PUBLICIDADE
Se você ainda não conhece essa sigla ainda vai ouvir falar muito dela.
OGM quer dizer Organismo Geneticamente Modificado . Ou, simplesmente, transgênico.
Trocando em miúdos, trata-se de um ser vivo cuja estrutura genética – a parte da célula onde está armazenado o código da vida – foi alterada pela inserção de genes de outro organismo, de modo a atribuir ao receptor características não programadas pela natureza.
Uma planta que produz uma toxina antes só encontrada numa bactéria. Um microorganismo capaz de processar insulina humana. Um grão acrescido de vitaminas e sais minerais que sua espécie não possuía. Tudo isso é OGM.
A engenharia genética utiliza enzimas para quebrar a cadeia de DNA em determinados lugares, inserindo segmentos de outros organismos e costurando a sequência novamente.
Os cientistas podem cortar e colar genes de um organismo para outro, mudando a forma do organismo e manipulando sua biologia natural a fim de obter características específicas (por exemplo, determinados genes podem ser inseridos numa planta para que esta produza toxinas contra pestes).
Este método é muito diferente do que ocorre naturalmente com o desenvolvimento dos genes.
Vantagens
1. O alimento pode ser enriquecido com um componente nutricional essencial. Um feijão geneticamente modificado por inserção de gene da castanha do Pará passa produzir metionina, um aminoácido essencial para a vida. Um arroz geneticamente modificado produz vitamina A.
2. O alimento pode ter a função de prevenir, reduzir ou evitar riscos de doenças, através de plantas geneticamente modificadas para produzir vacinas, ou iogurtes fermentados com microrganismos geneticamente modificados que estimulem o sistema imunológico.
3. A planta pode resistir ao ataque de insetos, seca ou geada. Isso garante estabilidade dos preços e custos de produção. Um microrganismo geneticamente modificado produz enzimas usadas na fabricação de queijos e pães o que reduz o preço deste ingrediente. Sem falar ainda que aumenta o grau de pureza e a especificidade do ingrediente e permite maior flexibilidade para as indústrias.
4. Aumento da produtividade agrícola através do desenvolvimento de lavouras mais produtivas e menos onerosas, cuja produção agrida menos o meio ambiente.
Desvantagens
1. O lugar em que o gene é inserido não pode ser controlado completamente, o que pode causar resultados inesperados uma vez que os genes de outras partes do organismo podem ser afetados.
2. Os genes são transferidos entre espécies que não se relacionam, como genes de animais em vegetais, de bactérias em plantas e até de humanos em animais. A engenharia genética não respeita as fronteiras da natureza fronteiras que existem para proteger a singularidade de cada espécie e assegurar a integridade genética das futuras gerações.
3. A uniformidade genética leva a uma maior vulnerabilidade do cultivo porque a invasão de pestes, doenças e ervas daninha sempre é maior em áreas que plantam o mesmo tipo de cultivo. Quanto maior for a variedade (genética) no sistema da agricultura, mais este sistema estará adaptado para enfrentar pestes, doenças e mudanças climáticas que tendem a afetar apenas algumas variedades.
4. Organismos antes cultivados para serem usados na alimentação estão sendo modificados para produzirem produtos farmacêuticos e químicos. Essas plantas modificadas poderiam fazer uma polinização cruzada com espécies semelhantes e, deste modo, contaminar plantas utilizadas exclusivamente na alimentação.
5. Os alimentos transgênicos poderiam aumentar as alergias. Muitas pessoas são alérgicas a determinados alimentos em virtude das proteínas que elas produzem. Há evidencias de que os cultivos transgênicos podem proporcionar um potencial aumento de alergias em relação a cultivos convencionais.
Mitos
Os mitos da Biotecnologia:
As corporações agroquímicas que controlam a orientação e os objetivos das inovações na agricultura através da biotecnologia argumentam que a engenharia genética estimulará a sustentabilidade na agricultura e solucionará os problemas que afetam a agricultura convencional e tirará os agricultores do Terceiro Mundo da baixa produtividade, pobreza e fome (Molnar e Kinnucan 1989, Gresshoft 1996). Comparando os mitos com a realidade é possível observar que os desenvolvimentos atuais na biotecnologia agrícola não satisfazem as promessas feitas e as expectativas criadas em torno deles.
A Biotecnologia beneficiará os pequenos agricultores e favorecerá os famintos e os pobres do Terceiro Mundo.
Ainda que exista fome no mundo e se sofra devido à poluição por pesticidas, o objetivo das corporações multinacionais é obter lucros e não praticar a filantropia.
É por isto que os biotecnologistas criam as culturas transgênicas para uma nova qualidade de mercado ou para substituir as importações e não para produzir mais alimentos (Mander e Goldsmith 1996).
No geral, as companhias que trabalham com biotecnologia estão dando ênfase a uma faixa limitada de culturas para as quais existe um mercado seguro e suficiente, visando os sistemas de produção exigentes em capital.
Se os biotecnologistas estiverem realmente interessados em alimentar o mundo, porque o gênio científico da biotecnologia não procura desenvolver variedades de culturas que sejam mais tolerantes a ervas daninhas em vez de ser tolerantes a herbicidas? Ou porque não estão sendo desenvolvidos outros produtos mais promissores da biotecnologia tais como plantas fixadoras de nitrogênio e plantas resistentes à seca?
No Mundo
O cultivo irrestrito e o marketing de certas variedades de tomate , soja, algodão, milho, canola e batata já foram permitidos nos EUA. O plantio comercial intensivo também é feito na Argentina, Canada e China.
Na Europa, a autorização para comercialização foi dada para fumo, soja, canola, milho e chicória, mas apenas o milho é plantado em escala comercial (na França, Espanha e Alemanha, em pequena escala, pela primeira vez em 1998).
Molho de tomate transgênico já é vendido no Reino Unido e o milho e a soja transgênica já são importados dos EUA para serem introduzidos em alimentos processados e na alimentação animal. De fato, estima-se que aproximadamente 60% dos alimentos processados contenham algum derivado de soja transgênica e que 50% tenham ingredientes de milho transgênico.
Porém , como a maioria destes produtos não estão rotulados, é impossível saber o quanto de alimentos transgênicos está presente na nossa mesa. No Canada e nos EUA, não há qualquer tipo de rotulagem destes alimentos.
Na Austrália e Japão a legislação ainda está sendo implementada. Em grande parte do mundo os governos nem sequer são notificados se o milho ou a soja que eles importam dos EUA são produtos de um cultivo transgênico ou não.
No Brasil
Segundo o Artigo 225 da Constituição Federal Brasileira: “Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Em 1995, foi aprovada a Lei de Biossegurança no Brasil, que gerou a constituição da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), pertencente ao MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia). Este fato permitiu que se iniciassem os testes de campo com cultivos geneticamente modificados, que são hoje mais de 800.
Transgênicos à venda
Testes feitos em laboratórios europeus detectaram a presença de transgênicos em 11 lotes de produtos vendidos no Brasil, a maioria deles contendo a soja geneticamente modificada Roudup Ready, da Monsanto ou com o milho transgênico Bt, da Novartis:
Nestogeno, da Nestle do Brasil, fórmula infantil a base de leite e soja para lactentes contendo soja RR
Pringles Original, da Procter & Gamble, batata frita contendo milho Bt 176 da Novartis
Salsicha Swift, da Swift Armour, salsichas do tipo Viena contendo soja RR
Sopa Knorr, da Refinações de Milho Brasil, mistura para sopa sabor creme de milho verde contendo soja RR
Cup Noodles, da Nissin Ajinomoto, macarrão instantâneo sabor galinha contendo soja RR
Cereal Shake Diet, da Olvebra Industrial, alimento para dietas contendo soja RR
BacOs da Gourmand Alimentos (2 lotes diferentes), chips sabor bacon contendo soja RR
ProSobee, da Bristol-Myers, formula nao lactea a base de proteína de soja contendo soja RR
Soy Milk, da Ovebra Industrial, alimento a base de soja contendo soja RR
– Supra Soy, da Jospar, alimento a base de soro de leite e proteina isolada de soja contendo soja RR.
Fonte: www.emporiovillaborghese.com.br
Alimentos Transgênicos
O que é?
Alimentos Geneticamente Modificados: são alimentos criados em laboratórios com a utilização de genes (parte do código genético) de espécies diferentes de animais, vegetais ou micróbios.
Organismos Geneticamente Modificados: são os organismos que sofreram alteração no seu código genético por métodos ou meios que não ocorrem naturalmente.
Engenharia Genética: ciência responsável pela manipulação das informações contidas no código genético, que comanda todas as funções da célula. Esse código é retirado da célula viva e manipulado fora dela, modificando a sua estrutura (modificações genéticas).
Com o aprimoramento e desenvolvimento das técnicas de obtenção de organismos geneticamente modificados e o aumento da sua utilização, surgiram então, dois novos termos para o nosso vocabulário: biotecnologia e biossegurança.
Biotecnologia é o processo tecnológico que permite a utilização de material biológico para fins industriais.
A biossegurança é a ciência responsável por controlar e minimizar os riscos da utilização de diferentes tecnologias em laboratórios ou quando aplicadas ao meio ambiente.
Pontos positivos dos alimentos transgênicos
Aumento da produção de alimentos
Melhoria do conteúdo nutricional, desenvolvimento de nutricênicos (alimentos que teriam fins terapêuticos);
Maior resistência e durabilidade na estocagem e armazenamento
Pontos negativos dos alimentos transgênicos
Aumento das reações alérgicas
As plantas que não sofreram modificação genética podem ser eliminadas pelo processo de seleção natural, pois, as transgênicas possuem maior resistência às pragas e pesticidas
Aumento da resistência aos pesticidas e gerando maior consumo deste tipo de produto
Apesar de eliminar pragas prejudiciais à plantação, o cultivo de plantas transgênicas pode, também, matar populações benéficas como abelhas, minhocas e outros animais e espécies de plantas.
