PUBLICIDADE
A escalada é um esporte que se pode praticar tanto individualmente como em grupo.
Existem dois grandes tipos de escalada: escalada de bloco (ou boulder) e escalada de falésia (ou via) essa mais radical.
A escalada de bloco consiste em trepar uma rocha ou um muro de treino em que se previligia mais a força física de explosão em detrimento da resistência física.
Regra geral, os problemas de bloco envolvem poucos passos.
Na escalada de bloco em rocha (ou escalada de muro “indoor”) é comum o recurso a crashpads para minimização dos efeitos de uma possível queda do escalador. Existem várias escalas de graduação para os problemas de bloco sendo as mais conhecidas as escalas de Fontainebleu e de Hueco Tanks.
No Brasil utiliza-se um tipo de graduação, cuja numeração, em algarismos romanos, acompanha sensivelmente a escala francesa (Fontainebleu).
Por outro lado, a escalada de falésia já consiste em trepar vias (em rocha ou muro de treino) com uma altura considerável onde é previligiada a resistência física do atleta em detrimento da sua força física. Regra geral, a escalada de falésia é feita com recurso a vários instrumentos (como por exemplo mosquetões, “express”, arnês, gri-gri, reverso) cujo objetivo é tentar assegurar a integridade física do escalador em caso de queda.
Dentro da escalada de falésia existem 2 categorias: escalada desportiva, escalada clássica.
Existem mais duas vertentes: artificial e livre.
A escalada desportiva caracteriza-se pelo fato de as paredes a subir estarem equipadas com pontos de segurança (que determinam as “vias”) que podem distar entre si desde pouco mais de 1 metro até distâncias superiores a 3/4 metros (a distância entre os pontos de segurança ou grampos é determinada pelo conquistador da via e normalmente não deve ser alterada).
A escalada clássica caracteriza-se pela não existência de pontos de segurança previamente colocados na parede pelo que é da competência do escalador criar os seus próprios pontos de segurança com recurso a friends, entaladores, etc.
Tanto a escalada clássica como a desportiva são tipos de escalada livre porque o escalador usa os seus próprios meios (mãos e pés) como meio para poder progredir na parede.
Na escalada artificial o escalador recorre a aparelhos tais como estribos para ajudar na sua progressão.
Em qualquer um destes tipos de escalada de falésia acima mencionados, regra geral, o escalador encontra-se preso por uma corda (de preferência dinâmica). Há, no entanto quem prefira não usar qualquer tipo de corda. É o que se chama em solo.
A escalada
A escalada é um esporte em que o praticante utiliza braços e pernas para subir em blocos, falésias, paredões de rocha, gelo ou montanhas.
A escalada exige o máximo de força, concentração, técnica e adrenalina aliás, são justamente esses fatores que conquistam cada vez mais adeptos tanto no Brasil como no mundo.
Existem diversas modalidades de escalada que vão desde a escalada bouldering praticada em poucos minutos em blocos de pedra, à escaladas big wall praticadas em paredes de rocha ou montanhas, onde se enfrenta o frio e altitude, além de dificuldades técnicas.
Como qualquer outro esporte que envolva altura, a escalada envolve certo risco. Portanto, ao praticar, não se esqueça dos equipamentos de segurança.
Os equipamentos básicos de segurança para a prática da escalada são: corda, sapatilha para escalada, capacete e pó de magnésio para as mãos.
A arte de Escalar Montanhas
Escalada de montanhas
A escalada de montanhas envolve força, controle e habilidade. Usar os músculos de seus braços e pernas para se impulsionar para cima em uma montanha íngreme exige força e controle.
Usar o seu cérebro para posicionar as mãos e os pés para que os músculos possam fazer seu trabalho: isso é habilidade.
Um esporte que pode ser feito em interiores em estruturas de escalada de madeira compensada, ou ao ar livre em rochedos íngremes de milhares de metros de altura, a escalada de montanha tem várias modalidades hoje:
Escalada tradicional: Preso a uma corda, escaladores aos pares usando equipamento profissionais escalam uma montanha carregando bandoleiras de equipamentos especiais. À medida que sobem, colocam calço, nuts (entalador em forma de cunha) e outras formas de proteção de suas bandoleiras nas fendas da rocha. A corda é enganchada a estas peças de proteção para evitar quedas.
