Dia do Catequista

26 de Agosto

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Dia do Catequista

VOCAÇÃO DO CATEQUISTA: ANÚNCIO DO REINO E TESTEMUNHO DE SANTIDADE

1. 1. Introdução

Antes de falarmos sobre a pessoa do catequista, convém recordar algumas verdades que fundamentam sua ação pastoral, já que este fala em nome da Igreja e é enviado por ela para exercer sua missão.

Em primeiro lugar é importante ressaltar que a Igreja existe para evangelizar, isto é, para levar a Boa Nova a todas as parcelas da humanidade, em qualquer meio e latitude, e pelo seu influxo transformá-las a partir de dentro e tornar nova a própria humanidade, conforme nos ensina o Papa Paulo VI na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi (EN 14).

O Diretório Geral para a Catequese (DGC), afirma que a evangelização tem como finalidade convidar homens e mulheres à conversão e à fé (DGC 53). E este chamado de Jesus, « arrependei-vos e crede no Evangelho (Mc 1,15), continua a ressoar hoje, mediante a evangelização da Igreja, que pode ser realizada de muitas formas. Entre estas, destaca-se a catequese. O ‘momento’ da catequese é aquele que corresponde ao período em que se estrutura a conversão a Jesus Cristo, oferecendo as bases para aquela primeira adesão (DGC 63). A catequese, « distinta do primeiro anúncio do Evangelho(DGC 182) promove e faz amadurecer esta conversão inicial, educando à fé o convertido e incorporando-o na comunidade cristã.

A catequese na Igreja é uma praxe que remonta à época apostólica, mas que tem a sua fonte primeira no próprio Jesus, que foi um excepcional mestre de doutrina e de vida. Ele era chamado pelos discípulos e pelas multidões de rabbi, isto é, mestre (cf. Jo 1,49; 3,2; 4,31; 6,25; 9,2; 11,8). Ensinou durante a sua vida ministerial com uma autoridade que causava espanto e admiração em todos os que o ouviam, e que superava sem medidas a forma com que ensinavam os mestres da lei da sua época (cf. Mc 1,22).

Hoje em dia, ainda que a catequese seja uma responsabilidade de toda a comunidade cristã, há algumas pessoas que recebem um encargo especial, nesta tarefa pastoral.

São elas:

Os Bispos: primeiros responsáveis pela catequese, catequistas por excelência ;

Os sacerdotes: pastores e educadores da comunidade cristã;

Os pais: primeiros educadores dos próprios filhos à fé;

Os leigos: grande maioria no desempenho da pastoral catequética.

Vamos nos deter, agora, na vocação do catequista, enquanto leigo.

2. A Vocação do Catequista

Afirma o Diretório Geral para a Catequese que “a vocação do leigo à catequese tem origem no sacramento do Batismo e se fortalece pela Confirmação, sacramentos mediante os quais ele participa do ministério sacerdotal, profético e real de Cristo. Além da vocação comum ao apostolado, alguns leigos sentem-se chamados interiormente por Deus, a assumirem a tarefa de catequistas.

A Igreja suscita e distingue esta vocação divina, e confere a missão de catequizar. Dessa forma, o Senhor Jesus convida homens e mulheres, de uma maneira especial, a segui-lo, mestre e formador dos discípulos.

Este chamado pessoal de Jesus Cristo e a relação com Ele são o verdadeiro motor da ação do catequista. É deste conhecimento amoroso de Cristo que jorra o desejo de anunciá-lo, de evangelizar , e de levar outros ao sim da fé em Jesus Cristo “(DGC 231).

Ser catequista é uma vocação! É um chamado da parte de Deus para uma missão. O catequista, ao sentir esse chamado verifica que necessita compreender melhor seu trabalho missionário.

Sentir-se chamado a ser catequista e a receber da Igreja a missão para fazê-lo pode adquirir, de fato, diversos graus de dedicação, segundo as características de cada um.

Há muitas formas de exercer o ministério catequético, mas independente delas, o catequista deve se esforçar para desenvolver em si as seguintes características:

SER CATEQUISTA

Ser

Vocação: Sou chamado a servir

Saber

Sou discípulo e devo aprender com Jesus

Fazer

Sou enviado pela Igreja, em missão

Conviver

Devo formar comunidade fraterna

3. O Catequista é discípulo de Jesus

O catequista é um instrumento vivo, através do qual Deus se comunica com os homens; é um educador da fé e não um mero repetidor de uma doutrina; é um transmissor do Evangelho com a própria vida, seguindo o conteúdo, o estilo, os critérios e os métodos de Jesus, aprendendo a ter os seus mesmos sentimentos (cf. Fl 2, 5-11).

Então, o CATEQUISTA é um homem ou uma mulher, escolhido (a) por Deus, através da sua Igreja, e por ela encarregado (a), para ser um sinal-instrumento eficaz para transmitir, com a própria vida e pela Palavra, a Boa Nova do Reino Deus que aconteceu em Jesus Cristo.

O catequista se torna assim um mediador entre o diálogo que Deus quer empreender com todos os homens. É uma pessoa que por primeiro encontrou e aderiu à Cristo e à sua Palavra tornando-se, por isso, uma testemunha deste encontro e desta adesão.

É um “mestre” que busca ajudar aos outros homens, seus irmãos, a descobrirem e a conhecerem aquilo que Deus falou e quer e deles espera como resposta de amor: “que quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1 Tm 2,40). É um educador, que conduz cada pessoa a desenvolver o germe da fé batismal, isto é, aquilo que cada um possui de melhor dentro de si, ou seja, Jesus Cristo, dom impresso pela graça batismal.

Enfim, o catequista é uma testemunha, capaz de santificar Cristo em seu coração e que está sempre pronto a dar razão de sua esperança a todos aqueles a pedirem. Isto se torna, por assim dizer, uma tarefa ainda maior nos nossos dias, que imersos num contexto secularizado e de inversão de valores, exigem do catequista uma capacidade de incarnar no mundo a própria fé e de comunicá-la de modo convincente e crível, a fim de que os homens possam se libertar de tudo aquilo que é contrário à sua dignidade de filhos de Deus.

Como educador da fé dos seus irmãos, o catequista é devedor a todos do Evangelho que anuncia, ao mesmo tempo em que se deixa educar pela fé e pelo testemunho daqueles que catequiza.

4. O Catequista é um chamado a anunciar o Evangelho

“Não fostes vós que me escolhestes, mas fui Eu que vos escolhi” (Jo 15,16).

O catequista é enviado, “é, de certo modo, o intérprete da Igreja junto aos catequizandos” (DCG 35).

Ser destinatário de um dom de Deus e tornar-se dom de Deus para os outros, deve fazer surgir no catequista a exigência de um forte crescimento espiritual. Ele deve ser o discípulo que está em constante escuta do seu Mestre. Como Maria, a primeira dos discípulos do seu Filho, assim o catequista deve saber acolher com humildade e meditar a Palavra do Evangelho, referindo e pautando a própria vida nesta Palavra.

Deus nos chama e nos envia em missão de realizar o seu plano de salvação e de resgate de vida. Mas, para bem realizar esta tarefa, “é preciso não só “fazer” seu trabalho, mas acreditar nele.

A idéia essencial que deve dominar toda a nossa atividade é: “somos instrumentos”. O primeiro sentimento que brota dessa tomada de consciência é o de profunda humildade. Nessa tarefa de evangelização, CRISTO nos precede no coração humano. É imprescindível contar com a graça de Deus”(Me. Ma. Helena Cavalcanti).

Um outro ponto fundamental, é o testemunho de vida do catequista: sejamos transparentes à verdade que ensinamos.

O Papa João Paulo II, na Exortação Apostólica “Catequese Hoje”, afirma “a tarefa do catequista: apresentar os meios para ser cristão e mostrar a alegria de viver o Evangelho” (CT 147. Portanto, “a alegria é um bom método de aprendizagem” (Me. Ma. Helena Cavalcanti).

Santo Agostinho, no século V da era cristã, deixou grandes ensinamentos sobre a alegria e a catequese e que são úteis até os dias de hoje: “A grande preocupação existe na maneira de narrar, para que aquele que catequiza, quem quer que seja, o faça com alegria: tanto mais agradável será a narração, quanto mais puder alegrar-se o catequista” (Instrução dos catecúmenos).

5. O Catequista é um chamado a anunciar o Evangelho na Igreja

“Quem vos ouve, a Mim ouve” (Lc 10,16).

O Evangelho que o catequista anuncia é o Evangelho que a Igreja lhe confia. Por isso, a fidelidade à tarefa de educador da fé que lhe é dada pela Igreja se exprime, antes de tudo, na comunhão e na fidelidade ao seu vivo magistério. Consciente de ser porta-voz da Igreja, nela a sua experiência de fé vem assegurada, de modo que o que ensina não é uma Palavra qualquer, mas a mesma Palavra viva que o tornou catequista.

Fidelidade à Igreja não é somente fidelidade a um mandato recebido, é também uma participação de fé na vida eclesial; é sentir-se parte ativa da Igreja local na qual exerce o serviço. Esta participação não pode, enfim, confinar-se somente no âmbito do anúncio da Palavra, mas deve abrir-se a todas as dimensões da vida eclesial e paroquial.

6. O Catequista é um chamado a anunciar o Evangelho na Igreja a serviço do homem

“O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20,28).