Alguns países que cultivam alimentos transgênicos:
Estados Unidos: melão, soja, tomate, algodão, batata, canola, milho.
União Européia: tomate, canola, soja, algodão.
Argentina: soja, milho, algodão.
No mundo todo, pesquisadores e cientistas estão desenvolvendo pesquisas sobre quais são as reais consequências da utilização de alimentos genéticos no organismo humano e no meio-ambiente.
Consumidores de países onde já ocorre a comercialização de alimentos transgênicos exigem a sua rotulagem, assim como estão sendo feito com os orgânicos, para que possam ser distinguidos na hora da escolha do alimento.
Rotulagem dos alimentos transgênicos
Um outro tema abordado quando se discute os alimentos transgênicos é o da rotulagem dos produtos. Todo o cidadão tem o direito de saber o que irá consumir.
Por isto, a descrição da composição do alimento e o gene que foi inserido no produto, devem ser informados. Além dos rótulos dos produtos nacionais é necessário que sejam analisados os produtos importados produzidos através da biotecnologia.
No meio de todas as discussões, uma certeza reina entre cientistas, representantes do governo e da defesa do consumidor: é preciso investir em pesquisa e aprimorar os estudos.
Ultimamente, com o avanço da engenharia genética, vários estudos e trabalhos científicos tem demonstrado avanços significativos na manipulação de material genético de plantas e outros seres vivos. Alvos de discussões sobre suas vantagens e desvantagens, a ciência dos transgênicos está em pleno desenvolvimento.
Ambientalistas acusam os alimentos transgênicos de causar impactos irreversíveis ao meio ambiente.
Os alimentos transgênicos são modificados geneticamente em laboratórios com o objetivo de conseguir melhorar a qualidade do produto. Os genes de plantas e animais são manipulados e muitas vezes combinados. Os organismos geneticamente modificados, depois da fase laboratorial, são implantados na agricultura ou na pecuária. Vários países estão adotando este método como forma de aumentar a produção e diminuir seus custos.
Através da modificação genética, técnicas que incluem DNA recombinante, introdução direta em um ser vivo de material hereditário de outra espécie, incluindo micro-injeção, micro-encapsulação, fusão celular e técnicas de hibridização com criação de novas células ou combinações genéticas diferenciadas, ou seja, que não encontramos na natureza.
Na agricultura, por exemplo, uma técnica muito utilizada é a introdução de gene inseticida em plantas. Desta forma consegue-se que a própria planta possa produzir resistências a determinadas doenças da lavoura. A Engenharia Genética tem conseguido muitos avanços na manipulação de DNA e RNA.
A biotecnologia aplica essas técnicas também na produção de alimentos. A engenharia genética tem usado e pesquisado determinados métodos de produção de tecidos e órgãos humanos. Até mesmo seres vivos tem surgido destas pesquisas. O caso mais conhecido foi da ovelha Dolly. A técnica da clonagem foi utilizada gerando um novo ser vivo.
Fonte: www.portaldovestibular.com
Alimentos Transgênicos
Os alimentos transgênicos são aqueles cujas sementes foram alteradas com o DNA (material genético localizado no interior das células) de outro ser vivo (como uma bactéria ou fungo) para funcionarem como inseticidas naturais ou resistirem a um determinado tipo de herbicida. Surgiram no início dos anos 80, quando cientistas conseguiram transferir genes específicos de um ser vivo para outro.
A comercialização de transgênicos ainda é polêmica. Empresas, produtores e cientistas que defendem a nova tecnologia dizem que ela vai aumentar a produtividade e baratear o preço do produto, além de permitir a redução dos agrotóxicos utilizados.
Os que a atacam, como os ambientalistas e outra parcela de pesquisadores afirmam que o produto é perigoso: ainda não se conhece nem os seus efeitos sobre a saúde humana nem o impacto que pode causar ao meio ambiente.
Apesar de proibida a produção destes alimentos no Brasil, nada garante que o consumidor já não esteja comendo produtos transgênicos sem saber. Eles podem estar chegando a partir da importação de alimentos e matérias-primas de países como a Argentina e os Estados Unidos, que já cultivam e comercializam os transgênicos há alguns anos.
Quem Vai Querer Alimento Transgênico?
Os alimentos geneticamente modificados estão chegando à mesa dos consumidores sem que estes saibam bem o que são e que efeitos nocivos podem ter.
No Brasil, embora o plantio ainda esteja proibido, culturas clandestinas de soja transgênica começam a aparecer no Sul do Pais.
É bom que os consumidores se acostumem com a expressão alimento transgênico, porque ela será cada vez mais falada e escrita. Parece até nome de uma coisa perigosa, e de fato ninguém tem certeza se será ou não nem os técnicos e cientistas que, nos laboratórios das grandes empresas ligadas à área de alimentos, utilizam a engenharia genética para modificar plantas e até animais, a fim de torná-los mais produtivos, ou mais resistentes a inseticidas e herbicidas, ou mais duráveis.
E, mesmo que não se saiba muito bem onde tudo isso vai dar, esses produtos já estão sendo introduzidos na dieta dos consumidores os supostos beneficiários finais ou possíveis vítimas sem que estes saibam exatamente o que vão levar para a mesa.
No Brasil, quais as indústrias que estão dispostas a utilizar ou a não utilizar os alimentos transgênicos na composição de seus produtos? É o que o IDEC está querendo saber para poder informar aos seus associados e aos consumidores em geral.
Para isso, acaba de enviar uma notificação a todas as indústrias, solicitando que se manifestem a respeito.
Este é o primeiro resultado da campanha nacional sobre qualidade da alimentação, lançada pelo Fórum Nacional de Entidades Civis de Defesa do Consumidor, reunido em São Paulo em junho, com representantes de cerca de 40 organizações de todo o país.
Em sua notificação, o IDEC argumenta que organismos geneticamente modificados (que começam a ser conhecidos pela sigla OMG) estão sendo introduzidos ilegalmente no Brasil, como acontece no Rio Grande do Sul com a soja RRS da multinacional Monsanto, na qual a engenharia genética conseguiu o “prodígio” de torná-la resistente a um herbicida fabricado pela própria Monsanto.
Quer dizer, em plantações originadas das sementes dessa soja, os agricultores vão poder usar à vontade o tal herbicida que nada acontecerá aos pés de soja. Poderá acontecer depois com os consumidores, graças aos resíduos do veneno que ficarão no alimento.
O IDEC informa que essas sementes de soja e também do milho BT, geneticamente modificado pela Novartis, outra gigante do ramo, já estão sendo testadas aqui e as duas empresas já solicitaram autorização para o seu plantio em escala comercial, assim que finalizarem os experimentos.
O documento do IDEC solicita informações às indústrias para saber se estão dispostas a utilizar ingredientes geneticamente modificados, quais os produtos que recebem soja em sua composição e quais as medidas que a empresa adotará caso o Brasil importe soja transgênica dos EUA ou da Argentina.
O extermínio do futuro
O problema dos alimentos transgênicos foi um dos mais importantes temas debatidos durante o IV Enedec, o encontro das entidades de defesa do consumidor realizado em São Paulo em junho e que criou um Fórum Nacional.
Consumi-los ou não consumi-los foi a questão levantada em palestra pelo professor Sebastião Pinheiro, da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ele criticou aspecto da “nova ordem internacional e a globalização”, que estimulam a biotecnologia nos campos de cultivo sob a argumentação falsa e oportunista de que “é melhor correr o risco de contaminar-se e adoecer do que morrer de fome”.
Mas os riscos, na sua opinião, são enormes e se mantêm em sigilo. Pinheiro desfilou uma série de denúncias sobre o que os laboratórios das grandes transnacionais estão produzindo, sem que se possa ter certeza do que pode acontecer no futuro.
Levantou a questão da soja da Monsanto e do milho da Novartis, citados na notificação enviada pelo IDEC às indústrias de alimentos, e apresentou, entre muitos casos para mostrar como é irresponsável a introdução dessa e de outras tecnologias, sem que se tenha absoluta segurança do que poderá ocorrer, as seguintes experiências de resultados calamitosos:
Em El Salvador, na América Central, mais de 35 mil agricultores foram literalmente castrados por causa dos efeitos sobre eles de um fumigante utilizado nos bananais chamado Negamon, produzido pela Dow Chemical.
Defensores do meio ambiente nos Estados Unidos estão preocupadas com a perspectiva de que salmões transgênicos, que crescem duas vezes mais rápido do que o normal, escapem do cativeiro em que foram desenvolvidos e são criados para comercialização e caiam no ambiente natural, destruindo alimentos e outros peixes; seria uma catástrofe.
Pior ainda é o caso da Delta & Pine, que requereu patente mundial de um gene assustador conhecido como terminator. O objetivo é incorporá-lo às sementes, de modo a que os grãos gerados pelas plantas oriundas delas sejam estéreis. Assim, o agricultor será sempre obrigado a comprar sementes de um único fornecedor, a própria Delta & Pine.
A fome entre as antigas ameaças
Os alimentos transgênicos foram um dos mais debatidos assuntos do encontro. Mas antigas e conhecidas mazelas, sobre as quais se pode ter controle mas continuam a ocorrer, entraram nas discussões e nas denúncias. Entre elas, os casos de leite pasteurizado contaminado por bactérias, azeite de oliva fraudado, água mineral com excesso de flúor, alimentos dietéticos com teor de açúcar acima do permitido por lei, balas importadas com corantes proibidos.
Fraudes como essas têm sido mantidas em segredo e restritas aos meios acadêmicos e técnicos, de forma a obstruir o acesso público à informação sobre os riscos que certos alimentos industrializados podem trazer à saúde.
