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06 de Janeiro
Os Três Reis Magos – Natal, Rio Grande do Norte.
Segundo o Evangelho de Mateus, alguns magos (termo usado na época para designar os sábios) do oriente seguiram uma estrela que lhes mostrou o caminho até Jesus Cristo. Chegaram primeiro a Jerusalém e foram ter com o rei Herodes, a quem perguntaram sobre o recém-nascido rei dos judeus.
Herodes consultou os especialistas das Escrituras, que lhes disseram que o Cristo nasceria em Belém da Judéia. Para lá Herodes enviou os magos, pedindo-os que passassem por Jerusalém na volta para informar-lhe a localização exata, a fim de que também pudesse adorar o bebê quando, na verdade, planejava matá-lo. Em sonho, os magos foram avisados a não voltarem a Herodes.
Os magos prosseguiram em sua jornada, tendo a estrela do oriente à sua frente, até chegarem ao lugar em que Jesus estava.
Lá, adoraram-no e deram ouro, incenso e mirra, presentes carregados de simbolismo:
O ouro representa a realeza de Jesus
O incenso simboliza a fé (a fumaça do incenso queimado nos templos representa as orações subindo a Deus)
A mirra era usada no processo de mumificação no Egito; para alguns, isso e seu nome, que significa “amargo” em hebraico, remete ao sofrimento e morte que esperavam por Jesus; para outros, à imortalidade de Cristo.
A Bíblia não menciona quantos eram os magos; a tradição baseou-se no número de presentes para dizer que eram três, agregou-lhes o título de reis e deu-lhes os nomes de Melquior, Baltazar e Gaspar.
Vem dos presentes levados pelos reis magos o hábito de trocar presentes para celebrar o nascimento de Cristo. Embora os brasileiros o façam em 25 de dezembro, em vários países (principalmente europeus) a troca de presentes se dá em 6 de janeiro e o dia é feriado.
No Brasil, mantém-se em algumas cidades do interior a Festa de Reis, ou Folia de Reis, herdada dos portugueses. Os festejos são cheios de canções e incluem visitação às casas dos moradores, recordando a visita dos reis magos. Os foliões são recebidos com comidas e bebidas e saem das casas com doações para os necessitados.
É no Dia de Reis que se desmonta a decoração de Natal.
Os Reis Magos
Das figuras bíblicas mais intimamente ligadas à tradição religiosa do povo destacam-se os Reis Magos, ou melhor, os Santos Reis uma vez que a hagiologia romana considera-os bem aventurados.
O simbolismo dos Reis Magos é amplo e emprestam-lhes os exegetas as mais diversas interpretações. Estão ligados intimamente às festas do Natal e deles nasceu, praticamente, a tradição do Papai Noel, pois os presentes dados nessa ocasião reproduzem que os magos do Oriente, depois de cumprida a rota que lhes indicava a estrela de Belém, prestaram a Jesus na gruta onde ele nascera.
As referências bíblicas são vagas e o episódio quase passa despercebido dos evangelistas, mas as contribuições da tradição patriática são muitas e, como elas têm força de fé e verdade, nelas devemos buscar grande parte das coisas que se contam dos santos Belchior, Gaspar e Baltazar já referidos pelos profetas do Velho Testamento, que vaticinavam a homenagem dos Reis ao humilde filho de Davi que deveria nascer em Belém.
De onde vieram e o que buscavam, pouca gente sabe. Vinham do Oriente e Baltazar, o mago negro talvez viesse de Sabá (terra misteriosa que seria o sul da Península Arábica ou, como querem os etíopes, a Abissínia). Simbolizam também as três únicas raças bíblicas, isso é, os semitas, jafetitas e camitas. Uma homenagem, pois, de todos os homens da Terra ao Rei dos Reis.
Eram magos, isto é, astrólogos e não feiticeiros. Naquele tempo a palavra mago tinha esse sentido, confundindo-se também com os termos sábio e filósofo.
Eles prescrutavam o firmamento e sentiram-se chocados com a presença de um novo astro e, cada um deles, deixando suas terras depois de consultar seus pergaminhos e papiros cheios de palavras mágicas e fórmulas secretas, teve a revelação de que havia nascido o novo Rei de Judá e, que ele, como soberano, deveria, também, prestar seu preito ao menino que seria o monarca de todos os povos, embora o seu Reino não fosse deste mundo.
O simbolismo dos presentes
Conta ainda a tradição que, ao chegar a Canaã, indagaram os Magos onde havia nascido o novo Rei de Judá. Essa pergunta preocupou Herodes, que hoje seria considerado um quisting a serviço dos romanos, e que reinava na Judéia.