Estando a serviço de Deus, em nome da Igreja, o catequista sabe-se chamado e enviado para um serviço aos irmãos. São testemunhas e partícipes de um mistério que vivem e que comunicam aos outros com amor. O fato mesmo de estar enraizado em Deus e na sua Igreja impulsiona o catequista a viver com os outros e para os outros.

O catequista deve saber se colocar próximo aos homens e caminhar com eles, na escuta das suas exigências, sobretudo daqueles que são considerados os últimos na sociedade: os pobres, os marginalizados e os que não são considerados capazes, por serem portadores de deficiência física ou mental.

O catequista assume concretamente a história do homem e dela se torna atento leitor. Servidor da Palavra de Deus que é para o homem, ele se qualifica em particular como animador da comunidade, favorecendo a participação de todos e a tomada de consciência da história que se vive. O respiro de uma autêntica catequese vai além dos muros paroquiais e atua também fora deles em atenção viva e generosa do catequista aos problemas da sociedade.

7. Conclusão: O Catequista é chamado à Santidade

Na Carta Apostólica Novo Millenio Ineunte, o Papa João Paulo II enfatiza a necessidade de buscarmos a santidade em toda e qualquer atividade pastoral: “Em primeiro lugar, não hesito em dizer que o horizonte para que deve tender todo o caminho pastoral é a santidade (…) Na verdade, colocar a programação pastoral sob o signo da santidade é uma opção carregada de consequências. Significa exprimir a convicção de que, se o Batismo é um verdadeiro ingresso na santidade de Deus através da inserção em Cristo e da habitação do seu Espírito, seria um contra-senso contentar-se com uma vida medíocre, pautada por uma ética minimalista e uma religiosidade superficial.

Perguntar a um catecúmeno: « Queres receber o Batismo? significa ao mesmo tempo pedir-lhe: Queres fazer-te santo? Significa colocar na sua estrada o radicalismo do Sermão da Montanha: ” Sede perfeitos, como é perfeito vosso Pai celeste ” (Mt 5,48) – (NMI 30;31).

“Concedei-nos, Senhor, a grande alegria de sermos fiéis Mensageiros de Vossa Ressurreição, por uma tomada de consciência na fé, um testemunho de vida na esperança e um anúncio da salvação na caridade. ”

Madre Maria Helena Cavalcanti

BIBLIOGRAFIA

Diretório Catequético Geral (1971) e Diretório Geral para a Catequese (1997
Catequese Renovada (1983). CNBB
Novo Millenio Ineunte. João Paulo II. 2001
“Ser Catequista” – Pe. Assis Moser e Pe. André Biernaski
“A pessoa do Catequista” e escritos de Madre Maria Helena Cavalcanti
Apontamentos do Curso para Catequistas, de Pe. Leonardo A. Fernandes

26 de Agosto

Dez coisas que os catequistas deveriam saber antes de ser Catequista

1ª – Você está sendo convidado para uma missão e não para uma simples tarefa que qualquer um executa. Encare a catequese como algo sério, comprometedor, útil. Suas palavras e suas ações como catequista terão efeito multiplicador se forem realizadas com ânimo e compromisso;

2ª – Sorria ao encontrar seus catequizandos. Um catequista precisa sorrir mesmo quando tudo parece desabar. Execute sua tarefa com alegria e não encare os encontros de catequese como um fardo e ser carregado;

3ª – Se no primeiro contratempo que aparecer você desistir, é melhor nem começar. A catequese, assim como qualquer outra atividade, apresenta situações difíceis. Mas que graça teria a missão de um catequista se tudo fosse muito fácil? Seja insistente e que sua teimosia lhe permita continuar nesta missão e não abandonar o barco na primeira situação adversa;

4ª – Torne os pais de seus catequizandos aliados e não inimigos. Existem muitos pais que não querem nada com nada na catequese. Mas procure centrar o seu foco naqueles que estão empolgados, interessados e são participantes ativos. Não fiquei apenas reclamando as ausências. Vibre com as presenças daqueles que são compromissados com a catequese e interessados pela vida religiosa de seus filhos;

5ª – Lembre-se sempre que você é um catequista da Igreja Católica. Por isso você precisa defender as doutrinas e os ensinamentos católicos. Alguns catequistas que se aventuram da tarefa da catequese, as vezes, por falta de preparo, acabam fazendo, nos encontros, um papel contrário aquilo que a Igreja prega sobre diversos assuntos. Isso é incoerência das maiores;

6ª – Não esqueça da sua vida pessoal. Por ser catequista, a visibilidade é maior. Então cuide muito dos seus atos fora da Igreja. Não precisa ser um crente, mas é preciso falar uma coisa e agir da mesma forma. A incoerência nas ações de qualquer cristão, passa a ser um tiro no pé;

7ª – Saiba que você faz parte de um grupo de catequistas e não é um ser isolado no mundo. Por isso, se esforce para participar das reuniões propostas pela equipe da sua catequese. Procure se atualizar dos assuntos discutidos e analisados nestas reuniões. Esta visão comunitária é essencial na catequese. Catequista que aceita a mudar catequese e acha que o seu trabalho é apenas com os encontros, está fora de uma realidade de vivência em grupo;

8ª – Frequente a missa. Falamos tanto nisso nos encontros, reuniões e retiros de catequese e cobramos que os jovens e os pais não frequentam as celebrações no final de semana. O pior é que muitos catequistas também não vão à missa. Como exigir alguma coisa se não damos o exemplo?

9ª – Seja receptivo com todos, acolhedor, interessado. Mas isso não significa ser flexível demais. Tenha regras de conduta, acompanhe a frequência de cada um de seus jovens, deixe claro que você possui comando. Fale alto, tenha postura corporal nos encontros, chegue no horário marcado, avise com antecedência quando precisar se ausentar, mantenha contato com os pais pelo menos uma vez por mês. Você é o catequista e, através de você, o reino de Deus está sendo divulgado. Por isso, você precisa não apenas “aparentar”, mas ser catequista por inteiro;

10ª – Seja humilde para aprender. Troque idéias com os seus colegas catequistas. Peça ajuda se for necessário. Ouça as sugestões e nunca pense que você é o melhor catequista do mundo. Não privilegie ninguém e trate todos com igualdade. Somos apenas instrumentos nas mãos de Deus. É Ele quem opera quem nos conduz e, através de nós, evangeliza. Seja simples, humilde e ao mesmo tempo forte e guerreiro para desempenhar a sua missão.

26 de Agosto

O catequista é alguém que dedica,  gratuitamente, momentos de sua vida a serviço do Evangelho, para que seus catequizandos aprendam a sentar-se na grande mesa da vida como servidor. O serviço do catequista é um serviço feito na gratuidade. Nenhum deles é pago para exercer o ministério da catequese. É assim que cada catequista coloca em prática o ensinamento de Jesus, dedicando gratuitamente seu tempo para que crianças, adolescentes e adultos possam encontrar o caminho na vida no Evangelho. É por isso que hoje, queremos — e mais que isso — precisamos ser agradecido a Deus pelos nossos catequistas. Agradecemos a Deus, e dizemos nosso “obrigado” a cada um deles, rezando ao Senhor, para que os recompensem porque na mesa da vida, eles escolheram ser servidores do Evangelho que oferece a vida em bundância.

E a você, Catequista, que a experiência do encontro com Jesus Cristo seja a força motivadora capaz de lhe trazer o encantamento por esse fascinante caminho de discipulado, cheio de desafios que o fazem crescer e acabam gerando profundas alegrias. Catequista, nesse dia acolha  o abraço de  gratidão das pessoas, vidas agradecidas, pela sua presença na educação da fé de crianças, adolescentes, jovens e adultos.

26 de Agosto

CATEQUISTA: PESSOA E VOCAÇÃO

1. O ser do catequista: seu rosto humano.

Antes de ser cristão, o catequista é pessoa humana, que vive a cada dia tentando responder uma intrigante pergunta existencial:“Quem sou eu?”.

Esta ânsia por descobrir a essência de nós mesmos faz parte da condição humana.

Somos pessoas humanas. Somos a plenitude da vida, somos a plenitude da criação que saiu das engenhosas mãos do Divino Arquiteto do universo.

Somos criaturas amadas por Deus, merecemos o respeito incondicional e a estima das outras pessoas e de nós mesmos. O catequista tem um rosto humano que lhe é peculiar.

Cada um é um ser único, indispensável, singular. Isso faz a diferença na criação.

Dinâmica em grupo: Numa pequena roda, vamos fazer a experiência de dizer ao grupo o próprio nome e a história que está por detrás de cada nome.

Antes de ser um ministro na vida da comunidade cristã, o catequista necessita desenvolver plenamente a vocação primeira a que foi chamado: ser gente feliz. E esta é uma obra à qual deve se dedicar toda a vida.

Um catequista mal resolvido dificilmente ajudará seus catequizandos a crescer na maturidade da fé. Como reza o princípio: “a graça supõe a natureza”.

O catequista só se realiza se estiver bem consigo mesmo, com os outros e com Deus.

Alguns aspectos são essenciais à vida humana: a vida familiar, profissional, social e sua caminhada de fé.