Como se não bastasse, aos numerosos casos de violação dos direitos do consumidor registrados no Brasil soma-se um mais devastador ainda o da fome crônica: este ano, um contingente de 30 milhões de pessoas foi atingido pela fome no Nordeste, e a seca é apenas o componente mais dramático dessa situação, que agrava o quadro de miséria no País.
Por isso, a campanha sobre alimentos, lançada durante o encontro, será, segundo seus articuladores, um amplo movimento nacional pelo alimento acessível, saudável e nutritivo e já começou dentro do próprio evento, com as denúncias do que vem acontecendo em várias regiões do país, feitas por dirigentes de entidades de consumidores presentes ao encontro.
Para expor as dificuldades de acesso ao alimento, Silvia Vignola, da Secretaria de Vigilância Sanitária de São Paulo e membro do Conselho Diretor do IDEC, recorreu a alguns números ao falar sobre o assunto para os representantes das organizações presentes.
Em todo o mundo informou estima-se que cerca de 40 mil pessoas, na maioria crianças, morram por dia de desnutrição e doenças associadas à fome. “Mas a fome não ocorre só na África. Está bem perto; aqui mesmo, no Brasil”, disse, lembrando que o governo é signatário, desde 1996, da carta de intenções que resultou da Cúpula Mundial de Alimentação, realizada em Roma, que define a alimentação como um direito fundamental do homem um direito à vida.
Na oportunidade, disse, o Brasil assumiu o compromisso de “garantir uma conjuntura política, social e econômica propícia, destinada a criar as melhores condições possíveis para erradicação da pobreza, que favoreça ao máximo a consecução de uma segurança alimentar sustentável para todos”.
Sequência de fraudes e irregularidades
Alinhados com o moderno conceito de segurança alimentar, que pressupõe o direito fundamental de não padecer de fome e o acesso a alimentos seguros e nutritivos, esses acordos jamais foram cumpridos.
E, hoje, continua-se a questionar a qualidade sanitária dos alimentos a partir de alguns dados trazidos pelos integrantes do encontro:
Em outubro de 1997, no tradicional Encontro Nacional de Analistas de Alimentos, em Manaus, verificou-se que, dos 151 trabalhos apresentados, 42,3% se referiam a avaliações de aspectos sanitários de alimentos.
A aflatoxina no amendoim é um dos casos de violação dos direitos do consumidor mais conhecidos. Trabalho realizado em 1996 por vários laboratórios de análises de alimentos em todo o País e coordenado pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde do Ministério da Saúde constatou que de 8 a 48% dos produtos derivados de amendoim vendidos no Rio de Janeiro, Brasília e Recife, estavam contaminados por esse potente agente cancerígeno. (Veja nesta edição o teste realizado pelo IDEC).
Ao analisar amostras de balas importadas, técnicos da Fundação Ezequiel Dias, da Secretaria da Saúde de Minas Gerais, reprovaram 54,5% delas porque continham corantes em excesso, o que pode provocar reações alérgicas e até mesmo câncer. Desse total, 38,9% continham corantes proibidos no Brasil.
Ainda em Minas, a Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia constatou que 85% das amostras de queijo frescal estavam contaminadas por Staphylococcus aureus, bactéria que produz uma toxina causadora de graves intoxicações.
O queijo frescal de Goiânia não era melhor: 62% das 50 amostras do produto comercializado em feiras livres, analisadas pela Universidade de Goiânia, tinham bactérias passíveis de causar toxi-infecções alimentares.
Na Bahia, a Vigilância Sanitária avaliou a qualidade de diversos alimentos que compõem a cesta básica e são vendidos em supermercados e constatou 11,1% das amostras de leite em pó tinham excesso de bolor e levedura, em desacordo com a lei, e 41,2% das amostras de farinha estavam contaminadas acima do limite permitido pelo Bacillus cereus, uma bactéria que pode causar toxi-infecção alimentar.
A situação na região Sudeste não é melhor: 36 testes com alimentos realizados pelo IDEC entre 1990 e 1997 revelaram que 23,7% das amostras apresentavam aspectos sanitários irregulares.
Hormônio adoece vacas
Mais uma agressão contra os interesses do consumidor. Liberada no Brasil em 1992 dois anos antes do que nos EUA, onde estavam em curso as primeiras pesquisas para avaliar os riscos desta nova tecnologia para o homem e o meio ambiente , a somatrotropina bovina recombinante (BSTr), produzida em larga escala graças à engenharia genética, é um hormônio sintético que permite aumentar significativamente a produção de leite de vaca e vem sendo usado no Brasil.
Segundo dados oficiais, estima-se que 120 mil vacas foram tratadas com BSTr no ano passado.
Ainda que o hormônio possa não afetar diretamente o ser humano, as incertezas quanto a segurança desta tecnologia persistem: diversos trabalhos científicos demonstraram que vacas que recebiam BSTr tinham probabilidade 79% maior de contrair mastites e outras inflamações. O resultado é o uso mais frequente de antibióticos, que, por sua vez, poderia levar a um aumento dos resíduos dessas drogas no leite consumido pelo homem e a uma maior resistência a bactérias patogênicas como o Staphylococcus aureus.
Nitrofuranos: a luta segue
Prescreveu em 25 de maio o prazo dado pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento para que fosse submetido à consulta pública o projeto de Portaria que proíbe o uso de nitrofuranos em animais que produzem alimentos para consumo humano.
Os nitrofuranos são substâncias químicas usadas por veterinários na prevenção e no tratamento de diversas moléstias causadas por micróbios em aves e suínos, entre outros animais. Até meados de junho, todavia, ainda não havia sido definida a retirada desses produtos do mercado nacional.
Através da Portaria 89, de 24 de março de 1998, o Ministério da Agricultura deu prazo de 60 dias para que fossem encaminhados adendos visando aperfeiçoar a redação do projeto de Portaria que veta a fabricação, importação e comercialização de produtos de uso veterinário e rações à base de cloranfenicol, furazolidona e nitrofurazona. O IDEC encaminhou sugestão, aceita pelo Ministério da Saúde, para estender a proibição ao Nitrovin, princípio ativo bastante usado no País.
O projeto de portaria do Ministério da Agricultura peca por abrir uma brecha na legislação através da qual esses produtos ainda poderão entrar no País: em seu artigo 4o, estipula que os produtos poderão ser tolerados “para emprego exclusivo” em cães, gatos e animais ornamentais que não produzam alimentos para o homem.
Os nitrofuranos foram banidos dos EUA em 1991 e da União Européia em 1994 por apresentarem risco potencial à saúde do homem, devido às suas propriedades carcigonênicas. Hoje, estima-se que o Brasil produza e consuma 13 milhões de toneladas de rações aditivadas com nitrofuranos por ano, sem que o consumidor tenha conhecimento das técnicas veterinárias usadas em animais que fornecem carne para seu consumo.
Fonte: www.consumidorbrasil.com.br
Alimentos Transgênicos
Muitas multinacionais de biotecnologia tentam convencer a opinião pública a respeito dos benefícios dos transgênicos, argumentando que a engenharia genética vai reduzir o uso de agrotóxicos. Mas, contraditoriamente, as mesmas empresas estão aumentando a sua capacidade de produção destes produtos, chegando, inclusive a pedir permissão para aumentar os resíduos destes químicos na engenharia genética.
Até agora, a maioria das empresas que desenvolvem os transgênicos tem direcionado suas pesquisas para a produção de organismos resistentes a seus próprios herbicidas. Isto quer dizer que se uma plantação receber agrotóxicos, todas as plantas morrerão, exceto as que forem resistentes aos mesmos.
Dos 27.8 milhões de hectares plantados em 1998 no mundo, 71% eram resistentes a herbicidas. Nos Estados Unidos as sementes transgênicas são vendidas sob um contrato especificando que agricultores que guardarem sementes para plantar na próxima estação, ou usarem outro herbicida que não o produzido pela empresa, poderão ser processados.
“A biotecnologia está sendo desenvolvida usando o mesmo discurso que promoveu os defensivos agrícolas. O intuito é atingir dois objetivos a curto prazo: aumentar a produção e as margens de lucro.
Este discurso segue o ponto de vista de que a natureza deve ser dominada, explorada e forçada a produzir mais, infinitamente… Este pensamento reducionista analisa sistemas complexos como o da agricultura em termos das partes que o compõem e não como um sistema integrado à natureza.
Nessa concepção, o sucesso da agricultura significa ganhos de produtividade a curto prazo, em vez de sustentabilidade a longo prazo” Jane Rissler (Union of Concerned Scientists).
Enquanto a engenharia genética se auto promove como a única opção realista para alimentar o mundo no próximo milênio, a opinião pública vem se mostrando desfavorável aos excessos das práticas da agricultura industrializada. Sendo assim, a agricultura orgânica ganha cada vez mais adeptos.
Poluição Genética
Os genes introduzidos em plantas e animais através da engenharia genética podem ser transferidos para outras espécies. Estudos mostraram que os genes de canola transgênica poderiam se espalhar rapidamente entre seus parentes (fracos e fortes).
Estes genes, que foram geneticamente modificados para terem resistência ao glifosato – um herbicida bastante utilizado – cruzaram com espécies mais fracas após duas gerações. Pesquisas na Alemanha mostraram que o gene de resistência ao glifosato pode ser transferido para plantações comuns que estão até 200 metros distantes de cultivos transgênicos.
Organismos antes cultivados para serem usados na alimentação estão sendo modificados para produzirem produtos farmacêuticos e químicos. Essas plantas modificadas poderiam fazer uma polinização cruzada com espécies semelhantes e, deste modo, contaminar plantas utilizadas exclusivamente na alimentação.
