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“A moda só existe quando inventamos coisas novas, que nunca ninguém fez antes”.
Rei Kawakubo nasceu em Tóquio, Japão. Estudou literatura, arte e filosofia na Universidade de Keio, sua cidade natal. Depois de formada, passou a trabalhar em uma indústria têxtil, a Asahi Kasei.
Hoje, a marca de Rei possui mais de duzentos pontos de venda no mundo, investindo sempre em roupas sobrepostas, assimétricas e costuras inacabadas, fugindo do tradicional. Ao seu lado, representando o estilo inusitado japonês está, Yamamoto, que chegou a integrar o grupo Comme de Garçon.
Os estilistas japoneses que revolucionaram o mundo da moda
Saiba mais sobre Rei Kawabuko, Yohji Yamamoto e Issey Miyake
Um dos marcos na moda da década de 1980 foi o aparecimento de estilistas nipônicos que surpreenderam o mundo com seus novos conceitos e coleções de roupas totalmente inesperadas. Foram eles Rei Kawabuko, Yohji Yamamoto e Issey Miyake. “Eles mudaram os conceitos sobre o modo de se vestir trazendo formas esculturais e arquitetônicas para as peças”, diz José Luis de Andrade, professor de Design de Moda do Senac-SP.
Suas propostas eram tipicamente japonesas, com roupas de tecidos naturais tingidos com ervas, cores neutras, como preto, cinza e tons de terra, repletas de valores ancestrais e ecológicos.
No verão de 1983, esses estilistas fizeram os fashionistas em todo o mundo suar frio, encherem-se de perplexidade ou de entusiasmo. Eles afirmaram um estilo que mudava totalmente o consenso em vigor, o da mulher fatal, com laquê, ombros acentuados e saltos altos.
Algumas peças faziam referência ao fim do mundo, Hiroshima e à influência do movimento punk, com saltos baixos, ausência de maquiagem, pudor e reserva.
Rei Kawakubo
Estudou filosofia, arte e literatura, formação determinante para a proposta conceitual de suas peças. As roupas apresentadas na primeira coleção de sua grife, em 1981, desafiavam todas as convenções pelo tratamento dos volumes e das proporções, que ganharam um novo equilíbrio, pela presença de comprimentos irregulares e pelas superposições assimétricas.
O uso do preto, cor não muito popular à época, se impôs em definitivo no dia-a-dia. As construções da estilista são esculturais, voltando-se mais para a estrutura do que para a superfície.
Desfile da estilista: uso do preto e de modelagens volumosas.
Yohji Yamamoto
Nascido em 1943, este mestre japonês da arte de cortar e grande arquiteto do vestuário põe em questão a estrutura e a postura do traje em cada uma de suas coleções. Distancia-se do estilo sexy da mulher fatal. Propõe uma mulher casta, reservada, exibindo uma neutralidade de fachada. A mulher, segundo Yamamoto, somente se revela pouco a pouco.
Modelos expostos mostram detalhes das criações do estilista.
Issey Miyake
Ficou conhecido por contestar, questionar e estar sempre à procura de novos caminhos para as vestimentas.
Nos anos 1980, investiu nas técnicas dos plissados, realizando modelos que remetiam ao universo das gaiolas e lanternas orientais, esculturas e às formas da Antiguidade. Seus vestidos de linha plissada são sua marca registrada. Miyake nasceu em 1938 em Hiroshima, no Japão, e formou-se em artes gráficas.
Trabalhou com Hubert Givenchy, em Paris, e mostrou sua primeira coleção em Nova York em 1972.
Entrevista com Rei Kawakubo
Sobre o propósito da moda
A moda é o que você usa. Diferente das obras de arte, sem o uso ela não tem sentido.
Sobre o seu negócio e seu trabalho
Nunca trabalhei como uma artista. Eu só continuei tentando fazer negócio com minhas criações. Não sei separar a designer da mulher de negócios. Para mim os dois são a mesma coisa.
Sobre parcerias com marcas de fast fashion
Quando fechei a parceria com a H&M estava curiosa para saber como a Comme Des Garçons se sairia no mercado de massa. Eu não faria de novo, mas foi um grande sucesso e muito popular com o público mais jovem.
As colaborações entre marcas não tem sentido se não forem igualmente benéficas para ambos os lados.
Fonte: modagenesis.blogspot.com/manequim.abril.com.br
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