Vale ressaltar algumas qualidades indispensáveis ao catequista:

a) Ter amor à vida: Parece algo muito simples e óbvio, mas é uma característica marcante para o catequista. Ainda que encontre obstáculos na caminhada, o catequista deve vislumbrar a vida com otimismo e alegria: ver o mundo com os “olhos de Deus”. Quem não é capaz de vibrar com sua existência, com seu corpo e suas mais diversas dimensões como a espiritualidade, afetividade, a inteligência, as aptidões que possui, não verá beleza em nada. Estragará a sua vida ao pessimismo, ao desânimo, aos medos e às inseguranças, contagiando negativamente os que o cercam.

b) Cultivar uma espiritualidade cristã: o catequista é alguém que deixa o Espírito habitar em sua vida. Ter espiritualidade significa estar sempre aberto à ação do Espírito que age em nós. Contudo não se pode confundir espiritualidade com momentos de oração. Isso seria restringir a espiritualidade. A oração é o respiro do coração, mas a espiritualidade abraça a vida toda, em todas as suas dimensões. O catequista deve ter espiritualidade cristã no sentido de deixar o mesmo Espírito que guiou Jesus, também orientar e moldar a sua vida. Sua espiritualidade deve ser alimentada também pela Palavra de Deus, centro de tua a sua ação catequética.

c) Saber relacionar-se: O catequista também é um ministro do relacionamento humano, seu ministério deve ser ponto de abertura, encontro e convivência com os demais. Deus não nos fez solitários, mas solidários, isto significa que ninguém dá conta de ser feliz sozinho, isolado e fechado em si mesmo. O modo como o catequista se relaciona com os outros pode evangelizar ou até afastar as pessoas do caminho da fé. Há pessoas que não percebem que o egoísmo, o orgulho, a vaidade e o autoritarismo acabam afastá-los dos outros, tornando sua vida amarga e pesada demais. Catequista é alguém que prima pela convivência fraterna. É alguém que se sente bem em conviver em grupo, fazendo da comunidade, a sua segunda casa.

d) Um servidor integrado à comunidade: a catequese é um ministério eclesial, por isso, o catequista foi chamado por Deus para servir uma comunidade. Seu ministério não é poder ou status na comunidade, mas serviço à todos. O Catequista que não vive em comunhão com a comunidade e com espírito de serviço trai a sua vocação.

e) Equilíbrio Psicológico: Isso é fundamental para a vivência do ministério catequético. Problemas todos têm, no entanto, é preciso saber lidar com eles de modo maduro, sem deixar que eles nos roubem a paz e causem danos às outras pessoas. Lutar contra as carências, equilibrar as emoções, ter “jogo de cintura” para lidar com situações delicadas é necessário.

f) Espírito de Liderança: Ninguém nasce catequista, mas aprende-se a ser catequista por meio do esforço pessoal, da formação que lhe é oferecida e pela conscientização do seu papel enquanto líder de um pequeno grupo. Catequista sem espírito de liderança corre o risco de não dar conta de seus compromissos. Ser líder não quer dizer fazer tudo, ou impor sua vontade sobre os demais. Liderar implica ter iniciativas, discernimento, saber encaminhar as atividades com bom senso, acompanhando o ritmo de cada um. Um bom líder dialoga, ouve, trabalha em equipe e nunca toma decisões sozinho. Ceder, às vezes, é necessário e bastante fecundo, quando em vista de um bem maior e de um bem comum.

g) Coração de discípulo: o catequista necessita ter sempre um coração dócil e disponível para buscar a formação permanente. Deve ter olhos críticos diante dos acontecimentos e fatos do dia-a-dia, mas um coração de discípulo para buscar sempre ouvir a voz do Mestre. Sem a formação contínua, o catequista se perde no caminho, deixando de lado as exigências inerentes ao discipulado. O discípulo deve se assemelhar aos discípulos de Emaús, que tinham um coração ardente e desejoso de ouvir a explicação das Escrituras, relendo a vida a partir da Escritura.

Para cochichar dois a dois: Quais outras qualidades são indispensáveis para ser catequista hoje? Olhando para os evangelhos, quais atitudes presentes em Jesus são necessárias ao catequista?

2. O ser do catequista: seu rosto cristão.

“Neste encontro com Cristo, queremos expressar a alegria de sermos discípulos do Senhor e de termos sido enviados com o tesouro do Evangelho. Ser cristão não é uma carga, mas um dom” (DA, n. 28).

No dia-a-dia quando nasce uma criança, as pessoas correm para vê-la e logo começam as especulações: “parece mais com o pai ou com a mãe?”. A partir daí começam as constatações: “o formato da boquinha e do narizinho é da mãe”, os olhinhos puxados são do pai”, “o rostinho e da vovó e o temperamento é do pai”, etc…

O catequista tem um rosto cristão, isto quer dizer, ele possui a fisionomia de Deus. Segundo o Gênesis, fomos criados “à imagem e semelhança de Deus” (cf. Gn 1,26s). Além de uma fisionomia humana, o catequista também possui uma fisionomia cristã. Mas não vamos pensar matematicamente que o catequista tenha duas caras. O rosto humano do catequista é também cristão, ou seja, ele é gente, pessoa humana, mas também é filho de Deus, vocacionado à felicidade, ao amor e à comunhão com toda a criação.

Este projeto tão bonito de harmonia e de felicidade foi pintado no livro do Gênesis. Precisamos descobrir ali o sentido para a nossa vida e a alegria de ser filho (a) de Deus. Contudo o fato de ser cristão não quer dizer que tudo esteja pronto. Há um longo caminho a percorrer e para nós, cristãos, esta corrida se inicia no Batismo. Todos fomos criados à imagem de Deus para ser a sua semelhança: “Mas todos nós temos o rosto descoberto, refletimos como num espelho a glória do Senhor e nos vemos transformados nesta mesma imagem, sempre mais resplandecentes, pela ação do Espírito do Senhor” (2 Cor 3, 18).

3. A vocação de ser catequista

“Ser catequista é viver uma vocação característica dentro da Igreja. Ela é uma realização da vocação batismal. Pelo Batismo, todo cristão é mergulhado em Jesus Cristo, participante de sua missão profética: proclamar o Reino de Deus. Pela Crisma, o catequista é enviado para assumir sua missão de dar testemunho da Palavra com força e coragem”. Doc. 59 (Estudos da CNBB), n. 44

Ser catequista é um chamado de Deus. Deus chama por meio de acontecimentos e pessoas. Seu chamado geralmente se faz através de uma mediação. Não ouvimos a voz de Deus diretamente, nem O vemos. Deus se comunica conosco através de ”sinais” ou mediações. Pode ser uma pessoa, uma leitura, o contato com a realidade humana ou um acontecimento. Seu chamado faz um forte apelo ao engajamento, ação e ao compromisso com a Igreja.

A palavra vocação significa ação de chamar. Supõe o encontro de duas liberdades: a absoluta de Deus, que chama, e a liberdade humana, que responde a esse chamado. Qualquer pessoa pode chamar outra para dizer algo. Mas, quando usamos a palavra vocação”, estamos falando de um chamado especial de Deus e, de outro lado, uma resposta livre, pessoal e consciente do vocacionado. Vocação é algo que atinge decisivamente a existência de uma pessoa. Perceber através dos acontecimentos da história, assumir e viver fielmente a vocação é o caminho para os que desejam realizar a vontade de Deus, antes mesmo que a sua própria vontade.

A vocação é iniciativa de Deus que nos convoca para uma missão e é também resposta convicta que damos a Ele, colocando-nos à sua disposição. O catequista alguém que, com raízes na fé, na oração e na vida do povo, percebe a urgência de emprestar seu coração, sua voz, todo o seu ser a Deus e torna-se instrumento do seu amor e da sua bondade para uma comunidade. É a pessoa que continua o caminho aberto por tantos profetas, apóstolos, discípulos e discípulas de Jesus que deram a vida pela causa do Evangelho.

Para partilhar: Como senti o chamado de Deus para ser catequista? Quais os meios (mediações) que Deus se utilizou para me chamar?

A vocação do catequista é, antes de tudo, profética. Como um verdadeiro proclamador da Palavra, o catequista é chamado a ser a antena de Deus no meio do seu povo, captando os sinais de vida e de morte e apresentando sempre a pessoa de Cristo como referência e caminho seguro. Ser catequista-profeta exige firmeza, coragem para apontar tudo aquilo que contraria a vontade de Deus; requer testemunho que fala mais do que as próprias palavras. É sondando a vida de seu povo que o catequista descobre os apelos que Deus lhe faz e se sente verdadeiramente chamado por Ele e pelas pessoas que dele precisam.

Uma vocação só se mantém numa autêntica espiritualidade. Sem intimidade com Deus e capacidade de acolher a sua vontade, tantas vezes misturada à dura realidade da vida, nenhuma vocação amadurece, nenhum catequista dá conta de sua missão. Por isso mesmo, a vida de oração é fundamental para sustentar o ministério do catequista. E não somente a oração particular, mas a participação na comunidade que reza e celebra sua fé, a meditação constante da Bíblia e a experiência de Deus que se faz, de modo especial, no amor aos mais pobres e necessitados.

A descoberta e vivência da vocação do catequista se dão na Igreja, na vida em comunidade. Toda missão catequética deverá ter a consciência de que o catequista é Igreja e atua sempre em nome dela. Sendo catequista do povo, exercerá sua missão com a sensibilidade de quem conhece bem a realidade do mundo, ouve os clamores de sua gente e é capaz de levar sempre uma proposta que encontre eco no coração das pessoas.

O documento Catequese Renovada (CR) já lembrava: “integrado na comunidade, conhece sua história e suas aspirações e sabe animar e coordenar a participação de todos” (CR 144); “é porta-voz da experiência cristã de toda a comunidade” (CR 145). Assim, ele vence qualquer isolamento ou individualismo.