Muitas espécies de peixes transgênicos estão sendo testadas por criadores de peixes. O gene de hormônio de crescimento foi introduzido para promover níveis elevados de desenvolvimento. Alguns salmões cresceram até 5 vezes mais que seu semelhante normal em apenas um ano.
Em algumas partes da Noruega, peixes transgênicos escaparam do criadouro e hoje são encontrados na proporção de 1 para cada 5 peixes nativos.
A engenharia genética criou mosquitos e outras espécies de insetos para vários propósitos. A comercialização destes organismos introduziria novas espécies no meio ambiente, o que pode ser desastroso já que estas criaturas se reproduzem rapidamente e viajam longas distâncias, podendo, assim, causar desequilíbrios nos ecossistemas.
Uma empresa chamada Biotechina International desenvolveu plantações experimentais de soja em 1989 que incluíam uma camada de sementes contendo microorganismos transgênicos, numa tentativa de aumentar a fixação de nitrogênio no solo.
No fim da estação, as plantas e sementes foram incineradas e os campos foram arados para um novo cultivo ser plantado. O monitoramento subsequente mostrou que os microorganismos transgênicos se espalharam por mais de quatro acres e estavam competindo com microorganismos já existentes no solo.
Experimentos de laboratório em 1998 demostraram que a transferência genética poderia ocorrer entre o açúcar de beterraba transgênico e uma bactéria do solo chamada Acenitobacter. Em teoria, qualquer inseto, pássaro ou outro animal poderia pegar esta bactéria do solo e levar para outro local.
Uma vez solto, este novo organismo produzido pela engenharia genética seria capaz de interagir com outras formas de vida, reproduzir-se, transferir suas características para outras espécies e sofrer mutações, entre outras consequências o meio ambiente.
Uma vez introduzidos no meio ambiente, dificilmente estes organismos transgênicos poderão ser recolhidos novamente. Portanto, qualquer erro ou consequência indesejável pode então ser repassados para gerações futuras.
Cultivos Resistentes a insetos
Bacillus Thuringiensis (Bt) é uma bactéria do solo que produz uma toxina que tem um grande valor para produtores orgânicos, porque é utilizada como um bio-pesticida bastante efetivo. Através da engenharia genética o gene da bactéria Bt foi introduzido dentro de algumas plantas tornando-as resistentes a este biopesticida.
Como os insetos absorvem esta toxina através da ingestão, a probabilidade destes tornarem-se resistentes a ela é muito grande. A agência de proteção ambiental americana (EPA) estima que dentro de 3 a 5 anos, muitos insetos já terão desenvolvido resistências ao Bt. Consequentemente, o uso permanente desta bactéria poderá destruir o seu uso na agricultura orgânica.
Além disso, mesmo insetos inofensivos para o cultivo podem ser afetados por esta toxina através do processo de ingestão, o exemplo mais conhecido é o das borboletas monarca.
Um estudo recente elaborado na Suíça descobriu que as Lacewings (insetos benéficos que atacam as pestes das lavouras), quando alimentadas com milho Bt, morrem com mais facilidade. O uso de toxinas contra insetos em cultivos transgênicos, também é um fator preocupante, porque pode afetar a base da cadeia alimentar.
Num outro experimento de laboratório, joaninhas foram alimentadas com pulgões que foram, por sua vez, alimentados com batatas transgênicas. Comparadas à Joaninhas alimentadas normalmente, elas apresentaram uma produção de ovos menor, assim como viveram a metade do tempo de vida das outras.
Impactos sobre a biodiversidade
Com o corrente desmatamento e a poluição, a cada ano mais de 30 mil espécies de plantas e animais correm o risco de extinção. A FAO (Agencia das Nações Unidas para Alimentação e agricultura) estima que 75% da diversidade genética que o mundo tinha na agricultura no inicio do século já esteja perdida.
O uso da engenharia genética na agricultura está se espalhando rapidamente com a globalização, sendo amplamente aplicado em monoculturas (são as monoculturas as grandes disseminadoras da engenharia genética) que, juntamente com outros fatores, são responsáveis pela diminuição da diversidade de espécies.
Segundo Miguel Altieri, “embora a biotecnologia tenha a grande capacidade de criar mais variedades de cultivos comerciais, a tendência estabelecida por apenas quatro multinacionais é criar um mercado internacional para um único produto, criando condições para a uniformização genética de paisagens rurais”.
A uniformidade genética leva a uma maior vulnerabilidade do cultivo porque a invasão de pestes, doenças e ervas daninha sempre é maior em áreas que plantam o mesmo tipo de cultivo. O caso da “fome das batatas”, que aconteceu na Irlanda no século passado, é um bom exemplo das consequências que a uniformidade genética das plantações pode causar.
A biodiversidade é entendida como a base da segurança alimentar. Quanto maior for a variedade (genética) no sistema da agricultura, mais este sistema estará adaptado para enfrentar pestes, doenças e mudanças climáticas que tendem a afetar apenas algumas variedades.
Os índios do México usavam uma forma de manejamento florestal sofisticado que se constituía, simplesmente, no cultivo de um número bastante vasto de espécies de plantas em pequenos jardins, campos agrícolas e hortas florestais.
É possível traçar vários paralelos entre a “revolução genética” e a “revolução verde”. Esta última, representou uma iniciativa em massa de governos e empresas para convencer os fazendeiros do Terceiro Mundo a trocar as variedades de cultivos tradicionais por algumas variedades de cultivos que dependem do uso de químicos e fertilizantes. Isto levou a uma grande perda da diversidade genética. Muitas variedades indígenas cultivadas por agricultores já se perderam para sempre.
Outro fator que destrói a diversidade genética é a introdução de espécies não nativas em outros ecossistemas. Nos Estados Unidos, até 42% das espécies já estão ameaçadas em função de espécies “estrangeiras”.
A engenharia genética e a fome mundial
Muitas vezes o uso da engenharia genética na agricultura é justificada pelo aumento da população mundial. Porém, de acordo com as Nações Unidas, o mundo produz uma vez e meia a quantidade de alimentos necessária para alimentar toda a população do planeta.
Apesar disso, uma em cada sete pessoas passa fome no mundo. Segundo o prêmio Nobel da Paz indiano, Armatya Sen, o problema da fome do mundo é consequência da péssima distribuição de renda e da pobreza.
O problema da fome está, portanto, intimamente ligado com as desigualdades sociais. Assim sendo, a engenharia genética, pelo menos até o momento, não se mostrou capaz de ser uma alternativa para solucionar o problema.
Pelo contrário, a falsa idéia de que a biotecnologia é a solução, permite que governos e indústrias se distanciem do seu compromisso político de lidar com as desigualdades sociais que levam à fome.
A ajuda financeira fornecida pelos países de 1º mundo aos países pobres são pagas com juros que resultam num montante 3 vezes maior do que o recebido. Segundo o Relatório sobre Desenvolvimento preparado pela ONU em 1997, “só na África, o dinheiro usado anualmente para o pagamento de dívidas poderia ser
usado para salvar a vida de 21 milhões de crianças até o ano 2000″.
Durante a grande fome de 1984 na Etiópia, as melhores terras cultiváveis estavam sendo usadas para o cultivo de canola, algodão e semente de lins que eram exportadas para a Europa com o objetivo de servir como alimento para gado.
“Ao invés de reduzir a fome no mundo, a engenharia genética tem uma chance maior de aumentá-la. Os produtores poderão entrar em um círculo vicioso se ficarem dependentes de um pequeno número de multinacionais – como a Monsanto – para a sua sobrevivência.
Durante os últimos 25 anos, a Action Aid tem dado suporte a produtores pobres para que estes mantenham uma agricultura sustentável. Mesmo com a população mundial crescendo, nós sabemos que a produção global de alimentos é suficiente, e que é a desigualdade a responsável por milhões de pessoas famintas.
A verdade é que os cultivos transgênicos certamente aumentarão a margem de lucros da Monsanto, mas poderão representar um grande passo atrás para a pobreza do mundo”, diz Salil Shetty, Diretora Executiva da Action Aid.
Na Coréia do Sul, após a implementação da revolução verde, o número de pequenos proprietários com dívidas aumentou de 76%, em 1971, para 98%, em 1985.
Na região do Punjab, na Índia, estes altos custos levaram a uma diminuição de pequenas propriedades em aproximadamente um quarto entre 1970 e 1980, levantando alguns agricultores até mesmo até mesmo ao suicídio por causa da dívida.
Enquanto a agricultura sustentável enfatiza o uso de recursos locais para ajudar as comunidades a se manterem, o lucro das multinacionais só aumenta em virtude de sementes, químicos e fertilizantes fabricados pelas mesmas.
Talvez seja por esse motivo que estas empresas se recusam a reconhecer o potencial de qualquer sistema de agricultura que fuja ao seu controle.
A Monsanto desenvolveu a tecnologia chamada exterminadora” (Terminator). Visando proteger sua patente, a empresa produziu sementes que, quando plantadas novamente, são incapazes de germinar.
A técnica de guardar as melhores sementes para a próxima estação é uma prática milenar utilizada por mais de um bilhão de agricultores em todo o mundo. Com a tecnologia Terminator, a multinacional vai simplesmente acabar com esta prática e tornar os agricultores seus escravos.
“Esta é uma técnica imoral que rouba os direitos das comunidades agricultoras. Governos e produtores de todo o mundo deveriam declarar essa tecnologia contrária à ordem pública e à segurança nacional. Esta é a bomba de nêutrons da agricultura”, diz Camila Montecinos, Centro de Educación y Tecnología, Chile.
Fonte: www.greenpeace.org.br
Alimentos Transgênicos
Os organismos geneticamente modificados (OGMs), também conhecidos como transgênicos, são frutos da engenharia genética criada pela moderna biotecnologia. Um organismo é chamado de transgênico, quando é feita uma alteração no seu DNA – que contém as características de um ser vivo.
