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Ele foi chamado de “O Príncipe das Estampas” e criou um um estilo único reconhecido e imitado até os dias de hoje
Em 2000, a casa Pucci passou a ser controlada pelo poderoso grupo LVMH, detentora de várias marcas de luxo como, entre outras, Fendi e Givenchy. Desde então, o nome de Emilio Pucci voltou a figurar entre as grifes importantes de moda italiana e passou a desfilar na concorrida Semana de Moda de Milão.
Christian Lacroix, reconhecido por seu talento na composição de cores e estampas, foi o escolhido para continuar o trabalho único de Emilio Pucci e é o atual diretor de criação da marca, enquanto Laudomia Pucci, filha de Pucci, cuida da direção de imagem.
Para a coleção de primavera-verão 2004, Lacroix criou estampas de cores vibrantes e de tons pastéis. Aproveitando o revival dos anos 50, apareceram saias com cinturas marcadas e calças capri justinhas. Tecidos finos, babados e minis, além dos grafismos em preto e branco da última coleção surgiram em meio a algumas referências ainda aos anos 80.
O estilo único e revolucionário de Emilio Pucci
O estilista italiano Emilio Pucci está no nosso imaginário como aquele que criou estampas geométricas ultracoloridas que viraram mania nos anos 60, mas sua contribuição ao mundo da moda vai muito além disso. Ele criou vários tecidos, como o jérsei de seda, patenteado por ele assim como o Emilioform, tecido composto por 45% de xantungue e 55% de nylon. Apaixonado por tecidos sintéticos e por esportes, Pucci se lançou ao sportswear desde o início de sua carreira como designer de moda no final dos anos 40 e início dos 50 ao criar roupas para esqui.
Ainda trabalhava como piloto da aeronáutica italiana quando, por intermédio de uma amiga fotógrafa, criou alguns modelos para uma matéria de moda da revista Harper’s Bazaar publicada em dezembro de 1948 com o título “An Italian Skier Designs” (Designs de um esquiador italiano). A poderosa e visionária editora Diana Vreeland logo o indicou para uma das maiores lojas norte-americanas, a Lord & Taylor.
Nessa época, a moda era totalmente influenciada pela alta-costura francesa e o New Look de Christian Dior era o grande sucesso mundial. Paralelamente, era desenvolvida nos EUA uma florescente indústria do sportswear que buscava aliar a elegância ao conforto. Pucci, que havia estudado em escolas americanas, parecia compreender muito bem essa nova necessidade.
De origem nobre, nasceu em 20 de novembro de 1914, na cidade italiana de Nápoles e carregava o título de marquês de Barsento. Ele pertencia a uma das famílias mais importantes da aristocracia italiana e estava acostumado ao requinte e à sofisticação da vida florentina. A união entre o antigo e seu espírito moderno e arrojado ajudou a criar uma imagem fascinante que logo atraiu a imprensa americana.
A marca Pucci esteve presente também em objetos de decoração A ilha de Capri foi muito importante na carreira de Emilio Pucci. Foi lá que ele criou, em 1949, uma linha de maiôs e roupas esportivas que podiam ser usadas durante todo o dia. O sucesso foi imediato e de Capri rapidamente se espalhou por todo o Mediterrâneo na pele de suas frequentadoras elegantes e refinadas.
Sua primeira loja, “La Canzone del Mare”, foi aberta em Capri, em 1950, mesmo ano em que decidiu abandonar a carreira militar. Todo o clima da ilha italiana teve grande influência também na escolha das cores e estampas de suas criações que mais tarde caracterizaria o chamado “estilo Pucci”.
De certa forma, o designer italiano revolucionou a moda dos anos 50 com um conceito inédito da união entre o traje formal e o traje esportivo. Sua intenção era libertar a mulher das vestimentas pesadas e incômodas, facilitando o dia-a-dia daquelas que começavam a entrar no mercado de trabalho. Ele já havia se tornado, ainda nos 50’s, um fenômeno de moda, tanto na Europa quanto do outro lado do oceano.
Já no início dos anos 60, Emilio Pucci e sua mulher Cristina, jovem baronesa com quem se casou em 1959, formavam um dos casais mais conhecidos de Capri a Nova York, passando por Paris e Londres. Suas roupas e os mais diversos acessórios como bolsas, sapatos, chapéus e lenços, foram usados e fotografados por Lauren Bacal, Elizabeth Taylor, Audrey Hepburn, Marilyn Monroe entre outras estrelas e personalidades.