Sua vocação será tanto mais compreendida e vivida com alegria, quanto mais o catequista fizer a experiência fraterna no grupo de catequistas e na sua comunidade.

O medo é um grande obstáculo à vivência de uma vocação madura. Muitas pessoas deixam de servir a Deus e aos irmãos, renunciando à própria felicidade, porque têm medo de fracassar, de não serem compreendidos. É preciso crescer na certeza de que a obra é de Deus e, se Ele nos convida para o seu serviço, também nos dá as graças necessárias para bem realizá-lo. O medo e a insegurança não podem ser obstáculos a uma resposta positiva ao chamado de Deus. O catequista consciente de sua vocação e da beleza de sua missão, é alguém que serve a sua comunidade com alegria. Ele sabe que não é um funcionário da Igreja, mas voluntário e alegre servidor do Reino que procura fazer tudo com muito amor.

É aquele que contagia os outros com seu entusiasmo. Vibra diante dos desafios que encontra, pois sabe que Deus o colocou ali para abrir caminhos, para semear a esperança, para construir a vida.

Vamos recordar algumas pessoas que são estímulo para a nossa vocação.

São testemunhos de pessoas que, tocadas pelos apelos da vida, pelos acontecimentos da história, da sua comunidade e do seu povo responderam corajosamente ao chamado de Deus:

Abraão (Gn 12, 1-9; 15,1-20): A vocação de Abraão está ligada à história de cada vocação: sair de si mesmo para construir um mundo melhor. Deus o chamou para liderar o projeto da formação do povo de Deus.

Moisés (Ex 3,1-12; 6,2-13): Foi chamado para ser animador do povo. Foi chamado especificamente para ser instrumento da libertação de Deus para o povo.

Jeremias (Jr 1, 4-10; 15,10-21): Jeremias, como os demais profetas são chamados para o anúncio da Palavra e para a denúncia das injustiças, dando a própria vida.

Para aprofundar: Tem algum relato de vocação na Bíblia que me chama a atenção? Vamos procurar mais um exemplo de vocação que possa iluminar a vocação do catequista?

Um apoio para a reflexão:

“O fruto da evangelização e da catequese é fazer discípulos, acolher a Palavra, aceitar Deus na própria vida, como dom da fé. O seguimento de Jesus Cristo realizase na comunidade fraterna. O discipulado, como aprofundamento do seguimento, implica renúncia a tudo o que se opõe ao projeto de Deus” (DNC 34).

“A Catequese é um ato essencialmente eclesial. Não é uma ação particular. A Igreja se edifica a partir da pregação do evangelho, da catequese, da liturgia, tendo como centro a celebração da Eucaristia. A catequese é um processo formativo, sistemático, progressivo e permanente de educação da fé. Promove a iniciação vida comunitária, à liturgia e ao compromisso pessoal com o Evangelho. Mas prossegue pela vida inteira, aprofundando essa opção e fazendo crescer no conhecimento, na participação e na ação” (DNC 233).

“Conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa eu o Senhor nos confiou ao nos chamar e nos escolher” (DA 18).

“Aos catequistas, delegados da Palavra e animadores de comunidades que cumprem uma magnífica tarefa dentro da Igreja, reconhecemos e animamos a continuarem o compromisso que adquiriram no batismo e na confirmação” (DA 211).

“Quanto à situação atual da catequese, é evidente que tem havido um progresso. Tem crescido o tempo que se dedica à preparação para os sacramentos. Tem-se tomado maior consciência de sua necessidade tanto nas famílias como entre os pastores. Compreende-se que ela é imprescindível em toda formação cristã. Tem-se constituído ordinariamente comissões diocesanas e paroquiais de catequese. É admirável o grande número de pessoas que se sentem chamadas a se fazer catequistas, com grande entrega. A elas, esta Assembléia manifesta um sincero reconhecimento” (DA 295).

“A catequese não deve ser só ocasional, reduzida a momentos prévios aos sacramentos ou à iniciação cristã, mas sim “um itinerário catequético permanente” (DA 298).

“O encontro com o Ressuscitado transforma o medo em coragem; a fuga em empolgação; o retorno em nova iniciativa; o egoísmo em partilha e compromisso até a entrega da vida” (Texto Base do Ano Catequético, n. 3).

“A catequese, começando pela iniciação cristã e chegando a constituir-se em um processo de formação permanente, é caminho de encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, que é capaz de mudar nossa vida, levar ao engajamento na comunidade eclesial e ao compromisso missionário. Quem se encontra com ele, põese a caminho em direção aos irmãos, à comunidade e à missão. (Texto Base do Ano Catequético, n. 6).

O Ministério da Catequese

“Como bons administradores da multiforme graça de Deus, cada um coloque à disposição dos outros o dom que recebeu” (1Pd 4,10).

A palavra ministério tem um amplo significado. Ela condensa toda a ação de Jesus que veio servir a humanidade e inaugurar o Reino, concretizando a vontade divina de que “todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10). Da missão de Jesus, “pro-segue” a Igreja, chamada a servir o mundo e proclamar a libertação e a salvação para todos. Ministério é “um carisma em forma de serviço reconhecido pela Igreja” (Bruno Forte).

O ministério é um compromisso dado pela Igreja aos fiéis que desejam servir com responsabilidade a missão que lhes é confiada. A Igreja reconhece que, no conjunto de ministérios e serviços com os quais ela realiza a sua missão evangelizadora, ocupa lugar destacado o ministério da catequese” (DNC 39).

O ministério da catequese nasce e cresce dentro de uma comunidade eclesial e da necessidade de preparar os cristãos para dar uma resposta de qualidade ao seguimento de Jesus.

Paulo catequista e servidor da Igreja aconselha: “Temos, porém, dons diferentes segundo a graça que nos foi dada, seja a profecia, de acordo com a fé, seja o ministério, para servir. Se for o dom de ensinar, que ensine; se for o dom de exortar, que exorte. Se o de distribuir esmolas, faça-o com simplicidade. Se o de presidir, presida com zelo.

Se o de exercer misericórdia, que o faça com alegria” (Rm 12,6-8). O ministério do catequista ocupa uma importante missão dentro da Igreja, na obra da evangelização, onde se diferencia dos outros ministérios, pois o catequista é um educador da fé, que utiliza a pedagogia do mestre de Nazaré, respeitando o tempo, a idade e a capacidade de cada catequizando. A missão catequética é exercida em nome da Igreja, o que significa que o catequista deve orientar não a seu bel prazer, mas de acordo com as orientações da Igreja. Quem fala em nome da Igreja deve também ser reconhecido por ela.

O papa João Paulo II, dizia: “Mesmo com a multiplicação dos serviços eclesiais e extra-eclesiais, o ministério dos catequistas permanece ainda necessário e tem características peculiares: os catequistas são agentes especializados, testemunhas diretas, evangelizadores insubstituíveis, que representam a força basilar das comunidades cristãs” (RM 73). A catequese é uma dimensão que deve estar presente em todos os campos da ação evangelizadora da Igreja. Ela também é itinerário e processo de educação da fé. Deus chama seus filhos e filhas para exercerem o múnus (serviço) profético, sacerdotal e real a serviço da construção do Reino.

O termômetro de uma comunidade está na dedicação máxima ao serviço catequético, no zelo pela formação de qualidade dos seus catequistas, pois na realidade cultural, social e histórica em que vivemos, necessitamos de cristãos qualificados para transmitir a mensagem cristã, na formação de novos seguidores de Jesus, que sejam capazes de dar a vida pelo Evangelho.

É o que diz o Diretório Nacional de Catequese: “A catequese consolida a vida da comunidade. Por isso, a Igreja é convidada a consagrar à catequese os seus melhores recursos de pessoal e energias, sem poupar esforços, trabalhos e meios materiais, a fim de a organizar melhor e de formar, para a mesma, pessoas qualificadas” (DNC 235).

Hoje há uma forma de reconhecimento e compromisso mais oficial com a instituição do ministério do catequista, não só como ministério reconhecido, mas instituído: Aos catequistas reconhecidamente eficientes como educadores da fé de adultos, jovens e crianças, e dispostos a se dedicarem por um tempo razoável à atividade catequética na comunidade pode ser conferido oficialmente o ministério da catequese” (DNC 245).

Contudo isso não quer de forma alguma trazer uma conotação de poder e status.

Como o próprio Senhor alertou seus discípulos: “Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. Mas, entre vós, não deve ser assim: quem quiser ser grande, seja vosso servo; e quem quiser ser o primeiro, seja escravo de todos. Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos” (Mc 10, 42-45). Aquele que não recebeu oficialmente o ministério também continua sendo ministro da Palavra e da Catequese, porque é um servidor da comunidade.

Pois seu mandato continua brotando do testamento espiritual do Senhor na última ceia: “Dei-vos o exemplo para que façais o mesmo que eu vos fiz. (…) Nisto todos reconhecerão que sois meus discípulos se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,15.35). Há quem diga que o ministério da catequese foi instituído para acabar com a problemática da rotatividade dos catequistas. Será que isso será suficiente para sanar essa lacuna? Outros problemas também emergem e desafiam a catequese na vida da Igreja.

É o que veremos a seguir.

Proposta de atividade em grupo:

Re-inventar a catequese com o entusiasmo de quem descobriu o tesouro e quer ser um discípulo apaixonado pelo Reino.