Por meio da engenharia genética, genes são retirados de uma espécie animal ou vegetal e transferidos para outra. Esses novos genes introduzidos quebram a sequência de DNA, que sofre uma espécie de reprogramação, sendo capaz, por exemplo, de produzir um novo tipo de substância diferente da que era produzida pelo organismo original.
O que é a engenharia genética aplicada aos alimentos?
A engenharia genética permite que cientistas usem os organismos vivos como matéria-prima para mudar as formas de vida já existentes e criar novas. Um gene é um segmento de DNA que, combinado com outros genes, determina a composição das células. Um gene possui uma composição química que vai determinar o seu comportamento. Como isso é passado de geração em geração, a descendência herda estes traços de seus pais. Desenvolvendo-se constantemente, os genes permitem que o organismo se adapte ao ambiente. Este é o processo da evolução.
A engenharia genética utiliza enzimas para quebrar a cadeia e DNA em determinados lugares, inserindo segmentos de outros organismos e costurando a sequência novamente. Os cientistas podem “cortar e colar” genes de um organismo para outro, mudando a forma do organismo e manipulando sua biologia natural a fim de obter características específicas (por exemplo, determinados genes podem ser inseridos numa planta para que esta produza toxinas contra pestes).
Este método é muito diferente do que ocorre naturalmente com o desenvolvimento dos genes. O lugar em que o gene é inserido não pode ser controlado completamente, o que pode causar resultados inesperados uma vez que os genes de outras partes do organismo podem ser afetados.
O aumento da preocupação com a ética e os riscos envolvendo a engenharia genética são muitos. Primeiro porque os genes são transferidos entre espécies que não se relacionam, como genes de animais em vegetais, de bactérias em plantas e até de humanos em animais. Segundo porque a engenharia genética não respeita as fronteiras da natureza – fronteiras que existem para proteger a singularidade de cada espécie e assegurar a integridade genética das futuras gerações.
Quanto mais os genes são isolados de suas fontes naturais, maior é o controle dos cientistas sobre a vida. Eles podem criar formas de vida próprias (animais, plantas, árvores e alimentos), que jamais ocorreriam naturalmente.
O que a engenharia genética está fazendo?
A maioria dos alimentos mais importantes do mundo é o grande alvo da engenharia genética. Muitas variedades já foram criadas em laboratório e outras estão em desenvolvimento. O cultivo irrestrito e o marketing de certas variedades de tomate, soja, algodão, milho, canola e batata já foram permitidos nos EUA.
O plantio comercial intensivo também é feito na Argentina, Canadá e China. Na Europa, a autorização para comercialização foi dada para fumo, soja, canola, milho e chicória, mas apenas o milho é plantado em escala comercial (na França, Espanha e Alemanha, em pequena escala, pela primeira vez em 1998).
Molho de tomate transgênico já é vendido no Reino Unido e a soja e o milho transgênicos já são importados dos EUA para serem introduzidos em alimentos processados e na alimentação animal.
De fato, estima-se que aproximadamente 60% dos alimentos processados contenham algum derivado de soja transgênica e que 50% tenham ingredientes de milho transgênico. Porém, como a maioria destes produtos não estão rotulados, é impossível saber o quanto de alimentos transgênicos está presente na nossa mesa.
No Canadá e nos EUA, não há qualquer tipo de rotulagem destes alimentos. Na Austrália e Japão a legislação ainda está sendo implementada. Em grande parte do mundo, os governos nem sequer são notificados se o milho ou a soja que eles importam dos EUA são produtos de um cultivo transgênico ou não.
Além dos transgênicos já comercializados, algumas variedades aguardam autorização:
Salmão, truta e arroz que contém um gene humano introduzido;
Batatas com um gene de galinha;
Pepino e tomates com genes de vírus e bactérias.
Até o momento, há uma grande oposição à contaminação genética dos alimentos. São consumidores, distribuidores e produtores de alimentos que exigem comida “de verdade”, sem ingredientes transgênicos. Apesar da preocupação, a introdução descontrolada de transgênicos continua a crescer em níveis alarmantes. A menos que a oposição se sustente e ganhe força nos próximos anos, um aumento drástico destes alimentos pode ocorrer e a opção de evitá-los poderá ficar cada vez mais difícil.
Quais são os impactos da engenharia genética?
Enquanto a engenharia genética continua a criar novas formas de vida que se desenvolveriam naturalmente, ela se recusa a reconhecer o quão sérios são seus riscos potenciais.
Riscos para a saúde
Os cientistas já introduziram genes de bactérias, escorpião e água-viva em alimentos cultiváveis. Os testes de segurança sobre estes novos alimentos contendo genes estrangeiros – e as regulamentações para sua introdução – até agora têm sido extremamente inadequados. Os riscos são muito reais.
Alguns exemplos:
Os alimentos oriundos de cultivos transgênicos poderiam prejudicar seriamente o tratamento de algumas doenças de homens e animais. Isto ocorre porque muitos cultivos possuem genes de resistência antibiótica. Se o gene resistente atingir uma bactéria nociva, pode conferir-lhe imunidade ao antibiótico, aumentando a lista, já alarmante, de problemas médicos envolvendo doenças ligadas a bactérias imunes.
Os alimentos transgênicos poderiam aumentar as alergias. Muitas pessoas são alérgicas a determinados alimentos em virtude das proteínas que elas produzem. Há evidências de que os cultivos transgênicos podem proporcionar um potencial aumento de alergias em relação a cultivos convencionais . O laboratório de York, no Reino Unido, constatou que as alergias à soja aumentaram 50% naquele país, depois da comercialização da soja transgênica.
Apesar destes riscos, alimentos transgênicos já estão à venda. No entanto, como os cultivos transgênicos não são segregados dos tradicionais – e como a regulação de rotulagem é inadequada – os consumidores estão sendo impedidos de exercer o seu direito de escolha, uma vez que não há como identificá-los.
Quem disse que é seguro?
Embora a engenharia genética possa causar uma grande variedade de problemas para o meio ambiente e para a saúde, os testes para provar sua segurança são muito superficiais. Experimentos conduzidos para testar a segurança ambiental são normalmente de curta duração e realizados em pequena escala.
Raramente eles duram mais do que uma estação, enquanto os danos ambientais podem levar anos para tornarem-se aparentes. Os testes sequer mostraram as consequências que poderão acontecer quando estes organismos forem introduzidos na natureza, por não reproduzirem as condições reais do meio ambiente.
Eles reproduzem as condições que as plantas terão quando forem cultivadas, uma vez introduzidas no ambiente. O Professor John Beringer, presidente do British Advisory Committee on Releases to the Environment admitiu que “nós não podemos aprender nada de fato dos experimentos”
As medidas que tentam garantir a segurança dos alimentos transgênicos são tão fracas quanto as que tratam dos riscos ambientais. No entanto, autoridades que regulamentam este tipo de produto nos EUA, como o Departamento de Agricultura Americano e a FDA, continuam a aprovar o uso e a distribuição de produtos transgênicos.
Na maioria dos casos, as decisões foram baseadas nas evidências apresentadas pelas próprias empresas. No Brasil, a CTN-Bio, órgão do governo que avalia a segurança dos alimentos geneticamente modificados, adotou o mesmo procedimento para dar o parecer positivo, em setembro de 1998, para variedades de soja da Monsanto.
Na União Européia, há um critério mais rigoroso. Em função da pressão dos consumidores, a autorização para o plantio e comercialização para novos organismos transgênicos está suspensa até que a legislação seja reestruturada, porque esta não consegue assegurar padrões de segurança para o meio ambiente e a saúde humana.
Nós estamos testemunhando um experimento global com a natureza e a evolução, cujos resultados são impossíveis de se prever. Testes inadequados e meios de controle regulatórios superficiais, que potencializam os efeitos danosos dos cultivos e alimentos transgênicos, talvez só sejam descobertos quando for tarde demais.
Quem ganha?
Em razão dos riscos associados à engenharia genética e a preocupação da opinião pública em geral a respeito da segurança de alimentos transgênicos, é difícil entender exatamente quem se beneficiará dos produtos desta tecnologia.
As multinacionais agroquímicas, – ou as “empresas de ciência da vida” como elas se auto-proclamam – que estão desenvolvendo e promovendo a biotecnologia, levantaram uma série de argumentos a respeito das vantagens a serem ganhas, mas poucas delas se sustentam.
Eles argumentam, por exemplo, que os cultivos transgênicos aumentam a produtividade e que trarão benefícios, particularmente para pequenos agricultores nos países em desenvolvimento. Ao mesmo tempo, porém, estas mesmas companhias – muitas das quais são enormes corporações químicas – estão patenteando genes usados na produção de novos organismos.
Uma vez as patentes protegidas, as sementes só estarão disponíveis através do pagamento de royalties anuais. Como resultado, os produtores não poderão mais guardar as melhores sementes para plantarem na estação seguinte, abandonando uma longa tradição. Além disso, como já está ocorrendo nos EUA, contratos legais estão forçando agricultores a usar a semente e o herbicida produzidos pela mesma empresa.
As empresas de “ciências da vida” sabem que, atrás do controle sobre os cultivos básicos plantados no mundo (incluindo milho, arroz e trigo) e patenteando suas sementes, há uma margem de lucro muito grande a ser ganha. Se a corrente tendência de fusões continuar, um número pequeno de empresas controlará quase toda a produção mundial de alimentos. Clamando a posse destes genes, elas estarão gradualmente tomando conta da vida.
Riscos dos Transgênicos
Superbactérias
1. Algumas plantas geneticamente modificadas recebem um gene de resistência a antibióticos. É uma forma de saber se a transformação foi bem sucedida.
2. Esse gene provoca o aumento da taxa de transferência do DNA, ou seja, da facilidade com que pedaços do código genético da planta passam de um organismo para outro.