Nessa época, ele criou uma revolucionária linha de roupas íntimas em seda strecht que não comprimiam o corpo feminino, o que era comum ainda nesse período para apertar a cintura e evidenciar os seios. A partir daí, surgiram outros desafios, como a criação de uma coleção de porcelana de mesa e, em 1965, a criação de um guarda-roupa completo para as aeromoças da Braniff International, uma extinta companhia aérea texana. E entre tapetes, louças e toalhas de banho, Pucci desenhou, em 1971, o emblema da missão Apolo 15 para a Nasa e, em 1977, o modelo e o interior do Ford Lincoln Continental.
Vivara, o primeiro perfume do estilista Ao longo de sua carreira, Pucci criou quatro coleções ao ano, mais de 500 modelos desenhados para suas lojas e para a alta-costura. A coleção mais conhecido do estilista foi a de 1966, chamada Vivara, o mesmo nome do seu primeiro perfume lançado em fevereiro do mesmo ano.
O motivo gráfico Vivara sintetiza as linhas e formas abstratas mais distintas de sua carreira, tendo sido reproduzidas em seda, algodão, toalha, plástico e papel. O ano de 1967 foi marcado pela chamada “puccimania” que se estendeu pelos anos 70. Sua imagem de moda vanguardista o colocou entre os grandes estilistas nas décadas de 60 e 70.
Épocas de contestação e libertação femininas, suas roupas de tecidos pintados, estampados e bordados, produzidas com materiais inovadores, privilegiavam a identidade da mulher de seu tempo.
Pucci já havia percebido toda a mudança cultural pelo qual passava o mundo e, conseqüentemente, a mudança de comportamento que afetaria a moda. A influência da juventude na evolução da estética era inevitável.
O estilista retomou então o jeito esportivo e funcional dos anos 20. Golas pequenas, cinturas baixas para vestidos, lenços com franjas enormes, tecidos leves e moles e proporções regulares dos ombros acompanhavam as tendências do que era usado nas ruas. Suas bolsas viraram mania e são reproduzidas até hoje.
Até 1976, o espírito de suas criações era o conforto através de formas amplas e tecidos leves e suas roupas também foram muito influenciadas pela ecologia. Motivos florais, tons pastel, feminilidade e romantismo estavam de acordo com o espírito de liberdade jovem da época.
Nos anos 80, houve uma renovação do chamado “made in Italy”, impulsionado pelo desejo de profissionalismo e pela volta aos tecidos clássicos e naturais. O prêt-à-porter ganhou força e surgiu a figura do fashion designer, com uma união criativa entre a indústria e o mercado. Estavam em alta as roupas estruturadas, as decorações preciosas e a marca Pucci voltou a fazer roupas sofisticadas com tecidos nobres e estampas geométricas em tons pastéis.
No entanto, Pucci recusou-se a descentralizar sua produção. Uma vez ele disse: “nasci alfaiate e considero-me como tal. Meu trabalho é o trabalho de um artesão cujos objetivos são a qualidade e o estilo”. Seu gosto por esse ofício o fez, ao lado de sua filha Laudomia, transformar seu negócio em laboratório de pesquisa.
Antes de morrer, em 29 de novembro de 1992, Pucci ainda assistiu a um retorno inesperado do seu trabalho. Usadas por personalidades como Paloma Picasso e Isabella Rossellini, suas criações ocupavam novamente as páginas das revistas e jornais de moda.
Trajetória: Emilio Pucci
Um mundo sem a moda seria cinza e triste, e milhões de pessoas não teriam do que viver. Pierre Cardin
Já faz um bom tempo que falamos sobre a trajetória de uma grande marca de moda! E como já dissemos, para entender o que é usado hoje, é importante saber o que foi criado no passado! Por isso, para o tema de hoje, escolhemos uma maison de grande importância para a moda; além de ser uma de nossas favoritas, por trazer alegria e vivacidade à um mundo que às vezes se leva a sério demais.
Emilio Pucci, nascido na Itália, em 1914, teve uma vida bem interessante antes de entrar para o universo das cores e tecidos. Nascido em uma família nobre da Florença, foi esquiador, membro de uma sociedade literária, doutor em ciências políticas, serviu como piloto para a Força Aérea Italiana, e até se envolveu em assuntos duvidosos na era onde o facismo dominava a Itália.
Porém, no final dos Anos 40, largou tudo isso para ir atrás de ser um estilista. Emilio começou desenhando roupas de esqui, e após uma de suas criações parar nas páginas da famosa revista Harpeer´s Bazaar, chamou a atenção de fabricantes americanos, que ofereceram parcerias à ele, porém, Emilio decidiu abrir sua própria casa de Alta Costura, em Capri.