Proclamação do Evangelho segundo Mateus (Mt 13,44-46):

O Reino dos Céus é como um tesouro escondido num campo. Alguém o encontra, deixa-o lá bem escondido e, cheio de alegria, vai vender todos os seus bens e compra aquele campo.

O Reino dos Céus é também como um negociante que procura pérolas preciosas. Ao encontrar uma de grande valor, ele vai vende todos os bens e compra aquela pérola.

Para refletir:

“Há uma história de um homem que corre ao encontro de um monge que está passando pela aldeia: ‘Dê-me a pedra, a pedra preciosa!’ O monge diz: ‘De que pedra você está falando?’ O homem: ‘Ontem à noite, Deus me apareceu em sonho e disse: Um monge estará passando pela aldeia ao meio-dia de amanhã, e se ele lhe der uma pedra que leva consigo, você será o homem mais rico do país. Então, dê-me a pedra!’ O monge remexeu no saco e tirou um diamante. O maior diamante do mundo, do tamanho da cabeça de um homem! E disse: ‘É essa pedra que você quer? Eu a encontrei na floresta. Tome-a’ O homem agarrou a pedra e saiu correndo para casa. Mas não pôde dormir aquela noite. Na manhã seguinte, muito cedo, foi onde o monge estava dormindo, debaixo de uma árvore, acordou-o e disse: Aqui está o seu diamante de volta. Quero a riqueza que o torna capaz de jogar a riqueza fora’. Isso é o que temos de descobrir se quisermos achar a alegria” (Anthony de Mello).

Partilhar em grupo:

1. Qual é o seu verdadeiro tesouro, sua alegria?

2. A partir das parábolas, o que é catequizar? Nossos encontros, nosso ministério e nossa vida revelam que somos pessoas que encontraram a verdadeira alegria?

3. Qual a maior riqueza da catequese? O que fazer para ajudar catequista e catequizando a encontrar a verdadeira alegria?

4. Uma frase que sintetize a idéia do grupo sobre esse texto.

“O segredo da vida não é correr atrás das borboletas. Mas cuidar do jardim, de modo que elas venham até você”

Mário Quintana

2. Desafios para o ministério do Catequista

“Adormeci e sonhei que a vida era alegria; despertei e vi que a vida era serviço; servi e vi que o serviço era alegria” (R. Tagore).

Um dos maiores problemas enfrentados pela catequese hoje é a formação permanente. Muitos não participam ativamente, inserindo-se na comunidade e em comunhão com a Igreja que conferiu o mandato de catequista. A consequência da falta de compromisso com a formação continuada será a educação de cristãos desvinculados da vida e da comunidade, para uma prática descompromissada e individualista.

Além da problemática da formação, encontramos diversas realidades que a catequese se depara:

Crianças e jovens que encontraram na família um ambiente propício para a iniciação cristã e outras não.

Catequizandos que foram iniciados aos sacramentos, mas não foram devidamente iniciados à vida comunitária.

Diversidade quanto à realidade vivida pelos catequizandos.

Famílias em situações irregulares diante das leis da Igreja.

Pessoas cada vez mais sedentas de Deus e de um caminho de fé.

Pluralidade de religiões e seitas numa sociedade cada vez mais global e excludente.

Grande rotatividade de catequistas.

Faltam catequistas preparados para o ministério na Igreja.

Falta de um maior conhecimento bíblico e teológico.

É muito comum ouvir nas ruas que as pessoas não querem compromisso. Mas isto vira filme de terror, quando ouvimos da boca de um catequista: “se for pra exigir algo mais sério eu desisto de ser catequista!”. Se for um trabalho que exige tempo, disponibilidade e perseverança as pessoas e até os catequistas tentam dar um jeitinho para saírem de fininho. Não querem, não gostam, não se sentem autenticamente motivados.

Numa conversa bastante franca pode-se dizer que não é só a catequese que empenha sacrifício, capacidade para aprender e uma boa dose de motivação. Tudo na vida requer isso, inclusive o trabalho e o casamento. Será que as pessoas estão realmente conscientes disso? Muitos fazem suas opções sem terem consciência das consequências de suas escolhas.

A maioria das pessoas hoje quer optar por uma vida fácil, descomprometida e sem muita dor de cabeça. Será que a nossa fé cristã admite sustentar uma visão dessas? Ser cristão, não só de nome, implica em assumir pra valer o mesmo caminho de Jesus, um caminho que dá sentido à vida, que traz felicidade, mas que tem as suas renúncias, que requer doação, discernimento e coragem. Só quem ama verdadeiramente, está disposto a correr todos os riscos para oferecer maior qualidade de vida para os outros.

Isto fez Jesus: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos” (Jo 15,13). Quem não segue este mesmo caminho, trai a sua fé e engana a si próprio num caminho de aparências e desventuras.

Em meio aos desafios, as Diretrizes Gerais para a Catequese já apontam para a catequese como uma ação prioritária na Igreja: “a formação catequética é prioridade absoluta, e qualquer atividade pastoral que não conte para a sua realização, com pessoas realmente formadas e preparadas, coloca em risco a sua qualidade” (DGC 234).

O ministério do catequista não pode ser de modo algum uma atividade improvisada, espontânea e momentânea.

Para responder aos desafios faz-se necessário elencar alguns critérios importantes para ser catequista na Igreja:

Ser jovem (acima de 15 anos) ou adulto, que tenha recebido os sacramentos de iniciação cristã.

Alguém que tenha passado por uma formação inicial para ser catequista.

Uma pessoa bem integrada consigo mesma, equilibrada em sua afetividade e sexualidade.

Seja uma pessoa aberta e disponível para viver a comunhão com os demais membros da comunidade que atuam em pastorais, movimentos e ministérios na Igreja.

Tenha discernimento e boa conduta, habilidade para corrigir e humildade para servir.

Saiba exercitar a paciência, por meio do respeito e da tolerância ao diferente.

Seja uma pessoa alegre, com coração de discípulo para aprender e um místico para experimentar a presença de Deus pela oração.

Seja membro ativo de sua comunidade, que participa e celebra a sua fé, testemunha a caridade e a esperança.

Seja um pessoa de fácil convivência, de bom relacionamento e bonita amizade com os demais catequistas.

Saiba acolher os catequizandos e conviver com a diferença, sem perder sua identidade de pessoa, cristão e ministro da Igreja.

Esteja aberto e atento à formação permanente, para crescer cada dia a mais no discipuladomissionário de Jesus.

Tenha grande estima pela catequese, deixando transparecer sua paixão pela catequese no anúncio-testemunho da Palavra de Deus.

3. O ministério da coordenação na Catequese

Não tem sentido pensar o ministério se não refletir também a necessidade de haver uma coordenação na catequese. Justamente por contar com inúmeros voluntários no serviço da catequese, é importante que haja um trabalho de coordenação das atividades e das pessoas envolvidas neste processo, a fim de que todos caminhem em busca de um mesmo objetivo e coloquem seus esforços numa mesma direção.

O que sugere a palavra coordenar? Qual seu significado? Coordenar é:

Exercer a missão de pastor que conduz, orienta e encoraja (cf. Jo 10,10).

Articular pessoas, estruturas e atividades.

Servir, em lugar de dominar.

Buscar os pontos comuns em função da unidade.

Incentivar a participação e a colaboração de todos.

Saber administrar conflitos e tensões.

Amar e doar seu tempo com prazer.

Saber trabalhar em equipe.

Abrir espaço para o diálogo.

Saber dividir tarefas e responsabilidades.

Segundo o Diretório Nacional de Catequese, a coordenação é uma “co-operação”, uma ação em conjunto, de co-responsabilidade conforme os diversos ministérios. Jesus é a fonte inspiradora na arte de coordenar. Ele não assumiu a missão sozinho. Fez-se cercar de um grupo (…) Em Jesus, o ministério da coordenação e animação caracteriza-se pelo amor às pessoas e pelos vínculos de caridade e amizade. Ele conquista confiança e delega responsabilidades” (DNC 314).

Todo catequista acaba realizando a missão de ser um líder, um coordenador entre os seus catequizandos. Contudo queremos apontar para o trabalho de uma equipe de coordenação de catequese em uma paróquia ou comunidade. O bom desempenho da catequese depende sempre de uma boa coordenação. Isto quer dizer que o coordenador não pode caminhar sozinho, decidindo tudo sem contar com a participação do seu grupo.

A coordenação procura integrar todos os participantes do processo catequético: catequistas, pais, catequizando e a comunidade. Esse bom entrosamento é importante para que a catequese cresça quanto à formação, relacionamento humano-afetivo, escuta, diálogo, espiritualidade, comunhão e comunicação.

Quais as qualidades essenciais para a o serviço da coordenação? São elas:

Humildade para assumir este ministério como missão que brota da experiência de vida cristã comunitária (DNC 318).

Gratuidade (Não é o coordenador que se escolhe, ele é escolhido pela comunidade).

Responsabilidade e consciência de suas funções e atribuições.

Vontade de aprender: seguindo a metodologia do aprender a fazer fazendo.

Sabedoria para valorizar os que os outros catequistas têm de especial, suas capacidades, virtudes, dons e carismas.

Capacidade de escutar, animar e contagiar a todos pelo entusiasmo.

Discernimento para tomar decisões e criatividade para ter iniciativas.

Capacidade para aprender, buscar treinamentos e formação.

Vejamos também as ações concretas da coordenação de catequese na paróquia:

Estar em sintonia com as orientações e encaminhamentos da coordenação diocesana e setorial.

Estar integrada e presente no Conselho Paroquial de Pastoral (CPP).