3. Há um risco teórico de que as bactérias do intestino humano absorvam esse gene, tornando-se resistentes aos antibióticos. Aí, qualquer doença, mesmo simples, pode se tornar um problema grave.
Alergias
1. Para se defender de agressores, a planta produz diversas substâncias que podem ser tóxicas ao homem, provocando alergia.
2. Um único gene “alienígena” poderia alterar o equilíbrio de várias dessas substâncias, aumentando sua produção. Um estudo feito com soja transgênica mostrou que ela é mais alergênica que a soja normal.
3. Como ninguém conhece todos os genes das plantas, alguns especialistas afirmam que faltam estudos para avaliar a segurança dos transgênicos.
Como os transgênicos podem afetar o ambiente ?
Superpragas
1. Boa parte dos chamados transgênicos de primeira geração recebem um gene que os tornam resistentes a herbicidas e inseticidas. Assim, podem receber mais agrotóxicos que o usual.
2. A quantidade exagerada de veneno pode, teoricamente, criar ervas-daninhas e insetos extremamente resistentes, que não poderiam mais ser combatidos pelos defensivos agrícolas comuns.
3. Para evitar o problema, discute-se nos EUA um sistema de refúgio de espécies. Ou seja, o agricultor plantaria uma certa porcentagem (entre 10% e 50%) de plantas não-modificadas para garantir o cruzamento entre espécies de pragas e, assim, diminuir a reistência.
Cruzamento perigoso
1. Em lugaes onde há espécies agrícolas selvagens (como é o caso do milho no México), o pólen de um transgênico poderia fecundar espécies nativas, reduzindo a biodiversidade.
Alvo errado
1. Uma variedade de milho transgênico recebe um gene de bactéria para produzir uma toxina mortal para as pragas mais comuns da lavoura.
2. Acontece que essa toxina é pouco seletiva: ela pode atingir também espécies não-alvo, que habitam o milharal, mas não atacam a lavoura. O caso é crítico no Brasil, onde há muitas espécies desconhecidas.
Fonte: www.jardimdeflores.com.br
Alimentos Transgênicos
OS SUPERPODEROSOS
Legumes mais nutritivos, incrementados com superproteínas; verduras e grãos resistentes a agrotóxicos; alimentos com menos gordura e mais saudáveis; plantas que amadurecem melhor e não sofrem com o mau tempo.
Você conhece esses superalimentos desenvolvidos pelos cientistas? Porque não é só com os genes das ovelhas que os cientistas estão mexendo… A nossa comida de todo dia também já tem clones e transgênicos. Você sabe o que são plantas transgênicas ou organismos geneticamente modificados (OGMs)?
São espécies de vegetais que passaram por modificações nos laboratórios para ficarem com superpoderes: ter maior valor nutritivo, durar mais, resistir às pragas e ao mau tempo.
Sabe como os cientistas tornam essas plantas tão poderosas? É um processo parecido com o que gerou a ovelha Dolly. Eles emprestam os genes de uma espécie e colocam nas células de uma outra. O resultado é um organismo geneticamente modificado (OGM). Para criar a soja transgênica, por exemplo, os cientistas pegaram um gene de uma bactéria e colocaram em um pé de soja. Como essa bactéria é resistente a agrotóxicos (venenos para matar as pragas), a soja modificada também fica resistente aos agrotóxicos.
Os agricultores então podem colocar muito agrotóxico na plantação (e com isso aumentar a produção) sem correr o risco que a soja seja destruída. Também já inventaram uma soja com maior valor nutritivo, que recebeu genes da castanha-do-pará.
E as invenções não param: tem também algodão colorido para economizar nas tintas das roupas, milho mais robusto, café que amadurece mais rápido, feijão mais leve e nutritivo, batatas e tomates resistentes ao ataque de insetos e pragas. Mas essa história de inventar e modificar alimentos também já está dando muita confusão. Ainda não é certo se esses alimentos prejudicam ou não a saúde, depois de serem ingeridos pelas pessoas durante muito tempo.
O caso da soja transgênica é o que está dando mais o que falar. Ela é super-resistente a um certo agrotóxico. O problema é que quem come essa soja está ingerindo também doses cavalares de agrotóxico.
Ora, se a soja transgênica alimenta uma criação de gado, os bichos consomem o agrotóxico junto com o alimento, e a carne deles, cheia de veneno, pode vir parar na nossa mesa. Outro problemão é que as pragas (os insetos que atacam a soja) podem ficar resistentes ao agrotóxico. E aí a soja transgênica não serviria mais para nada.
A superbatata também pode prejudicar a saúde. Em 1998, o cientista inglês Arpad Pusztai fez uma experiência. Ele colocou ratinhos para comer batatas transgênicas, modificadas com um gene de uma erva que funcionava como um inseticida natural. Acabou descobrindo que essas batatas causavam problemas no sistema imunológico dos ratos. Ou seja, os ratinhos ficavam mais fracos e adoeciam com mais facilidade.
Será que o mesmo acontece com as pessoas? Para conhecer todos os efeitos dos alimentos transgênicos sobre o nosso organismo é que os cientistas não param de pesquisar. A cada dia novos estudos são divulgados, esquentando ainda mais as discussões em torno dos transgênicos.
Fonte: www.canalkids.com.br
Alimentos Transgênicos
Os transgênicos resultam de experimentos da engenharia genética nos quais o material genético é movido de um organismo a outro, visando a obtenção de características específicas.
Em programas tradicionais de cruzamentos, espécies diferentes não se cruzam entre si. Com essas técnicas transgênicas, materiais gênicos de espécies divergentes podem ser incorporados por uma outra espécie de modo eficaz.
O organismo transgênico apresenta características impossíveis de serem obtidas por técnicas de cruzamento tradicionais. Por exemplo, genes produtores de insulina humana podem ser transfectados em bactérias Escherichia coli. Essa bactéria passa a produzir grandes quantidades de insulina humana que pode ser utilizada com fins medicinais.
Os Alimentos Transgênicos na Qualidade de Vida
A alteração genética é feita para tornar plantas e animais mais resistentes e, com isso, aumentar a produtividade de plantações e criações. A utilização das técnicas transgênicas permite a alteração da bioquímica e do próprio balanço hormonal do organismo transgênico.
Hoje muitos criadores de animais, por exemplo, dispõe de raças maiores e mais resistentes à doenças graças a essas técnicas.
Os transgênicos já são utilizados inclusive no Brasil. Mas ainda não existem pesquisas apropriadas para avaliar as consequências de sua utilização para a saúde humana e para o meio ambiente.
Pesquisas recentes na Inglaterra revelaram aumento de alergias com o consumo de soja transgênica. Acredita-se que os transgênicos podem diminuir ou anular o efeito dos antibióticos no organismo, impedindo assim o tratamento e agravando as doenças infecciosas.
Alergias alimentares também podem acontecer, pois o organismo pode reagir da mesma forma que diante de uma toxina. Outros efeitos, desconhecidos, a longo prazo poderão ocorrer, inclusive o câncer.
Transgênicos e o Meio Ambiente
A resistência a agrotóxicos pode levar ao aumento das doses de pesticidas aplicadas nas plantações. As pragas que se alimentam da planta transgênica também podem adquirir resistência ao pesticida. Para combatê-las seriam usadas doses ainda maiores de veneno, provocando uma reação em cadeia desastrosa para o meio ambiente (maior quantidade de poluição nos rios e solos) e para a saúde dos consumidores.
Uma vez introduzida uma planta transgênica é irreversível, pois a propagação da mesma é incontrolável e não se pode prever as alterações no ecossistema que isso pode acarretar.
Melhoramentos de Plantas
Atualmente as técnicas de utilização de transgenes vêm sendo amplamente difundidas. Assim um número crescente de plantas tolerantes a herbicidas e à determinadas pragas tem sido encontradas. O problema é que as plantas transgênicas são iguais ao alimento natural, o que é injusto, pois o consumidor não sabe que tipo de alimento está consumindo.
Uma nova variedade dealgodão por exemplo, foi desenvolvido a partir da utilização de um gene oriundo da bactéria Bacillus thuringensis, que produz uma proteína extremamente tóxica a certos insetos e vermes, mas não a animais e ao homem. Essa planta transgênica ajudou na redução do uso de pesticidas químicos na produção de algodão.
Tecnologias com uso de transgenes vem sendo utilizadas também para alterar importantes características agronômicas das plantas: o valor nutricional, teor de óleo e até mesmo o fotoperíodo (número de horas mínimo que uma planta deve estar em contato com a luz para florescer).
A Utilidade dos Produtos Transgênicos
Com técnicas similares àquela da produção de insulina humana em bactérias, muitos produtos com utilidade biofarmacêuticas podem ser produzidos nesses animais e plantas transgênicas. Por exemplo, pesquisadores desenvolveram vacas e ovelhas que produzem quantidade considerável de medicamentos em seus leites. O custo dessas drogas é muito menor do que os produzidos pelas técnicas convencionais.
A tecnologia transgênica é também uma extensão das práticas agrícolas utilizadas há séculos. Programas de cruzamentos clássicos visando a obtenção de uma espécie melhorada sempre foram praticados.
Em outras palavras, a partir de uma espécie vegetal qualquer e realizando o cruzamento entre um grupo de indivíduos obteremos a prole chamada de F1. Dentre os indivíduos da prole, escolheremos os melhores que serão cruzados entre si, originando a prole F2.
Sucessivos cruzamentos a partir dos melhores indivíduos obtidos em cada prole serão feitos.
Todo esse trabalho busca a obtenção de indivíduos melhorados. Essa técnica trabalhosa e demorada de melhoramento vem sendo amplamente auxiliada pelas modernas técnicas de biologia molecular. Com isso as espécies são melhoradas com maior especificidade, maior rapidez e flexibilidade, além de um menor custo.