Escalada esportiva: similar à escalada tradicional em muitos aspectos, exceto que as peças de proteção são fixas permanentemente na rocha. Isto torna o esporte de escalada mais seguro, mais rápido e mais barato do que o tradicional.
Escalada livre solo: similar à escalada esportiva exceto que você não usa corda. Se cair, morre.
Escalada indoor: similar à escalada esportiva, exceto que os escaladores usam estrutura de escalada interna feita de madeira compensada ou concreto e suportes para mãos e pés fixos na estrutura.
Escalada no gelo: similar à tradicional, exceto que se escala uma formação de gelo (como uma cachoeira congelada ou uma geleira) ao invés de uma formação rochosa.
Eloco de rocha: Similar à escalada esportiva, mas você escala em blocos de rocha (ou as laterais de chaminés e edifícios) em vez de rochedos íngremes e penhascos.
Imagine, uma folha de vidro alta vertical de 300 metros contínua e sem emenda. Se você tivesse de escala-la, seria impossível a menos que você tivesse ventosas nas mãos e pés.
Agora imagine uma montanha vertical de 300 metros cheias de fendas e afloramentos tão óbvios e tão fáceis de encontrar que você pode escalar como se subisse uma escada. A escalada de montanhas sempre fica entre estes dois extremos.
No caso mais fácil, não há necessidade de habilidade especial. Contanto que uma pessoa esteja em boa condição física, é possível para qualquer um escalar uma montanha como esta. Os escaladores deve ser capazes de encontrar suportes de mão e pé adequados, equilíbrio sobre eles em posições precárias e se movimentar de um ponto ao outro sem cair.
Em rotas difíceis pode haver fendas finas com pouco espaço para se segurar, saliências que necessitam de uma força incrível para se atravessar e vento e temperaturas que fazem da rota de subida na rocha a mais desafiadora.
Quando possível, o escalador tenta fazer o máximo do trabalho da escalada usando as pernas. O ideal é que os escaladores tentem manter seu centro de gravidade acima dos pés para depois puxar as pernas para cima.
Eles usam os braços e mãos apenas para se equilibrarem e se posicionarem. À medida que a rocha fica mais lisa, é mais difícil manter esta posição ideal. É aí que a força e a agilidade entram. Em rotas mais difíceis, o escalador precisa de uma incrível força nos braços, mãos e dedos e resistência para se fixar à rocha.
Sistema de Classificação
Nos Estados Unidos, os escaladores usam um sistema de classificação padrão para descrever a dificuldade nas diferentes rotas.
Há 6 classes nestes sistema, variando de classe 1 (marcha normal) até passeio a pé, caminhada e então escalada na classe 5.
Tudo o que é conhecido como escalada de montanha cai na classe 5.
A classe 6 é para paredes de rocha que são tão lisas que não há como escalar sem auxílio artificial como escadas.
Dentro da classe 5 há 14 níveis diferentes que se distribuem assim:
5,0 até 5,4: nível iniciante. Fácil de escalar, como uma escada.
5,5 até 5,7: nível intermediário. Escalável com sapatos normais ou botas, mas requer mais habilidade.
5,8 até 5,10: nível experiente. Requer calçados de escalada, experiência e força.
5,11 até 5,12: nível perito. Talvez apenas 10% dos melhores escaladores do mundo possam lidar com estas rotas.
5,13 até 5,14: nível elite. Apenas para os melhores dos melhores.
Hoje, o mais fácil e seguro modo de começar a escalar é ir a uma academia de escalada indoor e fazer um curso.
Lá você vai aprender as técnicas básicas em um ambiente seguro, desenvolver sua força e habilidade e encontrar outros escaladores. Qualquer cidade grande tem dois ou três ginásios de escalada.
Uma vez que você entende os fundamentos, pode encontrar um parceiro e começar pelas rotas esportivas mais fáceis. Conforme adquirir experiência, você pode ir avançando para rotas mais difíceis.
Fonte: www.folhaturismo.com.br/www.esportedeaventura.com
Escalada
O que é a Escalada
A escalada esportiva é uma prática que utiliza as técnicas e movimentos de montanhismo e que tem como objetivo exigir o máximo de força e concentração do atleta. A técnica, a coragem, a adrenalina, juntamente com a força, são os fatores fazem da Escalada um esporte apaixonante.