Promover momentos de estudo, semana catequética, confraternização, retiros.

Fazer chegar à coordenação setorial e arquidiocesana decisões, problemas, conflitos, reivindicações e conquistas.

Conhecer a realidade da catequese (crianças, adolescentes, jovens, pessoas com deficiência e adultos).

Planejar a catequese (inscrição, turmas, temas para formação).

Promover encontros de formação com catequistas e partilha das experiências.

Encontros com os pais.

Dinamizar o trabalho catequético na comunidade paroquial.

Estar em sintonia com os coordenadores das comunidades e o padre responsável.

Abrir espaços para planejamento de atividades e avaliação da caminhada.

Participar dos encontros da coordenação setorial e arquidiocesana.

Integrar a catequese na caminhada da paróquia, especialmente com outras pastorais afins (Pastoral Familiar, da Criança, da Juventude, Vocacional, Coroinhas e Acólitos, etc).

4. A arte de liderar

A palavra liderar significa, em sua raiz, “ir, viajar, guiar”. Liderança implica sempre num movimento. Os líderes “vão primeiro”, são pioneiros. Iniciam a busca de uma ordem. Aventuram-se em território inexplorado e nos guiam em rumo a lugares novos e desconhecidos. O papel do líder é nos conduzir a lugares onde nunca estivemos antes.

Ser líder não é uma herança genética, nem determinação do destino. É algo que se pode aprender, exercitar e aperfeiçoar pela prática. Trabalhando com valores, confiança e desafios, é possível criar oportunidades no contexto do desempenho cotidiano e fazer delas seu campo de treinamento. E, com a prática poder até transformar a liderança em um novo modelo de vida, como fez Jesus.

Liderar não é uma tarefa fácil, é algo que exige muita paciência, disciplina, humildade, respeito e compromisso. Desta forma, pode-ser definir liderança como o processo de dirigir e influenciar as atividades relacionadas às tarefas da equipe. No início do século quando se pensava em liderança a primeira coisa que vinha a mente era algo do tipo mandar, exigir, em outras palavras uma liderança autocrática. Em nossos dias mencionada a palavra liderança associamos a uma trabalho singular. Alguns teóricos sobre o estudo de liderança procuraram verificar a influência causada por três diferentes estilos de liderança nos resultados de desempenho e no comportamento das pessoas.

Os autores abordaram três estilos básicos de liderança: a autocrática, a liberal e a democrática.

Liderança autocrática: o líder centraliza totalmente a autoridade e as decisões. Os subordinados não têm nenhuma liberdade de escolha. O líder autocrático é dominador, emite ordens e espera obediência cega dos subordinados. Os que se sujeitam à liderança autocrática tendem a apresentar maior volume de trabalho produzido, mas com evidentes sinais de tensão, frustração e agressividade. O líder é temido pelo grupo, que só trabalha quando ele está presente. A liderança autocrática enfatiza somente o líder. Este tipo de liderança na vida eclesial é desastrosa, porque só traz medos e inseguranças. Para a catequese também não ajudaria por que essa liderança não gera protagonistas!

Liderança liberal: o líder permite total liberdade para tomada de decisões individuais ou grupais, participando delas apenas quando solicitado pelo grupo. O comportamento do líder é sempre “em cima do muro” e sem firmeza. Os que se sujeitam à liderança liberal podem apresentar fortes sinais de individualismo, divisão do grupo, competição, insatisfação, agressividade e pouco respeito ao líder. O líder é ignorado pelo grupo. A liderança liberal enfatiza somente o grupo. Esse tipo de liderança também só tem a prejudicar a caminhada da comunidade. A catequese também não funcionaria desse modo.

Liderança democrática: o líder é extremamente comunicativo, encoraja a participação das pessoas e se preocupa igualmente com o trabalho e com o grupo. O líder atua como um facilitador para orientar o grupo, ajudando na definição dos problemas e nas soluções, coordenando as atividades e sugerindo idéias. Os que se sujeitam à liderança democrática apresentam boa quantidade de trabalho e qualidade surpreendentemente melhor, acompanhadas de um clima de satisfação, integração grupal, responsabilidade e comprometimento das pessoas. Esse é o tipo de liderança que se espera florescer no ambiente eclesial e catequético.

James C. Hunter, autor da obra “O Monge e o Executivo” traz propostas que é chamada de liderança servidora, que tem como teoria: liderar significa servir. Jesus sempre exercia liderança por meio de autoridade e não de poder, ou seja, as pessoas seguiam Jesus por livre espontânea vontade. Quando se usa o poder você obriga as pessoas a fazerem sua vontade, mas quando se usa a autoridade, as pessoas fazem o que quer de boa vontade, por sua influência pessoal.

Outro princípio bíblico é aprender a servir, que requer do líder humildade de encarar as mesmas tarefas feitas por seus subordinados. Na prática, ao serem incorporadas essas atitudes como liderança servidora, partilhar poder e valorizar o desempenho das pessoas na equipe tudo isso leva as pessoas a ter um bom êxito em tarefas desafiantes. Isso faz toda a diferença.

ESPIRITUALIDADE DO CATEQUISTA

1. O que é mesmo Espiritualidade?

Para aquecer a conversa: O que você entende por espiritualidade? Espiritualidade só tem a ver com Igreja e com Deus?

Espiritualidade tem muito a ver com o sentido que damos à vida, aos fatos e acontecimentos. A interpretação que damos a tudo o que vemos é fruto do tipo de espiritualidade que cultivamos.

O modo como encaramos as coisas e a leitura que fazemos da realidade depende do tipo de espiritualidade que cultivamos. Isso significa que a espiritualidade influencia a maneira de enxergar o mundo e as coisas ao nosso redor.

Espiritualidade vem de Espírito, ou seja, uma força que envolve todo o ser da pessoa. Assim, espiritualidade é justamente o nosso modo de perceber o “espírito” do que acontece à nossa volta. A espiritualidade nos faz entender o que há de transcendente ao nosso redor. Na vida do cristão, a espiritualidade é a vivência da fé sob o impulso do Espírito Santo.

É deixar o Espírito Santo motivar, animar, impulsionar a vida pessoal, o relacionamento com os outros, a vida da comunidade, da família.

O Espírito anima, impulsiona, provoca unidade, energia e ardor. É o Espírito que faz o homem através do batismo tornar-se filho de Deus, e deixando-se guiar por Ele, torna-o capaz de entrar em diálogo, recebendo o convite à profissão de fé. Respondendo ao chamado, o coração se encherá do seu amor, provocando um estilo de vida.

A espiritualidade faz com que eu deixe o Espírito Santo inspirar o meu modo de pensar e animar todo o meu agir. Pela espiritualidade cristã assumimos um estilo de vida, um jeito de viver, um modo de estar no mundo. A espiritualidade cristã é a espiritualidade de Jesus, segundo seu Espírito. É viver a como ele viveu, fazer o que ele fez, viver o que ele viveu, assumir o seu projeto.

É servir aos irmãos. É comprometer-se com o Reino de Deus como Jesus se comprometeu. Somente a força de Deus, o viver segundo o Espírito, nos faz sair de nós mesmos para nos colocar a serviço de uma causa em favor da vida. Sem esse impulso de Deus é impossível realizar um serviço duradouro e comprometido com o seu Reino.

Sem uma espiritualidade profunda, tudo vai perdendo o seu sentido. O desânimo, o comodismo, a tristeza, o abatimento, a omissão vão invadindo e tomando conta de nossa vida.

A espiritualidade nos torna dinâmicos, firmes na fé e perseverantes na missão de seguir Jesus Cristo. Assim, espiritualidade não é abstração, distanciamento dos fatos, da realidade, mas é viver, testemunhar e agir neles segundo o Espírito de Deus.

Espiritualidade não é uma parte da vida, mas a vida inteira guiada pelo Espírito de Deus. Quem deseja viver uma espiritualidade autêntica não pode ficar parado, fechado às moções, aos apelos do Espírito Santo, não pode fechar-se em si mesma ou nas suas convicções.

O Espírito é sempre questionador, impulsionador, animador. Espiritualidade cristã é um estilo de vida que deve ser construído diária e permanentemente, é um exercício, um caminho de busca.

É um itinerário na busca de Deus através de Jesus Cristo, no compromisso de gerar vida e justiça para todos. Vale lembrar que não há apenas um tipo de espiritualidade, mas várias espiritualidades.

Há a espiritualidade do leigo, do monge, do padre, da religiosa, do franciscano, do redentorista, do budista, do muçulmano, do catequista e assim por diante. E cada um tem uma espiritualidade que lhe é própria.

Espiritualidade não consiste simplesmente na realização de exercícios devocionais religiosos, mas num modo de posicionar-se na vida e ver todas as coisas.

Já dizia o poeta Exupéry, no Pequeno Príncipe: “só se vê bem com o coração: o essencial é invisível aos olhos”. Pois bem, a espiritualidade consiste em olhar o mundo com os olhos do coração.

A espiritualidade ajuda o catequista a ter maior intimidade com Deus, a crescer no seguimento de Jesus como seu discípulo e a viver com coerência seu projeto de vida cristã.

Uma comparação significativa:

Poderíamos comparar a espiritualidade à raiz de uma árvore. Mas não basta uma espiritualidade se não houver uma mística própria. A mística é a seiva que vem das raízes e percorre toda a árvore.

A Mística nos move para a realização do projeto de Deus. Ela dá sabor à espiritualidade.