Contudo os trangênicos tem os aspectos negativos que podem prejudicar principalmente a natureza
Aspectos Negativos
1- O aumento dos sintomas de alergia
2 – A maior resistência a agro tóxicos e antibióticos nas pessoas e nos animais
3 – O aparecimento de novos vírus
4 – A eliminação de populações benéficas como abelhas, minhocas e outros animais e espécies de plantas
5 – O empobrecimento da biodiversidade
6- O desenvolvimento de ervas daninhas muito resistentes que podem causar novas doenças e o desiquilíbrio da natureza
Mas ainda não se pode afirmar quais as consequências que esses produtos podem ter no organismo humano, animal e no meio ambiente. Faltam pesquisas científicas que comprovem as verdadeiras implicações dos alimentos transgênicos .
Legislação sobre Transgênicos
Decreto 3.871/01
Obriga a indicação no rótulo de produtos importados que contenham ou sejam produzidos com organismos geneticamente modificados.
Medida Provisória 113/03
Estabelece normas para a comercialização da soja transgênica.
Medida Provisória 131/03
Estabelece normas para o plantio e comercialização da produção de soja da safra de 2004.
Fonte: projetogenoma.no.comunidades.net
Alimentos Transgênicos
UMA POLÊMICA NA AGRICULTURA
Existe um grande debate sobre a produção e comercialização de alimentos transgênicos. Você sabe por que este assunto é tão polêmico?
Vamos às definições: transgênicos ou Organismos Geneticamente Modificados ou OGM são aqueles organismos que adquiriram, pelo uso de técnicas modernas de engenharia genética, características de um outro organismo, algumas vezes bastante distante do ponto de vista evolutivo.
Por exemplo, se isolarmos os genes que determinam a cor da casca da maçã e os pusermos numa banana, teremos uma banana que ao amadurecer não será amarela, mas sim vermelha. Assim, esta banana vermelha passará a ser considerada um alimento transgênico.
Outros exemplos de transgênicos podem ser encontrados no artigo Alimentos transgênicos: solução ou problema? no número 17 desta Revista.
Os transgênicos não surgiram apenas por mera curiosidade de cientistas, mas principalmente pela necessidade de aumentar a produção de alimentos. Uma planta com maior teor de nutrientes poderia saciar a fome e trazer benefícios à saúde. Além disso, é possível aumentar a produtividade agrícola sem aumentar a área cultivada, o que, evidentemente, aumentaria os lucros dos produtores, sem afetar áreas de preservação ambiental.
A primeira planta transgênica foi obtida em 1983, com a incorporação de um DNA de bactéria. Já em 1992 foi obtido um tomate transgênico, com deterioração retardada que, em 1994, passou a ser comercializado nos Estados Unidos da América, abrindo caminho para a soja resistente a herbicida, o milho, a batata e centenas de outras possibilidades. Não há dúvida de que estas técnicas chegaram para ficar, embora desde o início tenha havido grande polêmica sobre o seu uso.
Em janeiro de 1995, foi regulamentada a primeira lei de biossegurança brasileira, que estabelece a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), suas atribuições e competências. Recentemente, foi aprovada uma nova lei de biossegurança (Nº. 11.105) que estabelece novas normas de segurança e mecanismos de fiscalização das atividades que envolvam transgênicos e seus derivados, reestruturando a CTNBio.
Resumidamente, a CTNBio é composto por um grupo multidisciplinar de cientistas, que presta apoio técnico ao Governo Federal na formulação, atualização e implementação da Política Nacional de Biossegurança relativa a transgênicos, bem como no estabelecimento de normas técnicas de segurança e pareceres técnicos conclusivos referentes à proteção da saúde humana, dos organismos vivos e do meio ambiente, para atividades que envolvam a construção, experimentação, cultivo, manipulação, transporte, comercialização, consumo, armazenamento, liberação e descarte de transgênicos e derivados.
A primeira liberação de um organismo geneticamente modificado no país se deu em 2003, mediante a Lei Nº. 10.688, com a permissão da comercialização da sojaRoundup Ready®, produzida pela Monsanto. Nestes últimos anos, os agricultores que vêm plantando soja transgênica firmaram um Termo de Compromisso, Responsabilidade e Ajustamento de conduta junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que define área, localidade do plantio e responsabilidades do agricultor advindas do uso da biotecnologia.
Muitos pesquisadores, ambientalistas e cientistas apontam riscos decorrentes da produção e consumo dos alimentos transgênicos que vão muito além dos aspectos da segurança nutricional dos alimentos.
Do ponto de vista ecológico, por exemplo, podem ocorrer: eliminação de insetos e microorganismos do ecossistema, devido à exposição a substâncias tóxicas; a contaminação de culturas convencionais; a geração de ervas daninhas e insetos resistentes a herbicidas e inseticidas; contaminação genética da biodiversidade e contaminação dos solos e lençóis freáticos, dentre outros.
Também há o temor de que o cultivo e o consumo de transgênicos trariam riscos à saúde humana e animal, como o aparecimento de alergias, e não seria possível controlar uma dessas consequências negativas, uma vez que os transgênicos são formas vivas e podem sofrer mutações e se multiplicar no meio ambiente.
Já do ponto de vista econômico, a introdução de genes capazes de tornar uma segunda geração de sementes estéreis, pode fazer com que os produtores fiquem totalmente dependentes dos produtores dessas sementes. Além disso, há o temor de que ocorra redução da produtividade das colheitas convencionais, o que levaria à exclusão dos pequenos agricultores que não teriam condições financeiras de comprar sementes transgênicas.
A oligopolização do mercado de sementes, que permite às grandes empresas terem o controle do preço final dos produtos, levaria ao aumento dos preços desses, tendo em vista a vulnerabilidade dos mecanismos estatais de controle da produção de produtos agrícolas no Brasil.
Ainda, são apontados como possíveis riscos: a desnacionalização da pesquisa e a perda de mercados consumidores de produtos agrícolas brasileiros, pelo temor que os outros países têm de consumir alimentos transgênicos.
Tendo em vista os problemas econômicos que os transgênicos podem causar, no Brasil, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) ofereceu aos produtores de soja, desde maio de 2006, 11 variedades de sementes geneticamente modificadas adaptadas às várias áreas de plantio do país.
As novas variedades, desenvolvidas em cooperação técnica com a Monsanto, têm seu plantio e comercialização autorizados pela nova Lei de Biossegurança, sancionada em 24 de março.
À medida que foi intensificado o plantio de soja transgênica no país, a sua presença em alimentos e produtos finais destinados ao consumo humano ou animal também cresceu. Em vários países, inclusive no Brasil, a legislação para a rotulagem de alimentos estabelece limites permissíveis da presença do transgênicos na composição dos mesmos.
As expressões podem conter soja transgênica e pode conter ingrediente produzido a partir de soja transgênica, devem estar contidas no rótulo, independente do percentual da presença de soja transgênica, além de apresentar o símbolo T.
Estas informações obrigatórias nos rótulos indicam claramente a necessidade de metodologias confiáveis de detecção e quantificação de transgênicos em grãos e alimentos. Deste modo, metodologias vêm sendo desenvolvidas e aprimoradas para garantir o cumprimento da legislação e padronização dos resultados.
É importante acompanhar de perto o desenvolvimento das pesquisas científicas sobre os efeitos da produção e ingestão de organismos geneticamente modificados, pois o simples aviso nas embalagens só indica a presença ou não desse alimento, mas não indica o que isso significa para nossa saúde e para o meio ambiente.
Provavelmente, boa parte da polêmica em torno desse tema seria evitada se a produção e comercialização de transgênicos tivessem aguardado mais resultados dos estudos científicos em andamento.
Delcídio de Souza Neto
Paula Homem-de-Mello
Fonte: www.cdcc.usp.br
Alimentos Transgênicos
TRANSGÊNICOS – A controversa interferência na genética da natureza
Poucos assuntos geram tanta controvérsia como os transgênicos .
Organismos transgênicos, ou organismos geneticamente modificados (OGMs), são animais e plantas que sofrem modificações geradas pela transferência de características (genes) de uma espécie para a outra. A discussão sobre as vantagens e desvantagens desta interferência biotecnológica do homem na natureza fica mais complexa quando falamos na produção, comercialização e consumo de alimentos transgênicos.
Os alimentos transgênicos são produzidos através da engenharia genética. Obtem-se assim, dentre as muitas possibilidades, feijão com proteína da castanha-do-pará, trigo com genes de peixe, tomates que não aprodecem, milho com genes de bactérias que matam insetos e soja resistente a herbicidas.
O objetivo, segundo a corrente de cientistas que defende a sua comercialização, é equacionar problemas na agricultura criando espécies mais resistentes, aumentando a produtividade e minimizando, por consequência, a incidência da fome em países do Terceiro Mundo.
Do outro lado estão os ambientalistas e a corrente de cientistas que não concordam com esses argumentos e ainda acusam a indústria patrocinadora dos transgênicos de não ter providenciado testes suficientes para comprovar, ou não, os possíveis perigos causados pela manipulação genética dos alimentos na saúde das pessoas e no meio ambiente (veja o quadro Os 10 maiores perigos) e de não orientar os consumidores sobre os cuidados a serem tomados.
Um dos avanços em relação aos acordos sobre OGMs foi alcançado somente no final do ano passado, quando a Organização Mundial do Comércio assinou o Protocolo de Biossegurança em Montreal, Canadá. Esse documento define a disciplina do comércio internacional de produtos transgênicos, exigindo de alguns países provas suficientes sobre a segurança para o meio ambiente e para a saúde humana. Até então, a produção de transgênicos não seguia essas regras.