Para quem pensa que o esporte se resume a “homens-aranha” que ficam escalando grandes arranha-céus pelo mundo, está enganado.
A escalada é muito mais importante que isso e quem pratica quer antes de tudo desenvolver uma atividade que irá livrá-los do stress do dia-a-dia.
O atleta da escalada deve encontrar diferentes soluções para ultrapassar os obstáculos, não importando se está em uma cadeia de famosas montanhas européias ou na parede de uma academia.
Um dos principais atrativos da escalada é o fato de ela poder ser praticada em qualquer cidade, bastando para isso uma parede em qualquer academia. Hoje já é muito difundida a prática da Escalada nos grandes centros.
Para o diretor técnico da Associação Paulista de Escalada Esportiva, Tom Papi, o crescimento do esporte se deu principalmente por esse motivi. “Hoje qualquer um pode praticar a escalada com toda a segurança em clubes e academias, nas principais cidades brasileiras”, diz Papi.
História da Escalada
A história da escalada esportiva começou em um rigoroso inverno ucraniano. Foi nos anos 70 que um ucraniano teve a idéia de durante a fase mais fria do ano pendurar pedras em sua parede para que pudesse treinar. A idéia foi tão boa que logo todos os outros escaladores locais copiaram a idéia. Surgia aí a escalada esportiva.
Em 1985, na Itália, foi realizado o primeiro campeonato mundial. Que teve como obstáculo uma parede natural. Em 1987, pela primeira vez um campeonato foi realizado em uma parede artificial.
A copa do mundo de Escalada Esportiva foi criada em 1990. E, dois anos mais tarde, na Olimpíada de Barcelona, finalmente veio a consagração do esporte, quando foi praticado como demonstração.
No Brasil o esporte começou a ser praticado no final da década de 80. O grande divisor de águas no país foi a realização, em 1989, do I Campeonato Sul Americano de escalada Esportiva, em Curitiba.
A partir daí novos atletas e patrocinadores passaram a apoiar e a praticar o esporte.
Equipamentos de Escalada
Os equipamentos básicos para a prática da escalada são: cordas, sapatilha para escalada, capacete e pó de magnésio para passar nas mãos.
A segurança do esporte é um dos quesitos mais importantes, que atrai um grande número de praticantes. E as cordas têm exatamente essa função, já que sem elas os tombos são inevitáveis.
Para transpor os obstáculos a utilização de uma sapatilha especial pode facilitar muito sua vida. Ela tem o formato ideal para propiciar maior equilíbrio e segurança.
O pó de magnésio é esfregado na mão e aumenta o atrito com a parede. Dessa maneira fica mais difícil escorregar.
Por último tem o capacete que é o item de segurança mais comum nos esportes radicais. A sua função e importância todos conhecem, portanto nunca esqueça de utilizá-lo.
Segundo o diretor técnico da Associação Paulista de Escalada Esportiva, Tom Papi, esses equipamentos são fundamentais. “Como todo esporte radical a escalada oferece riscos.
Porém, com a utilização de todos os equipamentos de segurança esse risco cai praticamente a zero”.
Onde praticar a Escalada
A escalada esportiva pode ser praticada em qualquer local que possua uma parede de alpinismo. No Brasil a atividade está bastante difundida. Nas principais cidades já existem academias e clubes que oferecem toda estrutura para a prática do esporte.
“Esse crescimento no número de locais que possuem uma parede de alpinismo aumentou, em muito, o número de praticantes”, disse o diretor técnico da Associação Paulista de Escalada Esportiva, Tom Papi.
A natureza oferece lindas paisagens naturais. Só que para fazer esse tipo de escalada você precisará da ajuda de profissionais experientes, que tenham um bom conhecimento do local a ser explorado.
Quem pode praticar a Escalada
A escalada esportiva é considerada uma atividade completa, pois agrupa vários aspectos importantes para o desenvolvimento de qualquer pessoa. Por requerer uma preparação física e técnica do praticante, se torna uma ótima maneira de manter o preparo físico e cuidar da saúde.
Mas não é um esporte puramente físico, muito pelo contrário. A escalada exige dos praticantes um raciocínio rápido e muita inteligência na hora de escolher o melhor caminho.
É importante que antes de procurar praticar a escalada, assim como qualquer outro esporte, que você faça um exame médico e veja suas reais condições.