O profeta Jeremias percebeu intensamente a mística do seu ministério: “Tu me seduziste Senhor e eu me deixei seduzir” (Jr 20,7-13). Ora, na mística, quem não se deixa seduzir por Deus acaba sendo seduzido por si mesmo.

A oração é como que a folhagem da árvore. É ela que faz a árvore respirar e se manter sempre viva e verdejante.

2. Espiritualidade do Seguimento para o Catequista-Discípulo Missionário

“Como discípulos e missionários de Jesus, queremos e devemos proclamar o Evangelho, que é o próprio Cristo. (…) somos portadores de boas novas para a humanidade, não profetas de desventuras” (DA 30).

A espiritualidade cristã rima com missão e seguimento. Deixar-se guiar pelo Espírito que animou Jesus em sua missão é o propósito para aquele que deseja se colocar no caminho do discipulado-missionário de Jesus.

No ponto de partida da espiritualidade do seguimento se opera um encontro com o Senhor.

Os Evangelhos nos relatam que Jesus chama os discípulos: “segui-me e eu vos farei pescadores de homens” (Mc 1,17; Mt 4,19; Jo 1,43). A convocação ao discipulado apresenta um caráter absoluto e incondicional. Não há possibilidade de meios-termos.

A resposta dos discípulos é imediata: “e deixando as redes o seguiram” (Mc 1,18); “e eles, deixando o pai Zebedeu no barco com os empregados, partiram em seu seguimento” (Mc 1,20).

Deixar as redes e o pai significa deixar tudo, romper com a vida anterior. É romper com a tradição e com as seguranças do mundo. O discípulo renuncia tudo isso para acolher a novidade do chamado que se faz urgente e necessário. O seguimento implica igualmente uma exigência de renúncia de si, o que significa descentrar-se para centrar-se em Jesus (Mc 8,34). Esse “desenraizamento” para o discipulado significa um “deixar” em função de receber em dom um mundo novo, uma nova existência.

A nossa sociedade tem necessidade de testemunhas apaixonadas por Cristo e seu evangelho, que fazem experiência de Deus e transmitam com a vida. No mundo secularizado em especial os jovens, eles tem sede de autenticidade, questionando se realmente acreditamos no que anunciamos, e se vivemos o que acreditamos e se anunciamos realmente o que vivemos? Na medida em que é ponto de partida para o seguimento, a conversão instaura um dinamismo de vida movido pelo Espírito, que provoca uma saída de si mesmo e uma abertura para Deus e os outros. Junto com a conversão vem a sede de viver em sintonia com a proposta evangélica.

A fidelidade ao seguimento de Jesus convoca ao êxodo e ao compromisso. Aquele que se instala, se acomoda, deixa de ser seguidor de Jesus. O seguimento é disponibilidade, capacidade de mudança. O critério fundamental é pôr-se a caminho com Jesus.

O seguimento, enquanto êxodo, não significa somente “estar onde está Jesus”, mas trilhar os seus caminhos. O cego Bartimeu que estava sentado à beira do caminho, provocado pela presença de Jesus, abandona a condição de estabilidade, deixando o que era tudo para ele (sua capa, seu mundo) para caminhar com Jesus (cf. Mc 10,46-52). “Não há fé onde não há seguimento de Jesus; e não há seguimento de Jesus onde não há movimento” (Jose Castillo).

A proximidade é traço essencial da espiritualidade do discípulo. Seguir alguém em seu significado mais profundo quer dizer “estar próximo”, “estar junto” de quem convoca à caminhada. Marcos salienta que Jesus constituiu os seus discípulos para que “ficassem com ele, para enviá-los a pregar” (Mc 3,13).

Seguir Jesus significa manter uma relação de proximidade com ele: “estar com Jesus”.

É a viva experiência descrita na parábola da videira: “permanecei em mim” (Jo 15,4). A experiência da proximidade com o Senhor é uma experiência de gratuidade.

É semelhante ao namoro: quando se ama, há sempre a necessidade de permanecer na presença do amado. O tempo da gratuidade é o tempo do calar, do silêncio e do encontro amoroso com Deus. É muito importante cultivar as condições para se “estar com o Senhor”, entregar-se a ele no silêncio e na contemplação para que o ministério catequético seja cada vez mais fecundo.

3. A oração: alimento para a espiritualidade

“No suor dos teus dias, usa a oração sem mostrá-la. Na oração falas com Deus, no serviço Deus te fala”.

A oração faz parte da espiritualidade. Porém, não é a mesma coisa que espiritualidade. Esta é mais do que a oração. Podemos fazer oração, mas não termos espiritualidade. É o caso da oração que separa fé e vida, que se isola da história. Torna-se oração descomprometida com a vida, oração sem a presença e a abertura verdadeira para Deus.

A oração para ser parte da espiritualidade deve ser vivida, testemunhada. Ela deve criar uma relação amorosa com Deus, uma intimidade. É a oração que vai alimentar, nutrir e fortalecer a espiritualidade.

Para melhor entendermos, vale lembrar a analogia do amor conjugal que a Bíblia tanto usa. A autenticidade dos momentos de especial intimidade do casal humano, como expressão de amor, depende muito de como eles vivem o ritmo mais comum e permanente da vida a dois.

Beijo de gente que se ama vinte e quatro horas por dia, é diferente de quem busca o outro apenas para uma satisfação passageira.

Seria muito estranho se o casal dispensasse momentos de maior intimidade com desculpas do tipo: Não precisa! Já moramos juntos na mesma casa.

Estamos cansados de saber que nos queremos bem”… Ora, que quem entra por este caminho acaba esfriando e esvaziando o relacionamento conjugal. O amor vai definhando por falta de gestos concretos de carinho e reciprocidade.

Assim também ocorre com a oração. Somente uma vida de oração pode dar consistência aos momentos específicos de intimidade com Deus. A oração é o combustível para a dinâmica do encontro permanente com Deus e da leitura da sua presença nas mais diferentes situações.

Para o teólogo Marcelo de Barros, a oração é uma experiência integradora: “cuidar da oração é olhar de novo a raiz de nossa vida, de nossas opções e trabalhos e garantir a saúde da árvore inteira”.

Importante é perceber a oração como experiência de amor. Ela, como diz Santa Teresa de Jesus, “não é nada mais do que um íntimo relacionamento de amizade a sós com aquele que nos ama”.

O caminho da espiritualidade supõe esforço, exercício (ascese), uma certa disciplina, porque a oração não é algo instintivo, que nos vem de dentro. Ela exige seu tempo, seu lugar. Se não se impõe certa disciplina, a oração acaba sendo prejudicada. Daí a importância de abrimos espaços permanentes na nossa prática pastoral para esse encontro pessoal e profundamente com Senhor (encontro também comunitário). Momento para a pessoa se trabalhar, penetrar na profundidade do mistério.

Temos que nos sentir “seduzidos” pela profundidade do encontro, e reviver a experiência de Jeremias: “Tu me seduziste, Senhor, e eu me deixei seduzir” (Jr 20,7.

4. Espiritualidade e imagens de Deus

Não é difícil perceber como o nosso jeito de ser, de rezar, de interpretar os fatos está intimamente ligado a imagem de Deus que cultivamos. Sabemos que qualquer idéia ou definição de Deus será sempre incompleta, imperfeita, parcial. Por isso temos Jesus, revelação do Pai. Muitas vezes nossas atitudes deixam de revelar um Deus-Amor e Misericórdia e acabam por imprimir uma imagem de um Deus severo, juiz e castigador. A experiência e a imagem que temos de Deus pode influenciar determinantemente a experiência e a imagem que nossos catequizandos podem ter de Deus.

Um discernimento constante nos ajudaria a perceber nossas reais motivações para a vivência de nossa espiritualidade.

Sempre cabe perguntar: Isto que estou fazendo ou sentindo, apontam para que tipo de imagem de Deus? Essa imagem é a do Deus revelado por Jesus ou é o retrato distorcido daquilo que Deus é em sua essência?

Vamos comentar: Que imagens de Deus sugerem os quadros abaixo?

Dia do Catequista

Espiritualidade é:

É descobrir a providência divina nas dificuldades diárias

Desde a alegria de ter nascido até a respiração que faço agora

É sentir Deus no abraço de uma criança

É ir dormir morrendo de cansaço, mas feliz por ter sentido Deus no serviço ao outro

É ver noticiários de pessoas que fazem algo bom e se alegrar com isso

É perguntar: Senhor, o que queres que eu faça?

5. Dimensões da Espiritualidade do Catequista

“Sem uma espiritualidade que acalente e alimente, o nosso trabalho como catequistas torna-se mero ativismo”

Há diversas “espiritualidades”, muitos dons e serviços diferentes, mas um só o Espírito Santo que anima tudo e todos. (1Cor 12,4-11). Deste modo, o catequista é chamado a descobrir sua missão e espiritualidade específicas.

Conforme a vocação e missão de cada um, acentuam-se aspectos do Evangelho que mais causam inspiração. Deve ficar claro que são aspectos de uma mesma vida evangélica.

Os catequistas se sentem impulsionados pelo Espírito Santo para se dedicarem a missão de catequizar, de anunciar a riqueza que nos foi dada na pessoa de Jesus e do reino inaugurado por ele. Como cristãos comprometidos com a vocação de anunciador da Boa Nova, o catequista precisa viver intensamente a sua espiritualidade cristã, fazendo ecoar a Palavra de Deus no coração e na vida dos catequizandos.