O uso de tecidos com elastano, além de seda, junto às estampas vivas e coloridas se tornaram sua marca registrada, trazendo reconhecimento internacional. Suas criações podiam ser vistas em figuras como Marilyn Monroe, Jackie Kennedy e Sophia Loren.
Suas criações eram a personificação do pessoal jet-set da época, refletindo seu estilo de vida do mediterrâneo, com toda aquela exuberância italiana dos Anos 50 e 60.
Emilio Pucci também foi um pioneiro em expandir sua marca para outras áreas, criando para empresas como Braniff International, desenhando o logo da missão Apollo 15, vasos de porcelana para a Rosenthal, o interior do Ford Lincoln Continental Mark IV e mobiliários junto à Cappellini, além de outras parcerias.
Emilio também entrou para a política, sendo deputado por 4 anos pelo Partido Liberal Italiano. E apesar de, na tentativa de reeleição, ter sido o mais votado de seu partido, não conseguiu se reeleger.
No ano de 1992, Emilio Pucci faleceu, deixando seu legado para sua filha, Laudomia Pucci, que continuou criando para a Pucci.
Nos ano de 2000, o grupo LVMH comprou 67% da empresa, sendo assim, Laudomia se tornou diretora de imagem, enquanto o grupo trouxe grandes nomes para o cargo de criação, como Christian Lacroix (de 2002-05), Matthew Williamson (de 2005-09) que, na nossa opinião, foi o estilista que até agora melhor seguiu com o espírito da marca – e desde 2009, o norueguês Peter Dundas.
Com a compra de parte da empresa, o Império Pucci se expandiu, com escritórios nos EUA, Hong Kong e Japão, além do famoso Palazzo Pucci, em Florença, Itália. Além disso, lojas ao redor do mundo foram inauguradas, além de parcerias firmadas, onde você poderá encontrar a famosa estampa Pucci em tênis, capas para vídeo games, perfumes, entre outros produtos.
E este Império não tem hora para acabar, pois está em constante expansão, trazendo toda aquela aura de luxo com que foi criada nos Anos 40. Acreditamos que o sucesso da Casa Pucci deve-se ao fato de que ela sempre foi fiel ao seu estilo e proposta. Com sua evolução, sempre pudemos sentir toda aquela sensualidade e glamour em suas criações, sem perder o espírito do presente.
Escolhemos falar hoje sobre a Pucci por isso mesmo. Uma marca só tem sucesso agora quando não nega sua história, e o que a fez ser famosa. Além disso, seus últimos desfiles sempre ficaram entre os nossos favoritos de cada temporada. Por isso, se você ainda tiver fôlego para mais imagens (rs!), selecionamos nossos looks favoritos mais recentes!
Então, o que vocês acham?
A Pucci é quase sempre ligada ao visual mais retrô, não? As coleções atuais lhes agradam?
Lançamento Art Vintage em Emilio Pucci (Igor Beltrão)
A edição é limitada e conta toda trajetória do grande designer italiano
A Taschen, editora que dedica suas publicações majoritariamente aos livros de arte, fundada em 1980 por Benedikt Tashen em Colonia, na Alemanha, publicou recentemente uma edição de luxo de Art Vintage em Emilio Pucci.
A edição é limitada em 500 cópias, cada uma ao preço de $1000 e encadernada em tecido Pucci Vintage original, sendo acompanhada de quatro cópias da arte dos desenhos originais do designer, e assinada por sua filha, Laudomia Pucci que continua a projetar sobre o nome da marca.
O estilista, que nasceu em 1914 em berço de ouro numa das famílias mais antigas e ricas de Florença, na Itália, e foi herdeiro do título de marquês, adorava esportes. Participou de uma equipe olímpica italiana de esqui em 1932, aos 17 anos, mas não concorria. Três anos depois, uma bolsa de estudos o levou a Oregon para estudar o esporte no Reed College, onde começou a desenhar equipamentos para sua equipe. Além de esquiar, nadava, jogava tênis e participou de corridas de automóveis.
Licenciado em ciência política, também estudou agricultura, foi mestre em ciências sociais e doutor em ciências políticas, laureado. No ano em que tornou-se douto, 1938, entrou para a força aérea italiana, tendo participado da segunda guerra como piloto de bombardeiro. Durante o regime, tornou-se confidente da filha mais velha de Benito Mussolini, Edda Ciano, a quem ajudou, juntamente com o marido, a fugir do país pouco antes da queda do regime fascista, do qual era ferrenho defensor.
Após o cinzentismo austero trazido pela guerra, Pucci trouxe à moda europeia inovação e novos ares. Cores até então nunca utilizadas como verde-lima, laranja, rosa-choque, e tecidos leves e fluidos. Um marco na indústria têxtil, procurou-os, assim como às sedas, confortáveis e que não machucassem ou enrugassem quando comprimidos, por exemplo. No multicolorido das composições imprimiu um ar estival que é a imagem da casa, hoje.
