vez os norte-americanos perderam para os soviéticos no total de medalhas.

Tóquio, 1964: Os XVIII jogos olímpicos tiveram 94 países e 5,565 atletas participantes. Superaram os de Roma em organização e introduziram definitivamente a tecnologia no esporte.

Cidade do México, 1968: Os XIX jogos olímpicos tiveram 109 países e 6.082 atletas participantes. Organizados pelos mexicanos com tremendas dificuldades financeiras, levaram a um protesto de estudantes. Em vários sentidos os jogos foram tumultuados. Além de manifestações e choques com estudantes nas ruas, com violenta intervenção policial, houve o protesto dos negros norte-americanos, alguns deles do grupo denominado Black Power, que erguiam punhos com luvas negras a cada vitória alcançada.

Munique, 1972: Os XX jogos olímpicos tiveram 121 países e 8.500 atletas participantes. Os alemães voltaram a dar exemplo de organização gigantesca. Instalações perfeitas, gastos fantásticos, alojamentos de primeira ordem.

Montreal, 1976: Os XXI jogos olímpicos tiveram 89 países e 9.564 atletas participantes, com destaque para as exibições da ginasta romena Nadia Comaneci e da equipe de ginastas russas lideradas por Ludmila Turischeva. Na natação masculina dominaram os norte-americanos, em todos os títulos; na feminina, as representantes da Alemanha oriental.

Como os jogos de Munique, também os de Montreal foram afetados por problemas políticos, relacionados com República da China e com a Nova Zelândia, contra cuja participação se opuseram as grandes nações negras e norte-africanas, além do Iraque e da Guiana.

Moscou, 1980: Os XXII jogos olímpicos tiveram 81 países e 5.748 atletas participantes. Foram marcados por um fato extra-esportivo, o boicote proposto pelos EUA em protesto contra a invasão do Afeganistão pelos soviéticos. Além dos EUA, não compareceram a Moscou delegações da Alemanha ocidental, Japão e vários outros países.

Los Angeles, 1984: Os XXIII jogos olímpicos tiveram cerca de 7.800 atletas participantes e um número recorde de 140 países. No entanto, foram prejudicados pelo boicote soviético, que afastou 15 países socialistas das competições. A URSS alegou que as autoridades norte-americanas estavam fazendo dos jogos uma arena política e não garantiam a segurança dos atletas.

Seul, 1988: Os XXIV jogos olímpicos realizaram-se de 17 de setembro a 2 de outubro, e tiveram mais de 9.600 atletas participantes, provenientes da nada menos de 160 países. Em solidariedade à Coréia do Norte, que se afastou dos jogos por não lhe ser permitindo sediar parte deles, Cuba boicotou o evento, enquanto a Nicarágua declinou do convite devido à sua situação política interna.

Barcelona, 1992: A história do esporte mudou definitivamente nos Jogos Olímpicos de Barcelona. A máscara do amadorismo, que exigia dos atletas a hipocrisia de fingir não ter patrocínios e profissão, enfim caiu. O Comitê Olímpico Internacional admitiu a presença de atletas profissionais de todas as modalidades e permitiu o surgimento do Dream Team, o time de basquete masculino americano que ganhou o ouro com Michael Jordan e Magic Johnson.

Atlanta, 1996: Os 100 anos do Movimento Olímpico não poderiam ter sido comemorados de forma mais contraditória. Embora Atlanta tenha tido o privilégio de sediar as maiores e mais sofisticadas Olimpíadas da história, a submissão dos membros do Comitê Olímpico Internacional à máquina norte-americana da Coca-Cola foi um capítulo nebuloso. Não bastasse isso, os Jogos viveram seu segundo ato de “terrorismo”, com a explosão de uma bomba no superlotado Parque Olímpico, que matou duas pessoas e trouxe o medo de volta ao cenário olímpico.

Sydney, 2000: Com obras grandiosas em estilo futurista, a Austrália mostrou que é muito mais do que um lugar exótico e remoto, habitado por surfistas, aborígines e cangurus. Some-se a isso o esforço do Comitê Olímpico Internacional para apagar da memória o fiasco dos últimos Jogos, em Atlanta, onde os computadores pifaram e a organização virou um caos. Os australianos conseguiram nada menos que a perfeição.

Atenas, 2004:

Depois de ter sido surpreendentemente preterida por Atlanta para realizar a edição centenária dos Jogos Olímpicos, Atenas ganhou a disputa pela Olimpíada de 2004 derrotando as cidades de Roma, Buenos Aires, Estocolmo, Cidade do Cabo e San Juan.

A abertura oficial da Olimpíada de Atenas 2004 foi dia 13 de agosto no Estádio Olímpico, porém as partidas de futebol começaram dois dias antes. Um dos eventos mais esperados foi a maratona, que aconteceu no percurso original, com chegada no Estádio de Mármore, que abrigou a Olimpíada de Atenas, em 1896.

Outra volta ao passado se deu no arremesso de peso que ocorreu em Olímpia, sede dos Jogos Olímpicos da Antiguidade, e que também abrigou esse evento em 1896. O local ficou restrito a pouco mais de três mil pessoas.