História
Nasceu o Montanhismo como esporte no último quartel de século XVIII, sob a denominação de “Alpinismo”, por ter começado na famosa cordilheira dos Alpes, em plena Europa Central.
Foi portanto seu marco inicial a escalada ao ‘Mont Blanc’, no ano de 1786, considerada como o início da prática do chamado “Nobre Esporte das Alturas”, esporte que viria a ser praticado no Brasil com o nome de Montanhismo.
As Primeiras Escaladas no Século XIX
Nossa história registra a conquista de novas fronteiras, através de um ciclo de penetrações e explorações territoriais, iniciado no século XVII, principalmente pelos desbravamentos desenvolvidos por bandeirantes, que estenderam nossas fronteiras muito além do que fora determinado pelo Tratado de Tordesilhas.
Nestas investidas, montanhas e picos elevados foram subidos por aqueles intrépidos conquistadores, cujos feitos chegam a ser confundidos com a lenda, sem que ficassem registradas tais ascensões.
Foi somente no século XIX, que a crônica veio a registrar as primeiras subidas de montanhas, começando então a sua caracterização esportiva, embora ainda incipiente e com motivações várias.
Já em 1828 eram registradas algumas subidas a Pedra da Gávea, fascinante montanha de 842 metros de altitude, onde um capricho da natureza esculpiu imponente efígie de traços humanos, cuja semelhança com o rosto do imperador D. Pedro II, lhe valeu a denominação de “Cabeça do Imperador”. Pseudo inscrições rupestres (caneluras geológicas), também fizeram atrair os doutos do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, levando o sábio Mestre Frei Custódio Alves Serrão, membro daquele Instituto, a subi-la a frente de um pequeno grupo, no ano de 1839.
Em 1856 ocorre a primeira escalada com “Conquista” de montanha no Brasil, quando o cidadão José Franklin da Silva, morador da antiga Vila de Aiuruoca, movido por pioneirismo quase visionário, escala os imponentes paredões sulcados do Pico das Agulhas Negras, no Maciço de Itatiaia, atingindo então a maior altitude que um brasileiro já alcançara em nosso país: 2.787 metros de altitude. Para lá chegar, o solitário escalador venceu primeiro os pontões principais que antecedem os paredões, depois escalando aquelas muralhas rochosas, sulcadas pela erosão que formou suas caneluras, até alcançar o cume, vencendo uma calha perigosa e muitos abismos.
O relato desta escalada foi enviado pelo nosso Montanhista-Pioneiro, à Corte, onde em palavras singelas narrou sobre o caminho que galgara, suas dificuldades e suas belezas, que destaca com entusiasmo e admiração.
Em outros pontos do Brasil há narrativas de algumas subidas de montanhas, embora estas movidas por interesses científicos.
Já em meados do século XIX, as montanhas do Maciço da Tijuca e de Jacarepaguá eram conhecidas e subidas pelos ruralistas do ciclo do café, daí surgindo suas denominações, a maioria das quais permanece até hoje.
Temos a Pedra do Conde, assim denominada em homenagem ao Conde de Bonfim, um de seus proprietários, o Pico da Tijuca, o Pico do Papagaio, o Morro da Cocanha, a Pedra do Archer, a Pedra Feia (atual Pico do Andaraí Maior), o Pico do Morumbí (atual Pico do Perdido do Andaraí), também chamado erroneamente de Pico do Papagaio, no Grajaú, e ainda, o Morro do Elefante e o Pico do Tijuca-Mirím (também conhecido como Pedra Sete).
Na Serra da Carioca, o Pico Carioca, o Morro Queimado, e o Pico do Corcovado, também já eram subidos, inclusive tendo uma comitiva da Corte, levado o Imperador D. Pedro II até os 704m de altitude do Corcovado, local onde extasiado pela beleza do panorama, o Imperador sugeriu que se melhorasse o caminho e alí fosse construído um mirante, o que foi feito prontamente.
Outra escalada destacada foi a do Pico do Pão de Açúcar, com seus 395m de altitude, que no ano de 1871, foi subido pelo atual “Paredão do Costão”, por uma senhora inglesa, seu filho e mais umas pessoas não identificadas, que ao chegarem ao cume e alí hastearam a bandeira da Inglaterra.