Os representantes do Império preocupavam-se com o aparecimento de um novo líder do povo de Israel. A revolta dos macabeus ainda não fora esquecida e o povo oprimido esperava, ansioso, pela vinda do Messias que iria libertar o Povo de Deus e cumprir a palavra do salmista: “Disse o Senhor ao meu Senhor senta-te à minha direita até que ponho os teus amigos como escarpelo aos teus pés”.
Os magos procuram conforme conselho de Herodes o novo Rei para render-lhe homenagem e para informar o representante romano do lugar onde nascera o Messias a fim de, com falso preito, sequestrá-lo.
No presépio encontramos apenas os animais e os pastores e, inspirados pelo Espírito Santo, curvaram-se diante do filho do carpinteiro de Nazaré e depositaram, ao pé da manjedoura que lhe servia de berço, os presentes: ouro, incenso e mirra, isto é prendas que simbolizavam a realeza, a divindade e a imortalidade do novo Rei, e grão de areia que cresceria e derrubaria o ídolo de pés de barro (simbolo das grandes potências que se sucederam no domínio do mundo), do sonho de Nabucodonosor decifrado pelo profeta Daniel.
Símbolos da humildade
Na tradição cristã os três Reis Magos simbolizavam os poderosos que deveriam curvar-se diante dos humildes na repetição real do canto da Virgem Maria à sua prima Isabel, e “Magnificat”, pois sua alma rejubilava-se no Senhor, que exaltaria os pequenos de Israel e humilharia os poderosos.
A igreja cultua os Reis Magos dentro desse simbolismo. Representam os tronos, os potentados, os senhores da Terra que se curvara diante de Cristo, reconhecendo-lhe a divina realeza. É a busca dos poderosos que vêem em Belchior, Gaspar e Baltazar o exemplo de submissão aos desígnios de Deus e que devem, como os magos, despojar-se de seus bens e depositá-los aos pés dos demais seres humanos, partilhando sua fortuna como dignos despenseiros de Deus.
Os presentes de Natal também têm esse sentido. São as ofertas dos adultos à criança que com a sua pureza representa Jesus. Alguns, dão a essas festas um sentido mitológico pagão, buscando nas cerimônias dos druidas, dos germânicos ou saturnais romanas a pompa das festas natalinas que culminam com a Epifania.
A Bifana
A palavra epifania, usada também como nome de mulher, deu origem a uma corruptela dialetal do sul da Itália, levada depois a Portugal e Espanha, a Bifana. A Bifana, segundo a lenda, era uma velha que, no Dia de Reis , saía pelas ruas da cidades a entregar presentes aos meninos que tivessem sido bons durante o ano que findara. Estava intimamente ligada às tradições dos povos mediterrâneos e mais próxima do significado litúrgico das festas natalícias.
Os presentes eram somente dados no dia 6 de janeiro e nunca antes. Tanto assim é, que nós mesmos, no Brasil, na nossa infância, recebíamos os presentes nesse dia. Depois, com a influência francesa e inglesa em nossas tradições a Epifania ou Bifana foi substituída pelo Papai Noel, a quem muitos estudiosos atribuem uma origem pagã e outros, para disfarçar o sentido comercial da sua presença no dia de Natal, confundem com São Nicolau.
Hoje, o Santos Reis já não são lembrados. O presépio praticamente não existe e só neles é que podemos ver os Magos de Oriente apresentados. A árvore de Natal, pinheiro que os druidas e os feutos enfeitavam para agradar o terrível deus do inverno Hell, substituíria a representação do nascimento de Jesus, introduzida no costume dos povos por São Francisco de Assis.
A festa da Epifania, dia de guarda no calendário litúrgico, já não mais é respeitada e com ela desaparecerem outras tradições da nossa gente, trazidas da Peninsula Ibérica pelos nossos antepassados, como a folia de Reis, Reizados e tantos outros autos folclóricos, cultuados em poucas regiões do país.
Gimenez, Armando
“Reis Magos, santos esquecidos dentro das tradições do Natal”. Diário de São Paulo, São Paulo, 5 de janeiro 1958
Segundo a tradição cristã os Reis Magos eram Gaspar, Melchior (ou Belchior) e Baltazar, e os presentes simbolizam, respectivamente, a realeza, a divindade e a paixão de Cristo.
Não se sabe sua origem, mas reza a lenda que um dos Reis era negro africano, o outro branco europeu e o terceiro moreno (assírio ou persa), representando a humanidade conhecida da época.
Em muitos países, a troca de presentes é feita neste dia, e não no Natal.