Os esportes que foram disputados na Olimpíada de Atenas 2004 são: atletismo, badminton, basquete, beisebol, boxe, canoagem, ciclismo, esgrima, futebol, ginástica artística, ginástica rítmica, handebol, hipismo, hóquei na grama, iatismo, judô, levantamento de peso, lutas, nado sincronizado, natação, pentatlo moderno, pólo aquático, remo, salto ornamental, softbol, taekwondo, tênis, tênis de mesa, tiro, tiro com arco, trampolim, triatlo, vôlei, vôlei de praia.

Os mascotes

A palavra mascote surgiu na década de 1860 e vem do provençal “masco”, que significa mágico. Atualmente os mascotes fazem parte do conglomerado de merchandising das olimpíadas. Tornam adultos crianças e fazem as crianças perturbarem os adultos.

O objetivo principal que era criar um laço afetivo com o evento foi dando uma antropofágica corrida ao lucro fácil. Inúmeros mascotes descartáveis foram criados e as pessoas continuam a lembrar apenas dos antigos. Simples e eficientes.

O primeiro mascote das Olimpíadas não foi oficial. Schuss, um esquiador de cabeça vermelha e roupa azul, apareceu em pins e bonecos durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Genebra, em 1968. Sapporo não adotou mascote quatro anos depois, mas os jogos de verão não perderam tempo em recriar o sucesso de Schuss.

Os alemães tornaram o cãozinho basset Waldi o mascote oficial dos jogos de Munique de 1972. Adesivos, bottons, posters de todos os tamanhos foram produzidos com a presença lucrativa de Waldi.

A partir de então, todos os jogos passaram a ter seu mascote oficial para alegria das crianças e realizadores. Nos jogos de verão de Montreal em 1976, a dose se repetiu com Amik (castor na língua indígena) que traduz as tradições do país e à associação dos jogos ao esforço natural do animal.

Os jogos de Moscou foram marcados pelo boicote estadunidense e pelo urso Misha, o mais famoso de todos os mascotes.

Misha em russo é o apelido de Mikhail, o mascote tinha até nome completo: Mikhail Potapych Toptygin. O choro de Misha no encerramento simbolizou o fim dos jogos e a política acima do esporte.

Símbolo do país, o urso foi criado pelo ilustrador de livros infantis Victor Chizikov, que demorou seis meses para criar uma centena de variações até chegar ao resultado final.

O urso comunista foi comercializado na tradição capitalista: pins, bonecos de pelúcia, selos, porcelana, madeira, vidros e metal encheram os cofres do governo e do mercado-negro.

O sucesso de Misha foi tão grande que desbancou um segundo mascote. O leão-marinho Vigri, criado para ser mascote do iatismo dos jogos, é geralmente esquecido nas matérias sobre a história dos Jogos Olímpicos.

Os EUA não ficaram para trás e na Olimpíada seguinte lançaram a simpática águia Sam, desenhada por C. Robert Moore, veterano desenhista da Disney. A Guerra fria chegava de vez aos mascotes olímpicos! Os russos retribuiram ao boicote e não disputaram as olimpíadas de Los Angeles.

Enquanto isso, os mascotes eram peças tão fundamentais quanto o recorde de medalhas olímpicas. As duas olimpíadas (1980 e 1984) dos grandes boicotes tiveram mascotes voltados para o público infantil buscando a conquista de corações e mentes. Assim como o urso russo, a águia é um símbolo nacional dos EUA.

Em Seul, a linha infantil continuava com o tigre Hodori, desenhado por Kim Hyun. Presente em várias lendas coreanas, o nome do mascote foi selecionado pelos coreanos em mais de 2 mil sugestões. “Ho” significa tigre em coreano e “Dori” é um diminutivo masculino comum na Coréia.

Os temidos tigres asiáticos agora estavam em formato de desenho animado e à venda em bottons e em versões de pelúcia. Assim como Vigri em 1980, Hodori teve uma versão ofuscada, Hossuni, a tigresa, a qual foi praticamente esquecida durante os jogos.

Em 1992 surge um novo tipo de mascote. Após a guerra fria a necessidade de se criar mascotes voltados para as crianças acabou. Cobi, o cão criado por Javier Mariscal para os jogos de Barcelona, começou mal entre seus compatriotas, que esperavam um mascote à altura das edições anteriores. Apesar de lentamente cair na graça dos espanhóis, muitos ainda se perguntam que animal é aquele.

A história dos Jogos Olímpicos

O termo “olimpíada” correspondia antigamente ao período de intervalo de quatro anos entre a realização de um e outro “Jogos Olímpicos”.

Já “olimpíadas” é sinônimo de Jogos Olímpicos.

História das Olimpíadas
Olimpíadas

Os primeiros registros oficiais da existência dos Jogos Olímpicos datam de 776 a.C. Os Jogos eram realizados em um vilarejo chamado Olímpia, na Grécia.