Tal feito, no entretanto, desencadeou um coletivo protesto por parte da antiga Escola Militar da Praia Vermelha, que tomados de brios e fervor patriótico, encetaram a escalada do Pico pelo mesmo caminho (“Costão”), e após cinco horas de escalada, lograram atingir o cume, levando o “ultraje” de um pavilhão estrangeiro hasteado sobre uma montanha do nosso território, substituindo-o incontinente pelas cores do pavilhão nacional.
Foi porém no dia 21 de agosto de 1879, que pela primeira vez foi reunida em nosso país, uma equipe de “montanhistas”, tendo como finalidade única, realizar uma escalada de montanha sem outras mais motivações, à não ser apreciar seus panoramas e desfrutar das belezas e da satisfação de vencer as dificuldades que a Mãe-Natureza alí depositou.
A glória deste feito é devida a um grupo de entusiastas paranaenses, que formando uma equipe composta por Joaquim Olímpio de Miranda, Bento Manuel Leão, Antônio Silva e Joaquim Messias, resolveram escalar a principal montanha da Serra do Marumbi, pico de mais de 1.500 m. de altitude.
José Olímpio era o líder inconteste desta ascensão, e a frente de seus companheiros, rompeu através das matas que cercavam o pico, vencendo-as com denodo, galgando e grimpando sobre lajedos e rochas, até finalmente atingir aquelas alturas, de onde puderam ver o seu Paraná até perder de vista, verde o belo.
Era a primeira escalada “esportiva” no Brasil, planejada e estudada, dentro de uma sistemática. Em homenagem ao líder, o pico foi denominado “Monte Olimpo”.
No ano seguinte, confirmando sua vocação para o Montanhismo, José Olímpio de Miranda, liderando uma nova equipe de escaladores, dessa feita, composta por Antônio Pereira da Silva, José Antônio Teixeira, João Ferreira Gomes, Pedro Viriato de Souza, e os Capitães José Ribeiro de Macedo e Antônio Ribeiro de Macedo, que no dia 26 de agosto de 1880 atingiram o alto do Monte Olimpo novamente.
Se não fundaram um primeiro Clube de Montanhismo no Brasil, aqueles paranaenses valentes se constituíram sem dúvida, no primeiro grupo de escaladores de montanhas com embrionária qualificação esportiva.
Ainda no final do século XIX, temos novamente a escalada do elevado Pico das Agulhas Negras, até então considerado como a montanha mais alta do Brasil. Desta feita são os escaladores, Horácio de Carvalho e José Borba, que vencendo todas as dificuldades, percorrem o caminho pioneiro de José Franklin da Silva, desta vez, já aplicado artifícios técnicos rudimentares de escalada. A ascensão fora debaixo de frio intenso, enfrentando os escaladores um princípio de mau tempo, com fortes rajadas de vento, mas que não impediu de ambos chegarem ao almejado cume das Agulhas Negras.
Algumas outras montanhas conhecidas também foram subidas no decorrer do século XIX, sem que se tenha uma notícia dos nomes de quem as galgaram. É o caso da Pedra Bonita, do Pico do Marapicú, do Morro da Boa Vista, do Morro do Medanha ou da pedra Branca, todos com caminhos de acesso abertos no século passado.
Em outros estados, sabe-se por exemplo que o Pico do Jaraguá, em São Paulo, já tinha também sido subido por grupo paulista, sem que seus nomes tivessem sido anotados.
Era o montanhismo que despontava pioneiramente para os brasileiros, e cuja a força máxima viria residir no Estado do Rio de Janeiro, no esplendor do século XX.
As Primeiras Escaladas no Século XX
No início do século XX houve grande avanço técnico no Montanhismo, em particular na escalada em rocha e gelo. As principais vertentes dos Alpes foram escaladas e em 1938 a face norte do Eiger, uma das maiores paredes da Europa, é conquistada.
No Brasil, em 1912, um grupo de Teresópolis, o ferreiro José Teixeira Guimarães, o caçador Raul Carneiro e os irmãos Acácio, Alexandre e Américo Oliveira, após muito planejamento e uma semana de investidas, atingem o cume do Dedo de Deus. Fato que é lembrado como marco do Montanhismo Nacional. Este ‘caminho’, hoje denominado ‘Teixeira’, é ainda utilizado para chegar ao cume.