No Brasil, o rico folclore mantém viva a tradição. Por todo o litoral e o interior brasileiro, com todas as suas variantes regionais, se comemora o dia 6 de janeiro em festas como o Terno de Reis, Folia de Reis ou Santos Reis.
Folia de Reis
É um auto popular natalino, de origem portuguesa, de evocação da visita dos três Reis Magos ao Menino Jesus, com apresentação de danças dramáticas como o Terno de Reis, o Rancho e o Bumba-meu-boi.
A Folia de Reis marca o fim do ciclo natalino, principalmente no Norte do país. A Folia tem início no dia 24 de dezembro, à meia-noite, e termina no dia 6 de janeiro, Dia de Reis . O desfile leva uma bandeira que muitos acreditam ter o poder de curar as pessoas.
Os foliões fazem paradas em casas previamente escolhidas, para cantorias, em troca de comida e bebida. As Bandeiras de Reis, como também são chamadas as Folias, têm versos próprios para pedir, agradecer e despedir-se dos moradores.
Quando as bandeiras percorrem apenas as ruas da cidade, chamam-se Folias de Reis ou Folias de Reis de Banda de Música. No entanto, quando também visitam os sítios e fazendas, recebem o nome de Folias de Reis de Caixa.
As folias têm de 8 a 20 foliões que são organizados de acordo com suas funções. Eles representam os próprios Reis Magos, acompanhados de empregados, como o pajem e os mordomos, soldados e o Demônio ou Herodes e seus soldados, perseguidores de Jesus Cristo. O mestre e o contramestre são as figuras mais importantes e usam fitas cruzadas no peito, capas de renda e ombreiras para diferenciarem-se dos demais foliões.
O mestre é responsável pela organização da folia e o contramestre recolhe os donativos oferecidos pelos donos das casas. O alferes fica encarregado de levar a bandeira, que traz estampadas as figuras dos Reis Magos e da Sagrada Família e que é feita de acordo com as posses do grupo. Os músicos e cantores animam a folia com bumbo, violão, sanfona, pandeiro e cavaquinho. Cantam versos inspirados em trechos da Bíblia e sua música recebe o nome de toada.
Os palhaços, que representam os perseguidores de Cristo, apresentam-se depois dos outros. Usando máscaras e roupas improvisadas, eles dançam descalços, saltitam e recitam versos engraçados chamados chulas. Depois da apresentação dos palhaços são feitas as despedidas.
No encerramento da Folia de Reis, no dia 6 de janeiro, parentes, amigos e participantes de outros folias se divertem com muitas música, comida e bebida. E uma ceia é realizada a 2 de fevereiro, dia de N. Sra das Candeias. Os foliões cumprem promessa de por 7 anos consecutivos saírem com a folia. Conhecida nas cidades, vilarejos e fazendas do interior do RJ, ES, MG, GO, SP e PR, a Folia era essencialmente rural, mas nos dias atuais se expandiu, resistindo até mesmo nas grandes cidades (RJ, Belo Horizonte e Goiânia), no PA e no MA. A Folia de Reis revivia no campo as jornadas das pastorinhas urbanas, entre Natal e Reis.
Reisado
Auto de Natal encenado no Nordeste com temas variados, em que os participantes cantam e dançam ao som de instrumentos como sanfona, pandeiro e zabumba. Exibindo-se pelas ruas e praças, vão pedindo donativos por onde passam. No Brasil, a denominação, refere-se aos ranchos, ternos, grupos que festejam o Natal e Reis.
O Reisado pode ser apenas a cantoria como também possuir enredo em pequeninos atos encadeados ou não. Os Reisados, naturalmente assim chamados por derivação da palavra compreendem os grupos chamados propriamente de Reisados, assim como os que são denominados de Guerreiros e Bumba-meu-boi.
Dependendo do tema e da região, esse folguedo exibe personagens como o rei, a rainha, o mestre, o contramestre, a estrela, o palhaço, o índio e a sereia, entre outros. Os participantes usam roupas e chapéus coloridos e ricamente ornamentados com vidrilhos, lantejoulas, fitas e espelhos. Segundo a crença popular, os espelhos têm o poder de proteger os dançarinos contra o mal.
Roupas coloridas, cantorias de músicas religiosas anunciando o nascimento de Jesus, homenageando os Reis Magos e, ainda, louvando os donos da casa onde se apresentam, compõem a atuação. Em alguns lugares, é chamado de Guerreiro, Folia, Turundu. (Almanaque Abril, 1995/2001)
Cacumbi
Dança considerada uma variação de outros autos e bailados como Reisado, Guerreiro, Congada e Ticumbi. Encontrada em alguns municípios de SE, é apresentada na Procissão de Bom Jesus dos Navegantes (1 de janeiro) e no Dia de Reis , em homenagem a S. Benedito e N. Sra. do Rosário.