Os Estados Unidos são líderes na produção de OGMs
Tanta controvérsia não impediu que os alimentos transgênicos começassem a ser produzidos em escala comercial nos Estados Unidos, líderes mundiais em OGMs, na Europa e em outros países do primeiro mundo.
Os americanos cultivam plantas geneticamente modificadas desde 1994 e estima-se que, nos próximos cinco anos, suas exportações sejam compostas de 100% de transgênicos ou de produtos combinados a eles.
Na Europa o quadro é um pouco diferente. Segundo pesquisas realizadas por órgãos de saúde em 1997, 80% dos consumidores europeus se mostravam temerosos em relação aos alimentos transgênicos e exigiam que eles fossem rotulados, de forma a dar ao comprador o direito de escolha entre um OGM e um produto normal. Hoje a União Européia rotula os produtos transgênicos e patrocina constantes pesquisas e testes.
No Brasil, a discussão gira principalmente em torno da soja transgênica resistente ao Roundup, um poderoso herbicida que mata qualquer planta. Tanto o Roundup como a soja RR (Roundup Ready), que resiste ao veneno pela inserção de três genes encontrados em algas e bactérias, são produzidos pela empresa multinacional Monsanto, uma das detentoras da tecnologia no mundo, ao lado da Novartis, da Agrevo e outras.
Impasse jurídico no Brasil
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, deu, em 1998, parecer favorável à produção e comercialização da soja RR. Além disso, a Embrapa (Empresa Brasileira de Agropecuária) apoia o uso dos OGMs e investe em pesquisas de alimentos modificados.
No entanto, a resolução da comissão esbarra em muitos protestos por parte dos ambientalistas, de alguns governos locais e de instituições, o que gera um impasse jurídico em torno da questão dos transgênicos.
O Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), o Greenpeace e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, por exemplo, defendem a aprovação de um projeto no Senado Federal que institui a rotulagem e a proibição de alimentos geneticamente modificados por cinco anos, período em que seriam efetuados testes e experiências sobre os reais impactos dos OGMs.
Já os estados do Rio Grande do Sul e de Mato Grosso do Sul lideram a corrente contra os transgênicos e estabeleceram leis internas que os mantêm como áreas livres de transgênicos (OGM free).
O impasse jurídico continua e o Ministério da Saúde ainda não teve condições de dar à Monsanto o registro para que comece a produzir a soja transgênica.
As pressões já fizeram com que o Ministério da Justiça instituisse uma regulamentação que determina a necessidade de discriminação no rótulo dos transgênicos.
Ao mesmo tempo, campanhas de esclarecimento para a população estão sendo empreendidas por ambientalistas e ONGs.
Os transgênicos no Brasil
Uma vantagem disso tudo é que o Brasil passou hoje a ser o maior produtor de soja OGM free do mundo, fazendo com que seja o país preferido pelo mercado europeu e japonês na exportação dos grãos.
No entanto, uma denúncia veiculada no Jornal Nacional, da TV Globo, em 16/05/00, alerta que alguns agricultores do Sul do país já utilizam as sementes de soja transgênica importadas ilegalmente da vizinha Argentina.
Independente de produzir ou não os alimentos transgênicos, o fato é que um boa parte da população brasileira, em sua maioria sem saber, já consome e pode ter em suas dispensas os alimentos modificados.
Diversos produtos importados, encontrados nas prateleiras da maioria dos supermercados, podem já contêr em suas composições soja, tomate ou milho transgênicos, como é o caso dos sorvetes, chocolates, molhos, coberturas para doces e sobremesas, bebidas com soja, alimentos para bebê, biscoitos, catchup, molho de tomate, sucos, pipoca e muitos outros.
Se os alimentos transgênicos dizem respeito, antes de tudo, à alimentação e saúde das pessoas, é fundamental e bastante aconselhável que todos conheçam o assunto para poder participar dessa discussão em torno da aplicação da engenharia genética nos alimentos que consumimos ou que iremos consumir em nosso dia-a-dia.
Como funciona a modificação genética dos alimentos
A modificação por transferência de genes pode ser feita por algumas técnicas. De um modo geral, a engenharia genética permite que se retire o gene de um organismo e se transfira para outro. Esses genes entram na sequência de DNA (onde estão as características de um ser vivo) do organismo receptor, gerando uma reprogramação. A partir daí, chega-se a novas substâncias e aos organismos transgênicos.
Entre as técnicas mais utilizadas para manipulação genética estão a micro-injeção (uso de micro-agulhas), micro-encapsulação (transferência de genes através de cápsulas), eletroporação (por corrente elétrica), fusão celular e técnicas de hibridização.
Os 10 maiores perigos dos alimentos trangênicos para a saúde e para o meio ambiente
1. A qualidade nutricional dos alimentos que passam por manipulações genéticas pode ser diminuída. Essa alteração na quantidade de nutrientes também pode interferir na sua absorção pelo metabolismo do homem.
2. A transferência de genes entre alimentos causa, em alguns casos, modificações na estrutura e função dos mesmos, alterando significativamente sua composição. Isso pode provocar efeitos inesperados.
3. A resistência ao efeito dos agrotóxicos por parte de alguns transgênicos tem a possibilidade de gerar um aumento de resíduos dos venenos, uma vez que permite uma aplicação maior na plantação. Os resíduos resultantes dessa grande quantidade permanecerão nos alimentos e ainda poluirão solos e rios.
4. Com a interferência da engenharia genética, muitas plantas correm o risco de passar a produzir compostos como neurotoxinas e inibidores de enzimas em níveis acima do normal, tornando-as tóxicas.
5. Proteínas transferidas de um alimento para outro podem passar a ter propriedade alergênica, ou seja, podem vir a causar sérias reações alérgicas em algumas pessoas mais sensíveis.
6. Genes antibiótico-resistentes contidos nos alimentos transgênicos podem passar sua característica de resistência para as pessoas e animais, o que poderia gerar a anulação da efetividade de antibióticos nos mesmos.
7. A manipulação genética traz riscos à saúde dos animais porque podem aumentar os níveis de toxina nas rações e alterar a composição e qualidade dos nutrientes.
8. Alguns cientistas alertam que o uso da técnica de resistência a vírus na agricultura pode fazer surgir novos tipos de vírus e, consequentemente, novas e complexas doenças. Tudo porque o vírus híbrido passa a ter aspectos diferentes do vírus original ao qual a planta tem resistência.
9. Alguns cientista prevêem o emprobrecimento da biodiversidade com o uso da engenharia genética, uma vez que a mistura (hibridação) das plantas modificadas com outras variedade pode criar super pragas e plantas mais selvagens, provocando a eliminação de espécies e insetos benéficos ao equilíbrio ecológico do solo. O consequente uso mais intensivo de agrotóxicos pode ainda causar o desenvolvimento de plantas e animais resistentes a uma ampla gama de antibióticos e agrotóxicos.
10. Os efeitos negativos da engenharia genética na natureza são impossíveis de serem previstos ou mesmo controlados, uma vez que os OGMs são formas vivas e, por isso, suscetíveis a sofrer mutações, multiplicar-se e se disseminar. Ou seja, uma vez introduzidos nos ecossistemas, os transgênicos não poderão ser removidos.
Os números dos transgênicos
2,5 bilhões é o número de pessoas que consomem, direta ou indiretamente, alimentos transgênicos no mundo.
283 mil quilômetros quadrados são hoje ocupados no planeta por plantações de transgênicos, uma área equivalente ao Estado do Rio Grande do Sul.
Quatro são as principais culturas transgênicas: soja, milho, canola e batata.
60 porcento dos alimentos industrializados produzidos nos Estados Unidos contêm algum tipo de transgênico em sua composição.
Seis são os países que mais produzem transgênicos no mundo: Estados Unidos, Canadá, México, Argentina, China e Austrália.
1983 foi o ano em que foi criada a primeira planta transgênica: um tabaco resistente a antibiótico.
22,3 milhões de hectares é a área no mundo onde estão sendo plantadas as sementes genéticas da Monsanto.
Vocabulário útil para entender os transgênicos
Alimentos geneticamente modificados: são alimentos compostos contendo organismos geneticamente modificados ou derivados destes. São criados em laboratórios com a utilização de genes de espécies diferentes de animais, vegetais ou micróbios.
Biotecnologia: controle de funções biológicas com a finalidade de interferir nos processos vitais dos seres vivos com o objetivo de melhorar, modificar ou desenvolver certos produtos.
Cultivares : são as sementes melhoradas criadas em laboratórios que podem ser patenteadas e se tornarem propriedades de empresas petroquímicas-biotecnológicas.
DNA/RNA recombinante: são moléculas de material genético manipuladas fora das células vivas mediante modificação de segmentos de DNA/RNA, naturais ou sintéticos, que possam se multiplicar em uma célula viva. Ou ainda, as moléculas de DNA/RNA resultantes desta manipulação.
Engenharia genética: atividade de manipulação de moléculas DNA/RNA recombinante.
Gene inseticida: gene introduzido na planta para que ela passe a produzir substâncias de resistência a seus insetos predadores.
Modificação genética: técnicas de DNA recombinante. Consiste na introdução direta de material hereditário de uma espécie em um outro organismo de espécie diferente, tendo como resultado a formação de novas células ou novas combinações genéticas, que, de outra forma, não ocorreriam naturalmente.
Monsanto: multinacional que detém o direito de produção do herbicida Roundup e da soja transgênica resistente a ele (soja RR). Objetiva entrar no mercado brasileiro vendendo seus produtos para agricultores e encontra resistência de ambientalistas e instituições de defesa do consumidor. É a maior produtora de herbicidas do mundo.
Organismos geneticamente modificados (OGMs): organismos que tenham sido alterados geneticamente por métodos e meios que não ocorrem naturalmente.
Jaqueline B. Ramos
Pedro Alvarez Sanmatin
Fonte: www.institutoaqualung.com.br
Redes Sociais