As décadas de 40 e 50 foram um período de grandes escaladas e grandes escaladores. Foi escalado o primeiro pico com mais de 8.000 metros de altitude, o Annapurna com 8.078 metros em 1950. O ´Teto do Mundo´ foi atingido, o Everest (8.848 metros) em 1953, pelo neozelandês Edmund Hillary e o sherpa Tensing Norkay. No ano seguinte o K-2, segunda montanha mais alta do mundo. Na Europa Walter Bonatti escala em solitário e no inverno a face norte do Cervino.
No campo da escalada em rocha foram escalados o Half Dome (1957) e o El Capitan (1958), na Califórnia, com 800 e 1.000 metros de pura rocha vertical, respectivamente. Sem esquecer do Fitz-Roy na Patagônia argentina, escalado em 1952, por Lionel Terray e Guido Magnone. No Brasil foram escalados o Pico Maior de Friburgo, a Chaminé Rio de Janeiro na imponente face sul do Corcovado e a Chaminé Gallotti no Pão de Açúcar entre várias outras montanhas de igual beleza. Um dos escaladores que mais se destacou nesta época foi Sílvio Mendes.
Finalmente, a partir da década de 60, se consolidou o Montanhismo esportivo moderno.
Com novas técnicas desenvolvidas, equipamentos avançados, treinamentos rigorosos e escaladas cada vez mais atléticas, grandes paredes foram vencidas, entre elas: a Torre Central del Paine (1963) e o Cerro Torre (1974), ambas na Patagônia. São escaladas vertentes cada vez mais difíceis em picos antes já atingidos. Reinhold Messner atinge o cume do Everest sem utilizar oxigênio engarrafado em 1978 e dois anos depois repete o feito, e desta vez, em solitário.
Na década de 80 e 90 a escalada desportiva cresce no mundo todo e dificuldades extremas são superadas. Paredes gigantescas que eram antes escaladas em artificial são repetidas em livre. No Paquistão a Grande Trango Tower, talvez a maior parede de rocha do mundo, é escalada.
É nesta incessante busca do desconhecido e de novos desafios que chegamos aos dias atuais.
ESTILOS DE ESCALADA
Escalada Desportiva, realizada em pequenas paredes (falésias) com inclinação, quase sempre, negativa (maior que 90 graus). O objetivo é a dificuldade. O escalador deve fazer uso de toda sua força, resistência e elasticidade, para escalar a via sem interrupções.
Escalada Tradicional, grandes paredes e o objetivo de atingir o cume da montanha pelas mais variadas faces. Envolve um contato mais íntimo com a natureza já que, muitas vezes, a montanha está isolada de tudo, exigindo longas caminhadas de aproximação e deixando o escalador exposto às variações climáticas. Muito exigente fisicamente e psicologicamente por durar longas horas e nem sempre ter proteções próximas e/ou fixas.
Boulder, é a escalada de blocos pequenos de rocha, mas extremamente difíceis. É a forma mais simples e pura de escalar. Oferece uma liberdade total para prescindir a corda e o equipamento, já que é executada a poucos metros do solo.
Escalada Indoor, realizada em muros de madeira com agarras de resina. Pode ser utilizada como treinamento para melhorar a técnica ou a força. Propícia para campeonatos.
Escalada Solo, sem cordas, baudrier ouqualquer outro equipamento de segurança, este é um estilo para poucos pois, um erro, pode ser fatal.
Escalada Artificial, quando não há possibilidades para a escalada em livre, o escalador emprega meios não naturais para sua progressão. Existem inúmeras técnicas e artifícios que permitem, com o auxílio de todo e qualquer equipamento (cordas, grampos, móveis) ganhar altura.
Alta Montanha, o objetivo é atingir o cume das montanhas mais elevadas do planeta. Se for por uma via difícil tecnicamente, melhor ainda. É necessário equipamento de neve e gelo, já que nestas montanhas as neves são eternas.
Os maiores problemas são: o ar rarefeito, o frio, avalanches e as mudanças do tempo.
Escalada em Gelo, paredões de gelo ou cascatas congeladas, com inclinação até negativa, são perfeitas para a escalada em gelo. Não estão, necessariamente, em ambiente de alta montanha mas, em compensação, são muito técnicas.