Pela manhã, o grupo assiste à missa na igreja, onde canta e dança em homenagem aos santos padroeiros. Depois das louvações, sai às ruas cantando músicas profanas e, à tarde, acompanha a procissão.
O grupo é composto exclusivamente por homens. Seus personagens são o Mestre, o Contra-Mestre, e os dançadores e cantadores que vestem calça branca, camisa amarela e chapéus enfeitados com fitas, espelhos e laços. Só o Mestre e o Contra-Mestre usam camisas azuis. A coreografia é alegre, com evolução e movimentos contínuos ao som do apito (que coordena a mudança dos passos), cuícas, pandeiros, reco-recos, caixas e ganzás. (Fonte: Viaje Sergipe)
Guerreiro
Auto popular alagoano, teve origem no Reisado, tendo porém um número de componentes maior, maior número de atos, roupas mais coloridas e maior beleza musical. Sanfona, pandeiro, triângulo e tambor são os instrumentos que acompanham a manifestação. É uma mistura de reisados alagoanos com figuras de cheganças, pastoris e uma parte de caboclinhos.
Os trajes possuem uma referência a antiga nobreza e os chapéus dos participantes nos lembram catedrais, palácios e igrejas. Diz a lenda que uma rainha, em um passeio com a sua criada Lira e com os seus guardas, ou vassalos, conhece e se apaixona por um índio chamado Peri. Para não ser denunciada, manda matar Lira. No entanto, o rei descobre a paixão e luta com o índio Peri. O rei acaba morrendo. O Guerreiro conta esta história em forma de música e dança.
Taieira
Dança cortejo de caráter religioso afro-brasileiro louvando S. Benedito e N. Sra. do Rosário, padroeiros dos negros no Brasil. O ápice da festa que se realiza no Dia de Reis , é a coroação da Rainha das Taieiras. Durante a missa, a coroa de N. Sra. do Rosário é retirada e colocada na rainha. No passado era apresentada em várias cidades de AL, SE e BA.
Atualmente há sensível redução da sua área de ocorrência. Na cidade de Laranjeiras (SE), as taieiras vestem blusa vermelha e saia branca com fitas coloridas. Saem pelas ruas cantando músicas religiosas e tocando querequexés (reco-reco) e tambores.
Turundu ou Turundum
Dança dramática de Contagem, MG, executada do ciclo do Natal a Reis e no dia 2 de fevereiro na festa de N. Sra das Candeias. Conhecida também por Folia, é uma espécie de Reisado do qual participam os três Reis Magos. O rei Gaspar é o guarda-mor da folia, o mulato Bastião e mais 20 a 30 figurantes.
Os instrumentos usados são a caixa, o chocalho, a viola e a rabeca. O Turundu sai em visita às casas de família, saudando seus donos, quando o Bastião, por meio de quadras, pede cachaça, café, etc.
Conta a história de uma princesa encantada que mora numa floresta e recebe muitos presentes de baús cheios de ouro, violas. A princesa termina casando com o rei. Depois do casamento acontece o baile e o mascarado, na companhia de todos os figurantes, começa a sapatear de maneira forte e fazendo muito barulho. Depois vão cantar em outra casa até o dia amanhecer.
Data
Apesar do Dia de Reis ser comemorado apenas no dia 6 de janeiro, a Folia de Reis dura de 24 de dezembro até o dia 2 de janeiro. Nesse período, homens se vestem de um dos Três Reis Magos e saem pelas ruas das cidades e param para dançar, cantar e abençoar as famílias das casas onde há presépios.
Esses homens só se apresentam à noite e ganham ceia ou café nas casas visitadas.
Durante as apresentações, os homens tocam pistão, bombardino e clarinete. Esta tradição está desaparecendo, mas sobrevive ainda em algumas cidades, principalmente do interior. Ao contrário dos países de cultura portuguesa, na Espanha e nos países de cultura espanhola, o Dia de Reis é bastante comemorado, chegando a ser a principal festa do período natalino.
A festa representa a chegada do menino Jesus e por isso, a proximidade com o Natal.
Os Três Reis Magos são:
– O árabe Baltazar que levava incenso, que significava a divindade do Menino Jesus.
– O indiano Belchior que levava ouro, significando a realeza.
– O etíope Gaspar que levava mirra, que simbolizava a humanidade do recém-nascido.
Fonte: diadefolga.com/www.portaldafamilia.org/www2.portoalegre.rs.gov.br/www.lendorelendogabi.com/www.brasilfolclore.hpg.ig.com.br/www.brasilfolclore.hpg.ig.com.br
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