Uma das finalidades dos Jogos Olímpicos era homenagear Zeus, maior divindade do Olímpio, segundo a mitologia grega. Os Jogos eram realizados de quatro em quatro anos e tinham o poder de interromper guerras, batalhas e combates. As disputas reuniam atletas e espectadores de todas as cidades da Grécia.

As modalidades disputadas na Era Antiga

Nos Jogos Olímpicos de 776 a.C, a única prova disputada foi uma corrida de 192,27 m, vencida pelo cozinheiro Coroebus de Elis, considerado o primeiro “campeão olímpico”.

Aos poucos, o número de provas disputadas foi aumentando:

Corrida: Esporte mais nobre das Olimpíadas da Era Antiga. Até os 13ºs Jogos, em 728 a.C., foi a única competição disputada. Os atletas corriam nus uma distância de192,27 m.
Pentatlo:
Era a combinação de cinco esportes (salto em distância, corrida, arremesso de disco, lançamento de dardo e luta livre).
Salto em distância:
Os atletas competiam utilizando halteres em suas mãos e as provas eram disputadas ao som de flautas.
Arremesso de disco:
Esporte muito apreciado pelos gregos e que foi até mesmo citado em um poema de Homero.
Lançamento de dardo:
Era dividido em “ekebolon”, em que era avaliada a distância alcançada pelo arremesso, e “stochastikon”, onde se observava se o dardo havia atingido um determinado alvo.
Luta livre:
Esporte popular na época e também citado em um poema de Homero.
Boxe:
Um dos esportes mais antigos.
Pancrácio:
Mistura de boxe e luta livre, considerado um dos mais dignos esportes da Antiguidade. Entretanto, na primeira vez em que foi disputado, o vencedor acabou morrendo estrangulado por seu oponente durante a luta.
Corrida de cavalos:
Disputado em hipódromos com várias modalidades.
Corrida de bigas:
Variação da corrida de cavalos, em que os animais puxavam uma pequena charrete.

Apenas os cidadãos livres e que estivessem inscritos para a competição podiam participar dos Jogos. Os atletas treinavam em suas cidades de origem durante os quatro anos que separavam os Jogos Olímpicos e a 60 dias dos Jogos, todos os atletas se concentravam na cidade de Elis, onde se dedicavam integralmente à sua preparação física.

As mulheres.. bom, para as mulheres nada era simples naquela época. Elas eram proibidas de assistir às disputas e as que fossem casadas corriam o risco de serem condenadas à pena de morte caso fossem flagradas nos locais de competição.

Como o passar dos anos, o cristianismo, que cada vez mais se firmava no Império Romano (os romanos dominavam a Grécia desde 144 a.C) passou a combater os Jogos Olímpicos, pois não via com bons olhos o culto aos esportes “pagãos” e também não tolerava a adoração do fogo sagrado, que, a cada 4 anos era aceso em Olímpia.

Naquela época os Jogos não eram “disputados” e sim, “celebrados”. De acordo com os registros oficiais, a celebração dos Jogos Olímpicos durou até o ano de 394 d. C. quando, por questões religiosas, a celebração foi banida pelo imperador romano, Teodósio.

Em função dessa decisão do imperador Teodósio, essa celebração não mais aconteceu pelos próximos 1500 anos, voltando a ser realizada novamente apenas na Era Moderna, graças ao esforço de um pedagogo e esportista francês, Barão Pierre de Coubertin.

Apesar de ter estudado Ciência Política e seguido a carreira militar, o negócio de Pierre de Coubertin era mesmo educacional. Disposto a reformar o sistema educacional da França, Pierre de Coubertin viu no esporte e nos ideais olímpicos gregos, uma fonte de inspiração para o aperfeiçoamento do ser humano.

No dia 23 de junho de 1894, durante um congresso de educação e pedagogia, Coubertin defendeu a criação de um órgão internacional que unificasse as diferentes disciplinas esportivas e que promovesse a realização de uma competição internacional entre atletas amadores, de quatro em quatro anos. A intenção de Coubertin era ampliar para o mundo o que já havia acontecido na Grécia Antiga.

A idéia foi prontamente aceita pelos 13 delegados de países presentes no congresso e naquele mesmo dia foi criado o COI (Comitê Olímpico Internacional).

Também em 23 de junho de 1894 decidiu-se que os I Jogos Olímpicos da Era Moderna, como passaram a ser chamados, aconteceriam dois anos depois, em 1896, na Grécia.

O lema dos Jogos Olímpicos da Era Moderna passou a ser: “O importante é competir”.

A primeira edição das Olimpíadas modernas foi marcada para a primavera de 1896, em Atenas, após o rei Jorge I ceder a cidade para a realização dos Jogos. A Grécia, porém, passava por uma grave crise financeira e os Jogos Olímpicos daquele ano só aconteceram graças a uma generosa contribuição do bilionário arquiteto egípcio Georgios Averoff.

No dia 6 de janeiro de 1896, finalmente a chama olímpica brilhou novamente. Recomeçavam os Jogos Olímpicos, com a presença de 13 países e 311 atletas.

Herizete Staneck

Fonte: br.geocities.com

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