Equipamentos da Escalada
Escalada
Na maioria das atividades esportivas, principalmente nas que envolvem ambientes estranhos ao corpo, como no mar (mergulho) ou no ar (pára-quedismo), equipamentos especificamente elaborados são utilizados para a adequação do homem ao meio.
Na escalada, o princípio de adaptação ao meio é empregado através de dois equipamentos básicos: a sapatilha de escalada e o carbonato de magnésio.
Além destes dois equipamentos básicos, também são utilizados equipamentos de segurança – cordas, cadeirinhas, mosquetões, blocantes, etc. – que impedem a queda do escalador no caso de imprevistos, e equipamentos de auxílio à conquista das vias friends, nuts, pitons, etc. Todo equipamento utilizado em escalada deve ser garantido por um controle de qualidade internacional.
A maior parte dos equipamentos é de origem européia ou norte-americana. Todos normalmente são individualmente testados nas fábricas para suportarem forças muito além do que serão submetidos numa escalada comum. Conheça em detalhes os equipamentos mais utilizados numa escalada.
Cordas
Equipamento básico de segurança do montanhista. Serve para unir o escalador na rocha, protegendo-o no caso de uma queda. Além da função de segurança, pode servir como sustentação em escaladas artificiais. As cordas modernas são construídas em diferentes diâmetros – de 8 a 11 mm – com fibras de materiais sintéticos como náilon e perlon.
De acordo com as características de elasticidade, são classificadas em cordas dinâmicas ou estáticas. Em escaladas, normalmente são utilizadas as cordas dinâmicas, apropriadas para absorver a aceleração durante uma queda. As cordas estáticas são mais apropriadas para rapel.
Freios
Peças metálicas de diferentes tipos, como: oito – magnone – ATC – Stop.
Função: controlar a descida do escalador na corda, ao final de uma escalada utilizando técnicas verticais. Seu funcionamento está baseado no atrito da corda com o equipamento, preso na cadeirinha.
Mosquetão
Peça metálica em formato de elo com uma parte móvel (lingüeta) que se fecha com a ação de uma mola interna. São construídos com ligas de alumínio ou aço e suportam tensões que variam de 20 a 30 kn (quilonewtons) em média. Existem mosquetões sem trava e com trava, que impedem uma abertura acidental. São fabricados em vários formatos, cada um com uma aplicação específica.
Fitas
São tiras de material sintético unidas de forma a formar um anel, de grande resistência. As fitas são cortadas em diferentes tamanhos, de acordo com sua finalidade. Quando presa na cadeirinha, com a finalidade de segurança, recebe o nome de cabo solteira. Se é utilizada em conjunto com dois mosquetões, recebe o nome de costura. Pode ser utilizada ainda na ancoragem em locais onde as cordas poderiam ser danificadas, como em bicos de pedras.
Cadeirinha
Serve basicamente para sustentar o atleta durante a escalada. Sua função é unir o escalador com a corda, proporcionando conforto e segurança. Deve ser confortável a ponto de não impedir a liberdade de movimentos.
A cadeirinha irá distribuir a força de choque pelo corpo em caso de queda do escalador. Existem cadeirinhas projetadas para espeleologia e outras para escalada, devendo-se procurar o modelo adequado para cada atividade
Capacete
Equipamento de uso obrigatório, porém pouco utilizado pelos montanhistas. Sua função básica é proteger de pedras soltas que podem cair acidentalmente na cabeça do escalador. Outra função é proteger no caso de escorregões.
Sapatilhas
A sapatilha oferece maior sensibilidade aos pés e é feita de uma borracha especial, que adere com maior facilidade às pedras.
Grampos e chapeletas
São peças de metal fabricadas em aço ou duralumínio. São fixas na rocha através de buchas metálicas e parafusos. Utilizadas para segurança do escalador, tem um orifício por onde é preso o mosquetão ou as costuras.
Equipamentos móveis
Peças metálicas de formato semelhante a cunhas com cordas ou cabos de aço onde se prende o mosquetão ou costura durante a escalada. São utilizadas temporariamente nas fissuras das rochas com o objetivo de se criar pontos de segurança.
Tipos principais: pitons, friends, excentrics e nuts.
Magnésio
O carbonato de magnésio é um pó branco, levado num saquinho preso na cintura do escalador. O magnésio é utilizado para absorver o suor nas mãos, mantendo-as secas e consequentemente mais aderentes.