O catequista deve ser aquele que vive com intensidade cada momento de sua vida, percebendo nele a presença de Deus, “saboreando” Deus e vendo os fatos com os olhos de Deus. Faz criar um novo olhar sobre o mundo e a vida. Assim, ajuda seus catequizandos e a comunidade a fazer essa mesma experiência, levando-os a querer conhecer sempre mais Jesus Cristo.

“A espiritualidade do catequista deve ser a atitude de quem mergulha dentro dos fatos para descobrir e saborear neles a presença ativa e criativa da Palavra de Deus e, além disso, procura comprometer-se com o processo de transformação que esta Palavra está provocando dentro da história”.

Entre as diversas características de uma espiritualidade própria dos catequistas, podemos destacar:

A) A ESPIRITUALIDADE BÍBLICA

A Bíblia ocupa um lugar muito especial na espiritualidade do catequista. É o principal alimento para formar uma espiritualidade autêntica. Dessa espiritualidade bíblica vai depender a maneira como o catequista orienta seus catequizandos. Quem não tem nenhuma familiaridade com a Bíblia dificilmente fará uma catequese bíblica.

O primeiro “livro” que Deus escreveu é a própria vida. A Bíblia quer iluminar essa nossa vida, orientar, mostrar o que Deus quer dizer através de situações e acontecimentos. Por isto, devemos sempre ler a Bíblia a partir da nossa realidade concreta e ver qual é a luz que a Bíblia traz para nós e como mostra o caminho para transformar aquilo que não é conforme o projeto de Deus. Por isso, precisamos aprender a ler, meditar, rezar e viver a Palavra de Deus.

Deve despertar nos catequizandos o gosto por essa Palavra. A espiritualidade do catequista é alimentada pela capacidade de ouvir o que o Senhor deseja através da sua Palavra, pois o seu ministério é o da Palavra. Somente falará daquilo que soube escutar do Mestre no exercício da sua missão profética na comunidade, atualizando-a, tornando-a compreensível para seus irmãos, para suscitar adesão à Jesus.

A Igreja recomenda muito a antiga e sempre nova tradição da prática da Lectio Divina (Leitura Orante da Bíblia), seja individualmente ou comunitária, como grande tesouro da tradição da Igreja oferecido aos fiéis.

B) A ESPIRITUALIDADE PROFÉTICA

Profecia é anúncio do Projeto de Deus, convocação para assumir a causa do Reino de Deus e denúncia de tudo o que é contra a vida. Na qualidade de profeta, o catequista deve fazer a experiência de Deus marcada pela indignação diante da injustiça, da opressão, da marginalização e da exclusão. O catequista fala em nome de Deus, mas também em nome dos oprimidos e injustiçados que não têm voz. É uma pessoa comprometida pela causa da justiça e fiel ao projeto de Deus para o seu povo.

O anuncio da Boa Nova provoca, muitas vezes, conflitos não só nos outros, mas em nós mesmos. Pelas denúncias que o profeta faz, ele atrai sobre si o conflito e a perseguição. É acusado, difamado, incompreendido. Porém, a espiritualidade, nos dá forças para resistir à perseguição e à calúnia e também nos leva a estar atentos, a nossa própria forma de viver e agir.

A participação no ministério profético é principalmente com o testemunho da própria vida, acompanhado da palavra na proclamação do Reino de Deus. O Reino de Deus constitui o coração da mensagem e da vida de Jesus, o centro e o núcleo da mensagem a ser anunciada.

C) A ESPIRITUALIDADE DE COMUNHÃO

O catequista é alguém orientado para a prática da comunhão. Faz parte da espiritualidade do catequista caminhar com a Igreja e com a comunidade. É importante caminhar seguindo as orientações e diretrizes da comunidade. Não se pode seguir um caminho próprio, desligado da ação pastoral da paróquia. A comunidade é o espaço apropriado para construir novas relações, baseadas no diálogo, na compreensão e na cooperação mútuas, no serviço desinteressado e na entrega de si mesmo pelo bem dos demais, a exemplo de Cristo. O catequista animado do ardor missionário de Jesus, deverá ter um amor profundo pela Igreja. Sentir e amar com a Igreja para viver a comunhão eclesial, na vida nova em Cristo.

Como diz o apóstolo Paulo: “já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim, a minha vida na carne eu a vivo na fé do Filho de Deus que me amou e se entregou por mim” (Gl 2, 20).

D) A ESPIRITUALIDADE “APAIXONADA”

Paixão e muito ardor são requisitos essenciais para a espiritualidade catequética. Catequistas apaixonados pela sua missão dão testemunho da beleza desse ministério na Igreja, não desistem facilmente e perseveram. Essa paixão deve gerar na pessoa do catequista, a alegria, o riso, a descontração. A espiritualidade supõe a capacidade de rir de nós mesmos, de saber olhar com certa distância dos fatos difíceis de serem vividos. Jesus também agiu com senso de humor quando transformou a pecadora pública em mestra de hospitalidade para o fariseu anfitrião (Lc 7, 44-46). Junto com o humor vem a paciência, que é a capacidade de resistência que muitas vezes perdura tempo. É necessário respeitar os processo é o ritmo da história. É preciso paciência para ajudar o outro a aprofundar sua experiência de Deus.

E) A ESPIRITUALIDADE DO COTIDIANO

A espiritualidade do catequista deve ser marcada pela superação das fronteiras do que leva o rótulo de religioso para descobrir as manifestações de Deus no cotidiano e nas coisas simples da vida. Nossa espiritualidade precisa ser moldada pelo nosso cotidiano.

Uma pergunta indispensável seria esta: Se Jesus vivesse na atual sociedade, como ele falaria hoje? Sua oração era cheia de comparações e símbolos do seu tempo.

Quais recursos ele hoje utilizaria para anunciar o Reino? O jornal, o computador, a revista e outros meios, todas estas coisas fazem parte do nosso cotidiano e são matéria prima para a uma espiritualidade comprometida. Não se pode separar espiritualidade da vida, e nem considerar que na oração deve-se deixar de lado os problemas que nos atingem. A espiritualidade será tanto mais frutuosa quanto mais diversificada e integral for a nossa vida.

F) A ESPIRITUALIDADE MISSIONÁRIA

O catequista missionário deve encontrar em Jesus, o Bom Pastor, o seu modelo e guia interior no desempenho da missão de educador da fé. O seu amor deverá ser intenso e ao mesmo tempo expansivo.

Sua ação missionária consiste em levar a mensagem de fé no coração da família do catequizando, como fez Jesus em suas visitas, proclamando o amor e misericórdia de Deus: “hoje a salvação entrou nesta casa” (Lc 19,9).

G) ESPIRITUALIDADE SACRAMENTAL

É na celebração dos sacramentos, que o catequista missionário é fortalecido para o exercício do seu ministério, experimentando significativamente a alegria do perdão de Deus, e a força que brota da Eucaristia, fonte e ápice da vida cristã. A Eucaristia é cume de todos os outros sacramentos para levar a perfeição e comunhão com Deus Pai, na identificação com Jesus seu Filho pela ação do Espírito Santo.

Para aprofundar:

Espiritualidade do Cotidiano (Therezinha Motta Lima da Cruz).

Espiritualidade da Jangada (Revista Ecoando).

Um apoio para a reflexão:

“A fonte na qual a catequese busca a sua mensagem é a Palavra de Deus. (DNC 106) “O perfil do catequista é um ideal a ser conquistado, olhando para Jesus, modelo de Mestre, de servidor e de catequista. Sendo fiel a esse modelo, é importante desenvolver as diversas dimensões: ser, saber, saber fazer em comunidade” (DNC 261).

“Não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande idéia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida, e, com isso, uma orientação decisiva” (DA 12).

Discipulado não é ponto de chegada, mas processo: “ser discípulo é dom destinado a crescer” (DA 291).

“A catequese não pode se limitar a uma formação meramente doutrinal, mas precisa ser uma verdadeira escola de formação integral. Portanto, é necessário cultivar a amizade com Cristo na oração, o apreço pela celebração litúrgica, a experiência comunitária, o compromisso apostólico mediante um permanente serviço aos demais” (DA 299).

“A admiração pela pessoa de Jesus, seu chamado e seu olhar de amor despertam uma resposta consciente e livre desde o mais íntimo do coração do discípulo, uma adesão de toda sua pessoa ao saber que Cristo o chama por seu nome (cf. Jo 10,3). É um “sim” que compromete radicalmente a liberdade do discípulo a se entregar a Jesus, Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14,6)” (DA 136).

“Quando cresce no cristão a consciência de se pertencer a Cristo, em razão da gratuidade e alegria que produz, cresce também o ímpeto de comunicar a todos o dom desse encontro. A missão não se limita a um programa ou projeto, mas em compartilhar a experiência do acontecimento do encontro com Cristo, testemunhá-lo e anunciá-lo de pessoa a pessoa, de comunidade a comunidade e da Igreja a todos os confins do mundo (cf. At 1,8)” (DA 145).

“A espiritualidade dá um sentido à missão, mas ela precisa ser alimentada pela leitura orante da Bíblia, pela oração pessoal e comunitária e pela vida sacramental. A espiritualidade ajuda a valorizar a dignidade da pessoa humana, a formar a comunidade e a construir uma sociedade fraterna e justa” (Texto Base do Ano Catequético, n. 90).

Fonte: jorgekontovski.ning.com/www.eternamisericordia.com.br/pnsrosario.org.br/www.arquidiocese-pa.org.br

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