As roupas desenhadas para a equipe de esqui chamaram a atenção da Harpers Bazaar, que o fotografou usando uma das calças de sua autoria. O entusiamo da revista foi tamanho, que lhe pediu que desenvolvesse trajes femininos que foram fotografados para sua edição de Inverno 1948.
Era o que lhe iria lançar à moda. Assinava, então, como Emilio, para não envolver o nome da família, arriscando manchá-lo. Para a coleção que a Bazaar pediu, experimentou novos tecidos mais elásticos e seus desenhos chamaram a atenção de vários fabricantes americanos com ofertas para produzi-los. Em vez disso, em 1949, abriu uma loja em Capri, destino eleito pelo jet-set internacional.
O modelo clássico das calças Capri foi desenvolvido pelo estilista, e as peças logo tornaram-se famosas. Coloridas, de corte descontraído e veraneante. Além das calças, modelos de vestidos, macacões inovadores, pijamas, carteiras e lenços atraíam as atenções das consumidoras. Entre elas, famosas como Sophia Loren, Jacqueline Kennedy, Lauren Bacall e Marilyn Monroe, que foi inclusive enterrada em 1962 em um de seus vestidos.
Seus lenços de seda coloridos e lustrosos possuíam padrões ousados. O herdeiro da loja de departamento Neiman Marcus, de artigos de luxo em Dallas, Texas, concorrente de outras famosas como Barneys New York e Bloomingdales, Stanley Marcus, encorajou-o a utilizar aqueles padrões e desenhos em blusas e, em seguida, numa linha de vestidos de seda.
Stanley introduziu inovações pelas quais tornou-se conhecido. Entre elas, uma premiação nacional para o serviço em moda e exposições artísticas e shows com vários desfiles. Pucci recebeu o prêmio Neiman Marcus em Dallas no ano de 1950, naquele ano, alcançava reconhecimento internacional.
Em 1959, o estilista decidiu desenvolver uma linha de lingerie. Aconselhado pelo ateliê em Roma ele o fez no exterior, através de um contrato com as usinas Fomrfit Rogers de Chicago. Com o sucesso da empreitada, Emilio Pucci tornou-se vice-presidente encarregado do design e merchandising da empresa. Naquele ano, conheceu a baronesa romana Cristina Nannini em sua boutique e veio a casar-se com ela.
Pucci deixou sua marca para a história, também, na aviação. Convidado para desenhar as fardas das atendentes de voo da Braniff International Airways, antiga companhia aérea americana que existiu entre 1928 e 1982 e que hoje é conhecida justamente por ter-se renovado, com a participação de Pucci, saindo da monotonia cinzenta e sóbria dos uniformes, para o colorido.
Seguindo um conceito de Era Espacial, a peça que mais chamou atenção naquela nova fase foi um capacete de plástico transparente tipo bolha, pensado para proteger os penteados das aeromoças contra os fortes ventos e as chuvas entre os terminais e o avião. O estilista chegou a desenhar para a NASA um motivo de três pássaros que serviu de logotipo para os equipamentos da missão Apolo 15.
No ano de 1990 ele se retira do trabalho como criador da marca Pucci, vindo a falecer dois anos depois. A partir dai, a Maison sofreu algumas mudanças nas mãos da herdeira Laudomia Pucci que o sucedeu no design.
Outros criadores se seguiram como Stephen Jason, Júlio Espada e, finalmente, Christian Lacroix, estilista de moda francês conhecido por reinventar a alta-costura. Um dos mais influentes na segunda metade da década de 80. Em 2002, Lacroix revitalizou a marca recuperando os famosos padrões originais de Emilio. Em 2009 entrou Peter Dungas que ainda hoje está a frente das criações da marca.
Atraindo as atenções de grandes grupos econômicos europeus, foi adquirida no ano 2000 pelo império de luxo LVMH, detentor da Louis Vuitton, empresa especializada na produção de bolsas e malas de viagens feitas em couro e lona, bem como na sua comercialização, trabalhando também com acessórios, vestuário e calçados.
Em dezembro do ano passado, a grife italiana desembarcou no Brasil. Uma loja foi aberta no Shopping Cidade Jardim com a coleção verão 2011 da marca que inclui moda praia, acessórios e bolsas. O responsável pelo projeto é o italiano Antonio Barbieri. Muito da decoração veio diretamente da Itália.
Igor Beltrão
Fonte: www2.uol.com.br/www.thestylenotebook.com.br/www.closetonline.com.br
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