Escalada no gelo
Os equipamentos para o gelo são diferentes dos da escalada em rocha comum. As ferramentas para o gelo são as peças mais importantes e mais caras que um escalador precisa.
Machadinha
Peça essencial. Sem a machadinha é melhor você nem começar a escalada. Com ela você acerta o gelo, tem apoio para as pernas ao subir e pode abrir buracos no gelo.
A cabeça da ferramenta possui dois lados, com uma picareta de um lado e no outro, um adze, ferramenta parecida com a talhadeira utilizada para abrir buracos no gelo, ou martelo.
Existem duas variedades de ferramentas para gelo: tradicional e leashless (sem correia).
Uma ferramenta tradicional para gelo inclui uma correia que você amarra nas mãos para ajudá-lo a não perder a ferramenta. Uma ferramenta com correia também é útil caso você perca sua trilha e precise ficar pendurado no gelo até alcançá-la novamente. A ferramenta para gelo sem correia, por outro lado, é menos desconfortável e com ela é mais fácil trocar de ferramentas quando você não estiver amarrado ao equipamento.
Base de ferros
Necessários para um escalador obter tração sobre a neve e o gelo. Como travas, os ferros são pontas de metal que saem debaixo das botas e afundam no gelo enquanto você escala. Você pode prender ou amarrar ferros embaixo das botas ou usar botas com ferros embutidos. Os ferros podem ser com um ou dois pontos. Cada tipo tem suas vantagens.
Os de um ponto tendem a ser mais flexíveis para escaladas mistas, quando o terreno varia de gelo para rocha durante o curso de uma escalada. Eles oferecem melhor penetração no gelo e os de dois pontos oferecem mais estabilidade, porém menos penetração. Alguns ferros também apresentam esporas.
Parafusos para gelo e cordas
Servem para proteger os escaladores contra quedas. São a base do equipamento de segurança. Presos numa corda, os parafusos para gelo são colocados em áreas estratégicas durante a escalada. Quando bem colocados, conseguem suportar centenas de quilos de força (medidos em quilonewtons). Mas sua resistência depende do gelo em que estão aparafusados. As cordas têm vários diâmetros e podem ser estáticas ou dinâmicas. As cordas estáticas são mais apropriadas para rapel. As dinâmicas, para absorver a aceleração durante uma queda. As cordas são feitas com fibras de material sintético, como náilon e perlón, e são classificadas de acordo com a sua elasticidade.
Freios
São peças metálicas de diferentes tipos usadas para controlar a descida na corda. Eles são presos à cadeirinha, e funciona com o atrito da corda.
Fitas
Tiras de material sintético de grande resistência unidas para formar um anel. São cortadas em diferentes tamanhos, levando-se em conta a sua finalidade. Presa à cadeirinha, chama-se cabo solteira. Usada com mosquestões, chama-se costura.
Cadeirinha
Tem como principal função unir o escalador com a corda, proporcionando conforto e segurança. Em caso de queda, ela distribui a força de choque pelo corpo do escalador.
Capacete
Não se esqueça do capacete! Você precisará dele para proteger a cabeça e os olhos dos pedaços de gelo que caem.
Roupas de frio
Use roupas em camadas, luvas secas, meias e botas apropriadas para o clima frio. Elas o manterão aquecidos durante a escalada e evitarão o congelamento das suas extremidades (dedos dos pés e das mãos).
Kit de primeiros socorros
Os escaladores devem sempre carregar kits de primeiros socorros. Os profissionais aconselham obter conhecimento sobre primeiros socorros, incluindo como aplicar um torniquete, separar e tratar um congelamento corporal.
Bola sinalizadora
Avalanches podem ocorrer sem nenhum aviso. Carregar uma boia sinalizadora para avalanches pode salvar vidas, prestando assistência ao resgate durante a sua localização e a de seus amigos, caso venha a se encontrar numa situação terrível como essa.
GPS
Um receptor GPS handheld pode ajudá-lo a encontrar o caminho, caso você se perca ou tenha de alterar o seu roteiro em função de um obstáculo inesperado.
Pá
Parece bobagem, mas este equipamento simples pode ajudá-lo a sair da neve. Não inicie uma escalada no gelo sem ela.
Fonte: oradical.uol.com.br/www.guiadaurca.com/360graus.terra.com.br
Redes Sociais